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História Aliança de Fogo - O início da guerra.


Escrita por: MiniNicc

Notas do Autor


Mais um!!!!!!!!!!

Desdobramentos pro clímax hein

Espero que gostem. Boa leituraaaaaaaaaaa

Edit: fui corrigir uns erros de português e alterei algumas coisinhas, além do nome do capítulo.

Capítulo 43 - O início da guerra.


Fanfic / Fanfiction Aliança de Fogo - O início da guerra.

 

Depois da cerimônia de coroação não tinha mais nada. Em razão do luto oficial proclamado, não eram permitidos banquetes, bebidas como champanhes ou vinhos, e nem qualquer outro tipo de comemoração. Daerion retirou-se para os seus aposentos, e lá ficou. A Rainha-Mãe ficara encarregada de anfitriã na porta principal da Castelo, despedindo-se e agradecendo a todos os presentes que, aos poucos, foram retornando para o seus navios. E zarpando. Quando ela se sentira cansada, Maëlle a substituiu. Ainda vestia preto, mas tinha soltado o cabelo platinado e o prendera somente com duas tranças no topo da cabeça. Também tinha colocado uma tiara-coroa dourada cravejada em brilhantes. Recebia as reverências, palavras bonitas e condolências, além de flores, presentes e, geral.

— Vossa Alteza! — a voz veio de algum lugar atrás de si.

Maëlle virou-se e viu o Lorde Eddard Lannister. Não o via desde a Feira Westerosi e se surpreendeu. Ele parecia mais velho, talvez pela barba que estava um pouco maior. Sansa o acompanhava, com seus lindos cabelos ruivos soltos. E logo atrás deles, um casal nobre muito bem vestidos e bem-apessoados.

— Lorde Eddard, o Rei e a Rainha-Mãe agradecem imensamente a sua presença. Assim como eu! — ela lhe estendeu a mão, e ele a segurou.

— Eu sinto muitíssimo pela sua perda, Alteza. Espero que os Sete Deuses confortem o seu coração, e abençoem o novo Rei! — ele foi solícito e logo se virou.

— Permita que eu lhe apresente o Lorde Tywin Lannister, Senhor de Casterly Rock. E minha mãe, a Sra Joanne Lannister — ele lhe falou.

Maëlle sorriu para ambos, que fizeram uma breve reverência. E então o Lorde Tywin veio a frente.

— A senhorita, Vossa Alteza, é encantadora! — ele disse enquanto lhe beijava a mão.

— E eu, em nome de toda Casa Lannister, lhe ofereço minhas mais sinceras condolências pela sua perda! — finalizou.

Maëlle sorriu e agradeceu. O mesmo com a Sra Joanne, mãe de Eddard e futura sogra de Sansa. Ela parecia uma mulher doce e atenciosa, além de muitíssimo respeitável e bonita. Lembrou em parte sua mãe, Alysanne. Quando eles se afastaram, Maëlle lançou um olhar urgente para Sansa. Não sabia se a amiga iria zarpar para Casterly Rock com eles, ou se ficaria. Queria que ficasse. Precisava dela, ainda mais agora.

Algumas horas depois, a princesa Maëlle já tinha se liberado de suas tarefas e se recolhido aos seus aposentos. O clima de luto ainda estava fortíssimo na corte, e ninguém andava pelos corredores passeando. Muito menos no pátio ou no resto do Castelo. Maëlle solicitou uma bandeja de comida e enquanto esperava, trocou de roupa. Colocou um vestido marrom escuro que ela mesma tinha trazido na viagem como Vhagar. Ele era comprido nas mangas, mas o decote revelava seus peitos fartos. Soltou o cabelo completamente, e se deitou na cama. A porta abriu-se em menos de 5 minutos.

— Pensei que eles não iriam embora nunca! — Sansa desabafou e rapidamente começou a tirar os sapatos, o bracelete, os brincos e as jóias.

— A Sra Lannister parece ser muito agradável! — Maëlle comentou, puxando papo

— Com você. Comigo ela é uma megera! — ela disse.

