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História All I Know. - Terceiro.


Escrita por: Semi-Harmonizer

Notas do Autor


OLHA QUEM APARECEU POR AQUI COM UM CAPÍTULO NOVINHO EM FOLHA. Capítulo escrito após muitas horas de sessões de inspirações comendo chocolate, tomando leite e falando com a crush.
BRINKS
Enfim, ai gente, adoro escrever essa temporada, deixar vcs curiosos...
MUITO OBRIGADA PRA QUEM TÁ LENDO, VOTANDO, COMENTANDO. São uns amores mesmo.
É, tô pensando em fazer um flashback por cap, o que acham?
Como eu já tinha dito, eu não vou focar só em Camren nessa temporada, então lembrem-se disso.
Hm, espero que gostem, me deixem informada sobre suas opiniões.

Até lá embaixo.
LEIAM É IMPORTANTE POR FAVOR.

Capítulo 4 - Terceiro.


Pov Camila Cabello-Jauregui

— Mas, mãe, eu prometi pra mama que ia falar disso com você — murmurei, saindo do elevador do hospital junto com Verônica.

— Eu estou ótima, não sei porque se preocupam — respondeu, totalmente despreocupada.

— Porque você teve dois infartos, mãe! — lembrei, um pouco mais alto do que o desejado, rolando os olhos ao ver alguns olhares em nossa direção, enquanto íamos em direção à creche.

— E, estou fazendo tudo que a Dra Yang recomendou, e ela não está preocupada, por que eu estaria? — questionou retoricamente, me fazendo soltar um suspiro.

— Tudo bem, não está mais aqui quem falou — ergui as mãos em rendição, parando próximo a creche, já conseguindo ver meu garoto lá dentro brincando com outras crianças.

— Vi Lauren por aqui mais cedo, está tudo bem? — mamãe perguntou, preocupada e eu a encarei.

— Ah, ela veio deixar o Dimmy, tinha passado na casa das nossas amigas antes, por isso trouxe ele mais tarde que o habitual — expliquei, olhando rapidamente para dentro da creche — E, eu ainda estou me sentindo um pouco mal da gripe, vou ir para casa, não quero fazer nenhuma cirurgia longa e complicada quando posso espirrar a qualquer momento — completei, comprovando o que eu disse quando tossi um pouco.

— Certo, faz bem — disse, antes de respirar fundo e me encarar — Tenho que te contar algo.

— Não estou gostando dessa cara, mãe, diz logo — pedi, a vendo me olhar seriamente.

— Passei na sala da Bailey hoje, só para saber como andam as coisas, rotina, sabe como funciona, certo? — começou e eu acenei em concordância — Vi alguns papéis com ela, autorização de procedimentos, e, vi que Dr Shepherd junto com a Dra Torres irão realizar uma cirurgia em Austin Mahone — me informou, e não evitei de à encarar surpresa.

— Austin vai fazer outra cirurgia!? — declarei surpresa, mais para mim mesma do que para minha mãe.

— Sabe que eu e sua mãe sempre gostamos muito da sua amizade com ele, e depois com Normani, eles sempre foram seus melhores amigos e você também sabe o que pensamos sobre tudo que aconteceu entre vocês — Verônica disse com um olhar sério e a voz maternal quase de quando não gostava de algo que eu fazia na adolescência.

— Mãe, por favor, já me basta Lauren me dizendo sobre isso, que preciso resolver, porque seis anos são demais, não preciso da senhora me dizendo isso também — reclamei, cruzando os braços, um pouco frustrada.

— Sabe mais de que ninguém que eu não faço questão alguma de relembrar aqueles acontecimentos Karla Camila — sua voz soou ríspida, e me vi engolindo em seco ajeitando minha postura — Mas, a merda foi feita, e já passou da hora de consertar. Te contei isso para ver se você age, não te criei para fugir de problemas, e já vi você fugindo de vários e se escondendo em trabalho, então faça algo.

