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História All About You - Sete


Escrita por: odisseiasoiaf

Notas do Autor


Olá gente :)
Novo capítulo no ar e com ele, alguns detalhes esquecidos pelo Bruno da noite do Grammy. Espero que gostem!

Música Citada: Bruno Mars - Young Girls

Capítulo 7 - Sete


Fanfic / Fanfiction All About You - Sete

“Todas vocês, garotas jovens e descontroladas

Vocês me deixam em frangalhos.”

Bruno Mars - Young Girls


POV Savanna

 

 

Sábado é o dia folga dos voluntários, o que normalmente não “aproveitamos”.

Isso se deve pelo simples fato de sempre organizarmos eventos educativos com as crianças do centro comunitário ou do bairro nos finais de semana. O que chega a ser considerado “mais cansativo” do que trabalhar cinco dias por semana internamente. Mas acredite, vale a pena!

 

• • •

 

Chegou domingo e passamos da mesma forma, a diferença é que tiramos um tempinho para realmente descansar, “pois ninguém é de ferro, né?”. Preparamos lanches raros para nós, como pizza e x-burguer, conversamos amistosamente no refeitório e até cantamos num karaokê improvisado pelo Iam. Todos participaram, exceto Jennifer. Que fez questão de se arrumar longe de nós, sem nenhum contato conosco desde o convite do Peter para o Grammy. Um comportamento que era direito dela, mas que ao mesmo tempo, estava preocupando a todos.

Bom, ela tinha saído do centro comunitário maravilhosamente elegante e linda. Acredito que exuberante era a palavra correta para descrever Jennifer descendo as escadas, indo em direção à limusine que veio buscá-la.

 

— Thau gente, me vejam na TV! – Se despediu, mandando beijos.

— Claro Jennifer, não perderemos este momento por nada. – Lucas fez questão de responder.

 

Quando ligamos a tv, demos de cara com uma entrevista descontraída e emocionante do Peter sobre aquele momento importante da vida dele. Confesso, fiquei muito feliz em ver seus olhos brilhando através do monitor. Algo que eu ainda não tinha visto pessoalmente.

A premiação seguiu com apresentações musicais incríveis, incluindo a do Peter e seu prêmio como melhor cantor POP com uma de suas músicas, que pessoalmente era a minha favorita. “Não contem para ele, ok?”. Novamente puder ver o brilho em seus olhos, enquanto dedicava o prêmio a sua família.

 

— Está chorando Savanna? – Lucas questiona.

— É somente um cisco. – Passei a mão em meu rosto. — Eu acho. – Rimos.

— Aquela não é a Jennifer? – Iam se manifestou e ao olhar para o monitor novamente, pude ver uma expressão de impaciência e irritação em seu rosto. Algo estava acontecendo. — Ela está tão...

— Esquisita. – Ana completou.

 

A premiação acabou e logo nos retiramos para os dormitórios. Crianças colocadas na cama, leitura posta em dia e finalmente, o descanso dos juntos. Acredito ter acabado de pegar no sono, quando de repente, gritos me despertaram.

 

• • •

 

— Eu ... quero ... falar com ela! – Uma voz ecoa. Parecia estar chamando alguém no portão. – Savanna, eu quero falar com você!

— O que está acontecendo? – Perguntei a Ana, que parecia tão assustada quanto eu.

— Parece que alguém está te chamando, é melhor você ir lá.

 

Caminhei rapidamente, descendo as escadas em direção ao portão do centro. Quanto mais me aproximava, mais reconhecível se tornava a voz que havia me chamado. “Ah não!”

 

— Sa..vannah! – Peter ria de forma boba. Estava nitidamente bêbado. — Eu preciso ... falar com você!

— Savanna, é melhor você entrar! – Lucas o carregava para a parte interna do local. — Não! Eu quero falar ... com ela. – Ficou sério de repente, travando seu corpo numa das bases do refeitório. Enquanto Lucas tentava força-lo a continuar caminhando. — Por que você faz isso comigo?

— Isso o que Peter? – Eu sei que não deveria estar perguntando, mas queria ouvir o que ele tinha a dizer. Dizem que pessoas bêbadas falam a verdade. Não era justo, mas a curiosidade foi mais forte que eu.

— Isso! – Apontou para mim. — Você sempre faz essa ...cara. Me lê como ... – Respirou fundo. — Isso me... assusta. – Olhou para baixo. — Tenho medo Savanna. – Suspirou. — Tenho medo que perceba que eu penso em você, mais do que eu deveria. - Me encarou e pude ver sinceridade em seus olhos. Algo que sóbrio, ele não me permitia ver. Os nossos olhos se encontraram, pelo que me pareceu, longos segundos. Mas antes que eu pudesse raciocinar sobre cada palavra dita por ele, fomos interrompidos.

