História Alive - Chapter thirteen

O rosto de Park JiSung parecia queimar de tão vermelho, e Kook não sabia dizer se era de raiva ou de vergonha. Mas de uma coisa ele tinha certeza, sua avó era a melhor pessoa do mundo. Ela era super legal, mas rude quando queria. Era umm anjo mas também um diabo, sua avó era uma mulher de personalidade bastante forte.

SeokJin prendia o riso mordendo com força o lábio inferior, mas o escândalo mesmo vinha do lado de fora, provavelmente Hoseok porque aquele hyung era muitíssimo escandaloso, chegava a ser desnecessário toda aquela gritaria.

–Bom, então estamos indo, só passei para avisar mesmo. Jin, você pode me informar sobre a situação do Jimin depois, certo? Ah, e Park JiSung, deixe-me saber que você encostou um dedinho se quer no meu neto novamente e eu farei da sua vida o verdadeiro inferno. –Sorriu gentilmente para ele. Se alguém olhasse de fora não perceberia o quão ameaçador era aquele sorriso.

OkJin grudou novamente no braço de Jeongguk e o puxou para fora novamente. O moreno passou a mão puxando Hoseok que puxou Yoongi e assim eles foram, pareciam estarem brincando de trenzinho. O sorriso de Hobi parecia não morrer e o loiro com sua típica carranca.

Todos os quatros entraram no elevador, por que segundo a mais velha, pelas escadas demoraria muito. Hoseok começou a tagarelar com sua avó sobre como ela era legal e a mesma mantinha um sorriso satisfeito.

No segundo andar, OkJin o puxou para fora do elevador e disse para os outros irem sozinhos.

–É no próximo andar, segundo corredor a primeira porta da direita se não me engano. Não sou boa com essas coisas, enfim, vejo vocês depois.

Hoseok olhou para o namorado que parecia querer dormir em pé e sorriu, entrelaçando os dedos. O mais novo ali não falou nada, sabia que quando Yoongi estava irritado não gostava que falassem consigo, por isso ficou em silêncio todo o percurso.

Quando chegaram no lugar informado, Hoseok espiou pela janela e viu um garoto deitado em sua cama olhando para o teto e na poltrona ao lado uma moça de cabelos roxos vestidas e enfermeira e falando muito. Murmurou um “eu acho que é aqui.” para o namorado, que não hesitou em abrir a porta e puxar o outro consigo assim que adentrou o quarto.

Os outros dois ali presentes olharam confusos para os dois garotos –de mãos dadas – parados na porta, um com cara de paisagem e outro sorrindo nervoso. Yoongi soltou a mão de Hoseok e sentou-se na poltrona esquecida no canto do quarto. O mais novo se curvou e então começou a falar.

–Você é o Jimin, certo? Eu sou Jung Hoseok e aquele é o meu namorado, Min Yoongi. Somos amigos do Kook.

Um sorriso brotou nos lábios de Jimin e então o moreno parou para observa-lo. Era lindo, exatamente como Kookie o descrevia. Tirando que agora seu rosto estava mais magro e pálido, mas ainda sim, bonito.
Choi se engasgou na poltrona por um segundo após digerir a frase do garoto.

–Espera, vamos de novo, você disse JUNG?

–Sim, Jung. Minha irmã trabalha aqui, ela é nutricionista aqui, conhece?

–AH PUTA QUE PARIU! –a enfermeira levantou e num piscar de olhos saiu do quarto.

Hoseok andou até Jimin e sentou na beirada da cama, apertaram as mãos e logo já estavam tagarelando. Yoongi dormia na poltrona enquanto isso. O moreno –mais velho – explicou como Jungkook era desde que o conheceu e de como o ruivo deveria ficar feliz por não ser tratado com o lado rude do outro. Eles falaram e falaram sobre coisas banais como; gosto musical, gosto literário entre outros. Pareciam amigos á muito tempo e Jungkook ficaria com ciúmes de ver o quão fácil o assunto surgia entre eles.

E claro, com a proximidade.

Jimin não soube dizer exatamente quando a conversa mudou de rumo, mas quando viu já estavam falando de sexo enquanto Hoseok dizia lhe dar umas dicas. Como não era experiente nessas coisas apenas ficou calado, fazendo perguntas que achou necessário.

–Certo, e ai você pega os dois dedos dele e os coloca na boca...

–Pra que? –perguntou corado, confuso.

–Na hora você entende, só escute o que eu estou dizendo isso vai ajudar muito. Ta, daí você deixa os dois bem molhados para não correr o risco de...

–O que você está falando para ele, Jung Hoseok? – a voz de kookie invadiu o quarto.

