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História Além do Tempo - Capitulo 10 - Amaldiçoado


Escrita por: SheilinhaSaint

Notas do Autor


Olá pessoal!

Este capítulo demorou para sair, me perdoem por isso.

Primeiro eu estava em meios com a fic do desafio PWP, o que levou tempo para elaborar, concluir e digitar tudo.

Depois foi a dificuldade de escrever este capítulo mesmo, serio mesmo e nunca havia escrito cenas de ação e caracoles esse capitulo tá... só vocês lendo.

No mas eu preciso agradecer a Vivi que betou esse capitulo, mesmo passando por um momento bem complicado na vida pessoal dela.

Vivi eu te amo muitoooooo

Capa by かもかて過去絵
Pixiv ID: 26768839
Member: おぐ

Chega de papo vamos ao capítulo!!!!

Capítulo 10 - Capitulo 10 - Amaldiçoado


Fanfic / Fanfiction Além do Tempo - Capitulo 10 - Amaldiçoado

Além do Tempo — Capítulo 10

Aldebaran e Aioria estavam no Grande Salão, junto a outros campeões dos jogos de Gonda, todos haviam se refastelado com o Banquete Real, quando Radamanthys chamou a atenção de todos para si. — Caros Campeões, saibam que eu os tenho em alta conta, vocês homens de fibra, vencedores...

Enquanto o Rei falava, Aioria se virou para Aldebaran, ambos estavam tensos, mas somente o fato de o Rei estar ali era uma prova de que o plano estava saindo conforme o combinado.  

*-*-*-*-*-*-*-*  

Milo andava pelos corredores com Camus enrolado no tapete quando retirou de suas vestes um pedaço de linho onde Shaka havia feito um mapa do castelo, um mapa totalmente detalhado sobre os corredores e passagens do local.

— Hum... deixe-me ver... a esquerda: Passagem que leva a cozinha. — Milo olhou para a esquerda e lá estava a porta mencionada no mapa. — Uau impressionante! — Exclamou ao ver a precisão do mapa em suas mãos.  

Ele seguiu com o elfo ainda envolto no tapete, esquerda, direita, esquerda... novamente Milo finalmente chegou à ala dos criados, escravos em sua grande maioria, todos ocupados com os afazeres com o banquete do Rei.

Milo observou em sua volta e localizou, como Shaka havia sinalizado, o local onde a roupas sujas ficam aguardando serem lavadas, o guerreiro de Gonda então pegou um dos enormes cestos de palha e voltou ao corredor.

Uma vez lá, Milo retirou Camus do tapete, o colocou no cesto e espalhou alguns lençóis de linho cobrindo o ruivo, acomodou o cesto nas costas e voltou a andar como um ancião.

*-*-*-*-*

— Vocês, nobres guerreiros, foram escolhidos para lutar por Gonda, e ao meu lado encontrar toda a glória que um homem pode querer.  — Radamanthys falava para os homens no Grande Salão, não havia mais que trinta homens, mas todos que ali estavam eram campeões, pois venceram seus desafios nos jogos de Gonda.

Aldebaran e Aioria trocavam olhares nervosos analisando os homens presentes, dariam soldados valorosos, não havia como negar, um exército com aqueles homens daria muito trabalho para Gales.

Mas Aldebaran notou que muitos dos que ali estavam não tinham o brilho no olhar, o desejo de lutar e estavam tão surpresos quando eles por estarem sendo “convidados” a lutar por uma terra que não a deles, e quantos ali vinham de terras devastadas pelo tirano? —  Analisava, O Touro.

— Então meus caros, Gonda pode contar com a lealdade de vocês? — O Rei perguntou olhando para os homens a sua frente, quando Valentine entrou a passos largos e falou algo ao pé do ouvido do Rei, Aioria e Aldebaran ficaram tensos:

O sequestro do elfo havia sido descoberto.  

*-*-*-*-*-*

— O que está levando aí velho? –Um soldado perguntou a Milo quando este estava saindo do castelo pela ala dos empregados e escravos.

— Apenas roupa suja, valente soldado. — Respondeu Milo ainda curvado como um ancião, abrindo o cesto para que o soldado olhasse, Milo, atento, olhou em volta e analisou se conseguiria dar cabo da vida do soldado para evitar maiores problemas, contudo percebeu que mais acima havia outros soldados, não seria inteligente fazer nada naquele momento.

— E por que diabos está levando roupa suja uma hora dessas? Acaso está roubando o Rei? — Perguntou o rapaz.

Milo deu um coque no cocuruto do soldado ainda se fingindo de ancião. — Não seja mal criado garoto, eu tenho que levar essas roupas para as lavadeiras no rio, ou acha que elas deveriam trazer a água do rio para lavarem aqui no castelo? — Milo abriu o cesto mostrando as roupas ao soldado.