Encarei minha mãe, um pouco surpresa pela repreensão repentina, desviando o olhar, me sentindo muito mais confortável olhando as crianças ali. Eu sabia que tanto Verônica como Lucy ficaram muito decepcionadas com inúmeras coisas que aconteceram durante esses seis anos desde que entrei nesse hospital, mas ambas sempre me apoiaram e me defenderam, mesmo se fosse para me repreender entre quatro paredes. E eu devia muito à elas.

— Eu sei, mãe, desculpe — sussurrei, erguendo meu olhar e a encarando enquanto dizia — Eu vou tomar algumas atitudes, ok? — prometi, a vendo me olhar desconfiada — Mas não hoje, porque tenho que levar Dimitre para comer algo, e depois, vou ver Sofia.

— Certo, mande beijos para sua irmã, e lembre ela que só porque ela faz Direito, não lhe dá o direito de não ir visitar suas mães.

Encarei minha mãe, rindo pelo trocadilho ruim e percebendo de quem eu havia herdado meu senso de humor horrível (mas definitivamente engraçado.)

— Pode deixar mãe!

Me despedi de Verônica, olhando rapidamente meu celular, procurando ver se Lauren havia me mandando alguma mensagem, mas nenhum sinal da minha esposa. Andei até a creche, sendo tão conhecida ali que só entrei, me encaminhando até a mesa onde Dimitre desenhava com outras crianças.

— Dimmy?

Meu filho saltou ao ouvir minha voz, correndo e se jogando no meu colo, ri divertida, o orientando a se despedir das crianças antes de irmos.

— Ei, filho, o que acha de comermos tacos? — sugeri, com ele em meu colo enquanto andávamos no estacionamento.

— Taaacoooos!! — gritou animado e eu levei isso como um sim.

Senti meu celular vibrando em meu bolso e segurei Dimitre mais firmemente com um braço para pegar meu celular, vendo logo o rosto sorridente de Lauren, aceitei a chamada, levando o celular ao ouvido.

— Ei, pode falar agora ou está em cirurgia? — perguntou assim que atendi.

Fiz uma careta, sei que foi uma pergunta válida e sem nenhum sarcasmo ou ironia, mas me senti um pouco mal.

— Pode falar, estou no estacionamento com o Dimitre, saindo do hospital — respondi, já me aproximando do meu carro.

— Ah ótimo! Vão ir comer? Ele deve estar com fome já — comentou, no momento que parei em frente ao carro.

— Vamos comer tacos no restaurante mexicano perto daqui — respondi, colocando meu filho no chão, para poder desativar o alarme.

— Camila, você sabe como comida apimentada deixa o estômago do Dimitre! — me repreendeu e eu me segurei para não rolar meus olhos enquanto abria a porta de trás e fazia sinal para meu filho entrar e já se ajeitar na cadeirinha.

Lauren as vezes parecia esquecer que Dimitre é tão meu filho quanto dela. Tudo bem que eu às vezes era mais divertida e gostava de mimar um pouco ele, mas eu sabia o que era melhor para ele também.

— Existe algo chamado cardápio infantil, e pedir para o chef diminuir na pimenta — lembrei, equilibrando o celular entre o ombro e o ouvido, para colocar o cinto corretamente no Dimi.

— Só não deixa ele experimentar do seu — murmurou.

— Não vou deixar, e depois, vamos para Sofi, e antes que diga, vamos chegar antes da hora dele dormir — avisei, ouvindo seu suspiro, mas a conhecia ainda tão bem, que sabia que estava sorrindo.

— Certo, tudo bem, eu estou saindo da cafeteria onde encontrei o Bernardo , e agora estou indo na editora com ele, para nos encontrarmos com Josh — me informou e eu apenas fiz um som nasal em concordância, verificando que estava tudo certo na cadeirinha onde Dimitre estava.

— Quer falar com ele?

— Pode passar.

— Ei, Dimmy, mamãe quer falar com você — o estendi o celular, vendo seu largo sorriso.

Fechei a porta, indo até a do motorista e entrando rapidamente, voltando a ouvir a conversa aparentemente animada que meu filho estava tendo com a mãe. O deixei conversando enquanto dirigia até o restaurante.