–Ele está me dando dicas sobre t – o Jung cortou Jimin, gritando;

–TANGO! DICAS SOBRE TANGO! – riu nervoso enquanto Kook andava com a perna enfaixada até a cama.

–Sei... o que você esta fazendo no meu lugar?

–Não vi seu nome aqui quando me sentei...

Jungkook andou até sua mochila encostada ao lado da poltrona e pegou seu estojo. Voltou para onde os dois estavam, puxou Hoseok pela mão e escreveu suas iniciais na fronha branca ao lado do corpo de Jimin, onde costumava se sentar e dormir. Virou-se apontando para o lugar.

–Agora você esta vendo? –Kook perguntou e Jimin puxou sua orelha. –Ai!

–Por que você escreveu seu nome aqui? É você quem lava por acaso? –o moreno negou. –Então por que escreveu? Hein, me responda Jeon Jeongguk!

–Porque quero que saibam que ai é o meu lugar... –responde baixo.

–Você não precisa escrever o seu nome pras pessoas saberem que aqui é o seu lugar. Vem aqui e senta. – o mais alto se sentou ao lado do ruivo. –Pronto. Alias, o que aconteceu com o seu pé?

–Eu torci.

–Quando?

–Brigando com o seu pai...

–Por que não me disse que tinha se machucado? Eu vou bater naquele cara!

–Relaxa, Jimin, a vovó colocou ele lá em baixo. –Hoseok disse e Jimin o encarou confuso. –Ela chegou lá dando uma baita carroçada nele e ainda falou “deixe-me saber que você encostou um dedinho se quer no meu neto novamente e eu farei da sua vida o verdadeiro inferno.” Foi hilário!

Jimin sorriu, mas na verdade ainda brigaria com seu pai. Ele não tinha o direito de aparecer em sua vida 14 anos depois achando que tudo era como antes. Ele colocaria Park JiSung em seu lugar.

Fazia alguns dias que sua mãe não aparecia ali, ele já estava sentindo a falta dela. Sabia o motivo. Era a mensalidade do hospital. O ruivo não podia ficar ali de graça, alguém tinha que pagar um hospital super caro e ainda manter as despesas de casa.

Eu estou sempre trazendo problemas para as pessoas que eu amo...

Jimin sorria enquanto os morenos conversavam sobre alguma coisa qual não dava atenção, apenas fingia. Sua cabeça estava tomada em pensamentos ruins, como sempre. Era inseguro demais. Problemático demais. Anormal demais.

Sua garganta fechou-se em um nó e seus olhos arderam, mas ele não choraria, não na frente dos amigos de Jungkook. O loiro havia acordado e sentado na poltrona da frente com Hoseok em seu colo, aquilo era bonito.

Se lembrou do dia em que Kookie o beijou. Fora algo intenso e bonito, Jimin também havia sentado no colo do mais novo e aquilo foi vergonhoso mas era bom. Era bom a sensação das mãos grandes e geladas do moreno percorrendo sua pele quente, lhe fazendo carinho.

Corou e se arrepiou somente com a lembrança, balançou a cabeça para os lados tentando espantar esses pensamentos. Percebeu que Jeon o observava curioso.

–Por que está corado?

–Hã? N-Não estou.

–Esta sim, e esta gaguejando. –sorriu de lado, sexy. –Estava imaginando coisas indecentes não é?

–O-O que? C-Claro que não. –Jungkook riu sendo acompanhado por Hoseok.

–Temos um pervertido aqui! –o moreno mais novo disse.

–Fala como se não fosse um, não é, Jeongguk? E que tal eu comentar com Jimin o que eu ouvi? –o tom brincalhão de OkJin soava bastante ameaçador aos ouvidos do neto. Ele fez cara feia para ela. –Cara feia para mim é fome... deixe-me ver, Jimin não deixou você come-lo?

–VÓ!! –Gritou, ouvindo a risada alta de Hoseok junto com a de Yoongi.

O rosto de Jimin estava mais vermelho que seu cabelo quando o pintou, sentia suas bochechas queimarem de vergonha. Aquilo era tão vergonhoso para si e OkJin falava com um ar tão natural. Todos estavam rindo e olhando para o rosto vermelho do Park, o deixando ainda mais envergonhado.

Jungkook passou um dos braços sobre o ombro do ruivo e tampou uma orelha com a mão, e com a outra com a mão esquerda sussurrando “não dê ouvidos a ela.”

Depois de um tempo OkJin expulsou todos do quarto dizendo que queria conversar sozinha com Jimin e que o assunto não era do interesse deles. Quando todos abandonaram o quarto, a mais velha trancou a porta, após verificar que eles também já haviam saído do corredor e voltou para falar com o ruivo.

