História Alguns Momentos!! - Reencontrar-se! - 3

Patrícia também chamou Fátima que obviamente aceitou. A personal  se inteirou das mudanças que a ex-jornalista enfrentava e ficou imensamente feliz ao ver que sua amiga estava finalmente voltando ao que era.

— Eu estou muito, muito feliz em te ver tão bem. Acho até que está ainda mais bonita, sabia? – Fátima sorriu.

— Só você! Mas realmente... Acho que nunca me senti tão bem assim nesses últimos anos. Sabe quando parece que tudo voltou a fazer sentido?! Eu não quero que nada mude, acho que quero continuar assim.

— Talvez mude um pouco, sabe que também chamei seu ex, né?

— Aquele que está muito bem casado?

— É, as vezes me esqueço desse detalhe – disse Patrícia sorrindo e revirando os olhos.

— Pois não devia, vocês duas não são amigas também? – a apresentadora cutucou, e Patrícia logo pegou a indireta.

— Ciúmes!? Não acredito – Patrícia abraçou a amiga — Ela nunca chegará aos seus pés. Uma pena que ela e o William estão bem, as vezes vocês podiam tentar de novo.

— Aí Paty, não sei se isso seria bom pra nós dois.

— Você gosta dele ainda né?

— Não sei! Hoje eu sei que tenho a maior parcela de culpa na nossa separação, não posso negar que ele ainda mexe comigo como mulher, mas ele está bem, está feliz, então eu só...

— Quer que ele seja feliz?

— É, acho que é isso.

— Do que essas duas belas mulheres tanto conversam? – disse Marcos aparecendo com duas taças de gin para elas.

— Coisas de mulher! – brincou Patrícia repreendendo ele e Marcos fechou a cara.

— Tá falando de mim é?! – Fátima riu.

— Tá com culpa no cartório amigo?

— Não, não que eu saiba – ele puxou a esposa beijando a bochecha dela.

— Acho lindo esse amor de vocês dois, sabia?! – disse Fátima, em seguida bebeu um pouco da sua taça.

— Era pra você ainda estar assim Fatinha! Tentamos tanto convencer vocês dois que era uma péssima decisão se separarem.

— Bingo! Descobriu nosso assunto – disse Paty.

— É mesmo? Ele deve estar chegando por aí, e pelo que sei, Natasha e ele não estão mais tão bem assim...

— Por que você não me contou isso?

— Estou contando agora. Mas não sei detalhes – mentiu o homem, pois ele sabia sim mais detalhes – Talvez Fatinha hoje seja uma noite de mudanças pra vocês dois.

— Vocês dois não comecem com isso, tá?

Eles seguiram conversando, mais amigos deles foram chegando e a casa ficando um pouco mais movimentada. Na área externa nos sentamos perto da piscina da casa dela e aproveitamos a companhia um do outro e a farra ficava melhor a cada minuto.

Fatima foi a primeira a controlar a playlist, já que a noite pedia Dj’s improvisados. Na verdade, ela colocou uma playlist da filha, afinal, Beatriz era bem eclética e agradava a todos. Todos cantavam e dançavam animados. 

A medida que percebia as horas passar, uma ansiedade começou a tomar conta de Fátima e ela logo percebeu que aquilo era culpa das coisas que os amigos colocaram na cabeça dela alguns minutos antes. Olhando em volta, vendo todos os antigos amigos ali ela sentiu falta do William. Falta deles dois juntos, como antes.

Ela estava distraída conversando com Flávia, quando olhou pro lado e percebeu que ele tinha chegado. Viu ele trocando um abraço rápido com Marcos e vir em direção aos outros que estavam sentados perto da piscina. E Fátima não pode deixar de negar que ele fica mais bonito com o passar do tempo.

Ele se aproximou com um sorriso largo no rosto. Trocou um abraço longo com Patrícia. E os amigos comemoraram que ele tinha chegado fazendo ele soltar uma risada boa na qual a apresentadora só observava.

— Cheguei meu povo – disse já roubando a taça da Patrícia.

— E já estava passando da hora – reclamou João Pedro.

— Sei que vocês são meus fãs, mas se acalmem que já estou aqui – ele brincou se divertindo e olhou pra sua ex e trocaram um sorriso. Ele se aproximou de cada um que estava ali, cumprimentando com beijos no rosto e com Fátima não foi diferente.

Se aproximou dela e trocaram um beijo no rosto seguido de um abraço rápido e ele suspirou ao sentir o cheiro dela.

Perguntou se ela estava bem, que ela simplesmente assentiu positivamente e logo todos voltaram a conversar e continuar a beber.

William depois de um tempo reparou nela sentada conversando com Patrícia. Parecia uma conversa animada e ele estava um pouco vidrado nela. Reparou como o vestido branco que ela usava valorizou as suas curvas. Se repreendeu quando em pensamento cobiçou ela com aquele decote ‘v’ super convidativo.

— Você precisa disfarçar amigo, está comendo ela com os olhos – disse Marcos chegando ao lado dele e William sorriu desviando o olhar.

— O que posso fazer se ela realmente é atrativa aos olhos.

— Só aos olhos? Do jeito que tava olhando, ela ia ser mais atrativa ainda na sua cama. Eu já te disse, te dou força, mas e a Natasha?

Nisso os dois foram conversando enquanto as duas conversavam do outro lado. Provavelmente, já era bem tarde, e todos ali já tinham perdido a noção do tanto que tinham bebido.

William e Fátima dançaram juntos uma, ou talvez três músicas, mas nada muito íntimo, pois os dois estavam ao máximo tentando se controlar e agir naturalmente. Mas cada olhar trocado era uma respirada diferente causada um ao outro.

