“O que o Bill tem?” – escrevi no papel, ele não parava de se mexer atrás de mim e parecia reclamar algo com o irmão.
“Ele é esquisito, nem ligue. Tom me disse que era um negocio de bipolaridade, uma hora ele está de boa e do nada fica irritado...” – ela escreveu, a letra dela era arredondada e super bonita, diferente do meu garrancho.
“Ele sempre foi assim?”
“Sempre foi, Bill é um mistério. E você está muito curiosa sobre ele, se interessou nele, foi?” – olhei-a irritada após ler o que ela tinha escrito.
“Obvio que não, acha que eu ia me interessar por alguém que me maltratou no meu primeiro dia de aula?” – escrevi rapidamente, minha letra saindo mais feia do que eu queria (?).
“Fiquei sabendo dessa história e já conversei com ele. Bill não tentara nada com você, a não ser que você queira algo com ele...” – escreveu e enquanto eu lia, ela ria.
“Pode ter certeza que eu não vou querer.” – escrevi lançando-lhe um olhar irritado.
Paramos de conversar porque o professor pareceu notar o que estávamos fazendo. Agilmente ela escondeu a folha na mochila e eu pude jurar que vi Tom mexendo nela assim que ela guardou o papel lá, mas foi tudo tão rápido que eu tive as minhas duvidas.
Quando a manhã acabou eu estava exausta, precisava urgentemente comer e dormir, vagabunda, eu sei. Tínhamos algumas lições, mas eram poucas até. Kim foi comigo até o Central Park, a casa dela era para o lado direito, contrario da minha casa.
Tive a estranha vontade de querer passar por dentro do parque como fiz ontem, parei novamente na árvore do dia anterior e como um filme me lembrei do Bill parado no meio daquela clareira. Estava sendo idiota e estava distraída, pois me assustei bastante quando alguém me virou para a trilha.
Os olhos amendoados me encararam e desceram pelo meu corpo como um predador, eu me assustei com aquilo, ele se aproximou mais de mim enquanto eu me afastava, ficando entre ele e a árvore. Quando fui abrir a boca para perguntar o que ele fazia ali, Bill afastou o meu cabelo do pescoço e se inclinou na direção dele. Meus olhos se arregalaram ao perceber que ele ia me morder, como assim me morder? Bill lambeu o meu pescoço e uma sensação de amortecimento tomou conta de mim. Poderia ter caído ali mesmo se ele não tivesse me segurado, me prensando na árvore gelada.
Ele pressionou o corpo sobre o meu, era duro e gelado, podia sentir a frieza dele mesmo estando vestida. Bill mordiscou o meu pescoço e eu gemi baixinho, ele riu e me encarou sem se afastar de mim.
- Eu não sei o que desejo mais, seu sangue ou sua boca. – falou me deixando mais assustada.
- Você está louco? Tem algum problema? – minhas perguntas não passaram de um sussurro.
- Sim, eu tenho um problema. – respondeu a minha segunda pergunta – Você é o meu problema e está me deixando louco.
Rapidamente ele se voltou para o meu pescoço, juro ter visto algo brilhar na boca dele e depois senti um pouco de dor, como se algo tivesse me picado. Não consegui gritar, pedir por ajuda. Consegui erguer meus braços vagarosamente para tentar empurra-lo, mas enquanto ele bebia do meu sangue uma nova sensação tomou conta de mim. Eu estava ficando excitada (?). A sensação era tão boa que eu pousei as minhas mãos no pescoço dele e não me importei com que ele continuasse a me morder. Sentia meu coração bombear sangue por todo meu corpo e consegui ouvir um rouco gemido vindo da garganta dele, um gemido de satisfação. A dor acabou, mas a sensação continuava, pois ele trabalhava com a língua aonde tinha mordido para que, talvez eu não ficasse marcada.
Terminada a lambição no meu pescoço, Bill me encarou. A boca dele estava um pouco suja de sangue, mas aquilo me excitou. Como se ele entendesse o que se passava comigo, sorriu maroto mostrando delicadas e afiadas presas no lugar dos caninos e tomou os meus lábios com violência. Para a minha surpresa, quando ele me prensou mais na árvore, seu corpo estava quente. Eu senti o gosto do meu sangue na boca dele e descobri algo que eu não esperava, um piercing na língua. Ele me beijava com avidez, brincando com a língua, senti as mãos dele descerem pelo meu corpo, elas estavam um pouco geladas ainda e aquilo pareceu me excitar mais. Passei a minha língua pelos dentes dele e o gosto de sangue se fez mais presente em meio ao beijo, isso pareceu excitá-lo mais, pois ele me prensou mais ainda na árvore, mas parou, como se a razão voltasse para ele.
Encarou-me por um momento e depois se afastou rapidamente, indo para o outro lado da trilha. Não entendi bulhufas, mas me senti tonta, minha visão ficou turva e a última visão que eu tive foi dele voltando rapidamente para mim, me segurando antes que eu caísse. Seus olhos estavam mais claros e preocupados. Depois, eu apaguei.
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