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História Alguém como você - Capítulo VI


Escrita por: LealVi

Notas do Autor


Oi, gente!

Vou contar uma coisa pra vocês... Essa fic foi desenvolvida em uma inspiração na música "Someone like you" da Adele, por isso o nome. Só eu sei o quanto eu já chorei por causa dessa música kkkk kkkk

Então, a ideia inicial era Teresa e Luísa amigas, Luísa grávida, Pedro e Luísa casando, Luísa morre...

Espero que tenham comprado a minha loucura da Luísa morrendo kkkkk Bora ver como essa história vai se desenvolver a partir daqui! 🥰😘

Capítulo 6 - Capítulo VI


 

- Continuamos aqui.

Estou com muita pena dele.

 

- Consegui uma passagem.

Meu vôo sai em 2 horas. Fiz as malas na pressa e tô  correndo pro aeroporto. 

 

- Você tá vindo pro Brasil? 

 

- Claro que vou!

Eu jamais deixaria vocês sozinhos.

 

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Assim que soube da notícia, Teresa  demorou apenas 10 minutos para decidir ir ao Brasil. Ligou para uma companhia aérea já conhecida e, praticamente, implorou  por uma passagem no próximo vôo para o Rio de Janeiro. Apenas no caminho até o aeroporto, lembrou-se de avisar Mauá da sua viagem. O namoro entre os dois não tinha nada de arrebatador ou emocionante. Era maduro, realista e estável. Moravam em casas separadas, mas se viam quase todos os dias, considerando que trabalhavam juntos. Mauá era o responsável pelo setor financeiro na “Bourbon Itália” e foi assim que se conheceram. Depois de muita insistência do homem, Teresa acabou cedendo às suas investidas e aceitado o pedido de namoro. Ele não a tirava do eixo ou fazia as pernas tremerem, como Pedro fazia.  Não despertava aquela faísca ou lhe atormentava o  sono e, para Teresa, aquilo era o ideal. Ela só queria ser feliz em paz! Não que precisasse de um homem para que isso acontecesse, muito pelo contrário. Teresa sempre se viu muito bem sozinha, enfrentando todos os seus demônios sozinha. Mas, em uma certa altura da vida, você sente a necessidade de ter companhia. Mauá era um cara legal, de beleza comum, nada excepcional, principalmente se comparado à Pedro. Aliás, esse era o maior da fantasma da vida da mulher. Todos, absolutamente, todos os homens que se interessavam por ela seriam comparados à Pedro e nenhum nunca estaria à sua altura. 

 

.

 

Existem pessoas que dizem não temer a morte. Pedro tinha medo, muito medo!  Talvez por julgar ainda não ter vivido o suficiente, talvez por sua vida não ter sido do jeito que ele pensou que seria... ou talvez seja, apenas, por covardia. Sempre pensou como seria, caso ele deixasse esse plano. Sim, porque ele sempre pensou que morreria primeiro, independente a quem se referisse. Pedro sempre teve certeza de que os outros teriam que lhe dar com a sua partida e ausência, não o contrário. Com a notícia da morte de Luísa, ele se viu do outro lado da história. Eles não eram mais um casal, mas tinham uma filha juntos e, no que dizia respeito à Isabel, eram sempre os dois. Nesse momento, após ter acabado de enterrar a ex esposa, Pedro olhava para aquela menininha que brincava pelo chão da casa e sentia ainda mais medo. A criança não tinha a menor noção do que estava acontecendo, apenas um pouco debilitada devido aos últimos acontecimentos. 

- Agora somos só nós dois, gatinha. – Pedro olhou para Isabel e disse o que se passava em seus pensamentos. “Gatinha” era um apelido carinhoso com o qual se referia à filha. Ele havia levado Isabel para casa naquele mesmo dia, ao entardecer, após a pequena receber alta. A menina estava fora de risco, tinha apenas alguns leves arranhões. 

 

.

 

O enterro aconteceu no dia seguinte ao acidente. Tonico e Celestina cuidaram de todos os detalhes, considerando que Pedro não tinha tirado o pé do hospital enquanto Isabel ainda estava internada. Teresa, por pura sorte, conseguiu chegar à tempo. Ver Pedro, sentado ao lado do caixão fechado, com olheiras tão profundas e o semblante tão perdido fez o coração de Teresa sangrar. Ela se aproximou, com cuidado, e colocou a mão sobre ombro direito do homem. Pedro tinha a mente tão distante, perdido em alguns pensamentos, que não havia notado a presença da mulher até sentir o seu toque. Levantou o rosto e, quando a viu, seus olhos encheram-se de lágrimas. Ele estava sendo forte, estava tentando ser forte. Por Isabel. Mas ver Teresa o lembrou de toda a sua fragilidade e fraqueza como homem. Ele a segurou pela mão, que ainda estava apoiada no ombro, levantou-se e a abraçou. Não disseram nada, não havia nada a ser dito. Pedro apenas sentiu o conforto do abraço de Teresa, como se buscasse forças para conseguir se manter de pé.

