“ Eu já estou perdido...”
Lost – Bruno Mars
POV - Peter
Chuva de flashes. Foi a recepção que recebi naquele lugar.
Dre, da melhor forma que pôde, afastava a multidão de fotógrafos e “urubus” que me cercavam.
Alívio em meio a tensão de toda aquela situação.
— Obrigado! – Dre acena com a cabeça e se afasta, deixando-me sozinho com meu filho naquele lugar que relutei tanto em trazê-lo.
— Papai, onde ela está? – Meu garoto me encara com o olhar franzino. Ele é lindo!
Eu sei! Isso soa somente como palavras de um pai babão que sou, mas essa é mais pura verdade. Josh no auge dos seus 5 anos é incrivelmente esperto, sensível e alegre.
— Vamos encontrá-la, fique calmo filho! – O tranquilizei da melhor forma possível. Na verdade, caminhando naquele ambiente, me sentia a cada passo mais tenso.
Desviando dos olhares curiosos, aproximei-me do fundo do corredor onde encontrei uma de minhas irmãs e no segundo seguinte, vi Josh se afastar em direção a Jaime. “Graças a Deus que ela está aqui”, pensei.
— Meu irmão, como você está? – Jaime se aproxima com Josh em seus braços e me abraça de uma forma que somente as duas mulheres da minha vida conseguiam fazer: forte, compassivo e terno.
— Estou bem! – menti, observando Josh que não parava de olhar para os lados procurando algo. O pior é que a Jaime sabe que estou mentindo, minhas olheiras e desanimo não escondem. Mas me conhecendo tão bem, sabe que aquele não é o momento para insistir numa resposta sincera.
— Tudo bem! Vou ficar com o Josh, entre e fique um pouco com ela. – sorri. Minha irmã é a extensão da minha mãe: equilibrada, sábia, calma e compassiva. Ela tem sido o meu segundo grande apoio, logo após o meu garoto.
Desvio-me dela e do meu pequeno com passos vacilantes. É a segunda vez que a verei após ... Entro na sala e a vejo imóvel, pálida e sem nenhum tipo de reação. “Mas que merda eu fiz meu bem?”.
Aproximo-me com os olhos ameaçando entregar ao mundo tudo o que verdadeiramente estou sentindo. Coloco-me ao lado daquele objeto frio e seguro sua mão.
— Eu te amo! – sussurrei aproximando meus lábios do seu rosto. Isso era tudo o que eu gostaria e deveria ter dito e adivinhem? Não disse. Era impressionante como, mesmo naquele momento, sentia seu perfume natural e era impossível não lembrar de tudo o que vivemos e do que não vivemos. Isso mesmo, não vivemos muita coisa pelas péssimas escolhas que fiz. E o mais impressionante ainda era que as minhas más escolhas sempre me faziam voltar em direção a ela ... Me fazendo repensar minha vida, me arrepender e por quê não mudar? Com os mesmos flashs que me recepcionaram aqui hoje, os mesmos flashs que me fizeram conhecê-la há 6 anos trás. Sempre quando eu já estava perdido.
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