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História Além De Um Sonho (Who Made Me a Princess) - Capítulo VII - Reencontro


Escrita por: LadyJees

Notas do Autor


notas finals

Capítulo 7 - Capítulo VII - Reencontro


Fanfic / Fanfiction Além De Um Sonho (Who Made Me a Princess) - Capítulo VII - Reencontro

O balançar da carruagem quase fez com que Athy vomitasse. Ela não estava doente, porém, seu âmago sofria pela ansiedade e, mais ainda, pelo desconforto que as pessoas presentes lhe causavam.

Depois de tantos anos ansiando pelo dia em que sairia da torre, seu único pensamento, agora, era que queria retornar para lá. Afinal, a pessoa que mais desejava ver, no fim, não estava ali.

Além do mal-estar constante também havia as lembranças, cada vez mais claras. Lembrou-se do nome de seus pais e do seu. Athanasia de Alger Obelia, princesa do império Obeliano, herdeira legitima do trono e da linhagem azul. Lilian York, a babá que sempre a amou incondicionalmente e a qual amava da mesma maneira e Felix Robaine, o fiel cavaleiro de seu pai e um dos amigos mais apreciados por ela. Os servos que estiveram com ela toda a infância e sempre lhe traziam doces escondidos de Lily.

E ela também se lembrava dele. Das brincadeiras e peças que pregavam nos professores. Athanasia se lembrava da gentileza com que ele sempre a tratava e de como tinham uma grande amizade. Ijekiel Alpheus era um de seus amigos mais próximo.

Por algum motivo, Athy estava retraída. Talvez pela forma em que Ijekiel a olhava, ou, quem sabe, pela voz que era tão diferente da qual se lembrava. Era óbvio que a criança que conheceu quando mais nova já não estava ali. Ele costumava parecer um anjo quando pequeno, mas agora, suas expressões neutras e o olhar “angelical” pareciam mais como as de um cachorro faminto.

O olhar cristalino de Athy mantinha-se sempre na paisagem ao lado de fora da carruagem. Era uma tentativa frustrante de evitar o olhar dourado do rapaz. Ele estava atento, observando cada reação e expressão que ela fazia. De vez em quando, Athanasia sentia que ele queria se aproximar, mas parava ao ver a forma como ela se afastava minimamente de seu alcance.

Era incomodo, sufocante, e Athy não sabia o porquê.

A pulsação em seu peito tornou-se mais forte de repente. Seu interior dizia que estava se aproximando do lugar em que nascera. Conforme os cavalos trotavam, um sentimento de saudade se apoderou da garota, mas, além da saudade, medo do que a esperava também a afligiu.

Será que seus pais ainda se lembravam dela?

O coração pulsou fortemente, queria tanto que Lucas estivesse ali, todavia, o paradeiro do mago era desconhecido. Apesar de que poderia estar zangada com ele por não ter cumprido a promessa que fez, Athanasia estava mais preocupada. O medo de que algo tivesse acontecido com o rapaz era muito maior do que qualquer outro sentimento. A mão, involuntariamente, segurou o colar que levava, apertando-o com força. Em seu coração, Athy só conseguia chamar-lhe pelo nome.

Ijekiel não deixou de notar cada expressão no rosto da princesa. Ele, assim como ela, estava inquieto. Quando crianças, sempre tiveram uma proximidade maior do que qualquer um, eram ligados mais do que outros amigos. Para o jovem mestre Alpheus, Athanasia era sua metade.

O herdeiro do Duque Roger sempre acreditou piamente que, quando crescesse, teria a chance de conquistar o coração de Athanasia. Porém, o infortúnio aconteceu e os anos longe da garota, aparentemente mudou a maneira como ela o via.

Mas ele jamais desistiria.

- Seus pais nunca perderam a esperança de encontrar você, princesa. Tenho certeza de que estão ansiosos por vê-la o mais rápido possível.

- Hmm...

- ...A princesa deseja alguma coisa? Está com fome? Podemos parar se quiser. 

- Não, não é necessário. Vamos apenas seguir.

- Como quiser.

Ijekiel tentava de todas as formas puxar assunto com Athanasia, contudo, a garota se mantinha quieta e apenas respondia suas perguntas com respostas curtas. Ele estava preocupado, nunca sentiu uma distância tão grande como agora. Sua mente vagava e se perguntava se o que havia feito foi, de fato, a melhor decisão.

Além do silêncio de Athanasia, o jovem mestre também estava curioso. A todo momento a princesa agarrava o colar em volta do pescoço e vincos se formavam na testa. Ela estava preocupada.

- Não precisa se preocupar princesa. Todos esperam por você.