— Ah, velho maldito. — O soldado reclamou se afastando, Milo respirou aliviado e seguiu seu caminho até o seu cavalo.

Colocou alguns cestos preso ao animal e, como um velho ancião, pôs-se a caminhar devagar, puxando seu cavalo pelos arreios.

Caminhando devagar em meio às pessoas do povo, que estavam ali para tentar conseguir alguma sobra do Banquete Real, Milo se via a poucos metros dos portões do castelo quando ouviu soar uma trombeta, seu coração gelou.

— Fechem os portões! Fechem os portões — Alguém gritava.  

Milo notou que os soldados que estavam protegendo os portões acima da grande muralha prepararam seus arcos para usarem assim que necessário.

Quando se ouviu gritos em meio à multidão um cavalo saiu a galope puxando uma carroça em chamas.

Aquela foi a deixa para Milo.

Assim que as pessoas saíram da frente do cavalo os guardas do portão não o fecharam, pois um incêndio poderia ocorrer ali caso o animal ficasse preso nos limites do castelo.

Milo retirou Camus do cesto, se livrando do peso desnecessário de cima de seu cavalo, e com muita agilidade subiu no animal com o elfo enrolado nos lençóis em seus braços e fez seu cavalo sair em disparada em direção ao portão.

Por alguns instantes os soldados ficaram sem reação, até que novamente a trombeta soou os trazendo de volta a razão, contudo, assim que o soldado que estava próximo ao portão apontou sua flecha para o peito de Milo, foi alvejado por uma flecha que veio do lado de fora do castelo, o soldado foi ao chão, outras flechas voaram fazendo os soldados se dissiparem sem saber para que lado atirar, alguns soldados mais valentes correram para fechar os portões.

Milo, percebendo que os portões estavam se fechando, acelerou os passos do seu cavalo e se preparou para um salto.

A multidão acompanhou perplexa o cavaleiro pulando os portões sobre seu cavalo antes que fossem fechados.

*-*-*-*-*-*

Aldebaran e Aioria ficaram juntos aos demais Campeões atentos ao movimento, o Rei havia saído com seu soldado tão logo este lhe falou algo ao pé do ouvido.

...

Máscara da Morte estava junto com a multidão dentro do terreno do Castelo, fora ele quem colocara o fogo na carroça para ajudar na fuga de Milo. Até então tudo estava saindo conforme o planejado.

....

— MEU ELFO!!! ROUBARAM MEU ELFO!!! — Radamanthys bradou ensandecido, vendo os dois soldados mortos no quarto do elfo. 

— QUERO A CABEÇA DO MALDITO QUE FEZ ISSO!!! Neste momento um soldado entrou nos aposentos contando sobre a fuga do homem no cavalo.

— VOCÊS O DEIXARAM FUGIR? — Bradou novamente o Rei antes de congelar o mensageiro de nefasta notícia, assustando os homens que estavam presentes.

— Ele não deve estar longe, vamos homens. — Ordenou Valentine.

Com os olhos faiscando Radamanthys voltou ao Grande Salão onde “Seus Campeões” o aguardavam.

— Nobres Guerreiros, chegou a hora de mostrar seu valor, meu... meu escravo pessoal foi roubado, aquele que o trouxer de volta receberá mil moedas de ouro, e duas mil se trouxerem a cabeça do ladrão! — Propôs Radamanthys, com os olhos faiscando de ódio.

Todos ficaram em silêncio por um instante, até que alguns homens começaram a gritar vivas e brandir suas espadas em apoio ao Rei.

Aioria e Aldebaran imitaram o gesto dos soldados e junto com os demais correram para fora do Castelo e montaram em seus cavalos para empreitar no resgate do Escravo Real.

No mesmo instante, Valentine veio trazendo o cavalo do Rei com algumas dezenas de soldados, entre eles Máscara da Morte que retirou a roupa do soldado que matara a pouco e se disfarçou em meio ao grupo.

— Honra e Glória para aquele que trouxer meu escravo de volta! — Bradou Radamanthys aos soldados e todos saíram em disparada atrás do elfo e de seu raptor.

*-*-*-*-*

Milo saiu a toda velocidade com Camus em seus braços, passando pelo caminho que levava ao acampamento em que estiveram e seguindo para a floresta, percorreu  uma grande distância na floresta encontrando Mu e Shaka à frente, os elfos, que também estavam montados em cavalos, saíram em rápidos galopes acompanhando Milo, os três mantinham o rosto e os cabelos cobertos, isso foi bem frisado no plano:

Dificultar a identificação por parte do Rei e de seus soldados.

Shaka sentia que o perigo se aproximava e alertou o primo caçula. — Mu, é com você.

