POV Hyunwoo
Consigo ouvir claramente sua respiração ofegante, o modo cansado como tentava falar comigo, seu rosto vermelho, seu corpo suado. Eu consigo sentir claramente todas as sensações que estava sentindo aquela noite.
— A nova data já está confirmada, e os convites já foram enviados. — minha secretaria anuncia na sala de reuniões. — O jantar de noivado será nesse final de semana, assim como o senhor queria.
— Não era como eu queria. — digo de repente.
— Creio que ela não esteja falando com você. — meu pai me interrompe. — Além do mais seu direito de escolha terminou quando resolveu atacar aquela menina e deixar as coisas chegarem a esse ponto.
— Eu deixei as coisas chegarem a esse ponto? — pergunto irônico. — Tudo bem pai, eu não vou discutir, eu já disse que cumprirei minha parte no acordo.
Mas mesmo com todas essas coisas boas acontecendo entre o Minhyuk e eu, ainda há esse problema chamado Kim Naeun. — Eu definitivamente não sei o que fazer quanto a ela. Antes dessa gravidez eu até poderia dar um jeito de afastá-la de mim, mas e agora? Eu não posso fazer ela simplesmente desaparecer, é de um bebê que estamos falando, é um filho meu que ela carrega.
— Agora saia. — meu pai fala de forma grosseira com a secretaria.
— Sim senhor. — ela se curva formalmente, me encara e sai da sala de reuniões.
Meu pai vem andando até mim, desfaz o nó da gravata e simplesmente estapeia meu rosto.
— Pai! — tento não gritar. — Para! O que o senhor está fazendo?
Ele continua a me bater, até que finalmente me empurra no chão.
— Você acha que eu estou brincando aqui, não é? Acha que o que eu estou fazendo com você é crueldade?
— Pai...
— Você decidiu assim Hyunwoo, foi você que escolheu esse caminho nessa atitude besta de achar que seu irmão merece ser protegido depois de tudo o que ele fez! — meu pai se esforça para não aumentar o tom de voz.
— Eu já pedi para o senhor não falar assim do Hoseok. — tento levantar, mas ele me força a ficar no chão.
— Ele é tanto meu filho quanto você, e mesmo ele sendo um assassino eu...
— Eu já mandei parar de falar assim do Hoseok! — finalmente grito.
Recebo um novo tapa no rosto, porém dessa vez me levanto e o encaro. — Eu sou maior que o meu pai, mas de toda forma, meu respeito por ele o faz parecer infinitamente maior que eu.
— Eu já falei, eu vou aguentar toda a pancada que me der todo o grito que tiver que dar todas as ofensas, e pedidos absurdos, mas você nunca vai tocar no Hoseok, você nunca irá maltratar meu irmão ou obriga-lo a fazer qualquer coisa. Ele não é culpado pela morte da sua esposa, da minha mãe, ele era uma criança. — finalmente o encaro.
— Está colocando suas asas para fora? Se rebelando contra mim?
— Eu jamais me voltaria contra o senhor, eu apenas estou zelando pela saúde mental do meu irmão, e mesmo você sendo o pai dele, não tem o direito de maltrata-lo dessa forma. — afirmo. — Eu já aceitei me casar com a Naeun no lugar do Hoseok, então, por favor, deixe-o em paz.
Ele bufa e abre um sorriso de canto de boca.
— Você realmente mudou de uns tempos para cá. — ele diz. — Tem se aproximado mais do seu irmão, tem sido mais compreensível com as coisas. Pelo visto esse casamento com a Kim Naeun não esta te fazendo tão mal assim.
Meus pelos arrepiam.
— Se o senhor terminou. — digo encarando a porta.
— Vá. — sua voz soa grave. — E tente não causar mais besteiras do que já vem causando.
Saio da sala de reuniões e dou de cara com um grupo de curiosos que a me ver se afastam como se nada tivesse acontecido.
Chego a minha sala e já encontro minha secretaria parada em frente à mesa.
— Sem perguntas? — ela sorri.
— Sem perguntas. — passo por ela e sento em minha cadeira. — Você conseguiu encontrar a loja que te pedi?
— Sim. — seu enorme sorriso me assusta um pouco.
Minha secretaria me mostra uma pequena caixa de veludo.
— É o mesmo que encomendei? — pergunto.
— Exatamente o mesmo. — ela confirma. — Eu fico tão feliz que o senhor...
— Certo, certo Sun Hee, já chega.
— Oh! Me chamou pelo nome. — ela exclama surpresa.
— Não posso?