Novamente, nenhuma resposta. Com as palavras de Ijekiel, Athy apertou mais ainda o colar enquanto chamava por Lucas.

- Esse colar...

- O que tem o colar?

Athanasia o olhou pela primeira vez. O que deixou Ijekiel ansioso. O olhar cristalino que ela lançou era desconfiado e, talvez, um pouco irritado? O rapaz não soube dizer.

- Não é nada, eu só pensei que ele é muito bonito.

Com essa resposta, a princesa voltou a olhar pela janela, deixando Ijekiel apreensivo.

- Foi um presente... - Respondeu depois de algum tempo. - Um presente de alguém importante para mim.

Um presente, provavelmente de seu pai. Ijekiel pensou nisso. O Imperador Claude sempre dava a princesa todas as melhores joias do império. Quiçá fosse algo que permaneceu com ela quando foi levada. Contudo, Ijekiel não relaxou. Ele tinha certeza de que nunca viu a princesa Athanasia usar tal colar.

O silêncio voltou a reinar na carruagem e o jovem mestre Alpheus, no fim, decidiu não incomodar mais Athanasia.

****

A Cidade Imperial estava alvoroçada.

Diana correu para o palácio central para encontrar Claude. Felix e Lilian logo atrás dela. Apenas alguns minutos atrás, Lilian apareceu no jardim para dar a notícia para a Imperatriz. Diana ainda se lembrava claramente das palavras de Lilian.

“ - Sua Majestade, Sua Majestade...

- Lily...! O que foi? O que aconteceu?

- Um mensageiro da família Alpheus, minha senhora. Ele acaba de chegar com notícias sobre a Princesa Athanasia.”

Diana não esperou que Lilian concluísse. Colocou-se a correr quando ouviu o nome de Athanasia. Rezava a todos os deuses que existiam para que, desta vez, a notícia fosse boa, pois já não suportaria tamanha desilusão. A imperatriz correu até que seus pés falhassem e acabassem a desequilibrando. A força a abandonou e os medos de que nunca mais fosse ver sua garotinha a invadiu novamente. Claude a encontrou no corredor externo, tremendo e abraçando o corpo sem conseguir se levantar.

- Diana!!!

- Minha senhora...!

Claude a abraçou. Seu alento abandonando-o com facilidade. A quanto tempo o imperador via sua amada esposa sofrer assim? Ele se sentia impotente e inseguro. O sequestro de Athanasia levou consigo a alegria e o calor de Diana.

Lilian e Felix chegaram segundos depois de Claude. Ambos sabiam que para seus senhores, a princesa era tudo. Vê-los daquela maneira, desolados e abatidos, trazia a amargura para os servos que lhes eram tão próximos. Felix olhou para Lilian por alguns segundos, em vã tentativa de descobrir alguma coisa. Lilian, porém, nada falou.

- Vossa Majestade... – Felix tentou abrir o diálogo, mas Claude o olhou advertidamente. Suas palavras eram claras: “Deixe-nos sozinhos”. O cavaleiro entendeu, então, com uma breve reverência pôs-se em marcha junto de Lilian. Claude e Diana precisavam de privacidade.

Assim que teve plena certeza de que mais ninguém estava por perto, Claude levantou o rosto de Diana delicadamente. Os olhos rosados de sua esposa estavam avermelhados e levemente inchados, apesar disso, ela ainda lhe parecia a mulher mais bonita da face da terra. Devagar, encostou sua testa na dela e limpou as lágrimas que escorriam pelo rosto alvo com os dedos. Não ousou falar até que Diana se sentisse pronta.

Segundos passaram até que Diana começou a se acalmar. O olhar quente e cristalino de Claude enchia-a de uma paz acolhedora. Não duvidava de que seu marido tivesse usado um pouco de magia para acalmar seus nervos. Diferente de outras vezes, Diana não conseguiu decifrar as palavras ocultas naqueles olhos e, nesse exato momento, a Imperatriz teve plena certeza de que a notícia que receberia, daria fim, de uma vez por todas, aos anos de sofrimento que sentia pela perda de sua filha. Ela precisava ser forte.

Quando sentiu que sua esposa estava mais calma, Claude se afastou minimamente para olhá-la com firmeza. Diana estava pronta para o que quer que fosse.

- Em uma cidade perto da fronteira... eles a encontraram em uma torre... – Claude iniciou de forma contida. Precisava manter a calma. – Creio que o filho dos Alpheus a está trazendo.

Diana levou alguns minutos para processar.