 Sempre que estavam distante um do outro, eles ficavam se olhando, pareciam até que ainda estavam juntos. Costumavam fazer isso quando eram casados. Conversavam pelo olhar. A diferença, que antes se entendiam, e agora era tudo muito confuso.

Ele se afastou depois de um tempo em direção à um banco do outro lado da piscina ficando longe dos amigos. Ficou conversando no celular um tempo e depois de uns minutos quando o olhei ele fez sinal para que eu fosse até lá, estranhei, mas fui depois de pegar minha taça.

Me aproximei sem entender e ele me falou pra sentar.

— Tava conversando com a Bê, bateram no carro dela.

— O que? – disse me levantando e ele me puxou me fazendo sentar de novo.

— Esta tudo bem, ela esta num bar com uns amigos, e acertaram o carro dela com ele estacionado. O motorista do outro carro foi desviar de um cachorro e acertou o carro dela. Não aconteceu nada grave.

— Você podia ter me falado de outra forma, quer testar se eu tenho problemas cardíacos? – disse ela com a mão no peito.

— Desculpa, só quis te avisar, porque ela disse que vai dormir lá em casa, Laura foi buscar ela.

— Falando nisso, ainda não briguei com você por roubar minha filha de mim – ela se virou para o olhar melhor.

— NOSSA filha – ele deu ênfase na palavra – E não roubei ela de você. Foi ela quem decidiu ir morar comigo.

— Você fala como se me deixasse feliz ficar longe dela, ainda mais sabendo que ela mora agora com a Natasha. 

— Eu realmente não tenho culpa disso viu, se eu pudesse mandar nela ainda teria obrigado ela a continuar com você. 

— Eu sei, eu não te culpo por isso. Estava brincando. Depois que o Vini foi pra tão longe eu meio que me preparei pra ficar sem os três debaixo da asa.

— Eles estão crescidos e independentes. Isso me deixa feliz.

— Fizemos um bom trabalho.

— Você fez um bom trabalho. Você é uma mãe maravilhosa.

— É, mas mães maravilhosas também erram.

— Eles te amam, nada mudará isso. Você está bem? Parece estar mais leve, diria até que mais feliz.

— Estou, estou bem. Livre, leve e solta.

— O auge da solteirice – ele brincou fazendo ela rir — Sabe que sinto falta dessa risada?

— Também sinto falta de ver você descontraído como hoje, se divertindo e brincando, você está bem? E a Natasha? – ela precisava tentar descobrir se o que Marcos disse podia ser verdade e já que estava tendo a chance de conversarem, tinha que ser agora.

— Estou bem também, e não sei se quero falar da Natasha, ainda mais com você – ela estranhou e desviou o olhar – Mas sabe que fico feliz em saber que você continua na pista, me dá esperanças.

O homem disse a última frase baixo e ela o olhou sem entender.

— Esperanças em quê? – ela questionou, mesmo que no seu intimo saiba a resposta.

— Esperança em ser um dos seus pretendentes – ela sorriu e bebeu um pouco do seu gin, fazendo ele suspirar a olhando.

— Não sei se você tem chances William – ela disse desdenhando levemente dele.

— Eu sou bem irresistível, você sabe que tenho charme – ele disse com aquele olhar que sempre mexeu com ela e Fátima teve que tomar um gole da sua bebida para se livrar da súbita vontade que teve de beijar ele.

— Convencido, isso que você é, mas ao invés de ter esse tipo de conversa comigo, você deveria me dizer como tá a sua esposa – voltei ao assunto não escondendo minha curiosidade e principalmente a incerteza do que ele estava fazendo. Afinal, se estava casado ainda, como ele poderia falar comigo daquela forma?

— Isso é um assunto chato, e nós podemos falar de coisas melhores. Saudades de sentar com você e poder falar de várias coisas – ele disse colocando uma mecha do meu cabelo pra trás o que me causou um arrepio, e essa aproximação estava estranha demais.

— Também sinto falta das nossas conversas William, mas realmente não estou entendendo porque não quer falar dela.

— Só não quero falar dela, podendo falar de você ou qualquer outra coisa que seja mais interessante.

— Você está estranho William, não querendo falar dela e principalmente querendo ser um pretendente meu, sendo que isso é impossível, né? – ele me olhou e ficou em silêncio um tempo.

— Porque é tão impossível assim eu ser um pretendente seu? — Ela riu, riu como quem não acredita que ele está dizendo isso.

— É sério William, dá pra ser sincero comigo e me falar o que está acontecendo?

— Eu falo, mas primeiro você me fala porque é tão difícil assim eu reconquistar o coração da Fátima Bernardes – ele rebate abrindo um sorriso  mas eu sabia que ele estava falando sério comigo.

Eu respirei fundo e desviei o olhar, sabia que não podia deixar ele me manipular com o seu charme e aquele sorriso.

— Bom – ela toma um longo gole do gin e o olha – seria impossível, primeiro, tem muito tempo que a gente se separou e você me pediu pra nunca mais te procurar e que ia me esquecer – ele assentiu e tomou um gole do seu próprio gin – Segundo, tenho alguns pretendentes, então a concorrência está pesada – ela viu ele franzir a testa e sabia que aquela frase o deixou com raiva – Terceiro e o mais importante, você é um homem casado e eu não nasci pra ser sua amante, você sabe disso.

Comecei dizendo aquilo com empoderamento em minha voz, mas quase terminei com a voz embargada com a última frase. Era difícil entender que ele não era mais meu e nem poderia ser. Não sei porque estávamos tendo aquela conversa. Desviei o olhar, encarando nossos amigos do outro lado que estavam deixando a gente a sós.

— São só esses seus argumentos? – ela assentiu que sim e ele se aproximou de mim um pouco mais — E se eu disser que eu tenho a solução pra todos os problemas? Você ainda teria argumentos?

Continua...