Maëlle olhou ao redor. A porta do quarto estava fechada. Não seria nada legal se alguém ouvisse a amiga se referir com tanto desdém assim a uma dama respeitável, casada com um Lorde rico. Sansa percebeu seu olhar.

— Você acredita que ela perguntou o que eu achava em relação a cor do meu cabelo? — ela comentou novamente.

— Como assim? — a princesa perguntou, com interesse.

— Ela disse que cabelos de fogo, antigamente, eram veemente associados a bruxaria. E perguntou se isso não me incomodava.

— E o que você disse? — Maëlle sentou-se na cama de repente.

— Eu disse que se eu fosse uma bruxa ela descobriria muito em breve! — a ruiva respondeu sorrindo.

— Não acredito que você falou isso! — Maëlle riu com gosto.

— Eu falei mesmo. Megera. Que audácia. Eu sei que não sou A princesa de Westeros, mas eu venho de uma família tão respeitável quanto a dela. Não suporto gente que gosta de diminuir os outros! — Sansa tagarelava, e Maëlle deitou-se na cama novamente.

Olhava para cima. Sentiu a barriga roncar. Estava com fome e sua bandeja de comida estava demorando. E então ouviu-se batidas na porta. Sansa atendeu e a princesa a ouviu dizer um “obrigada” e fechar a porta novamente.

— Ué, cadê a comida? — Maëlle perguntou.

— Só entregaram isso. É pra você! — Sansa entregou-lhe um envelope branco em mãos.

Ela abriu.

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Maëlle,

Precisamos conversar. Venha me ver, por favor.

Sua janta está aqui.

-D

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— O que houve? — sua amiga lhe questionou enquanto sentava-se ao seu lado na cama.

— Ele sequestrou minha janta! — a princesa respondeu séria, referindo-se ao novo Rei. Sansa riu.

— Deixe me ver! — Sansa pegou a carta das suas mãos e leu.

— Vá logo. E aproveite para contar-lhe o verdadeiro motivo de você estar com tanta fome! — Sansa referia-se a sua gravidez gemelar. Agora teria que comer por três pessoas.

Maëlle assentiu e suspirou. Foi ao banheiro e lavou o rosto, deixando a pele ao natural. Era mais linda ainda sem maquiagem.

Lavou os pulsos para refrescar-se. Respirou fundo.

 

-#-

 

A princesa mal tinha chegado as portas dos Aposentos Reais e a Guarda Real, que fazia a segurança do soberano, abriu espaço para que ela passasse. Daerion deveria tê-los avisado, pensou.

— Boa tarde, Vossa Alteza Real! — um dos guardas lhe cumprimentou enquanto fazia uma reverência e batia na porta.

Depois de alguns segundos, a porta se abriu e os guardas se curvaram. Maëlle os imitou. Daerion estava usando somente uma camiseta preta de tecido, e calças de um tom salmão bege.

— Vossa Majestade, a princesa Maëlle está aqui para vê-lo! — o guarda anunciou.

Ela estranhou a pompa, mas teria que se acostumar com isso daqui pra frente. Na Fortaleza Vermelha a segurança era ainda maior. Para chegar ao quarto do Rei, era preciso passar por mais de 5 guardas e 3 portas bem fechadas. Daerion não falou nada, somente se afastou da passagem, liberando para ela entrar. Depois, fechou a porta atrás deles. Maëlle sentiu um forte cheiro de comida, e percebeu que o balcão estava cheio dos mais variados tipos de peixe, carne e saladas. A barriga roncou novamente. Ela virou-se para Daerion. Ele a encarava com um ar sério, mas os olhos transpareciam dor.

— Você está bem? — Maëlle o perguntou, dando um passo em frente.

— Estou. Só um pouco preocupado...— ele respondeu, hesitante.

— Com o quê? — a princesa questionou novamente. 