–Como você esta?

–Estou bem.

–Você e o Kookie... estão, hã, namorando?

–Ah... n-não. Bom eu acho que não, ele... ele não fez nenhum pedido até agora. E-Então acho que somos só amigos por enquanto.

–Amigos não se beijam, Jiminnie. –ela sorriu abertamente.

–Vovó, você acha que, se eu e o Kookie namorássemos o meu pai me proibiria de vê-lo?

–O seu pai? Seu pai não manda nem naquele pinto velho que ele carrega entre as pernas. –Jimin riu alto. –Vai por mim, ele não é nem louco de tentar.

Os dois ficaram conversando por mais alguns minutos até que os outros voltaram com um Jungkook dizendo que estava com saudades e que ninguém o tiraria daquele quarto tão cedo. Yoongi estava mais animado e parecia ter esquecido sua briga com OkJin porque até estava conversando com ela. Hoseok era muito escandaloso e tinham que pedir para ele baixar o tom certa hora. Jimin apoiou a cabeça no ombro do moreno ao seu lado quando todos estavam distraídos demais para prestar atenção em si, até mesmo o dono do ombro.

JiWoo trouxe um carrinho de comida para o ruivo, já que ele estava sem almoço e não iria para a quimioterapia sem nada na barriga, brigou com o irmão mais novo porque ele gritava muito e depois saiu. Choi entrou logo depois, arrumando suas roupas e prendendo os cabelos roxos em um rabo de cavalo.

Ela entrou na rodinha de conversa mais ficou irritada quando Hoseok insistia em perguntar qual era o seu nome verdadeiro e porque ela gostava que a chamassem só de Choi.

–Não gosto do meu nome porque me lembra a minha irmã.

–A In Ha? Por que você não gosta dela? Ela é gentil e bonita, limpa sua casa e cuida do seus gatos.. –Jimin disse.

–Gentil e bonita? –Jungkook repetiu, certamente com ciúmes.

–Ela cortou meu cabelo e foi gentil comigo, conheci ela quando estávamos brigados, nada mais.

–Jimin, porque está se explicando? –OkJin perguntou sarcástica, colocando lenha na fogueira. –Ele nem é seu namorado.

–O assunto principal é o nome da enfermeira. Vamos Choi fala!!! –Hoseok disse manhoso.

–Choi Mi Ha. –sussurrou e ninguém a ouviu, olharam para ela com cara de interrogação e então ela gritou. –CHOI MI HA!

–Choi Mi Ha e Choi In Ha... EU GOSTEI! –o cunhado de Choi gritou e o loiro o beliscou.

O dia de Jimin nunca fora tão animado, com seu quarto cheio de pessoas que falavam mais alto do que deveriam, que faziam brincadeiras estúpidas uns com os outros, davam respostas ríspidas e falavam palavrão. Que comiam seu almoço sem pedir permissão. Isso nunca tinha acontecido na vida do Park. Ele se sentia tão feliz.

Hoseok ligou o aparelho de som e colocou uma musica animada e todos pareciam estar em uma festa. Yoongi estava discutindo com Jeongguk e  OkJin que tentava manter a conversa amigável com o Jung e com Choi. Era uma cena um tanto quanto engraçada.

Park Jimin se sentia tão feliz.

Aquele nó que havia formado em sua garganta mais cedo fora desfeito, sua visão embaçou. Ele estava chorando. Se sentia tão feliz com todos ali que quis chorar e o fez. Sua doença não havia lhe importunado, se sentia bastante bem e o dia nem tinha começado.

Jeongguk percebeu que o ruivo chorava e o olhou preocupado, todos os outros também olharam, procurando o motivo dos soluços.

–O que foi? Por que ta chorando? –Perguntou colocando as mãos sobre as bochechas vermelhas de Jimin. –Está doendo? Onde?

–Eu... –sorriu fazendo seus olhos inchados e vermelhos tornarem apenas duas linhas. –Eu estou feliz.

Os outros ali no quarto ficaram em silêncio observando enquanto Kookie limpava as lagrimas de Jimin com os dedos. Demorou um pouco para que o Park parasse de chorar, todos se mantiveram em silencio, sorrindo sem mostrar dentes.

O moreno levou os lábios até a testa do hyung e deixou um beijo demorado ali, depois voltou à atenção pros outros presentes que estavam gargalhando diante da cena. O ruivo segurou uma das mãos grandes do moreno, apertando-a.

–Vocês são tão gays! –OkJin comentou rindo, sendo acompanhada pelos outros.