Com a agilidade dos elfos, Mu virou-se de costas sobre​ seu cavalo, que seguia em frente junto aos outros e jogou um feitiço, fazendo com que as folhas e as árvores se mexessem apagando o rastro deixado por eles.

Após se afastarem de Radamanthys e do domínio do medalhão, tanto Shaka quanto Mu voltaram sentir seus poderes de volta e o contato com a natureza só os deixavam mais fortes.

Após percorrerem mais alguns quilômetros pela floresta, entre galhos, pedras, subidas e descidas Shaka pediu: — Milo, pare! Preciso ver o Camus.

— Shaka, eles ainda estão atrás de nós, não estamos seguros. — Milo retrucou.

— É importante, Milo. — Shaka falou, e Milo obedeceu um tanto nervoso.

— Ele está adormecido, veja. — Tornou Milo, retirando o lençol do rosto do ruivo que ainda estava inconsciente.

— Milo, precisamos amarrar as mãos dele. — Shaka orientou descendo de seu cavalo e indo até o primo.

— Mas por quê? Você me disse que ele não me atacaria. — Milo lembrou as palavras do elfo.

Mas o que Milo não sabia é que Shaka precisava que Radamanthys visse que Camus estava ali contra a sua vontade, a vida de Hyoga dependia disso.

— Precaução, meu caro, precaução! — Shaka ajudou Milo a amarrar os braços de Camus rente ao corpo.

— Milo é necessário que você o leve atrás de você, protegendo suas costas.

— O quê? Acaso está sugerindo que o use como escudo? Não sou um covarde, Shaka. — Milo respondeu zangado.

— Não se trata de coragem, ou a falta dela, e sim de astúcia! Se Radamanthys, ou seus soldados virem que você está levando Camus na sua frente e contra a vontade dele, então não vão disparar flechas, porque precisam zelar pela integridade do Camus, porém se você o levar na frente, suas costas ficarão à mercê das flechadas dos soldados do Rei. — Explicou Shaka com seriedade.

— Shaka tem razão, Milo, sua vida nada vale para o tirano, mas ele não arriscaria a vida de Camus. — Mu interveio​ tentando convencer Milo.

— Não posso fazer isso, usar Camus como escudo... — Milo voltou a falar olhando o rosto do elfo adormecido em seus braços. — É inconcebível.

— Então é melhor devolvê-lo de uma vez por todas ao Rei, porque você vai ser atingido e vai morrer e o Camus será levado de volta para o tirano e novamente estará​ a sorte das perversões daquele monstro.

A ideia de que Camus voltasse para Radamanthys fez com que Milo seguisse as orientações de Shaka. — Vamos, vamos! Eles estão vindo!

— Shaka avisou, subindo em seu cavalo e saindo em disparada ao lado dos outros dois, mas antes trocou olhares com Mu que entendeu o recado e jogou um novo feitiço fazendo com que as folhas e árvores, que antes cobriam seus passos, abrirem para dar passagem a Radamanthys e seus soldados.

Era primordial que o Rei visse que Camus fora levado à força. Tomando o cuidado de manterem os rostos cobertos, os três voltaram a cavalgar a toda velocidade.

....

Radamanthys liderava o grupo de busca, só de pensar em perder Camus a fúria tomava conta do seu ser.

— Vamos, vamos, estamos quase alcançando o ladrão! A distância Radamanthys viu três cavaleiros que fugiam em disparada, ele conseguiu identificar Camus amarrado às costas de um deles. — MALDITOS!!!

....

Aldebaran, Aioria e Máscara da Morte conseguiram despistar os demais soldados e seguiram a travessia pelo rio, de lá continuariam para o local combinado.

— Acha que eles vão conseguir? — Aioria perguntou temeroso, só de pensar que seu Shaka estava correndo risco já fazia seu coração apertar. — Não devíamos ter concordado com esse plano.

— Tenha fé em Athena, Aioria, eles vão conseguir. — Respondeu Aldebaran que também sentia medo, mas não queria dar o braço a torcer.

— Você deixou nossas coisas do outro lado do rio? — Dessa vez o Touro perguntou ao outro colega.

— Sim, foi muita sorte o Milo ter achado aquele caminho de pedras sobre o rio, é como se fosse uma ponte natural, consegui passar com grande parte de nossos pertences, mas acho que devemos deixar o mais pesado para trás, vamos levar só as provisões. — Sugeriu Máscara da Morte.

— Concordo com você, vamos deixar o supérfluo para trás. — Falou Aioria e Aldebaran concordou também.

E assim eles fizeram, deixaram tudo que poderia atrasar a viagem.

Seguindo pelo lado oposto do rio os três amigos conseguiriam chegar ao seu destino muito mais rápido além de ter a segurança de não estarem sendo seguidos, uma vez que todos os soldados estavam na busca do elfo.