Ela sorri envergonhada novamente. — Sun Hee é minha secretaria desde que comecei a trabalhar nessa empresa, ela também é minha melhor amiga de infância, passamos por muitas coisas juntos, e ela é a única pessoa, fora os amigos do Minhyuk, Hoseok e sua sombra, que sabe do meu envolvimento intimo com o Minhyuk. Ela tem sido de grande apoio para mim aqui, e tem me ajudado bastante em relação ao Hoseok. Ela está noiva, assim como eu, mas diferente de mim, ela ama de verdade seu companheiro.
— Eu ainda estou um pouco preocupada por causa da Naeun. — ela confessa. — Ela nunca foi um anjo, mesmo na época da escola, se ela descobrir sobre o Minhyuk...
— Isso não irá acontecer. — afirmo. — Tudo o que eu preciso é dar um jeito de segurar as coisas até essa criança nascer.
— Você não acha que isso é muito injusto com o...
— Não preciso de outra pessoa me dando sermão. — a interrompo em tom agressivo. — Já me basta o Hoseok que resolveu ficar contra mim.
A porta de repente abre bruscamente. — Falando no diabo. — Kim Naeun entra na sala.
— Educação deu bom dia. — resmungo.
— Bom dia para ela também. — ela joga a bolsa em cima da mesa e encara minha secretaria. — Sai.
— Naeun. — a repreendo.
— Saia. — ela insiste.
— Está tudo bem. — Sun Hee diz pegando a caixa novamente.
— Espera.
Naeun pega a caixa da mão de minha secretaria, e faz um sinal para que ela saia. Sun Hee me encara e peço para que nos deixe a sós.
— É isso que pretende me dar no jantar de noivado? — ela debocha. — Isso é o que um símbolo musical?
— Uma clave de sol. — digo puxando de sua mão. — E não, não é para você, é um presente que ganhei.
— Isso é presente que se de? É horrível, jogue isso fora. — ela se senta na cadeira.
— O que quer Naeun?
Ela me encara como estivesse procurando a resposta de minha pergunta em meus olhos.
— Da última vez que nos vimos você me deixou sozinha. — ela reclama. — Tive medo que fosse desaparecer e me largar nessas condições.
— Por mais que eu tenha todos os motivos para fazer isso, eu não sou um canalha como todos pensam, eu vou arcar com minha responsabilidade.
Ela sorri e se levanta.
— O que foi?
— Você é patético. — ela debocha. — Fazendo tudo isso pelo seu irmão retardado e mesmo assim continua ganhando o desprezo dele.
— Não preciso que se meta em meus assuntos pessoais.
— Ficou sentido por eu ter tocado no nome do...
— Já chega. — a interrompo. — Daqui pra frente eu só quero que se dirija a mim com assuntos referentes a essa criança, fora isso, não tem necessidade de vir me ver sempre.
— Eu poderia fazer da sua vida um inferno Hyunwoo, desaparecendo no mundo com esse seu filho.
Desaparecer no mundo? Isso não resolveria meus problemas com o Minhyuk? — Não, pare de pensar nessas coisas. Eu gosto do Minhyuk, mas ela está carregando um filho meu, não posso simplesmente abandona-lo dessa forma.
— Você não ousaria fazer isso.
— Não me provoque. — ela me encara.
Visto meu blazer novamente, pego a caixinha e caminho em direção à porta.
— É assim? Vai simplesmente se virar e me deixar aqui?
— Eu tenho um encontro importante agora, com alguém que vale muito mais a pena do que você. — sorrio para ela e saio da sala.
Vejo Sun Hee sentada em sua mesa.
— A reserva já está pronta. — ela avisa.
Balanço a cabeça em confirmação.
— Coloque alguém para ficar de olho nela. — encaro minha porta. — Tenho medo que ela possa fazer alguma besteira.
— Sim senhor.
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POV Minhyuk
— Eu estou falando sério! — Kihyun corre atrás de mim. — A nossa apresentação vai ser a melhor que esse campus já viu.
— Mas eu nem concordei em participar. — falo. — Eu disse que pensaria no caso, fora que sabe que preciso arrumar um emprego de meio período, não tenho tempo para ficar ensaiando.
Os exames de meio período já estão se aproximando. Toda a universidade se junta nesse projeto para fazer um grande show beneficente, cada um se apresentando naquilo que é bom. Temos de tudo, desde apresentações de dança a amostra artística, como desenhos e esculturas.
— Você sabe que eu quero muito isso. — ele insiste.
— Mas é você o cantor daqui, não eu. — digo um pouco desconfortável. — Eu gosto de cantar, mas convenhamos você é realmente o cantor daqui.
Kihyun sorri bagunçando os cabelos.
— Mas eu não quero fazer isso sozinho. — ele cora o rosto. — Fora que isso vai te dar créditos extras e vai valer na sua nota.
