História All I Ask - Camren - Ela não vai te esquecer tão fácil.

Point of View:

Camila

Três meses e meio depois.

Estar sem Lauren por perto estava sendo terrível. Quando expliquei, absolutamente tudo, para Normani, todos os dias ela perguntava como eu estava me sentindo. Era visível sua preocupação em seu olhar, não era atoa, pois eu ficava a maior parte do tempo em meu quarto, as vezes passava dois dias inteiros sem comer, estar longe dela me matava aos poucos. Como Lauren me havia dito por ligação, ela estava trabalhando para a tal empresa do Shawn Mendes, ela contava as coisas completamente animada, contudo, no tom de sua voz dava-se de perceber o quão triste estava. Com pouco tempo para tudo, ela mal conseguia me liga, com isso decidi dar um basta. Nos falaríamos por mensagem, porém seriam uma vez a cada três semanas. Somente assim para que não sofrêssemos ainda mais.

Caminhei sem vontade algumas até a sala, saindo pela primeira vez do meu quarto depois de longos e dolorosos três meses e meio. Encontrei Normani e Dinah conversando seriamente no sofá, as duas estavam bem próximas quando voltei para casa, afinal, Dinah também havia virado minha amiga, assim como Veronica, ou melhor, Vero, como gostava de ser chamada, que algumas vezes me ligava ou vinha me visitar. De certa forma era bom ter essas companhias, mas algo que eu realmente sentia falta, era de um abraço de uma mãe ou de um pai, sentir o carinho verdadeiro de uma família.

Assim que Normani me viu no corredor, veio correndo em minha direção me abraçando por longos minutos. Logo em seguida sinto outros braços ao redor do meu corpo, Dinah também me abraçava. Não eram os mesmos braços de quem eu me sentia segura, mas, elas eram minha nova família agora.

—Mila, é tão bom te ver fora do quarto. —Mani encheu meu rosto de beijos.

—Walz, como está se sentindo? —Com a aproximação, Dinah e eu criamos intimidade. —Está com fome? Tem sede? Está passando mal?

—E-eu to bem, Chee. —Ouço seu suspiro de aliviada. —S-só e-estou com saudade dela.

Como eu havia pedido para não pronunciarmos o nome da Lauren, as meninas ambas atenderam ao meu pedido, somente nos dirigíamos ao seu nome com L, ela ou dela. Mas nada do seu nome comigo ao lado, pois eu já estava sofrendo o suficiente.

—Também sinto saudade, Chan. —Dinah me puxou para seus braços e apoiou seu queixo no topo da minha cabeça. —Mas o que realmente me machuca é te ver assim, você faz falta, Mila.

—O que acha de sairmos? —Normani sugeriu. —Seria bom pra você, Mila.

—E-eu n-não sei. —Me afasto de Dinah, abraçando meus próprios braços. —N-não acho q-que seria uma b-boa i-ideia.

—É uma ótima ideia. —Dinah me empurrou para o meu quarto. —Vá trocar de roupa e ficar bem gatona, estaremos esperando.

—Você irá ficar bem, Mila. —Normani sorriu carinhosa. —Estamos com você, vai lá.    

Contra vontade, adentrei ao meu quarto onde tomei um rápido banho e vesti minha roupa. Eu usava uma calça jeans cintura alta, junto com uma regata alça fina com a barra para dentro da calça e um casaco por cima, nos pés usava um all star e uma touca totalmente preta na cabeça, afinal, estava um vento um pouco gelado. Ao saímos de casa adentramos no carro de Dinah e começamos a passear pelas ruas frias, eu olhava o céu azul, o mesmo tinha algumas nuvens que formavam desenhos, um fraco, porém verdadeiro sorriso apareceu em meu rosto, ao lembrar dos meus dias com ela.

Dinah estacionou seu carro em uma sorveteria, quando eu ia protestar dizendo que não havia dinheiro, elas me interromperam falando que pagariam tudo. Odiava ter que depender das outras pessoas para minhas coisas, foi então que eu tive uma ótima ideia, uma grande e ótima ideia. No mesmo momento um grande sorriso se formou em meus lábios, sendo a primeira vez a sorrir depois de dois meses. Após pedir meu sorvete de banana, nós três nos sentamos em umas mesas perto dali.