*-*-*-*-*-*

Sentindo a brisa fresca da floresta em seu rosto, e o seu corpo a balançar Camus não soube definir o que estava acontecendo em um primeiro momento, despertou confuso, estava preso? Amarrado?

— Mas, o quê...? — Tentou falar quando viu Mu e Shaka cavalgando ao seu lado, seu coração quase parou quando percebeu que era Milo quem guiava o cavalo no qual estava montado. — O que está acontecendo aqui? Eu exijo que me liberte!

— Camus! — Gritaram seus primos ao mesmo tempo. — Segure-se, Camus, estamos em fuga. — Avisou Shaka.

“Fuga? Eu não posso fugir, o Hyoga, será que ele se esqueceu do meu filho?” — Pensou Camus em desespero. — Shaka, eu não posso!

— Confie em mim, Camus, confie em mim. — Falou Shaka acelerando os trotes do cavalo, o Rei se aproximava.

— Ali, senhor! — Gritou um soldado apontando os três cavaleiros que ia mais à frente.

— Vamos, arqueiros! Preparem-se! — Gritou outro.

— Não, Meu elfo! Ele está lá, não quero feri-lo. — Radamanthys avisou antes que seus soldados atirassem flechas na direção de Camus.

— Veja! O raptor o está mantendo amarrado, canalha! — O soldado que havia acabado de abaixar o arco falou, para os soldados de Gonda, Camus era propriedade do Rei e ponto.

Sentindo o rosto esquentar de ódio, Radamanthys olhou para sua mão fazendo brotar uma energia envolta por uma luz branca e, mirando para um dos cavalos que acompanhavam o sequestrador de Camus, disparou seu ataque de gelo.

— AHHHHHHHH! — Mu, Cuidado! —  Shaka gritou e Mu conseguiu desviar seu cavalo, mas ambos os elfos ficaram surpresos, o Rei tinha seus próprios poderes agora?

— Me deixe voltar! Ele vai matar vocês! — Camus voltou a pedir em desespero.

— Não, Camus, não vai voltar aos domínios do tirano, eu não vou permitir. — Foi Milo quem falou desta vez.

— Mu! — Shaka gritou, e o jovem elfo balançou os dedos fazendo uma nuvem de folhas e galhos voarem atrapalhando a visão do Rei e de seus soldados dando algum tempo de dianteira para os fugitivos.

Milo e os elfos haviam tomado o caminho pela floresta, lado oposto ao rio que passava lá embaixo cercado por pedras e sumidouros que deixavam suas aguas naquele trecho muito perigosas.

O caminho que tomaram levava ao alto do penhasco mais de cinquenta metros do nível do rio.

Os três se olharam.

Havia uma pequena ponte feita de cipó e madeiras que dava o acesso ao outro lado do penhasco.

— Acha que a ponte aguenta os cavalos? — Milo perguntou tenso.

— Shaka vai primeiro, você e Camus em seguida, e eu irei por último. — Orientou o Mu.

Shaka concordou e seguiu com seu animal, com a destreza de sua espécie, o elfo conseguiu acalmar seu cavalo para que o animal passasse pela ponte com tranquilidade.

Todos estavam atentos aos passos do Rei e seus soldados, uma vez que eles não estavam muito longe.

Assim que Shaka chegou do outro lado da margem, Mu ordenou. — Vá, Milo, sua vez.

— Pequeno, vá à frente, Aldebaran vai me matar se algo acontecer com você. — Milo pediu.

— Isso é loucura, nenhum de vocês tem que correr esse risco! Soltem-me! — Gritou Camus do cavalo.

Mu e Milo olharam para o elfo de cabelos de fogo, e Mu voltou a falar. — Vá, Milo! Vá! Temos pouco tempo.

Milo assentiu e apeou do cavalo o levando pelo arreio.

— Senhor Camus, aconselho a não se mexer muito ou então cairemos dessa ponte e seu amigo Mu não vai poder atravessar. — Pediu Milo, tentando gracejar naquela situação. — Tente não olhar para baixo, OK? — Milo falou ternamente.

Camus olhou preocupado para seu amado, mas nada respondeu, o cavalo relinchou assustado.

– Shhhhh meu amigo, confie em mim a gente vai passar por essa ponte, vamos conseguir sim! E cuidado você está levando algo muito valioso pra mim. Milo seguiu o mais rápido que pôde pela frágil ponte, tomando cuidado com Camus e com seu cavalo, assim que ele chegou ao outro lado, Shaka gritou.

— Venha Mu, depressa. Mu seguiu em seu cavalo, todos estavam apreensivos olhando para o elfo mais novo, Camus aproveitou esse momento de distração para descer do cavalo ainda com as mãos amarradas.

Mu já estava alcançando o lado oposto quando os soldados de Radamanthys despontaram no penhasco.

