História Além do Tempo (Percabeth) - Espera por mim. (Século XIX)

Annabeth

— Seus avós estão vivos! — Fala minha mãe depois de um longo abraço que tivemos.

— Meu avós? Quais?

— Seus avós paternos! Eles são tão bondosos, eu nunca deixei de visita-los. — ela fala segurando minhas mãos.

— Não acredito! Eu sempre quis ter avós! — falo animada — Pensei que talvez seus pais tinham mamado… você sabe.

— Eles mandaram, mas eu dei um jeito de esconder eles dentro de uma floresta que é um pouco longe do reino. Eles sempre me perguntaram sobre seu pai e sobre você. Tenho certeza que eles vão amar saber que a neta está viva.

— Quando vou poder vê-los? — eu pergunto ansiosa.

— Assim que partirmos. Isso é… se você quiser ir comigo.

— Claro! Quero conhecer meus avós. Quando partiremos?

— Annabeth, filha… você é a única herdeira que eu tenho. A única herdeira do trono da Suíça, voltar para casa não será apenas uma forma de rever seus avós, você será coroada princesa e futuramente, rainha. É isso mesmo que você quer?

Penso um pouco. Talvez seja tudo que eu preciso. Se o problema entre mim e o Percy era a diferença social, isso seria encerrado ali. Mas eu não queria deixar minhas amigas para trás.

— Com um condição. — eu falo — Se Piper, Silena e a mãe delas forem conosco. Elas sempre estiveram comigo, e a mãe delas foi como uma mãe para mim. Não posso abandona-las.

— Vou falar com o rei e a rainha. Garanto que vou tentar. — ela fala com um sorriso e eu a abraço novamente — Agora eu preciso ir, vamos partir amanhã mesmo, isso significa que eu tenho que falar o quanto antes com eles.

— Tudo Bem. Eu vou falar com as meninas.

Minha mãe sai do quarto e eu fico alguns minutos pensando em como a vida pode mudar do dia para a noite. Depois eu vou até a porta para sair a procura de minhas amigas e encontro Piper no corredor.

— Piper! — eu a chamo — Venha aqui! — eu peço me referindo ao quarto.

— Já estou indo. — ela vai até o quarto e fecha a porta — Já está melhor?

— Sim, estou bem melhor. — eu respondo.

— O que quer me contar? — ela pergunta.

Rapidamente eu conto tudo para ela. Eu nunca precisei esconder nada dela, eu sempre fui mais próxima da Piper do que de qualquer outra pessoa, até mesmo de Silena. Piper tinha a mesma idade que eu, então nos entendíamos melhor. Após contar tudo Piper estava com os olhos arregalados e a boca aberta.

— Como disse?! — Piper pergunta com um grito de alegria — Annabeth! Nossa… como a vida é engraçada, você era só uma criada e então descobre que é a única herdeira do trono da Suíça.

— Eu fiquei da mesma forma! Piper, eu tenho uma mãe e ela me disse que meus avós paternos também estão na Suíça!.

— Annabeth… seus avós… é verdade. — Piper se aproxima com um sorriso para me dar um abraço — Parabéns!.

— Obrigada Piper!

Ficamos abraçadas durante um tempo, até que alguém bateu na porta do quarto. Eu dei a permissão para que entrasse, e lá estava ele… o príncipe mais lindo que eu já havia visto. Ele estava em pé na porta olhando diretamente para mim.

— Perdão por estar atrapalhando… eu posso voltar depois… — ele fala um pouco envergonhado.

— Não! Está tudo bem alteza. Eu já estava de saída. — mente Piper.

Ela me dá um último abraço e sai do quarto, me deixando sozinha com Percy. Ele se aproxima e pergunta:

— Quer dar uma volta?

E eu respondo meio hesitante:

— Claro.

Ele estende o braço e eu agarro. Com os braços entrelaçados nós andamos pelo Castelo até chegar naquele lugar, o nosso lugar. Eu acabo com um sorriso bobo que parece chamar sua atenção.

— Pelo menos você está sorrindo. — ele fala soltando meu braço e acariciando minha bochecha — Eu estava tão preocupado. Queria te consolar, mas sempre tinha alguém com você.

— Você está aqui agora, e é isso que importa. Eu preciso lhe contar uma coisa. — eu informo.

— Sou todo ouvidos para você. — ela fala com aquele sorriso encantador no rosto.

— Eu perdi meu pai e ganhei minha mãe. — revelo.

— Sua mãe? Como descobriu isso? — ele pergunta parecendo impressionado.

— Por que ela me contou.

— Quem é "ela", Annabeth? — ele pergunta e eu desvio o olhar.

— A rainha Athena. — eu respondo com a cabeça baixa.

Ele não fala nada, mas ainda posso sentir seu olhar sobre mim. Eu olho para seu rosto e lá está ele, sem uma expressão no rosto.

— Fale alguma coisa Percy. — eu peço preocupada com sua reação.

— Sabe o que isso significa? Você é uma princesa! — ele fala sorridente e me abraça bem forte me girando no ar.

— Assim você vai acabar me machucando! — falo sorrindo.

— Perdão. — ele fala e me coloca no chão, mas sem me soltar — Assim não tem como impedir a gente. Podemos viver "felizes para sempre" no nosso conto de fadas.

Eu só respondo ao seu comentário com um sorriso enorme no rosto. Por mais que eu achasse que tudo estava parecendo fácil demais, eu ainda não podia conter a felicidade do momento. Depois de alguns instantes ele me beija carinhosamente.

— Acha que vai ser tudo tão fácil? — eu pergunto.

— Se não for eu dou um jeito. — ele responde — Parabéns pela sua mãe.

— Obrigada. Ela disse que meus avós paternos também estão vivos! — eu falo animada.

— Espera um instante… como ela pode ser sua mãe? O seu pai não era o rei da Suíça.

Nos sentamos na beira do lago e explico tudo a ele. Desde o romance da minha mãe com meu pai até a morte dos reis da Suíça. Ele não me interrompe em momento algum, ficou apenas observando.

— Quando você vai para a Suíça? — ele pergunta não parecendo muito feliz.

— Amanhã minha mãe já estará partindo e eu vou junto à ela. — respondo — Por que esse rostinho triste?

— Me promete uma coisa? — ele pede olhando para mim.

— Claro. O que quiser.

— Vai ter que esperar por mim. Nada de conhecer demais um homem. Não quero que você me troque por outro… — ele fala e eu rio — Não é para rir! Eu estou falando sério.

— Confie em mim. — seguro seu rosto com as mãos — Nem mesmo que eu quisesse, algo assim aconteceria. Meu coração nunca iria permitir. Você é o o único homem que eu quero.

Ele abre um sorriso vitorioso e me beija. Só que dessa vez o beijo é mais intenso. Ele coloca uma de suas mãos nas minhas costas e me deita devagar na grama. Eu estava apreensiva, mas o desejo falava mais alto. Minha mente dizia: "Não faça isso!"; mas meu corpo me traía.

Tudo estava acontecendo em uma paz irreconhecível, isso não duraria tanto tempo. Escutou-se um barulho ao longe. Era o sino que anunciava uma invasão. Há tempos isso não acontecia no nosso reino. Olhei para Percy e ele estava com o rosto preocupado. Ele se levantou, segurou minha mão e saímos correndo dali. Até chegarmos no Castelo e nos depararmos com a terrível cena.