A cerimônia foi, tristemente, emocionante. Muitas lágrimas foram derramadas à cada lembrança de Luísa. Isabel havia ficado em casa. Ela tinha apenas 3 anos, não fazia o menor sentido sujeitá-la a aquilo. 

A grande maioria das pessoas já haviam se retirado, sobrando apenas Tonico, Teresa, Pedro e Celestina. 

- Pedro, sei que não é o momento, mas gostaria muito de ver Isabel. Posso passar na sua casa amanhã ou depois de amanhã? – Teresa perguntou, quando o homem já estava dentro de seu carro, pronto para ir embora. 

- Claro! Afinal de contas, você é a madrinha dela. – Ele respondeu, ainda abatido, tentando ser um pouco simpático. 

- Ótimo! – Teresa apoiou a mão sobre a dele, que já estava no volante. – Fica bem! 

Ambos sorriram, ainda com os olhos marejados, e se despediram. Ao chegar em casa, Pedro se sentiu perdido. Estava sozinho e, fisicamente, exausto. Entrou no quarto de Luísa e sorriu ao lembrar-se dela. 

- Obrigado por ter me dado o meu bem mais precioso! Eu prometo que vou tentar cuidar dela como você faria. – Pedro disse, em voz alta, como se Luísa pudesse ouvi-lo de alguma forma. Ele acariciou o travesseiro, limpou uma lágrima que escorria sobre o seu rosto e se retirou. Tomou um banho bem demorado e, logo após o jantar, se deitou. Sabia que o sono vão viria por vontade própria, mesmo estando exausto, então tomou um remédio para que pudesse descansar por aquela noite.  

Na manhã seguinte, Teresa e Celestina foram visitar Isabel. Por volta das 10hs, Pedro as recebeu em sua casa. 

- Oi! – Celestina abraçou Pedro. – Eu só vim deixar a Teresa e te dar um abraço. Tenho que resolver algumas coisas no escritório. 

- Toma um café com a gente? – Pedro perguntou à amiga. 

- Não dá tempo. Estou super atrasada! – Celestina deixou os dois e foi em direção ao carro. - Te vejo no almoço? – Ela perguntou para Teresa, que assentiu com a cabeça.

- Vem pra cá. Trás o Tonico e almoçamos nós quatro. – Pedro sugeriu.

- Já que o meu chefe está mandando... Até mais tarde! – Ela mandou um beijo e logo arrancou o carro. 

.

Pedro e Teresa entraram, sozinhos, na casa. O silêncio constrangedor foi quebrado quando Isabel entrou correndo na sala e abraçou as pernas de Pedro. 

- Gatinha, diz oi pra tia Teresa! – Ele disse pegando Isabel no colo.

- Na verdade, eu sou a dinda. – Teresa sorriu, passando a mão sobre os cabelos da menina.

Isabel era uma criança muito amável e simpática. Logo se acostumou com a presença de Teresa e já não tinha mais a timidez do primeiro momento. Enquanto a pequena corria pela grama, Pedro e Teresa estavam sentados no chão, observando, rodeados pelos brinquedos.

- Ela é encantadora! – Teresa disse, admirada.

- Eu sou suspeito para falar, mas sim, ela é a mais encantadora desse mundo... – Pedro respondeu, olhando para a filha.

- O brilho nos seus olhos quando fala dela... É emocionalmente ver o quanto você a ama!

- Ela é a pessoa mais importante da minha vida. Se alguma coisa tivesse acontecido com ela... Meu Deus! Isabel só tem três anos. Eu não sei o que fazer daqui pra frente... – Ele cobriu o rosto com uma das mãos. 

- Eu sei que esse momento é muito complicado, que vai ser muito difícil seguir à diante, mas você não está sozinho. – Teresa disse, pegando a mão de Pedro. - Ninguém vai substituir a Luísa na sua vida e nem na vida da Isabel, mas vamos sempre estar aqui.

- Luísa... É a segunda vez que ela muda a minha da avesso. – Pedro sorriu, discretamente, ao lembrar do passado. - Estávamos separados há quase um ano. Foi o melhor a fazer, antes de começarmos a nos odiar. O casamento se desgastou muito, foi impossível levá-lo a diante só por causa da nossa filha! Ela ainda morava aqui. Na verdade, ela nunca aceitou a ideia de que não éramos mais um casal. Eu concordei que talvez fosse melhor pra Isabel irmos aos poucos, pro susto e pro trauma serem menores. – Pedro falava, com pesar, e com lágrimas nos olhos. 