— Que você tente me matar por ter roubado a sua janta. Não sei se os guardas chegariam a tempo de me salvar! — ele debochou, levantando as mãos em rendição. 

Maëlle não conseguiu evitar uma risada, mesmo que contida. Sabia que precisava lhe pedir desculpas pelo incidente no Fosso do Dragão. Que precisavam conversar sobre muitas coisas. Pensou em Lady Di. O quanto na época aquilo parecia tão grande e hoje não era nada perto dos problemas que tinham.

— Bom, você deveria saber que não se faz isso com uma mulher grávida. Ainda mais de um filho seu! — ela respondeu, referindo-se somente a um filho. Não queria contar assim, do nada.

— Pensei que fosse a única forma de trazer você até aqui — ele confessou, enquanto se aproximava do balcão.

— Você me manipulou. Com comida. Brilhante! — foi a vez dela confessar, sorrindo.

Daerion deu uma risada, e gesticulou para o balcão. Dando autorização pra que ela se servisse. Maëlle olhou ao redor, tinha muita comida. Não sabia nem por onde começar. Depois de um tempo, já alimentada e finalizando o segundo prato de comida, a princesa lembrou-se da existência do Rei.

— Você não vai comer? — lhe perguntou. Ele estava sentado na cama, com os braços cruzados e uma expressão divertida, observando ela devorar a comida.

— Talvez não sobre nada! — ele debochou.

Maëlle se limitou a encará-lo, com os olhos semicerrados. Ele estava com uma expressão mais aliviada, mais tranquilo. Ficou imaginando se era sua presença que tinha colaborado pra isso. Ficou feliz em pensar que sim. Isso significaria que, além de se importar com ela e seu próprio filho, ele também gostava dela. Da sua companhia.

— Você precisa se alimentar! — ela foi consciente. O dia dele tinha sido exaustivo. Voara de Porto Real, participara de duas cerimônias como o centro das atenções. Fora toda a carga emocional, capaz de desgastar qualquer pessoa. Mesmo se essa pessoa for extremamente forte, como Daerion.

— Não estou com fome! — ele respondeu lhe encarando.

— Eu insisto. Por favor, coma um pouco só! — ela falou e Daerion não se mexeu. Então ela mesma levantou com seu prato na mão e foi até onde ele estava.

— Aqui. Coma do meu! — Maëlle entregou o prato na sua mão e ele fez uma meia careta.

— Você teve um dia cansativo. Precisa recuperar suas forças! — a princesa insistiu novamente. E ele enfim aceitou.

Ela recostou-se na cama ao seu lado enquanto ele comia. Daerion lhe observou atentamente, e ela enrubesceu um pouco. Coisa que nunca tinha acontecido na sua presença. Ele notou.

— O que foi? — o Rei lhe questionou.

— Nada! — Maëlle respondeu apressada e tornou a olhar pra frente.

Ele suspirou.

— Seria muito mais fácil se você falasse o que está pensando — Daerion confessou.

— Eu estou pensando que você é muito lindo. E de perto assim, é quase desumano! — a princesa admitiu de um jeito sombrio. Não parecia estar realmente lhe fazendo um elogio. Daerion arqueou uma das sobrancelhas, mas não disse nada. Sabia que ela não tinha concluído o pensamento. Iria deixar ela terminar.

— E faz sentido...— ela emendou, levantando-se da cama. Tirou o prato vazio das mãos do recém-coroado Rei e levou até o balcão.

— Faz sentido o quê? — Daerion a questionou, apesar de já saber o que ela iria falar.

— Faz sentido que todas as mulheres do reino queiram pular na sua cama! — Maëlle completou. 

Ele fechou os olhos e suspirou levemente. Levantou-se e foi até ela, mantendo distância de 1 braço. Cruzou os braços.

— Você tem razão! — Daerion admitiu. 

Maëlle ergueu as sobrancelhas perfeitamente delineadas, espantada com a franqueza dele. Pensou que ele fosse tentar se defender.