— Vamos, Mu! Rápido! — Gritou Shaka.

O elfo acelerou a corrida fazendo seu cavalo saltar alcançando terra firme, Milo e Shaka comemoraram.

— Conseguimos! Conseguimos Camus, você logo estará liv... Camus? — Milo chamou sentindo a falta do elfo, Shaka e Mu olharam para o cavalo de Milo e depois para a ponte, assim que Mu alcançou terra firme em segurança, Camus correu para a ponte e já estava no meio dela para a alegria de Radamanthys que o aguardava do outro lado.

— Camus, não! — Sussurrou Shaka sem acreditar.

— Ah! Merda! — Milo xingou. Neste momento Máscara da Morte saiu da mata atrás dos três com uma corda em mãos seguido por Aioria e Aldebaran. 

O mais velho, que estava à espreita observando os três atravessarem a ponte e viu quando Camus tentou fugir, veio com um laço nas mãos e conseguiu laçar o elfo que gritou.

- Não! Deixe-me ir! Me Solte!!! — Camus gritou ao sentir que as cordas alcançavam seu corpo.

— MALDITO! — Gritou Radamanthys. — Que fez menção de avançar sobre a ponte, ágil Aldebaran pegou sua espada e cortou as cordas que prendiam a ponte fazendo a mesma despencar daquele lado, Milo ajudou Máscara da Morte a segurar Camus e o puxar de volta.

— Que bom que já estão aqui. — Mu falou quando viu os rapazes chegando.

— Graças ao caminho que Milo descobriu pelo rio, aquela passagem foi providencial. — Comentou Aioria.

— Cuidado! — Gritou Shaka quando viu as flechas sendo atiradas na direção deles.

— Merda! — Gritaram Milo e Máscara da Morte, eles puxaram Camus para cima de uma vez.

— AHHHHH!

Ouviram o grito quando olharam na direção viram Máscara da Morte caindo com uma flecha presa em seu ombro.

— Droga!  — Aldebaran gritou indo ao auxílio de seu amigo.

Como se visse os movimentos em câmera lenta, Shaka assistiu uma nova saraivada de flechas vindo em direção ao seu grupo.

— MUUUUUU, PROTEJA-NOS! 

 Assim que ouviu a ordem do elfo mais velho os olhos de Mu brilharam e uma forte energia saiu de suas mãos tocando o chão e fazendo uma parede invisível de energia se erguer a tempo de evitar que as flechas atravessassem.

Os guerreiros mortais ficaram boquiabertos por alguns instantes confusos.

— Máscara, você está bem? — Perguntou Aldebaran quando se recuperou da surpresa do recente acontecido.

O amigo confirmou, mas logo perdeu os sentidos.

— Por Atena! Máscara, fale conosco. — Pediu Aioria se aproximando e deixando Camus aos cuidados de Milo.

— Ele está apenas desmaiado, vamos encontrar um lugar seguro e eu cuidarei dele. — Avisou Shaka subindo em seu cavalo e fazendo sinal para que levassem o ferido para que fosse consigo em seu cavalo.

— Shaka!

— Não se preocupe Aioira, precisamos sair o quanto antes, logo tudo será explicado, mas antes precisamos sair daqui. — Aioria concordou e ajudou Aldebaran a levar o amigo ferido até Shaka.

— Shaka tem razão, vamos embora temos que aproveitar essa vantagem sobre o tirano. — Falou Milo olhando feio para Camus.

— Me Solte, preciso voltar! Você não entende, mas eu preciso. — Camus pediu a Milo, que olhando nos olhos rubros sentia o peito doer pela rejeição explícita do ruivo por quem se encantara.

— Sinto muito, elfo, mas não posso permitir que continue a ajudar Radamanthys em sua tirania, você vem comigo. — Dito isso, Milo voltou a prender o ruivo no lombo de seu cavalo e saiu em disparado, acompanhado por seus amigos que também ignoraram os protestos de Camus.

— Vamos, Mu. — Pediu Shaka e logo o elfo menor subiu em seu cavalo, sua parede de proteção não duraria muito.

Radamanthys era só ódio por dentro.

 “Quem são esses bandidos? Como souberam do meu elfo?”, o Rei não conseguiu identificar os seus ex-escravos, pois os mesmos ainda estavam com os rostos cobertos. — Elfo? Os elfos vieram resgatar Camus. — Concluiu o Rei ao ver a grande parede de energia sendo formada em sua frente.

— Camus voltará para mim. — Decretou o Rei. — Valentine, você sabe o que fazer me traga a criança.

Radamanthys ordenou para que seus soldados continuassem a procurar o elfo e seus sequestradores.

— Eu vou ter o meu elfo de volta! — Bradou o Rei em fúria. – Tragam-me todos os elfos, eu quero TODOS!!  