— Peter, vamos tomar um banho! – Iam chegou a tempo de ouvir a última parte e o puxou bruscamente.

— Savanna, prepare um café. Vamos dar um banho nele e colocá-lo pra dormir. Tome o celular dele! – Lucas estendeu a mão, no qual peguei o celular. — Ligue para a família e segurança dele e avise que ele dormirá aqui. Não é aconselhável ele sair ou alguém entrar nesta hora da madrugada no bairro, irá chamar a atenção que ele não precisa agora.

— Tudo bem Lucas, você tem razão! – Antes que eu pudesse ligar para os seus familiares, o celular começou a tocar. Sem saída, atendi.

 

 

Ligação On

 

 

— Alô! – Sussurrei sem graça.

— Alô! Bruno? – Riu. — Que voz é esta cara? Onde você está?

— Aqui não é o Peter, é ... – Meu rosto estava corado. — O Peter está aqui no centro comunitário.

— O que ele foi... Perai, quem está falando? – A voz masculina no outro lado da linha gargalhou de repente. — Por acaso, você é a famosa Savanna?

— Sou eu. – Meu rosto está passando de vermelho para roxo. “Como ele sabia quem eu era?”

— Meu nome é Philip Lawrence, mas pode me chamar de Phil. – Riu novamente. — Prazer em conhecê-la, mesmo que seja por telefone.

— O prazer é todo meu Philip, Phil. – Ele era gentil e parecia ser uma pessoa bem humorada e descontraída. Ótima para se ter ao lado em qualquer situação, inclusive agora. — Phil, ele está aqui conosco. Chegou um pouco “alterado” e dormirá aqui. Pode avisar a família e ao segurança dele? Por favor!

— Claro, aviso sim! – Suspirou. — Esse Bruno não tem juízo! Amanhã cedo estarei aí para buscá-lo, sei que esta noite estará em boas mãos. Obrigada Savanna!

— Não tem o que agradecer, Phil! Boa noite!

 

 

Ligação Off

 

Caminhei em direção à cozinha, preparei um café forte e fui em direção ao dormitório dos meninos. Entrei no quarto e pude ver Jennifer sentada na beira da cama onde Peter estava deitado, de banho tomado e um pouco mais lucido. Até aquele momento, não havia visto Jennifer, muito menos sabia se ela tinha chegado com ele. Mas antes que eu me aproximasse melhor, ela veio em minha direção, tomou a bandeja de minhas mãos e caminhou firme em direção à cama novamente, sem direcionar uma palavra a mim. Quando estava virando de costas para voltar ao meu dormitório, uma voz chamou pelo meu nome e pela primeira vez, senti meu corpo estremecer.

 

— Savanna! – Olhei para trás e novamente os nossos olhos se encontravam. Peter sentou-se na cama, sem tirar os olhos dos meus. Lançando-me um olhar que eu sempre soube que existia nele e que só aparecia quando era permitido. Ou seja, raramente. — Obrigado! – sorriu, levantando a xícara em seguida. — Pelo café.

— Não tem o que agradecer, Peter! – Retribui o seu sorriso e sai do dormitório, não antes de escutar gritos raivosos de Jennifer em minha direção.

 

• • •

 

Era 6am e eu não consegui pregar o olho durante a noite. De certa forma, velei pelo Peter e não conseguia parar de pensar nas palavras que ele havia me dito. Sim, eu sei que ele estava bêbado, mas pude ver sinceridade em seus olhos. Ler ele, como o mesmo dizia, parecia simples para mim. Na verdade, conseguia ler a maioria das pessoas através da observação de seus gestos e olhares, algo que aprendi num momento difícil da minha vida.

Naquela época, era essencial ser observadora e cautelosa para obter “os melhores resultados”. Mas agora, eu usava para ajudar o próximo. De certa forma, me chateava saber que isso parecia incomodar tanto ele.

Relutei, mas precisava me levantar para mais uma segunda-feira no centro. Preparei o café das crianças e deixei tudo preparado para quando elas acordassem. Ao olhar no relógio, decidi pegar um copo de água, analgésicos e deixar ao lado da cama onde Peter dormia. Não podia fazer muito, mas tinha certeza que isso amenizaria os efeitos da ressaca. Pelo menos, um pouco.

Poucas crianças estavam de pé naquele horário, mas sabia que algumas em específico acordavam cedo e talvez se assustariam com a visita “ilustre” no dormitório. Antes mesmo de concluir meu pensamento, pude ouvir vozes vindas de dentro do quarto onde Peter dormia.

 

— Eu acho que é ele!