— La embaixo o Sir Thales está distribuindo fichas para organizar melhor. A fila de mulheres que vão passar no meu quarto mais tarde já está enorme! — o recém coroado Rei falou em um tom sério e observou sua reação.

Ela o encarou também séria. E tentou segurar o riso. Tentou de verdade. Mas não conseguiu, e ficou mais irritada ainda. Ele ficou satisfeito em ter visto ela sorrindo, mas logo mudou a expressão e resolveu falar seriamente. Ele estava lhe devendo explicações, e queria fazer isso da forma correta.

— Maëlle, o que aconteceu em Porto Real...— ele começou dizendo e se aproximou dela. Colocou as duas mãos na lateral do seu pescoço como costumava fazer, e a fez levantar a cabeça para lhe olhar.

— Foi um erro enorme. E eu lhe devo um pedido de desculpas. Sinto muito por não ter tido responsabilidade afetiva com você! — era a primeira vez que Maëlle ouvia essa expressão. Responsabilidade afetiva. Deduziu, pelo contexto, que fosse algo relacionado a se colocar no lugar do outro. Ou sobre ter cuidado com os sentimentos alheios.

— Quando eu morava aqui, quando era solteiro e não tinha grandes responsabilidades, quando eu podia voar por aí e fazer o que quisesse a minha vida era diferente. Eu demorei pra perceber que certas coisas daquela época não tem mais espaço na vida que eu levo hoje! — ele estava sendo extremamente sincero.

— A única pessoa que tem espaço, tanto na minha cama quanto no meu coração, é você. E eu deveria ter falado isso antes. Deveria ter falado que eu te amo. Se quiser acreditar em algo, acredite nisso! — Daerion complementou, lhe encarando com seus olhos violetas. 

Essa provavelmente era a coisa mais linda que ele já tinha dito pra ela. E seus olhos violeta claros transpareciam tanta honestidade e intensidade que ela ficou emocionada. No fundo sempre soube a verdade, mas estava magoada demais para ver.

— Bom, você até que tentou falar... — ela murmurou para descontrair. Não queria chorar, porque se começasse tinha medo de não conseguir parar mais. Tinha muito choro entalado na garganta ainda.

Daerion riu. Recordando-se que ele realmente tentara falar que a amava, mas levara um tapa no rosto.

— Realmente. Não cabe em um papel a quantidade de vezes que você já me ameaçou, seja verbalmente ou com facas. E flechas. Quantas vezes você me bateu, ou me socou! — ele abriu um sorriso enquanto olhava para o além, pensativo.

— Eu provavelmente deveria estar presa! — a princesa confessou, olhando para ele.

— Ainda posso providenciar se você quiser. Mas já aviso, na masmorra não tem esse tanto de comida pra você alimentar o seu dragãozinho! — ele disse, rindo.

Maëlle sentiu as pernas amolecerem. Ele tinha se referido ao filho deles como dragãozinho, e essa fora a coisa mais fofa que ela já vira ele falando. Sorriu largamente. Primeira vez desde a morte do pai que ela se sentira abençoada, e feliz. Feliz de verdade.

— Até porque são dois! — as palavras saíram da sua boca automaticamente. Era o momento certo para compartilhar com ele a notícia. A princesa maginou que ele talvez fosse gostar.

— Dois o quê? — Daerion lhe questionou, sem entender.

— Dois dragõezinhos. Seus filhos. São gêmeos! — ela falou, contendo as lágrimas.

O Rei deu um leve passo para trás, com a expressão carregada de surpresa. Estava levemente sério. Baixou o olhar para sua barriga e levou alguns segundos para digerir a notícia. Até que abriu um sorriso. Maëlle teve a impressão de que aquela expressão era a mais feliz que ela já tinha visto ele demonstrar.

— Meu deus — o Targaryen falou quando finalmente conseguiu verbalizar algo.

— Eu só não sei o que faremos se forem dois meninos...— Maëlle confessou limpando uma lágrima que escorreu indevidamente. Referindo-se a qual dos dois meninos herdaria a Coroa.