(...)

Ri um pouco baixo vendo meu filho correr assim que as portas do elevador se abriram, e parar em frente ao apartamento da minha irmã caçula. Toquei a campainha e esperei pacientemente que minha irmã abrisse a porta.

— Camila! Hey! — sorriu largo em minha direção assim que apareceu — E meu sobrinho preferido do mundo inteiro!

— Ele é teu único sobrinho — provoquei.

— Não liga para ela, Dimi, você é o preferido de qualquer jeito — Sofia disse me fazendo rir.

Assisti com um sorriso maior ainda, meu filho pular no colo da tia, que o abraçou apertado, para em seguida o colocar no chão e se virar para mim. Sofia já era uma adulta com seus 26 anos, tinha leves traços que lembravam nossas mães, porém, era impossível negar, ela tinha minha cara. A puxei para um abraço, como se não tivéssemos nos visto apenas alguns dias atrás.

— E então, como está? — perguntei, adentrando seu apartamento, a ouvindo fechar a porta.

— Tudo certo — respondeu dando ombros — Di, a Hay tá no quarto dela, pode ir lá — avisou meu filho, que estava parado no corredor, mas logo saiu correndo pro quarto da prima.

— Hey Bea — cumprimentei a mulher loira que estava na sala e sorriu em minha direção.

— Oi Mila — respondeu, se colocando de pé e me cumprimentando com um beijo no rosto antes de se virar para minha irmã — Eu tenho que ir baby, nos vemos amanhã?

— Claro!

Assisti, enquanto me sentava no sofá, com uma careta divertida, elas trocarem um selinho, e Beatrice ir embora. Sorri para Sofia.

— Então, está sério mesmo isso aí? — questionei, esperando minha irmã se sentar ao meu lado.

— Você sabe que eu e Bea namoramos há quase um ano já — respondeu despreocupada.

— E você sabe que eu não colocava fé nesse namoro de vocês — dei ombros, a encarando preocupada — Principalmente por causa do fato dela ser muito nova e você ter uma filha. Sempre achei que ela não saberia lidar.

— Idade não significa nada, Kaki — Sofia respondeu sabiamente — E a Bea é só quatro anos mais nova que eu — lembrou, eu abri a boca para retrucar, mas ela foi mais rápida — Tá, eu conheci ela quando ela tinha 19, mas, um relacionamento mesmo só começamos ano passado.

— Ok, ok, sabe que até gosto dela, e sabe que se você está feliz, eu estou feliz — garanti, sorrindo para minha irmã que retribuiu — Mas, já contou para o Chris?

— E eu lá preciso contar para aquele idiota? — questionou, rolando os olhos, e olhando rapidamente para trás, tendo certeza que sua filha não a ouviu chamar o pai de idiota.

— Só achei que seria melhor se ele soubesse por você do que por Hayley — expliquei a vendo soltar um longo suspiro, antes de desviar o olhar.

Eu sabia o que aquilo significava, sabia que ela ainda tinha Chris como seu melhor amigo, mas também sabia que ainda a machucava tudo que aconteceu quando ainda estava grávida de Hayley. Admito que também havia ficado irritada com meu cunhado, sentia vontade de lhe dar uns tapas só de lembrar...

Passei a mão pelos cabelos, rindo ao notar que peguei esse hábito da minha esposa. Soltei um suspiro ao pensar nela, sabia que tudo isso envolvendo o Hospital e Austin e Normani, também estava a afetando, ainda mais porque não havia sinais nenhum que meu melhor amigo iria acordar tão cedo.

Balancei a cabeça, para afastar os pensamentos, entrando na casa das minhas mães, franzindo o cenho por ver a casa tão silenciosa. Achei que o caminhão de mudança de Sofia ainda estivesse trazendo suas coisas para cá. 

Subi as escadas, indo direto para o quarto da minha irmã, meu coração se apertando ao vê-la fungando baixinho, deitada na cama. Fiz uma careta, já imaginando sobre o que aquilo se tratava.