*-*-*-*-*

Issak observava Hyoga brincando com Seiya e Shiryu em frente da pequena cabana, enquanto Natassia preparava o almoço das crianças.

— Hyoga deixa de ser chato, são só formigas. — Seiya pedia ao amiguinho que estava triste, pois ele havia colocado água em um formigueiro que encontraram no caminho.

— Não são só formigas, Seiya, são seres vivos e estão sofrendo por causa de sua maldade! — Tornou Hyoga triste com os bracinhos cruzados olhando triste para o amigo.

Seiya girou os olhos e Shiryu interveio em seu auxílio.

— Hyoga foi um acidente. Mas o Seiya promete que não faz mais, certo Seiya?

— Não foi um acidente, Shiryu, ele fez de propósito que eu sei. — Respondeu Hyoga.

— Eu sei, mas ele ainda é pequeno e a gente tem que ensinar as coisas. — Pediu novamente Shiryu, que era um pouco mais velho que Seiya e Hyoga.

— Eu sou mais velho que o Hyoga, sou maior que ele! — Questionou Seiya infantilmente Issak sorria na inocência daquelas crianças, Seiya ao contrário de Hyoga não podia sentir o sofrimento das formigas e não fez aquilo por maldade, seu coraçãozinho era puro.

Disso Issak tinha certeza.

O elfo levantou-se na árvore observando a mudança do vento e falou: — O vento mudou, há um aviso nele. Olhou preocupado para as crianças que brincavam próximo a ele.

Dias sombrios se aproximavam.

*-*-*-*-*-*-*-*

Os guerreiros de Gale cavalgaram por quase todo o dia, agora não mais pela floresta, o que se via era uma imensidão de verde num terreno acidentado, com poucas arvores e muitas pedras.

Shaka era um elfo da vida, e como tal conseguiu manter o ferimento de Máscara estancado até que tivessem enfim tempo para descansar.

Uma grande montanha se aproximava deles a cada galope dos cavalos. — Vamos ter que subir por essa montanha? — Aldebaran perguntou olhando para o local com apreensão.

— Esta é a montanha de Okolnir, todos vão pensar que subimos, mas nós iremos por dentro, há uma mina antiga feita por anões, sei que está abandonada há séculos, uma vez que não havia mais riquezas nas pedras para serem exploradas. Que o Divino nos abençoe, para que consigamos atravessar em segurança. — Respondeu Shaka indo à frente e sendo seguido pelos demais.

....

Quando chegaram a entrada da mina, Aioria ajudou Shaka a acomodar Máscara sob um lençol de linho, o rapaz sentia frio e tiritava.

— Ele está com febre, não temos recursos para salvá-lo aqui. — Comentou Aioria nervoso pela impotência do momento.

— Não se preocupe Aioria, salvarei seu amigo. — Respondeu Shaka tranquilo colocando a palma da mão a uns poucos centímetros do ferimento.

Foi quando seus olhos começaram a brilhar e de sua mão uma luz amarela saía gradativamente, fazendo o ferimento do rapaz ao chão cicatrizar.

Aioria arregalou os olhos surpreso, não havia dúvidas estava diante de um elfo, assim como Camus e Mu.

....

Aldebaran e Mu retiravam algumas coisas dos cavalos para fazer uma fogueira e preparar algo para comerem. O gladiador estava em silencio, não havia passado despercebido que seu pequeno e frágil protegido, era na verdade um elfo. E um elfo muito poderoso pelo que virá naquela manhã.

Mu também estava em silencio aguardaria o momento certo para conversar com Aldebaran.

Quando Milo tirou Camus do cavalo, o elfo o empurrou Milo de surpresa o fazendo ir ao chão. — Solte-me! Eu preciso voltar imediatamente!

Cansado da indiferença e ingratidão de Camus, Milo se levantou com os olhos soltando faíscas, e segurando firme nos braços do elfo, falou ameaçador. — Estou tentando te tratar bem elfo, mas se você preferir posso colocar uma coleira em seu pescoço e o arrastar por aí como um animal.

Olhando magoado para Milo, Camus continuou. — Você não entende, preciso voltar, eu preciso!

— Por que diabos quer voltar para um lugar onde é tratado como um animal? Por que insiste em ficar ao lado do tirano? — Milo voltou a perguntar chamando a atenção dos amigos para a discursão que se seguia ali.

— PORQUE ELE VAI MATAR MEU FILHO SE EU NÃO VOLTAR! — Gritou Camus se rendendo ao desespero.

— Camus! — Shaka se aproximou e o ruivo o olhou com raiva.

— Shaka pedi a você, eu pedi tanto para ir para longe... para salvar o meu menino! — Camus falou em meio a dor e a angústia deixando  lágrimas caírem lavando seu rosto.