Daerion riu e deu um passo pra frente lhe roubando um beijo antes que ela pudesse reagir ou pensar em outra coisa. Colocou as duas mãos no seu pescoço, e depois desceu cuidadosamente até a cintura. Ela conseguia perceber perfeitamente a diferença quando ele a beijava com carinho e zelo, e quando a beijava com fogo e intensidade.

— Posso ver? — ele sorriu entre o beijo e lhe perguntou.

— Não dá pra ver nada ainda, vai fechar 1 mês só! —  Maëlle riu com a sua ansiedade.

Mas ele não se importou. E se ajoelhou na sua frente. A ideia de que milhares de pessoas pelo país tinham se ajoelhado para ele hoje, e agora ele que estava ajoelhado a sua frente lhe deu uma sensação de poder incrível. Ela gostava disso. De ter o homem mais poderoso do Reino para si. Maëlle nunca fora do tipo que gosta de alimentar o ego. Nunca ligara pra dinheiro, para seu status de princesa. Às vezes até sentia que poderia abrir mão de tudo. Entretanto, disso ela gostava. Gostava do poder que Daerion representava, e de ter poder sobre ele. Ela o ajudou a desabotoar o seu vestido. Os largos botões dourados costurados no tecido marrom iam do busto até a parte mais baixa da barriga. Maëlle não usava nada por baixo, de modo que seus peitos ficaram à mostra. Ele beijou sua barriga, que realmente ainda não apresentava nenhuma protuberância. Talvez o melhor observador conseguisse ver um excesso de pele na curva da cintura, mas nada que chamasse atenção. Depois, ele levantou-se mantendo os olhos nos seus peitos perfeitamente redondos e fartos. Daerion pensou no quanto ela era lindíssima nua. Subiu a mão levemente da cintura até o seu pescoço, passando por seus seios lateralmente. Maëlle sentiu um arrepio com seu toque. E quando seus olhos se encontraram, ele percebeu seu desejo. Reconhecia aquele olhar. Quando ela se inclinou para lhe beijar, ele segurou levemente seu queixo, e colou a testa na sua. Suspirou.

— Não quero te machucar! — ele falou referindo-se ao apetite sexual de Maëlle. Sabia que ela gostava de sexo violento, e ele não conseguiria fazer isso sabendo que estava grávida não só com um, mas dois de seus filhos.

Ela abriu um sorriso debochado. A fala de Daerion só lhe deu mais tesão, e quis dizer para ele não se preocupar com isso. Mas não tinha conhecimentos médicos sobre isso, vai que muita violência pudesse lhe causar um aborto espontâneo ou algo assim. Não iria arriscar também.

— Tudo bem. Não precisa. Eu sei que você consegue ser gentil! — Maëlle falou em seu ouvido, enquanto apoiava-se no seu pescoço para dar impulso. Cruzou as pernas ao seu redor, no seu colo.

Daerion sorriu, e a colocou levemente na cama, ficando por cima. Lhe beijou carinhosamente.

O récem-coroado Rei e sua noiva transaram a noite inteira, e Maëlle acabou adormecendo lá. Antes disso, ainda conversaram por longas horas. Esclareceram seus problemas, falaram sobre o futuro, sobre o pai. Daerion emocionara-se falando sobre o quanto ele queria que Jaherys pudesse ter conhecido seus netos. Choraram juntos por um momento. E depois dormiram, exaustos. Deixando pra trás o que eles achavam ter sido o dia mais agitado das suas vidas. Deixando pra trás o que eles achavam ter sido o dia mais atormentador das suas vidas.

Não sabiam o quanto estavam enganados.

 

-#-

 

O manhã do dia seguinte passou com uma rapidez inacreditável. O Rei e a princesa desceram juntos para a cerimônia de fechamento das atividades reais em Pedra do Dragão. Ainda usavam preto, em razão do luto oficial. Maëlle tinha recebido nos Aposentos Reais um novo vestido, costurado recentemente. Daerion era o Rei agora, o que significava que eles não precisavam mais se preocupar se alguém comentaria o fato dele estaremos juntos antes do casamento. Sua palavra era lei e pronto. Depois da cerimônia, a corte retornaria para Porto Real. Assim como o Soberano.