— Ei Sofi, não fica assim — falei, a fazendo notar que eu estava ali, me sentei na cama ao seu lado, mas ela nem se mexeu — Eu sei que se mudar de volta não era o que queria, mas é o necessário, assim eu e as mães podemos te ajudar com o bebê — lembrei, acariciando de leve seus cabelos — E, a Universidade de Miami é incrível, mamãe estudou lá, e sua transferência vai ser fácil — falei, mas fiz uma careta ao ver que nada surtiu efeito.

— Não é isso — Sua voz soou rouca, pelo choro e só então ela me olhou — Eu já aceitei a mudança, e vou terminar o semestre, e depois tranco a faculdade até depois que o bebê nascer.

— Então, o que foi? — perguntei carinhosa, a vendo se sentar, me olhando com os olhos vermelhos por conta do choro.

— Chris — respondeu simples, me fazendo franzir o cenho.

— O que ele fez? Ele desistiu? Mas ele estava feliz em ser pai — falei confusa, vendo um sorriso sem humor nenhum no rosto da minha irmã.

— Ele fez o pedido — murmurou, e eu arregalei os olhos — Me levou para jantar, e depois em um hotel, um quarto cheio de pétalas de rosa, luzes baixas, e quando me virei para ele, lá estava ele, ajoelhado, com um anel nas mãos.

Encarei minha irmã sem saber o que dizer, seu rosto banhado em lágrimas, enquanto ela negava com a cabeça, lembrando do momento.

— E ele disse coisas lindas, Kaki, e então me pediu em casamento — soltou um longo suspiro, e fechou os olhos com força — Mas, eu não podia aceitar, não podia, eu não quero me casar, eu não me sinto pronta para isso, eu estou grávida e é tudo tão confuso. Eu não posso me casar assim — me explicou, olhando em meus olhos — E então eu disse, que não podia, e — suspirou — Ele ficou tão irritado, Mila, eu não me lembro de o ver tão transtornado e irritado, e, de novo, por minha culpa, tão magoado.

— Não é sua culpa, Sofi, você apenas não se sente pronta — tentei a confortar.

— Ele disse algumas coisas — fechou os olhos novamente, e quando abriu, estavam ainda mais marejados — Nós discutimos, ele perguntou o porquê da minha recusa, e eu tentei explicar, mas ele não parecia muito disposto a ouvir. Então, ele disse que ou eu me casava com ele, ou não tínhamos mais um relacionamento.

A encarei surpresa, meu sangue começando a ferver com raiva daquele moleque. Que não teve a capacidade de à escutar, ou ao menos pedir um tempo para pensar.

— E então, eu não aguentei, Camila, eu disse que não quero ficar com um homem que venha me dar ultimatos, porque eu não funciono assim — me disse, o que me fez sorrir um pouco orgulhosa — Nós gritamos e discutimos mais, e, eu comecei a perceber que realmente não podia me casar com ele. Nós temos um relacionamento incrível, não posso negar e eu sou completamente apaixonada por ele, mas, eu não o conheço mais. Ele é meu melhor amigo e vive em outro estado, e eu não sei quem ele é direito, nós não convivemos juntos, não temos um namoro comum. Essa briga que tivemos, só me confirmou que se nos casassemos, as coisas não iriam funcionar. Então, no meio da briga, ele fez o ultimato novamente e eu estava tão furiosa, que peguei minha bolsa, e disse que então não tínhamos mais nada, e fui embora.

Sofia respirou fundo após me contar tudo, e eu não esperei até puxá-la para meus braços, a abraçando com força. Sentindo seu choro recomeçar e ela molhar minha camisa.

— Só que agora, eu não sei se fiz o certo, Kaki, quer dizer, ele é o pai dessa criança que tem aqui dentro — murmurou chorosa — E, céus, por minha culpa essa criança vai crescer em uma família disfuncional? Com pais separados? Porque eu simplesmente não posso me casar? Porque eu não quero me casar?

