— Isso é tudo o que eu tenho sobre eles, Vossa Alteza! — disse o menino Umber lhe entregando um livro preto, pesado e antigo. Albert não deveria ter mais de 14 anos.
Daerion recordava-se que ele era fascinado por histórias de batalhas, lutas, ententes, grupos de guerreiros, frotas de navio e tudo que envolvesse um bom combate. Estava sempre lendo sobre e contando histórias pela corte. O Príncipe Delfim tinha escutado ele falar uma vez sobre um grupo nomeado de Filhos da Harpia.
— Muito obrigado, Albert. Me diga, por acaso você se lembra se eles têm alguma sede? — o Príncipe lhe perguntou.
— Eles são originários da cidade de Mereen, e pelo que eu pude compreender terras e propriedades são sagrados para eles. Portanto, é provável sim que mantenham sede por lá ainda. Mas você teria que ir até lá para ter certeza! — Albert tinha uma desenvoltura intelectual muito acima da média. Assim como o príncipe.
O Delfim lhe agradeceu veementemente e desapareceu de Pedra do Dragão tão rápido quanto chegou. Ele voara de volta ao seu refúgio, carregando algo da qual ele tiraria as informações necessárias para dar seu primeiro e único passo.
O livro revelava que os Filhos da Harpia, abreviados por FH, eram um grupo subterrâneo de insurgência que se opunha à todo e qualquer tipo de hierarquia e dominação, seja política, econômica, social ou cultural. Como o Governo. Como a monarquia. A ideia do nome da organização veio do símbolo heráldico tradicional dos mestres escravos nas cidades de Lys e Mereen, da Baía dos Escravos. Compostos por guerreiros em sua maioria ex-escravos, eles dissimularam suas identidades vestindo máscaras douradas com chifres que se assemelhavam a harpias.
O grupo visava exterminar todo governante, todo mestre e todo exército que obedecesse a uma hierarquia. Seu objetivo principal era impor a sua ideologia política à todos, usando de violência caso necessário. O livro também contava a história de uma antiga Rainha de Mereen, chamada Quetsya Velaryon. Ela foi brutalmente assassinada pelos Filhos da Harpia, que logo após tomaram o controle da cidade.
A Rainha Quetsya declarara guerra contra aqueles que estava travando uma “luta de covardes” contra o seu Reino. Eles atacavam pelos becos de Mereen, emboscando os soldados do seu exército quando estavam sozinhos ou em pequenos grupos, fugindo para a noite para evitar retaliações. Sempre limitavam seus ataques a libertos desarmados ou desavisados, cortando-os nas ruas ou entrando em suas casas sob a cobertura da escuridão para matá-los em suas camas. Suas armas mais usadas eram facas afiadas e arco e flechas.
Daerion não precisava ler mais nada. Fechou o livro com tamanha força que a mesa deu uma sacudida. Estava cego de ódio, o corpo quente, o sangue pulsando na cabeça. A mãos tremiam de raiva, mas ele precisava pensar claramente.
Deu umas folhadas a mais no livro. Duas frases em itálico mais ao final do capítulo lhe chamaram atenção:
Embora não seja provado de forma categórica, há evidências circunstanciais que indicam o envolvimento e sintonia de Harren, O negro com os Filhos da Harpia atualmente, e talvez seja até o seu líder.
Harren, O negro. Todos em Westeros já tinha escutado seu nome pelo menos uma vez, seja em contos de fadas ou histórias de terror.
Para Daerion, não importava. Harren e toda a sua associação de criminosos iriam pagar com sangue pelo sofrimento que causaram. Ele iria levar até eles Fogo. E sangue.
Mereen iria arder e sucumbir naquele mesmo dia.
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