— Não é como se eu tivesse desesperado, mas tudo bem... Talvez seja uma boa.
Seu sorriso é absurdamente enorme. Ele me abraça e logo pega o celular.
— O que esta fazendo?
— Vou avisar ao Changkyun para tirar o cachorro de dentro da sua casa. — ele diz na mais tranquila voz.
— Como é?
— É que caso não aceitasse quando você chegasse em casa viria um cachorro grande, ai teria que dormir no meu apartamento, ai você ficaria me devendo, logo participaria do festival comigo.
Tento procurar palavras para argumentar, mas apenas forço um sorriso.
— Você é tão... Estranho.
— É... As pessoas costumam dizer isso. — ele sorri. — Por falar em pessoas estranhas, deveria convidar a sua pessoa cujo nome não sei por motivos de acho que esta com medo que eu faça sua caveira, para nos assistir.
Abro um sorriso de verdade agora.
— Eu até gostaria, mas não tenho certeza se ele conseguiria vir. — digo um pouco desanimado. — Ele é muito ocupado.
— Ocupado até mesmo para você? Eu não quero colocar coisas na sua cabeça, mas... Tem certeza que ele sabe que vocês estão namorando?
— Não seja idiota. — resmungo. — Eu já te contei o que aconteceu entre a gente.
— Oh claro, vocês transaram, grandes...
Tapo sua boca antes que alguém o ouça.
— Quer parar de falar essas coisas em voz alta. — o repreendo envergonhado.
— Só estou dizendo, que se ele realmente gostasse de você ele faria o possível e o impossível para estar perto de você.
— Ele foi para Jeju.
— Ele tinha uma casa lá, e ainda levou o irmão de vela.
— Você não colabora. — reviro os olhos. — Tudo bem, eu vou convidar ele, mas ele não poder vir, não significará que ele não gosta de mim.
— Claro... Claro.
Kihyun sai andando na minha frente, me forçando a correr atrás dele.
— Pra que a pressa toda?
— Só vem, acho que posso resolver seu outro problema. — ele diz.
— Que problema?
Ele se limitou a sorrir novamente e acelerar o passo.
...................
Chegamos ao prédio no exato momento em que Changkyun entregava o enorme cachorro a uma mulher.
— Você não estava brincando! — exclamo em surpresa.
O jovem se aproxima da gente com um sorriso bobo no rosto.
— Foi ideia dele. — ele logo entrega o namorado.
— Era de se esperar. — sorrio.
— Enfim... — Kihyun pigarreia empinando o nariz. — Chang, consegui mais uma pessoa para ajudar sua mãe;
Kihyun aponta para mim sorrindo.
— Espera... O que? — o interrompo. — Como assim? Ajudar em que?
— Minha mãe foi contratada para fazer um bufe de alguma coisa importante, e alguns dos funcionários está de férias, ai estamos precisando de garçons, ela paga bem e...
— Estou dentro. — digo rapidamente.
O ronco de um motor nos assusta. Um carro preto luxuoso se aproxima. — Um sorriso de repente surge em meu rosto. — Hyunwoo desce do carro, tira seu óculos escuro, e vem até a gente.
— Vamos? — ele pergunta de repente.
— Pra onde?
— Tenho uma reserva em um restaurante, quero que vá comigo.
Kihyun faz uma careta e tapa a boca sorrindo.
— E se eu tiver outros planos? — forço um sorriso.
— Você não tem, não pode chamar de planos, coisas com essas crianças.
— Você está sendo ofensivo de novo. — reclamo.
Hyunwoo se vira para os meninos, e a expressão de Changkyun muda de repente.
— Oh! — ele exclama apontando para o mais velho. — Ele é o dono da fes...
— Pare de falar tão informalmente com as pessoas. — Kihyun o repreende. — Desculpe.
— Que seja. — ele bufa. — Vamos.
Hyunwoo volta para o seu carro, sorrio para meus amigos e entro no carro junto com ele.
...................
Eu não sou uma pessoa ligada a luxos, para falar a verdade eu realmente não gosto de coisas e lugares luxuosos. — O que me deixa um pouco desconfortável em estar aqui. Estamos em um restaurante realmente chique. E ainda estamos em uma ala privada, quando eu iria imaginar que há uma ala privada dentro de um restaurante.
— Por que esta olhando tanto para os lados? — ele pergunta bebendo uma taça de agua. — Com medo de que algum amigo seu nos veja aqui.
— Não tenho esse tipo de problema. — falo. — É só que... Era realmente necessário vir a esse tipo de lugar?
— Não queria que eu te levasse a uma lanchonete, e depois alugássemos uma bicicleta de casal e depois dividíssemos algodão doce, não é?
Na verdade eu iria adorar isso.
— Claro que não. — sorrio.