Como estava chovendo largamente, em razão de uma tempestade que se instalara na Ilha durante a madrugada, os atos foram transferidos para dentro do Salão Principal. E após a realização desta, Daerion foi chamado para uma breve reunião do Conselho Privado. Seria a primeira reunião oficial desde que tornara-se Rei. Maëlle aproveitou para conversar com sua mãe. Queria lhe contar da sua gravidez e assim o fez. A Rainha-Mãe inicialmente ficara assustada. Ela geralmente era muito astuciosa e não deixava nenhum detalhe passar. Mas não fazia ideia sobre isso, e sentiu-se constrangida. Não tinha prestado tanta atenção nos filhos como deveria. Mas os apoiou, e se emocionou ao saber que teria dois netos. Mãe e filha se abraçaram, e choraram juntas.

E após isso, almoçaram e recolheram-se ao aposentos da Rainha-Mãe. Maëlle estava quase dormindo no colo de Alysanne, que lhe fazia cafuné e lhe contava histórias, quando o Lorde Arryn bateu na porta e a abriu abruptamente sem permissão. Maëlle deu um pulo da cama, com o susto. Como ele se atrevia a abrir a porta sem autorização? E se sua mãe estivesse em um momento de privacidade, estivesse desnuda ou qualquer coisa. Abriu a boca para reclamar, mas foi brevemente interrompida

— Mil perdões, Vossa Majestade. Vossa Alteza. O assunto é de extrema urgência. O Rei solicita a presença das duas imediatamente na sala de reuniões! — ele falou afobado, como se tivesse corrido dois lances de escada. Provavelmente tinha mesmo.

Maëlle estranhou. O que poderia ser tão urgente? Ela estava com Daerion agora pouco e ele não falara nada. Olhou para sua mãe. Ela estranhou também. Mas imediatamente obedeceram. Lorde Arryn as acompanhou, mas não entrou. Quando as portas se abriram, Maëlle identificou somente duas pessoas na Sala. Daerion, no fundo, em pé e apoiado com ambas as mãos na mesa, e Daella. O que ela estava fazendo ali? Foi só quando se aproximou que pôde perceber suas expressões. E a aura negativa do ambiente. Além da sala estar com escassa de luz, ainda sim podia-se perceber o momento obscuro. Pelo menos Maëlle podia perceber. Ela era muito sensitiva. E sua intuição, naquele momento, lhe gritava perigo. Daella estava sentada em uma das cadeiras, com os cotovelos apoiados na mesa e as mãos cruzadas. O olhar vidrado parecia não ver nada, mas aparentava uma mistura de choque e tristeza. E Daerion. A expressão dele Maëlle não conseguiu reconhecer. Nunca tinha lhe visto assim. Sentiu um calafrio. Não era só raiva que podia ser identificada no seu olhar. Apesar da raiva já ser amedrontadora o suficiente. Ele também estava com o rosto molhado. Tinha chorado.

— Filho? — Alysanne lhe perguntou, preocupada.

Daerion levantou o olhar e a encarou. Ela assustou-se com a expressão do filho. Soube ler que ele estava triste, com raiva, mas também preocupado. Percebeu que ele estava com um pergaminho branco na mão somente quando ele o jogou no meio da mesa. Alysanne e Maëlle o encararam, sem entender. Esperavam explicações. Estavam aflitas.

— Ele foi envenenado! — Daerion falou, sem rodeios.

Sabia que seria doloroso para a mãe ouvir isso, mas não tinha condições de falar de outra forma. Maëlle foi a primeira a pegar o pergaminho, e a Rainha-Mãe ficou paralisada. Os olhos encheram-se de água e a expressão transformou-se em um grande ponto de interrogação, num primeiro momento. Ela olhou para a filha, que tinha os olhos focados em conferir o pergaminho. Maëlle o lia com precisão.