Milo virou o rosto, não podia ver isso, não conseguiria lidar com o sofrimento do elfo, sofria com o sofrimento do outro.

— Camus... você estava morrendo...  não pude ignorar isso. — Começou Shaka que logo foi cortado pelo ruivo.

— Não importa o que aconteça comigo! Minha vida nada vale é só no meu filho que eu penso, por favor, me deixem voltar! — Camus se ajoelhou diante de Milo em súplica.

— Meu filho só tem cinco anos mortais, ele é extremamente novo para um elfo, é uma criatura pura.

Milo sentia a dor daquele elfo como se fosse a sua, não havia dúvidas em seu coração de que amava aquele ser. Um amor platônico, um amor que provavelmente nunca chegaria a concretizar-se... mas não importava, para Milo a única coisa que importava era a felicidade de Camus.

Ajoelhando em frente ao ruivo, Milo pegou as mãos do elfo e secando as lágrimas que escorriam sem trégua, falou firme. — Vou trazer seu filho de volta para você, Camus. Não vou deixar que aquele monstro toque em um só fio dos cabelos do seu menino.

Camus olhou para Milo com ternura, ergueu a mão querendo tocar em seu rosto.

De certa forma com Milo ali próximo Camus chegava a se sentir protegido, mas recuou a mão abaixando os olhos.

Em élfico Shaka começou a explicar para o primo.

“Camus, o medalhão de Radamanthys nublava minha mente, não me deixava enxergar muito além, ele estava sugando nossa energia”.  — Shaka começou.

“Eu sei, assim que vocês saíram o medalhão começou a sugar toda a minha energia, de uma forma que eu nunca havia visto antes, achei que fosse morrer.  Shaka, o medalhão é apenas a chave do mal maior, apenas a chave!” — Camus revelou fazendo seu primo ficar tenso com aquela informação.

— Eu preciso voltar, Shaka, pelo Hyoga,  preciso voltar! — Pediu Camus implorando na língua que Milo entenderia.

— Camus, vou achar o Hyoga, você deve seguir com os outros para Vila Rosalie, para que possa ficar em segurança. — Falou Shaka firme.

Mu, que até então somente observava tudo, colocou as mãos nos ombros de Camus lhe transmitindo segurança

— Shaka, se pode ver onde está o Hyoga me leve até ele, vou com você. — Pediu Camus, se levantando e pegando nas mãos do primo.

— Não, Camus, há um exército atrás de você, não chegaríamos muito longe! E se Radamanthys nos pegar novamente tudo estará perdido, para nós e para seu filho. — Voltou a explicar Shaka. — Eu sairei agora mesmo.

— Não vou deixar que você vá a lugar algum sem mim, Shaka. — Falou Aioria se postando ao lado do amado. — Irei com você!

— Eu também vou! Camus, eu te fiz uma promessa e vou cumpri-la, trarei seu filho de volta para você! — Declarou Milo firme.

— E nós iremos para Vila Rosalie, e esperaremos lá em segurança. — Informou Mu.

....

Reunidos em volta da fogueira, Mu e Shaka contaram aos guerreiros de Gale que eram elfos do Reino do Norte, e tudo que havia acontecido desde que foram para o Egito, todos estavam espantados.

— Mas Radamanthys nunca desconfiou que vocês dois também eram elfos? — Aldebaran questionou.

— Não, eu e Mu havíamos deixado Camus só com Hyoga quando fomos à cidade do Egito, quando voltamos já o encontramos preso e a criança não estava mais lá, isso foi há dois anos. — Shaka explanou por alto.

— Agora com licença, eu preciso me concentrar para saber em que direção devo seguir para encontrar a criança. — Tornou Shaka se levantando e indo até a entrada da mina para meditar.

Camus estava sentando encolhido próximo a uma pedra, ainda trajava as vestes que Radamanthys havia ordenado, um tecido fino lhe cobria o peito ornado com joias e uma túnica curta, que deixava suas pernas à mostra. Sexy, absurdamente sexy aos olhos de Milo, mas a expressão triste do elfo impedia que o loiro tivesse qualquer pensando inconveniente.

Sentando próximo a Camus, Milo estendeu a mão com uma cuia de caldo de batatas. — Tome, Camus, não sei o que os elfos comem, mas acho que não há problemas com legumes, não é?

Camus olhou Milo nos olhos, e o loiro assistiu à cena dele aos beijos com o ruivo, uma emoção intensa invadiu seu coração.

— Devo estar ficando maluco! Mas aqui em meu peito tenho a certeza de que já nos vimos antes, não pense mal de mim, mas chego a sentir o gosto da sua boca.

