História Alguém como você - Imagine Park Jimin - Seja bem vinda ao nada

                          S/N

Eu havia chegado na Rússia como uma estranha, literalmente como uma estranha, eu nunca tinha saído da Coréia do Sul e o pior é que eu só vim com minhas roupas velhas, junto de meu celular e não fazia ideia de onde estava o meu carregador, deixei na casa de Jimin...

Eu passei muito mal na viagem de vinda para cá, eu vomitava sem parar e tonturas já estavam começando a fazer parte de mim, foram as piores 5 horas da minha vida. Minha mãe já estava tão acostumada a isso que conseguia até dormir enquanto eu estava quase morrendo.

Onde minha mãe morava era grande e de frente a casa dava a um enorme jardim com azaleas e rosas que eram minhas favoritas, logo na sala havia um enorme lustre que chamava atenção de qualquer um que entrasse, era um amarelo vivo que de noite brilhava ainda com mais intensidade. Era uma casa rústica, não muito moderna, acredito que aquela mansão era passada de gerações em gerações. 

- Scout - a voz grossa e disfarçadamente delicada de minha mãe fala - mostre a s/n onde ela irá dormir

Scout era a empregada da familia, uma mulher velha, que usava um uniforme preto e branco com babados que estavam começando a ficar amarelo de tão velho.

- Sim, senhora - a mulher se curva com dificuldade por conta da idade - me siga senhorita - ela chama por mim

Logo de cara havia uma escada de madeira escura que levava a dois corredores, um do lado direito e o outro no esquerdo. Scout me direciona a esquerda.

Era um corredor muito extenso e eu via o final por conta de pequenas luzes que iluminavam o caminho. Enquanto eu pisava, ia fazendo um barulho a cada passo que eu dava no piso de madeira. 

- Este é teu quarto senhorita - ela abre a porta dando a uma vista de um quarto de aparência antiga, mas chique

- Não precisa dessa formalidade, pode me chamar de s/n e eu te chamarei de Scout - eu sorrio simpática e a velha senhora retribui com um sorriso mostrando seus dentes amarelados 

- Tem algo que a senh... quero dizer, tem algo que queira para o jantar s/n? 

- Faça algo que os russos costumam comer em um jantar normal, por favor

- Tudo bem, vou me retirar, licença 

- Scout - eu grito por ela

Ela vira para trás e se mostra ouvidos para meu pedido

- Minha mãe comerá na mesa?

- Não, ela não janta aqui

- Entendi, obrigado - eu fecho a porta e analiso o quarto 

A casa era realmente antiga, os móveis eram de madeira escura e com a iluminação amarelada, parecia as casas de terror dos Estados Unidos.

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A noite foi longa, fui dormir era 1:30 da madrugada. Eu vim para meu quarto às 20 horas da noite depois do jantar, eu estava só a mesa e para não comer sozinha eu chamei Scout para comer e me fazer companhia.

Scout me contou como que funcionava as coisas aqui. Eu tinha mais dois irmãos por parte de mãe, Atticus e Jeremy. Eu não sabia que tinha irmãos então a noticia foi uma euforia interna pra mim. Minha mãe e meu padrasto mal ficavam em casa, e meus irmãos estava em um colégio onde dormiam por lá durante a semana e vinham somente durante o fim de semana. Eu mal esperava por sábado.

Durante a noite a casa era silenciosa e assustadora, até o lustre lindo da sala ficava assombrador durante a madrugada. O candelabro que ficava em uma mesinha de madeira no meio do quarto, parecia um homem segurando algumas velas, o que me fez me esconder de baixo das cobertas.

Era verão na Rússia, as garotas loiras andavam de short nas ruas e o homens de bermudas com blusas estampadas de paisagens, era um estilo muito próprio do país. Na Coreia ninguém se vestia assim.

Havia se passado dois dias que eu estava naquele país, eu não tinha dado de cara com ninguém da casa além de Scout, então resolvi sair para uma exploração. Perto da minha casa tinha uma praça, eu paro ali e me sento em um banco que ficava de baixo de uma arvore.

Eu tinha visto um senhor vendendo sorvetes e eu comprei um pra mim com o dinheiro que estava na instante do quarto de minha mãe, certa que não faria falta a ela.

- Está muito calor - eu sinto alguém tocar em meu ombro e eu me viro assustada 

Era uma garota.

- Não fique assustada, me chamo Stephanie e você como se chama?

- Yang s/n 

- O que faz sozinha aqui? - a garota de cabelos ruivos se senta ao meu lado

- Explorando o bairro, mas me sentei para me refrescar um pouco - digo olhando para frente

- Como eu imaginei, você não é daqui, você vem de onde?

- Sou coreana, vim da Coréia do Sul.

- Você tem olhos puxados, isso é tão adorável, eu ia chutar que você veio do Japão - ela ri colocando a franja por trás da orelha - O que veio fazer aqui na Rússia?

- Minha mãe mora aqui, vim obrigada, mas pretendo voltar para Coreia o mais rápido o possível - eu digo

- Por que não vai ficar aqui com sua mãe? - a ruiva questiona

- Porque eu tenho uma pessoa que amo lá.

Ela desvia o olhar de mim e chia.

- O que? - eu pergunto ouvindo a garota chiar

- Você está apaixonada, não acha que o amor é só uma cilada??

- Não - eu rio - mas as vezes eu realmente tenho vontade de esganar Jimin quando ele faz besteiras... ou quando ele não me dá atenção por conta do trabalho.

- Bom, eu espero que esse tal de Jimin cuide bem de você.

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

- Me conte sobre você, Stephanie - eu digo dando a terceira lambida em meu sorvete que já estava descongelando

- Eu tenho 19 anos, gosto de rock e jazz, estou fazendo faculdade de psicologia e meu hobbi é fazer amizades novas

- Eu percebi que gosta de fazer amizades novas - rio - me recomende um jazz

- Ouça Nat King Cole é o meu favorito entre varios...

- Ouvirei - eu dou uma mordida grande no meu sorvete 

Ao engolir o sorvete pude sentir meu cérebro congelar e meu estômago devolver tudo o que eu comi de ontem pra hoje para fora.

- s/n? - Stephanie em ato de susto se levanta e logo em seguida coloca as mãos sobre minhas costas em apoio a mim

Eu vomitava o pouco de comida que tinha em meu corpo e logo após meus olhos se apagam e posso sentir o impacto do meu corpo no chão quente.