 

“Vossa Majestade,

Hoje escrevo para lhe dar uma notícia devastadora. Como se já não estivéssemos passando por momentos dolorosos o suficiente. Pensei que isso pudesse esperar, mas agora reconheço que não.

Como Vossa Majestade bem sabe, eu estou trabalhando diretamente com o Sir Orleon, chefe da equipe de autópsia. E durante esses dois últimos dias analisamos as amostras coletadas para identificar a causa mortis. Isolamos todos os componentes químicos do sangue para tentar descobrir algo, e o que encontramos foi uma grande quantidade de potássio. Elemento que, nessa quantidade, pode causar uma arritmia cardíaca extrema, e levar a um ataque cardíaco muito rápido. Depois de constatarmos isso, eu mesmo ordenei uma busca com os melhores ajudantes da inteligência, contratados pelo Mestre dos Sussurros. E obtivemos a resposta. Foi preciso nos valer de alta tortura para extraí-la, infelizmente, mas os delatores já foram devidamente executados.

Sinto informar que a vítima, Jaherys Targaryen, foi envenenada. O líquido usado como arma do crime chama-se Lágrimas de Lys. E o plano foi elaborado e executado por homens anarquistas pertencentes a uma facção criminosa originária de Lys, uma das Cidades Livres Orientais.

Nós oferecemos a família real nossos mais sinceros sentimentos e condolências. Que os Sete Deuses confortem vossos corações.

Meister Brann.”

 

Maëlle levantou a cabeça, e olhou para sua mãe. Ela esperava sua confirmação, sem querer acreditar nas palavras do filho. Maëlle tremia o lábio inferior, de raiva. Não sabia se chorava, ou o que fazia. Sentiu mais raiva ainda do momento paralisante em que se encontrava. Ao seu lado, viu a aspecto facial da Rainha-Mãe Alysanne transformar-se completamente. Ela apoiou-se na mesa, abaixando-se. Depois gritou. E gritou mais forte ainda. De dor. E raiva. O amor da sua vida tinha sido tirado dela de forma extremamente covarde. Logo ele que sempre defendia tanto a honra da batalha. A honra do inimigo. Que honra tinham tido com ele? Fora assassinado cruelmente dentro do próprio teto, na frente do próprio filho. Covardes. Era tudo o que a Rainha-Mãe conseguia pensar. Chorou com a força que não tinha chorado antes ainda. E gritou novamente. Maëlle e Daerion observavam a dor da mãe com sangue nos olhos. Ela não deveria estar sentindo isso. Não deveria ter perdido seu marido. E nem eles seu pai. Seu maior líder, seu protetor. Fora tirado deles assim, sorrateiramente. Já Daella observava atentamente. Tinha perdido seu irmão para um jogo político, porém ao invés de uma vida tomada, esse jogo levaria outras milhares junto. Ela percebera primeiro que eles o que estava acontecendo ali. A raiva alimentada dentro de cada um, inclusive de sua irmã que sempre fora tão pacífica e amável, não seria controlada tão fácil. Ninguém faria isso com eles e sairia ileso. A semente da guerra fora plantada e ela sentiu-se terrivelmente incapaz de fazer algo para impedir. 

Deixou uma lágrima escorrer. Pelo irmão já falecido, pelas pessoas do outro lado do Mar Estreito que pagariam por sua morte, e pelas almas de Maëlle, Daerion e de sua irmã Alysanne. Depois de fazer o que fariam, jamais voltariam a ser os mesmos.

Ali, exatamente naquele momento, iniciou-se aquela que ficaria conhecida como A Guerra do Dragão.

 


Notas Finais


E vamos de fogo e sangue né mores, não são Targaryens a toa.
DAENERYS FICARIA ORGULHOSA, MINHA BIXINHA FALECIDA.
Jon snow, vc me paga.

CONTINUEM LENDO AMORES :))))))))


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