Por alguns segundos, apenas se olharam, sem dizer mais nenhuma palavra. Ainda eram Pedro e Teresa, ainda tinha aquele sentimento intenso, quente, fervoroso... mas não ali, não naquele momento. 

- Obrigado por ter vindo! Significa muito pra mim. – Pedro apertou a mão da mulher e fez um carinho discreto, com a ponta do polegar. - Teresa... sei que você ficou chateada comigo mas... 

- Amigos de novo! – Ela o interrompeu.

- Ótimo! Então me conte de você. O que eu perdi durante esses anos? 

- Nada de muito interessante. A “Bourbon Itália” é um sucesso! E, finalmente, já não depende muito de mim. Nunca trabalhei tanto quanto nesses últimos anos... E você, senhor presidente do maior escritório de advocacia do Rio de Janeiro? 

- Eu pensei que não fosse dar conta... – Pedro deu de ombros. - Parece loucura! Na verdade, é uma loucura, mas eu adoro aquilo! O Tonico e a Tina são os meus braços lá no escritório. Só falta você...

- Acho que você não ia gostar muito em me ter como funcionária... não chego aos pés desses daqueles dois. – Teresa disse, sorrindo.

- Eu tenho certeza de que não é verdade, mas olha só... eu estou aqui, em casa, e eles estão cuidando de tudo lá, por mim. Tonico é o irmão que eu não tive e a Tina... Bom, do jeito que ela acha que manda em mim, mais parece a minha mãe. 

- Acho que você está certo em tirar uns dias só pra você... Um descanso vai te fazer muito bem.

Pedro assentiu, com a cabeça - E você? Pretende ficar por quanto tempo? 

- Ainda não sei. Sai às pressas, ainda tenho algumas questões pendentes, mas tenho gente de confiança lá.  E, como eu disse, a empresa já está andando com as próprias pernas. Quase já não precisa de mim. 

- Se eu fico sem ir no escritório por um mês, tenho certeza de que eles botam fogo naquele lugar. Fico feliz e saber que você é uma chefe melhor que eu, pelo menos consegue domar seus funcionários. 

- Não minta pra mim, eu sei que você é maravilhoso lá! A Tina nunca se cansa de falar o quanto você é incrível com tudo e todos...

- Ah, então ela fala bem de mim? Pelo menos nas minhas costas né?! 

A conversa se desenrolou de forma bastante agradável. Pedro e Teresa aproveitaram a manhã para, praticamente, se conhecerem novamente.  Apesar de tudo o que tinham um pelo outro, depois de tanta distância, eram quase dois estranhos.

 

.

 

- Seja o que for que ela tenha dito sobre mim, é mentira! Eu nego pra sempre. – Celestina entrou na casa de Pedro, sorrindo, se referindo à Teresa. 

- Eu sabia que você não era capaz de falar bem de mim... – Pedro a recebeu com um abraço. 

- E onde está a princesa da tia Tina? – Celestina perguntou, procurando Isabel com os olhos.

- Brincou tanto com a Teresa, que cansou. Disse que estava com sono e a babá levou ela pro quarto. Daqui a pouco ela coloca essa casa de pernas para o ar de novo.  

- Como foi a manhã de vocês? Brincaram de bonecas ou de cozinha? – Tonico debochou. – Se eu deixar, ela passa ate maquiagem em mim. 

- Um pouco de tudo. Aquela garotinha nos deu um baile! Parecíamos dois velhinhos enquanto ela sugava as nossas energias. – Teresa disse, relaxando os ombros, parecendo cansada.

- Não é você que quer ter três filhos?! Vá aproveitando para treinar... – Celestina deu um tapinha no ombro da amiga.

Pedro olhou para Teresa e, por um momento, imaginou a morena como mãe de três lindas crianças. Ela seria incrível! Aliás, como em tudo que fazia, seria perfeita. Ela era tão boa com Isabel que, por algum motivo, dava um pouco de paz ao coração do homem. Isabel, agora, não tinha mais uma mãe, mas ainda precisaria de uma figura maternal. Seria ótimo se ele pudesse contar com a ajuda de Teresa para ser essa pessoa. 

Os quatro almoçaram juntos e tiveram uma tarde bastante agradável, entre boas conversas e risadas, que quase foi possível esquecer da dor da perda de Luísa. Ele quase não se sentiu perdido , como se esquecesse dos problemas por algumas horas.