Ele volta a se concentrar na comida. — É engraçado o modo como o vejo agora, diferente do modo como o vi pela primeira vez. Vendo-o agora eu só consigo enxergar o meu Hyunwoo, aquele que me abraça, que me beija... Aquele que se deitou comigo.
— Seu rosto ficou vermelho. — ele observado confuso. — Está bem?
— Sim. — evito encara-lo.
— Oh! Estava tendo pensamentos sujos comigo. — Hyunwoo sorri. — Que criança depravada.
— Não seja idiota. — cruzo os braços.
Ele sorri fazendo suas bochechar incharem e seus olhos sumirem. — Eu amo seu sorriso.
— Eu tenho uma coisa para você. — ele diz de repente.
Hyunwoo se levanta, tira do bolso interno do blazer uma caixinha. — Por que meu coração acelerou dessa forma? Não é como se fosse tirar uma aliança e ele estivesse me pedindo em casamento. — Ele tira de dentro um cordão de prata com um pingente brilhante de uma clave de sol.
— Wow! É lindo. — digo realmente surpreso.
Ele coloca em mim e se aproxima do meu ouvido.
— Quero que pense em mim sempre que estiver usando isso, é uma forma de dizer que sempre estarei por perto de você. — ele sussurra.
Puxo-o pelo pescoço e viro minha cabeça, beijando-o. — Não importa as bobagens que Kihyun coloque em minha mente, eu sei que Hyunwoo gosta de mim de verdade, talvez até mesmo o tanto quanto eu gosto dele.
— Eu não vou poder ir para o apartamento nesse final de semana. — ele diz de repente. — Tenho uma coisa chata para fazer, mas prometo te compensar depois.
— Sabia que tinha alguma coisa por trás do presente. — sorrio. — Estou brincando, não tem problema. Eu também não estaria lá de qualquer jeito, eu vou ajudar a mãe do Changkyun em um evento.
— Quem é Changkyun?
— O namorado do Kihyun.
— E quem é Kihyun?
— É sério isso? — sorri para ele.
Ele da de ombros e volta a se concentrar na refeição.
Passamos o resto do dia juntos. Andamos um pouco pela cidade, e até mesmo jogamos basquete. — Os momentos que passo com ele, são certamente os melhores momentos da minha vida.
...................
4 Dias Depois
O fim de semana finalmente chega, e com ele nossas obrigações. — Eu aceitei o emprego com a mãe do Changkyun, mas o que ele não havia me dito era que eu seria garçom de uma festa de noivado de gente rica.
— Todos vocês, quando saírem da cozinha ajam com profissionalidade. — a mãe de nosso amigo soa severa.
— Estou começando a me arrepender disso. — sussurro para Kihyun.
Uma musica clássica começa a ecoar, vinda do salão de festas.
— Vão! — ela grita.
Pego uma das bandejas de bebida e saio da cozinha.
O lugar está realmente lotado, todos vestidos formalmente. — Me pergunto se são locais assim que Hyunwoo costuma frequentar.
— Minhyuk?
Me viro espantado e vejo Hoseok. — Ele está vestido tão formalmente quanto os demais.
— Errr... O que está fazendo aqui? — ele pergunta realmente espantado.
— Trabalhando. — mostro a bandeja.
— Mas... Por que aqui?
— Por que está tão agitado, relaxa Hoseok é só um trabalho.
Por que ele está agindo dessa forma estranha.
— Garçom! — uma senhora me chama.
— Sim. — me aproximo.
— Por favor, leve uma bebida para a noiva.
— Claro.
Vejo uma linda mulher próxima à mesa onde há um enorme bolo. Começo a andar em sua direção.
— Minhyuk! — Hoseok segura meu braço de repente, quase me fazendo derrubar a bandeja.
— Hoseok, o que diabos está fazendo? Deixa eu entregar isso aqui, depois eu converso com você;
Me solto de seu braço e sigo até a mulher.
— Com licença. — digo assim que chego.
A mulher me olha de cima a baixo, ela está realmente linda.
— Obrigada. — ela pega uma taça de champanhe.
Viro-me para voltar ao centro do salão, mas ela segura meu braço de repente, me encara e só então noto que esta olhando meu cordão.
— Onde conseguiu isso? — sua pergunta me assusta. — Essa nota musical...
— É uma clave de sol. — sorrio para ela. — Ganhei de presente, de alguém muito importante para mim.
Ela permanece a me olhar de forma estranha, quase como se não acreditasse em minhas palavras.
— Eu posso estar sendo curiosa demais, mas... Eu poderia saber o seu nome?
— Lee Minhyuk. — me apresento.
— Muito prazer. — ela soa nitidamente desconfortável. — Kim Naeun.
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