— Buno Mais? – Reconheci a voz de Josh praticamente sussurrando.

— É ele! – Milan confirmou.

— Ei, ele está acordando!

— Opsi! – Josh riu. Podia imaginar ele cobrindo a boca para evitar falar mais alto.

 

Permaneci quieta no lado de fora, não queria atrapalhar este momento. Sabia, que de alguma forma, que eles fariam bem ao Peter.

 

— Você é Buno Mais? – Josh perguntou. — Bom dia! – Parecia sorrir. — Sou seu fã, cara!

— Bom dia! Sim, eu sou o Bruno Mars. Prazer em conhecê-los! – Peter parecia ter se movimentado na cama. — Qual é o nome de vocês?

— Milan!

— Alex!

— Josh, 5 anos. Prazer!

— Então, você é o famoso Josh?

— Não sou famoso Buno, mas sou o Josh! – Segurei o riso com a mão livre. Estava para nascer criança mais espontânea e sincera que ele.

— É famoso sim. Savanna falou muito bem de você! – Peter parecia sorrir e isso aqueceu o meu coração.

— Tia Anna me falou Buno! – Josh riu. — Ela disse que ia me mostrar pra você. Mas cheguei primeiro. – Mais um riso. — Eu gosto de música.

— É mesmo? Quais?

Today I don't feel like doing anything... – Josh cantarolou uma música do cd do Peter baixinho.

— Uau! Eu realmente tenho um fã. É um prazer conhecer você, vocês... – Peter fez uma pausa e continuou. — Rapazes, vocês podem me dizer porquê ou como vim parar aqui? – Antes que eles respondessem, decidi entrar respondendo a sua pergunta.

— Sim, você veio para cá após a festa Peter! – Olhei para os meninos e continuei. — Meninos, o café já está na mesa e vocês estão atrasados para a aula de circo. O tio Iam está esperando vocês. – Pisquei para eles, acompanhando-os com os olhos até ficarmos a sós.

— Acho que pude chegar a esta conclusão sozinho Savanna. – Sorriu descontraidamente. Estendi o copo d’ água e um remédio em sua direção.

— Primeiro, tome este analgésico, por favor! – Tomou o remédio, acompanhado de um generoso gole de água.

- Pronto! Agora me explique o que aconteceu.

 

Contei somente o básico para ele. Que havia chegado ao centro em um táxi, que os rapazes haviam cuidado dele e que achamos melhor ele dormir no centro, para sua segurança. Não mencionei suas palavras a mim, achei melhor deixar pra lá. Não queria começar uma nova discussão.

 

— Estranho! Raramente a bebida me derruba. – Coçou a cabeça distraidamente. — Por que eu vim pra cá, hein?

— Acontece, mas daqui a pouco estará melhor. – Precisava mudar de assunto. — O seu amigo Phil irá lhe buscar daqui a pouco.

— Falou com ele? – Peter arregalou os olhos. — Caramba! A minha família.

— Pedi para o seu amigo avisá-los, eles já estão cientes Peter!

— Obrigado Savanna. – Pegou em minha mão e novamente nossos olhos se encontraram. — Obrigado por cuidar de mim, mesmo nós... – arqueei uma sobrancelha e ele entendeu de imediato o recado. — Mesmo eu te tratando desta forma. Eu...

— Não precisa se desculpar Peter! – Afastei a minha mão da sua.

— Claro que sim! – Voltou a pegar a minha mão e alisou suavemente. — Olhe para mim! – Encarei seus belos olhos amendoados. Eles eram profundos, pareciam procurar algo em meio aos meus. — O que acha de recomeçarmos?

— Tudo bem! – Desviei novamente minha mão das sua.

— Tudo bem? – Sorriu, mostrando suas covinhas.

— Tudo bem!

— Ótimo! – Estendeu a mão pela terceira vez. — Prazer, meu nome é Peter, mas pode me chamar de Bruno Mars. – Abriu novamente o seu sorriso.

— Prazer Peter! – Retribui o seu sorriso. — Meu nome é Savanna, mas pode me chamar de Annah, Ana ou Sav. – Rimos.

— Prazer Savanna! – Mais uma vez os nossos olhos se encontraram e eu sabia que algo estava acontecendo. Só não sabia o quê. Ainda.

— Estou atrapalhando algo? – Fomos interrompidos pela voz de Jennifer, que entrava sobressaltada no quarto. — Bom dia, amor!

— Não Jennifer, com licença. Preciso dar aula. – Me levantei. — Tome um café Peter e vá para casa descansar melhor. Venha trabalhar a partir de amanhã, hoje está de folga. Receba como um presente pelo prêmio de ontem.