“A vida continua”, era nisso que Pedro tentava se apegar. A vida precisava continuar, ele precisava ser forte. Isabel agora dependia dele, pura e exclusivamente dele. Ele era um bom pai, sabia disso, mas agora, acima de tudo, precisava ser o melhor pai do universo. Sua filha não teria uma mãe, então ele precisaria suprir todas as necessidades da melhor forma que lhe cabia. Tinha certeza de que Teresa e Celestina, assim como as avós, estariam presente na vida da pequena, mas ela ainda era responsabilidade apenas dele. 

 

.

 

- Vou dormir na casa do Tonico hoje. – Celestina disse à Teresa, parando o carro na porta do seu apartamento.

- Oi? – Teresa levantou as sobrancelhas e a olhou com surpresa. – Desde quando você dorme na casa do Tonico?

- Então... Já que nós dois temos necessidades físicas e, no momento, não temos a menor disposição para procurar alguém que valha a pena aguentar o papo para ter uma noite de prazer... decidimos ser amigos com alguns benefícios extras. – Celestina disse, meio nervosa, passando a mão pelo cabelo.

Teresa gargalhou. - Você tá falando sério? 

- Sim. Pior que estou. Seríssimo! 

- Eu não estou acreditando! Você e Tonico transando... ai meu Deus do céu! Pensei que você achasse ele um mulherengo. – Teresa continuava gargalhando. Aquela situação era, realmente, muito divertida.

- E acho! Por isso eu nunca cedi às paqueras baratas dele. Estamos estressados, precisando de um pouco de diversão, mas também estamos cansados demais para achar alguém legal. Gostamos da companhia um do outro e não vou precisar ouvir qualquer babaca falando como eu devo ser linda no tribunal... – Ela ponderou, tentando convencer Teresa que não era uma ideia tão ruim assim.

- Eu invejo o quanto você é bem resolvida com você mesma. 

- Nossa... aconteceu tudo tão rápido que eu nem perguntei sobre o Mauá. Como vocês estão? 

- Ah, normal... – Teresa deu de ombros, pouco animada.

- Credo! Que empolgação de centavos. – Celestina debochou da amiga. Já tinham subido para o apartamento. Nesse momento, ela preparava um par de roupas para levar consigo. 

- Já passei dessa fase. – Garantiu a morena  

- Sei... – Celestina olhou para Teresa desconfiada. – E o Pedro? Como foi vê-lo de novo? Digo... sei que a situação é terrível, mas... Como você se sentiu? 

- Credo, Tina! Olha em que você tá pensando... A mulher dele acabou de morrer, sabia?! – Teresa olhou para a amiga com um olhar de repreensão. 

- Sabia! E você também sabia que eles estavam separados a quase um ano, então... Pedro tem que seguir a vida dele, por ele mesmo e pela própria Isabel. Ela ainda é um neném, vai precisar de uma mãe, não acha?! 

- Ninguém vai conseguir substituir a Luísa na vida deles. – Teresa afirmou. – Nos entendemos... Somos amigos e ele precisa de mim, nesse momento. 

- Pedro é um homem forte. Vai conseguir superar isso tudo. – Celestina afirmou.

- Eu sei... Mas ele tá bem abalado. Pode não deixar transparecer, mas sei que está. Acho que está com medo de não dar conta da Isabel sozinho. 

- Eu entendo. Criar uma criança sozinho não deve ser fácil. – Celestina pegou seus pertences e foi se direcionando até a porta. – Já tô indo. Você vai ficar bem sozinha? 

- Fica tranquila! Vai curtir o seu “amigo com benefícios”. Até amanhã!

Teresa comeu, se banhou e deitou no sofá. Ligou a TV, tentando se distrair um pouco, e ouviu o telefone apitar ao receber uma notificação.

- Mais uma vez, obrigado por ter vindo! Realmente, significou muito. Boa noite! 

Era uma mensagem de Pedro. Ela sentiu o coração acelerar. Não queria sentir, mas sentiu. Pensou em render a conversa, pensou em ignorar a mensagem... Mas quando tratava-se de Pedro, ela nunca tinha completa certeza de qual a decisão certa a se tomar. Digitou a resposta várias vezes, tentando achar as palavras ideias e, quando percebeu que não as encontraria, limitou-se ao básico. 

- Boa noite! Fique bem!


Notas Finais


Eu AMO o Tonico e a Celestina, sério! Kkkkk 🔥😅

E essa história de amigos entre Pedro e Teresa?! Será que isso vai dar certo?🤔💣

Espero que gostem! 😘😘


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