- Ela está viva...? Claude, minha filha está viva? – Os olhos da Imperatriz arregalaram-se quando se deu conta da verdade. Athanasia ainda vivia. Seu coração bateu desesperadamente no peito, mas, desta vez, de verdadeiro alivio. Claude assentiu suavemente, confirmando suas palavras.

O choro que seguiu continha a mais perfeita alegria. Diana jogou-se nos braços de Claude, mal acreditando que após tantos anos de desespero e angustia, eles poderiam, finalmente, regozijar-se por ter sua família de volta. O Imperador, assim como a esposa, não conteve as lágrimas. Sua preciosa princesa, por fim, estava vindo para casa.

Não souberam por quanto tempo ficaram ali, saboreando a doce notícia, contudo, Diana logo se deu conta de algo. Por quê deveriam esperar que chegassem?

- Claude, vá buscá-la! – A Imperatriz falou abruptamente. Seu marido apenas arregalou os olhos. – Você consegue usar magia de teletransporte tão bem quanto qualquer mago de poder alto... Não... você é ainda melhor, vai trazê-la em menos da metade do tempo que levaria.

Ela estava certa. Claude realmente poderia fazer isso mais rápido do que qualquer outro mago e, assim como Diana, já estava farto de esperar. Ele só precisava de algo que lhe desse uma direção.

Não tardou em encontrar um dos vassalos, perguntou sobre a rota que a carruagem que trazia Athanasia havia tomado.

- Eles estão vindo pela estrada ao norte, Majestade... – o próprio Roger Alpheus foi quem respondeu. – Não vai demorar muito para que cheguem, talvez até amanhã, ao entardecer, já tenham chegado.

- É tempo demais... – Claude replicou. – Vou levar menos tempo se for encontra-los.

- Mas Majestade, não pode sair assim. Precisa permanecer aqui! Quem sabe o que pode acontecer se descobrirem que o Imperador de Obelia saiu desta maneira. Por favor, Majestade, pense no que outros países dirão.

- Pensar no que dirão? – A voz de Claude soou fria e penetrante. Pouco lhe importava o que outros diriam. - Pensem o que quiserem! Deixem que falem! Eu vou encontrar a minha filha e aquele que se opor a mim, vou considerar que está pronto para enfrentar o fio de minha espada.

Uma pressão avassaladora surgiu ao redor dos que estavam presentes. Os únicos que não se sentiram afetados pelas palavras e pela presença de Claude, foram Diana, Felix e Lilian.  Sabiam, mais do que qualquer um, o que o Imperador era capaz de fazer. O duque Alpheus, apesar do medo, não se abalou e tornou a falar.

- Pelo menos, leve guardas com você. Seria imprudente sair assim, sem ao menos uma escolta. Poderiam atacá-lo.

- Não! Eu sou mais do que suficiente. Se alguém tiver coragem para tentar, deixe que tente. Será gratificante esmagar alguns insetos depois de tanto tempo. - Claude manteve a frieza na voz, porém, relaxou quando voltou o olhar para a Imperatriz. – Diana...

- Sim, Majestade?

- Enquanto eu estiver fora, você terá total poder sobre qualquer questão. Felix ficará com você.

Não era necessário o informe, porém, havia nobres ali que poderiam questionar a autoridade da Imperatriz. Claude apenas ditou as formalidades como era costume.

- Não vou demorar e tenho certeza de que nada vai acontecer enquanto eu estiver fora, mas é apenas uma garantia. – Ele se aproximou da esposa e selou seus lábios aos dela. Diana corou levemente. Uma luz azulada circulou em sua volta, confirmando a magia de proteção. – Eu já volto, então, espere por mim e Athanasia com aquele chá horroroso que você tanto adora.

- Mesmo que Sua Majestade diga que é horroroso, ainda sim, toma diversas porções durante o dia, não é? – Diana respondeu sorrindo, sabia que Claude gostava do chá, mas falava aquilo para provoca-la. – Estarei esperando, então, por favor, retorne em segurança com ela.

O Imperador assentiu, sorrindo minimamente. Segundos depois, já havia partido.

*~~~~ *

 A carruagem seguia em ritmo constante. Athanasia sentia o corpo pesado após tanto tempo sentada em uma posição, então, agradeceu que logo parariam. O jovem mestre Alpheus havia informado que parqueariam em uma pousada para passar a noite e descansar das horas exaustivas. Era perigoso continuar por agora. A princesa suspirou, mas assentiu. Sentiu brevemente que poderiam ter avançado muito mais durante o dia, mas, ainda sim, seguiam devagar. Talvez fosse para que não se sentisse tão desconfortável.