— Ei, olha pra mim — me afastei do abraço, a fazendo olhar em meus olhos — Nós duas crescemos em uma família que toda a sociedade julgava, quantas vezes vimos olhares de julgamento nas ruas, ou mamães tiveram que nos distrair e tapar nossos ouvidos para que não escutassemos o que diziam sobre elas e sobre nós? Ou todas as vezes que elas me defenderam na escola, e eu fiz o mesmo com você depois? Todos diziam que elas não podiam criar filhas sendo quem são, diziam que nós sentiriamos falta de ter um pai e teríamos problemas ao crescer. Bom, eu não senti falta de nada, porque as mamães sempre foram tudo que precisei, e, olhe só onde estamos hoje, eu sou residente de um dos melhores hospitais do país, e você foi aceita nas melhores universidades do país. Nós estamos bem, não estamos?

— É, mamães nos criaram na melhor forma possível — admitiu e eu sorri em sua direção.

— Sim, mesmo com tantas pessoas julgando e dizendo ser impossível — completei — E, essas mesmas pessoas, também dizem que país precisam estar casados para cuidar dos seus filhos. Mas, e se vocês estivessem e você não estivesse feliz em seu casamento? Acha que seu filho não iria notar? E isso sim talvez o prejudicasse. Não há uma fórmula perfeita para criar os filhos, aposto que as mães podem afirmar isso, mas, eu acredito que devemos fazer o melhor que há para nós, e acreditar que isso também será o melhor para os filhos. Quem quer que esteja aí nessa sua barriguinha, um menino ou uma menina, vai ter um pai que o ama e uma mãe que o ama, e isso é tudo que ele ou ela vai precisar.

Sofia derramou mais algumas lágrimas, antes de me puxar novamente para um abraço apertado que eu retribui na mesma intensidade.

— E não se preocupe, eu vou procurar meus bisturis e ir atrás do Christopher — garanti, sorrindo ao ouvir a gargalhada gostosa que escapou dos seus lábios.

— Ok, de qualquer forma, ele sabia que eu estava com alguém, só ainda não se conheceram — deu ombros, tentando parecer despreocupada.

— Certo, não irei mais falar sobre isso — prometi, erguendo as mãos em rendição, o que a fez rir — Mas me diga, e a faculdade?

— Nem me lembre disso, era o que eu estava conversando com a Beatrice antes de você chegar, semana de provas está chegando — soltou um suspiro pesado — E ainda tenho mais dois anos pela frente — lembrou.

— Quem quis se acabar cursando direito foi você — dei ombros, cruzando os braços, a vendo rir, negando com a cabeça.

— Você preferia que eu estivesse me matando em medicina? — provocou, e eu apenas rolei meus olhos.

— Tudo bem, não falo mais nada, mas me conte, como estão mesmo as coisas com a Bea? — perguntei, com curiosidade e carinho e a vi abrir um largo sorriso.

Por longos, porém divertidos, minutos, ouvi minha irmã contar como seu relacionamento estava as mil maravilhas. Depois, checamos as crianças, antes de assistirmos à um filme qualquer.

— Ok, pede alguma coisa para comermos, que eu vou ver se eles já destruíram o quarto — me levantei, quando o filme acabou, a vendo já pegar o celular — E, nada de pizza ou hambúrgueres ok? Se Lauren souber que eu dei algo assim para o Dimmy, ela me mata — avisei, vendo minha irmã rir.

Andei até o quarto da minha sobrinha, me escorando na porta, sorrindo pela cena que encontrei. Hayley e Dimitre estavam na grande cama que pertencia a minha sobrinha, várias bonecas espalhadas, e aparentemente os dois tentavam construir uma torre para uma das bonecas.

— Mama! — meu filho notou minha presença e eu alarguei meu sorriso, entrando no quarto. 
— Hey meus amores, o que estão aprontando?

— Uma torre de castelo para a Lia — Hayley respondeu, apontando para uma de suas bonecas.

— Mama, olha ela — Dimitre pegou uma barbie, que parecia estar vestida de sereia — É uma sereia, tipo Ariel — Ele sorriu, achando aquilo muito divertido, principalmente porque ele amava sereias e desenhos de sereias — Posso ter uma?