—Que sorriso é esse, Walz? —Dinah me olhou maliciosa, revirei os olhos. —Viu alguém interessante?

—Muito pelo contrário. —Passei a comer meu sorvete. —Tive uma ideia de como arranjar dinheiro.

—Mila, você sabe que...

—Eu não irei viver às custas de ninguém, Mani. —Cortei sua fala. —Não quero ser grossa, mas você sabe que eu odeio isso.

—Mas não tem problema...

—Mani, não. —A cortei novamente. —Também quero poder ganhar meu dinheiro de forma honesta, quero trabalhar e conquistar minhas próprias coisas.

—Mani, vamos combinar de que a Mila está certa. —Dinah concordou comigo. —Não adianta prende-la, mais cedo ou mais tarde ela irá conseguir um emprego, o que espero ser em breve.

—Obrigada, Dinah. —As duas me olharam curiosas. —O que estão me olhando? Me sujei?

—Não é isso, pateta. —Dinah me deu um tapa leve na cabeça. —Você não nos disse sua ideia pra ganhar dinheiro.

—Ah, sim, claro. —Sorri largamente. —Mani você ainda tem aquele violão, certo?

—Sim, por que?

—Estou pensando em começar a tocar nos lugares. —Contei minha ideia. —Já que me disseram que eu canto bem, começarei a tentar ganhar dinheiro com isso, já que pra arrumar emprego está difícil.

—Não acha muito perigoso, Chee?

—Eu tenho a tarde toda livre, Chan. —Lhe tranquilizei. —Não se preocupe.

—Eu me preocupo, Camila. —Suspirou pesadamente. —Você é mulher, e vai estar sozinha no meio da rua, sabe que os homens veem isso como uma carniça deixada de bobeira, pra eles atacarem.

—Eu sei me cuidar, Dinah. —Sorrio para tranquiliza-la. —Mas qualquer coisa ligo pra você.

—Liga mesmo, eu espanco todo mundo.

—Aí, essa mulher não aprende. —Normani fingiu estar brava, nos causando risadas.

Ficamos à tarde todas juntas, ainda nos juntamos com Veronica que apareceu do nada enquanto comprávamos algodão doce. Obviamente que algumas vezes, eu e Vero ficávamos segurando vela para Dinah e Normani, cujo nomeamos como, casal Norminah. O meu dia até que havia sido bom, estava contente com minhas amigas, mas mesmo assim faltava uma pessoa, sempre iria faltar.

Caminhávamos rindo de algo que Dinah havia falado, provavelmente zoando alguém na rua, até sentir meu corpo parar por impulso ao ver seu rosto estampado na grande livraria que havia na cidade. Meu corpo havia simplesmente travado, meu coração acelerado e minha respiração ofegante. Corro até a livraria deixando as meninas confusas, procuro pelo o que eu procurava e rapidamente o achei. Era seu novo livro. Ela, havia lançado o seu novo livro, o que tanto esperei para ler. O livro estava vendendo muito, Normani assim que me encontrou fez questão de compra-lo para mim, sabia de que eu teria que paga-la depois, mesmo com ela recusando.

Seu livro se chamava I Need Her, pelo que li atrás da capa, onde ficava um pequeno resumo, era sobre uma jovem garota em plena sua adolescência descobrindo um novo amor, um amor verdadeiro. Um pouco abaixo, pude ver uma pequena dedicatória, com isso, meu coração se acelerou ainda mais, não podendo evitar o sorriso bobo que se formou em meu rosto.

De qualquer forma, estarei te esperando;

Querendo seu melhor, e sua felicidade.

Com quer que você esteja.

Te quiero mucho, C.

Xoxo, sua Booboo.

—Isso é pra você, Mila.

—Com certeza não, Veronica. —Tento negar de todas as formas. —Não, não...

—Camila, olhe pra mim. —Veronica me segurou pelos ombros. —Quando o coração dela escolhe algo, não há nada que mude essa escolha, ela não vai te esquecer tão fácil assim como você quer.

—É m-muita coisa pra mim. —Movo minha cabeça, tirando todos os pensamentos ruins. —V-vamos e-embora.

—Só não se esqueça disso.

—Não tenho certeza disso, Vero.

—Ela não é como os outros. Lauren não irá te machucar.

{ eu não quero brigar mais; eu não quero mais esconder;

eu não quero mais chorar; volte, preciso que você me abrace. }