Camus abaixou a cabeça, e colocando a cuia de lado voltou a abraçar as pernas, tentando não mais olhar para Milo. Novamente estava colocando a vida de Milo em perigo, novamente traria o mal para Milo e para todos a sua volta.

“Sou de fato um amaldiçoado” — Pensou Camus.

— Ei desculpe, desculpe, não quis te constranger, não falei por mal. — Milo pediu ao ver o ruivo se retrair.

Camus nada respondeu, apenas continuou olhando para baixo abraçado às pernas. — Vou te deixar em paz, apenas coma. Alimente-se, Camus, vai precisar estar forte quando seu filho voltar. — Aconselhou Milo se levantando e saindo de perto do ruivo que o acompanhou com o olhar.

....

Era quase manhã quando Shaka voltou dizendo que sabia para que lado seguir.

Então Aioria e Milo arrumaram algumas poucas coisas para a viagem, Shaka e Aioria usariam um só cavalo, e Milo montou no outro.

Todos estamos acordados, Máscara já não tinha febre e seu ferimento estava quase curado por completo.

Shaka aproximou-se de Camus, pegou em suas mãos e olhou em seus olhos. — Meu primo, prometo que voltarei com nosso pequeno.

Milo, de cima de seu cavalo, olhou para Camus e este retribuiu o olhar.

O clima entre eles era intenso e cheio de emoções contidas, palavras não ditas e um inegável amor, Milo tentou lutar contra a vontade de ir até Camus e beijar sua boca, mas depois da troca de olhares, um calor engrandeceu-se no peito do loiro e ele não podendo mais negar a si mesmo, mandou a razão às favas, apeou do cavalo foi ao encontro de Camus, e, sem dizer uma palavra sequer tomou sua boca num beijo apaixonado, saudoso, luxuriante.

Camus não teve forças para resistir, nem para negar o estava sentindo naquele momento, então se entregou àquele beijo sentindo seu coração engrandecer dentro de seu peito, aquecido, em chamas.

Mu sorriu tímido pra Shaka que piscou de volta e subiu no cavalo onde estava Aioria, o elfo iria na frente guiando o cavalo.

Quando Milo findou o beijo por necessidade de ar olhou para o belo rosto de Camus e falou: — Eu vou trazer seu filho de volta pra você.

Camus não respondeu, somente manteve os olhos cravados em Milo.

O loiro montou em seu cavalo e saiu seguindo Shaka e Aioria.

Camus ficou em pé olhando os três tomarem distância, seu peito doía, uma dor jamais sentida antes, cada batida do coração era dolorido, angustiante, quando finalmente os três sumiram das vistas de Camus este gritou.

O elfo caiu de joelhos aos prantos.

Mu entendeu que aquela não era uma dor física e sim uma dor da alma, uma dor de desespero.

Aldebaran e Máscara da Morte trocaram olhares nervosos sem saber o que se passava com o elfo de cabelos de fogo quando Mu foi ao auxílio do primo.

— Camus, eles vão conseguir! Tenha fé no Divino. Não perca as esperanças, meu primo.

— Mu se algo acontecer a eles, não vou aguentar, não vou aguentar... não vou... — Camus sentia no peito a angústia e o medo de perder quase todos que amava, de uma única vez.

— Venha, Camus, vamos pra Vila Rosalie, temos que seguir conforme o planejado, Shaka estudou tudo isso por muito tempo, temos que ir seria um desserviço seremos capturados pelo tirano agora. — Dizendo isso Mu ergueu Camus do chão e pôs-se a caminhar com o primo para dentro dá mina.

Aldebaran dispensou os cavalos. — Vão, meus amigos, minas não são um lugar para cavalos! Assim que os cavalos saíram Aldebaran usando sua força e inteligência fez rolar uma pedra tampando a entrada da mina.

Pegou grande parte dos mantimentos embrulhados em um pequeno cesto a suas costas e segurando uma tocha que iluminava o caminho pôs-se a andar ao lado de Máscara da Morte seguindo Mu e o elfo Camus.

Iriam para Vila Rosalie, a casa dos elfos, já havia ouvido falar, mas nunca pensou que um dia colocaria seus pés num povoado élfico.


Notas Finais


Ufa! Essa foi minha tentativa de escrever umas cena de ação, uma cena de fuga. Espero ter conseguido passar toda a emoção que imaginei quando escrevia esse capitulo.

Caramba, E Agora? (ops essa é outra fic) XD

Mas será que Milo vai conseguir salvar o filho antes dos soldados de Radamanthys chegarem?

Será que Camus vai conseguir chegar em Vila Rosalie?

Cadê a Hilda? Cadê o Crystal? Cadê todo mundo??? Será que essa turma vai voltar?

Não percam os próximos capítulos

Gostaria muito de saber o que você achou, por favor não seja tímida (o) comente!

Beijooooooooooooooooooooooooo


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