— Pode deixar, Savanna. – Sorriu. — Muito obrigado!

— Isso, pode deixar Savanna. Eu cuido dele! – Riu. — Não é amor?

— Jennifer, já conversamos sobre isso ontem. – Sua expressão leve de um minuto atrás havia desaparecido. — E eu não mudei de ideia. Acabou!

 

Sai do dormitório antes que aquela situação se voltasse em minha direção. Eu sabia que a Jennifer não passava de um caso para o Peter. Ele ainda não é o homem que uma mulher de verdade precisa. É apenas um menino descobrindo um mundo novo. E homens como ele, infelizmente, conheci da pior forma possível. Com relação a Jennifer, bom, ela estava mergulhando em um mundo novo e que só traria mal a ela.

“Quanta loucura!”. Pela primeira vez em anos, não conseguia filtrar meus pensamentos, estava perdendo o controle. Estava pensando na Jennifer, no Josh e agora, no Peter.

 

— Por onde eu devo começar? Qual é a minha prioridade agora? Amizade, cuidado ou sentimento? – Sussurrei para mim mesma em direção à primeira aula do dia. Pelo visto, não seria somente um dia longo. Seria pensamentos longos durante o dia também.

 

 

POV Bruno

 

 

— Jennifer, precisamos conversar e será pela última vez sobre isso. – Falei após a saída de Savanna do quarto.

— Me desculpa amor! – Jennifer puxou meu rosto em sua direção.

— Eu te desculpo. Mas, não dá mais. E eu deixei isso claro desde o inicio. – Não queria magoar a Jennifer. Por mais que eu soubesse desde o inicio que o nosso “relacionamento” não teria futuro. Passei bons momentos com ela, mais do que com a maioria das mulheres com que saia apenas uma vez.

— Por que? – gritou, cruzando os braços. – Quem é a vagabunda?

— Jennifer, fale um pouco mais baixo, por favor! – Pela primeira vez me preocupei com algo que não era relacionado a minha imagem. Pensei nas crianças, principalmente nos três garotos que havia acabado de conhecer. Não queria que testemunhassem uma situação como esta. Não seria um bom exemplo, principalmente com a responsabilidade de ser o ídolo delas.

— Falar mais baixo uma ova. – Continuou a gritar e pela primeira vez naquela manhã, senti minha cabeça latejar. “Droga!”

— É por isso. – Apontei para ela. — Você é voluntária deste lugar e não pensa nas crianças que estão aqui. Só pensa em você mesma.

— Não Bruno, eu penso em você! – Falou, adotando um tom de voz manhoso. Eu não suportava isso.

— Talvez este seja o problema, você pensar demais em mim.

— Como assim?

— Desde que nos conhecemos, não vejo você se dedicar ao seu trabalho. Está o tempo todo no meu pé, armou aquele escândalo no Grammy. – De repente a raiva me tomou, apenas por lembrar que ela quase estragou a melhor noite da minha vida. — Você tem noção do que aquele momento significava para mim?

— Não, eu só...

— Exatamente, você não tem noção do que eu penso ou sinto. Não respeitou um momento tão importante na minha vida. Simplesmente por acreditar que sou um objeto seu, um deus ou seja lá o que for. – Suspirei. — Sinceramente Jennifer, eu não quero isso para a minha vida e acredito que futuramente, você perceberia que não desejaria isso pra sua.

— Bruno, meu... – Se aproximou, colocando suas mãos em meu rosto. “Senhoras e senhores, vocês já haviam imaginado o Brunão aqui em uma DR com uma parceira de cama? Imagino que não.”

— Eu te respeito Jennifer. – Olhei em seus olhos. — Pois, eu sei que no fundo você é uma mulher bacana. Sinto muito, mas eu não sou o homem pra você.

— Mas...

— Jennifer, vamos terminar a conversa por aqui. Não quero te desrespeitar. – Ameacei me levantar, sendo impedido pelo seu dedo apontando em meu rosto.

— Você vai se arrepender disso, entendeu? – Me encarou furiosa, saindo pisando firme em direção à porta. Vocês podem perceber o quanto esta atitude se repete entre nós dois? Sinceramente, esperava que fosse a última vez.

Garotas jovens e descontroladas, vocês me deixam em frangalhos... – cantarolei. — Quem sabe isso não se torna uma música. – Sorri. – Acho que a inspiração está voltando.


Notas Finais


A vida é feira de fins, começos e recomeços. O caso entre Bruno e Jennifer parece ter acabado. Ao mesmo tempo, a amizade dele com a Savannah pareceu nascer. O que vocês acham?

Espero que tenham gostado. Estou ansiosa para ler a opinião de vocês <3

Até mais ;)


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