Sorri, bagunçando seus cabelos negros. Por alguns dias, quando ele ainda era um bebê, eu e Lauren passamos noites discutindo como queríamos que ele fosse educado e como iríamos o criar, porque tudo iria refletir no tipo de homem que ele seria. Obviamente, o assunto, brincadeiras, brinquedos e roupas surgiram, e nós decidimos que não queríamos impor algo à nosso filho. Não queríamos que só por ele ser um garoto iríamos comprar apenas carrinhos, ou figuras de ação e coisas assim e, que, também não iríamos o fazer vestir apenas o que a sociedade impunha que são roupas masculinas. E, com o decorrer do seu crescimento, explicariamos todas essas questões de acordo com sua idade e o que ele conseguiria entender.

— Claro, bebê — respondi, o vendo abrir o sorriso largo e animado que eu tanto amava.

— Tia, foi a Bea quem me deu essa, pede uma pra ela e ela dá pro Dimmy também — Hayley me disse, como se fosse um segredo.

— Mas será que ela não vai achar que eu sou velha demais pra pedir uma boneca? — Perguntei, franzindo o cenho, vendo minha sobrinha fazer a mesma expressão.

— Hm, não! — respondeu por fim — Até porque a Bea é legal e ela brinca comigo até!

Sorri, feliz que minha sobrinha gostava da namorada da mãe e não se sentia mal pelos pais não estarem juntos, ela sabia que os dois estavam felizes, e isso a deixava feliz também. Era meu pequeno gêniozinho.

Fiquei longos minutos ali com os dois, até Sofia nos chamar, dizendo que a comida havia chegado. Minha irmã pediu comida tailandesa, e comemos assistindo à alguma série que eu não quis saber o nome, mas que aparentemente era a preferida de Hayley.

— Ok, você me questionou sobre meu relacionamento, mas não disse nada do seu — Sofia comentou, enquanto lavava a louça que sujamos e eu secava — Como está Lauren?

Olhei rapidamente para a sala, onde meu filho e minha sobrinha desenhavam, deitados no tapete, antes de me virar para minha irmã e responder.

— Estão meio complicadas — admiti, vendo seu olhar confuso. — Às vezes, estamos incrivelmente bem, mas outros dias, parecemos que só estamos escondendo coisas que nos incomodam.

— Já falou com ela sobre isso? — Sofia perguntou, calma.

— Não dá — neguei com a cabeça, soltando um suspiro — Qualquer coisa que eu diga, de como ela age, a deixa irritada, e ela joga coisas em mim, verbalmente é claro, e nessas horas eu percebo que ela não me perdoou, Sofi.

Minha irmã parou de lavar os pratos, enxugando as mãos e me olhando carinhosamente.

— Você deslizou, Camila, você fez umas coisas que não foram boas e que a magoaram, mas você se arrependeu, e tentou consertar as coisas, não pode continuar de culpando assim — me aconselhou sabiamente e eu acabei sorrindo.

Quando ela tinha virado a adulta que dava bons conselhos?

Mas logo o sorriso sumiu do meu rosto quando lembrei todas as merdas que fiz. Balançando a cabeça para afastar as imagens que tomavam minha mente.

— Eu quebrei minha promessa, Sofi. Eu fiz merda, ela perdoou, ela entendeu, ela ficou comigo. Daí eu prometi não fazer de novo, e fiz, a mesma merda, ainda pior porque já tínhamos o Dimi — neguei com a cabeça, soltando um suspiro pesado — E nós nunca conversamos direito, porque, eu não consigo, ela fica tão irritada, e eu, eu simplesmente deixo ela me atacar com as palavras — expliquei, vendo minha irmã negar com a cabeça — Mas, Sofia, entende, eu, eu não posso falar sobre isso com ela, porque, se ela ainda tiver ressentimentos, ela pode não querer me perdoar e, sinceramente, eu até entendo. E eu morro de medo de perder minha esposa, Sofi — confessei, sentindo meus olhos marejados.