Athanasia aguardou pacientemente, ainda mantendo o olhar na paisagem do lado de fora. Passou-se algumas horas desde que falou pela última vez com o jovem que estava com ela. No fundo, não queria soar mal-educada, contudo, não conseguia-se forçar a conversar. Ijekiel respeitou, mas suas feições estavam duras como gelo. Algo definitivamente estava errado. Fosse o que fosse, precisava fazer com que a princesa se abrisse e demonstrasse, pelo menos um pouco, das expressões de antigamente. No fundo, o jovem mestre Alpheus, não queria admitir que os anos mudaram Athanasia.

- A princesa se lembra de como costumávamos brincar perto do lago? – Perguntou relutante, precisava ouvir o som da sua voz e quebrar aquele silêncio inquietante.

-... – As feições de Ijekiel tremeram diante a taciturnidade de Athanasia. – Vagamente... – Por fim, depois de algum tempo, a princesa respondeu. - Lembro-me de brincar perto de um lago, mas não muito mais do que isso. – Finalizou, então.

Nada sobre o passado deles. Athanasia nunca falou que se lembrava de Ijekiel. O desespero começava a se formar no coração do rapaz que ansiava pelo carinho e afeto da pessoa que mais importava.

- Estávamos juntos quase todos os dias... – reiniciou ele mais uma vez, porém, não completou o monólogo.

A carruagem parou abruptamente, fazendo com que o Jovem Mestre Alpheus entrasse em alerta. Ainda faltava tempo até chegarem na pousada, portanto, seus instintos diziam que, muito provavelmente, haveria um ataque de algum grupo de ladrões, ou algo parecido.

- Princesa, por favor, fique aqui dentro.

Ijekiel não esperou por uma resposta. Desceu de imediato para averiguar o problema. Esperava por qualquer coisa, menos pela cena à frente.

Os cavaleiros não estavam em guarda, ao contrário, pareciam mais assustados. O herdeiro ducal não era alguém apto a magia, por tanto, levou algum tempo em sentir a forte presença que ali se encontrava, contudo, quando a sentiu, não conseguiu expressar nada além de confusão.

- Então... – Iniciou Claude. – Por quanto tempo mais terei que esperar aqui? – A pressão fez com que Ijekiel se ajoelhasse imediatamente.

- Majestade, o que faz aqui? – Perguntou receoso.

- O que acha que faço aqui? Vim buscar a minha filha.

O suor escorreu pelo rosto do Alpheus. Jamais passou pela sua cabeça que o próprio Claude sairia para encontra-los. Isso o irritou de certa forma.

- Majestade, com todo o respeito, eu pode...

- Não me interessa. Onde está minha filha?

A resposta não tardou em chegar. Athanasia não aguentou permanecer dentro da carruagem e logo saiu. Estava exausta da viagem longa e cansativa e só queria chegar o mais rápido possível. Sequer atentou para o fato que poderia ser perigoso. Contudo, ao descer os degraus, sentiu o coração disparar.

- O que está acontecendo aqui? – Os olhos de cristais percorreram por todo o lugar até se fixar na figura imponente a frente. Ela não precisava de uma confirmação, pois sabia exatamente quem era. Claude não havia envelhecido nenhum pouco. Ainda mantinha o olhar carrancudo, mas gentil, que apenas ela e a mãe conheciam. Se fosse para descrever, Claude apenas tinha ganhado olheiras profundas, mas que nada interferiam em sua beleza divina. A saudade bateu. Tão violentamente quanto a falta que sentia de Lucas e transformou-se em lágrimas por, finalmente, voltar a ver seu amado pai. – Papa...!

- Athanasia....

E ali, no meio de uma estrada qualquer, o desejo que Claude tanto almejou, finalmente, foi concedido.

...


Notas Finais


DIOS MIO, COMO DEMOREI.
SOOOOOOOOOOOOOOOORRY!!!!
Gente, de verdade, me desculpem. Aconteceu tanta coisa desde o final do ano, que não tive tempo para atualizar nem terminar o cap. Eu deixei uma nota em alguns lugares explicando, mas basicamente, perdi todas as minhas histórias que havia escrito, traduções, enredos e sabe-se lá o que mais. Sem contar que fiquei extremamente desanimada e foi ainda mais complicado escrever esse cap porque tinha um certo foco em um personagem que eu realmente detesto. Mas aqui está.
O capítulo não está revisado ainda, mas farei a revisão em breve, então peço desculpas de antemão caso haja algum erro.
Tá um pouco tarde, mas era pra eu ter postado mais cedo, só que um imprevisto – conhecido como a senhora minha mãe – acabou querendo conversar até agora a pouco.
Enfim, espero que gostem!
Kissus


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