— Tudo que eu acho é que você está colocando muita merda onde não tem — Sofia respondeu, cruzando os braços — Você cometeu erros, ok, você é humana, e já está na hora de conversar com Lauren sobre isso, vocês tem um casamento lindo, um relacionamento que está beirando há vinte anos, então, resolvam isso ok?

— Eu vou tentar — garanti, mesmo que não estivesse tão certa das minhas palavras.

As horas logo passaram por ali, e não tardei em me despedir da minha irmã e voltar para casa. Claro, com um pouco de esforço para fazer Dimitre se despedir da prima. Porém, entrando em minha casa antes das oito, o horário em que meu pequeno tinha que estar na cama. Como nos outros dias, ouvi um som baixo vindo da biblioteca, mas, dessa vez, não me preocupei em chamar minha esposa. Fui direto para o quarto de Dimitre, lhe dando banho, e após uma sessão de sua música preferida, o coloquei para dormir.

Me espriguicei, sentindo o cansaço do dia me abater e indo até o banheiro do meu quarto. Encarei por longos minutos s banheira que havia ali, mas decidi apenas por uma ducha, saindo em poucos minutos e vestindo algo mais confortável, que se resumia a meu pijama.

Passei novamente em frente à biblioteca, e suspirei por ainda estar fechada, não iria atrapalhar Lauren durante seu processo de criação, então, decidi ir para meu escritório, teria uma cirurgia nova, que Dia Robbins me convidou a participar e eu precisava pesquisar mais sobre a técnica utilizada.

Não notei o tempo que passei no escritório, apenas quando ouvi batidas na porta.

— Camz? Já são quase meia noite, você dormiu aí de novo!? — a voz de Lauren soou de forma repreendedora do outro lado, e eu deixei um sorriso escapar enquanto levantava.

— Desculpe, meu bem, eu estava pesquisando e treinando — expliquei enquanto abria a porta e via minha esposa do outro lado, vestida também em seu pijama — Estava acordada até agora?

— Terminei de escrever há pouco tempo também — explicou, dando ombros enquanto andávamos até o quarto.

— Dimmy ainda está dormindo? — perguntei, tendo um aceno positivo em resposta a vendo se deitar na cama.

— Passei no quarto dele, antes de ir até o seu escritório. Terminei de escrever e não te vi na cama dormindo, onde ela para você está já que passou a semana gripada — me lembrou, com um olhar de repreensão que eu quase sorri.

Se ela se preocupava, significava que eu ainda era importante.

— Bom, agora eu estou indo dormir — respondi, me deitando na cama ao seu lado, e vendo um pequeno sorriso em seu rosto.

Alarguei o meu, aquele momento leve enchendo meu peito de alegria. Aquela seria uma boa noite, sabia disso, é se confirmou quando minutos depois, eu abracei seu corpo a vendo se aconchegar em mim como era costume para dormirmos abraçadas.


Notas Finais


E então?
Preciso falar algo com vocês. Quando IKWIK terminou, tive vários comentários "Quero o livro físico disso hein", que a maioria eu levei na brincadeira porque né, nunca achei IKWIK muito bem, digo, amo o enredo, não tem uma escrita muito bom, pelo menos até a metade. PORÉM, nos últimos caps pra quem lembra, a Lauren estava escrevendo um livro baseado na história delas. Então eu pensei, por que não? Minha pergunta é, vocês comprariam (barato obviamente) um e-book com a história do romance de Camren em IKWIK do ponto de vista todo da Lauren como se fosse o livro dela mesmo? Os nomes das personagens não seria Lauren e Camila até porque no livro da Lauren não era mesmo, porém, eu iria assinar com um pseudônimo de Lauren J. O que acham?
Ps: pra quem lembra, tem um trecho do livro em um dos caps finais de ikwik, quando Lauren narra o orgulho que a impedia de falar com a Ash.
Eu tô perguntando pq gostei da idéia mas não quero dar atenção à um projeto que não teria apoio, sabem?
Então me digam o que acham!
Amo vocês.


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