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História All Of Me - Capítulo 4


Escrita por: geezerfanfics

Notas do Autor


Olá, como estão? Estou ficando realmente feliz com os comentários deixados sobre os capítulos. Peço para que não parem de comentar, pois isso me influência ainda mais a escrever. Além disso, se quiserem, vocês podem dar sugestões sobre a história, eu ficaria grata por isso. Se quiserem acompanhar as postagens diárias dos capítulos, apenas acessem meu twitter que está visível no meu perfil da conta daqui do Spirit, pois é lá onde divulgo os capítulos quando os posto.
Espero que gostem do capítulo de hoje e boa leitura!

Capítulo 4 - Capítulo 4


Fanfic / Fanfiction All Of Me - Capítulo 4

Dei um nó fraco nas cordas do avental, na medida de minha cintura. Apalpei o único e enorme bolso que ficava perto de meu abdômen e tirei dali o bloquinho de pedidos que agora estava em branco e uma caneta com tinta azul. Eu estava parada atrás do balcão do Breadstix e me encontrava pronta para encarar mais uma manhã ali dentro, depois de uma semana de folga. 

Clarice insistiu que eu ficasse uma semana sem trabalhar para me recuperar e os meus machucados terem tempo suficiente para curarem boa parte deles. Agora eu a via sentava atrás de uma das mesas ao fundo da lanchonete. Ela disse que veio até aqui para tomar um café da manhã, mas eu sabia que ela permaneceria ali até o fim de meu expediente. 

Foi uma semana difícil para mim, e ainda estava sendo. A dor emocional era bem mais agoniante do que a dor física. Além das dores e do trauma, uma coisa estranha que David fez ficou martelando em minha cabeça. Ergui a palma de minha mão e a observei, vendo os flashbacks daquela noite voltar em minha mente. Eu me lembrei perfeitamente do toque da caneta fazendo desenhos aleatórios enquanto ele escrevia algo nela. E o que mais me deixou inquieta, foi exatamente o que ele escrevera. 

Rio Tâmisa, 113, foi exatamente isso que ele rabiscou. 

Embora que isso fosse impossível de escrever, eu repassei a informação antes que eu dormisse naquele dia e a tinta se apagasse, para uma agenda que ficava em cima da minha escrivaninha que eu dividia o espaço entre meus livros e as maquiagens de Clarice. 

Lembro-me vagamente do rio que ficava em frente ao prédio onde paramos, mas não me limitei a prestar atenção no mesmo, pois minha cabeça processava outros acontecimentos que agora eu não queria pensar. E o numero 113 certamente seria o numero de seu apartamento ou algo do tipo. Mas eu não o daria o gostinho de me ver voltando lá. Claro, eu era muito grata por tudo o que ele fez e o agradeceria por isso até a morte, mas depois desses dias que passei em casa minha mente voltou a pensar como antes e me dei conta de que ele podia ter explicado tudo para a moça que entrou no quarto, que obviamente era sua namorada, que o que estava acontecendo ali não era nada do que ela estava pensando. Sem duvida nenhuma ela me achou uma vadia por entrar ali e ficar na cama com o namorado dela. Eu também ficaria.

- Vamos trabalhar – uma voz aguda chegou até meus ouvidos acompanhadas de dedos estalando na frente de meus olhos.

Era Marcie Millar, a filha do dono da lanchonete. Ela era uma jovem de dezenove anos, loira com os olhos azuis, de rosto quadrado e com corpo extremamente fino. Quando ela entrava ali ela se sentia superior. Eu não gostava disso, mas para continuar em Londres e não ter para que voltar ao Brasil e reviver todo o me passado, eu preferiria isso.

- Me desculpe – falei e dei meu primeiro passo para frente do balcão, sentindo a porta giratória chocar contra minha bacia óssea. 

Marcie retrucou alguma coisa, mas eu não prestei atenção, em vez disso continuei caminhando pela lanchonete sem olhar para os lados, indo direto ao fim da mesma. Parei quando cheguei à mesa de Clarice.

- Bom dia. Qual seu pedido? – tentei ser profissional, mas quando a vi sorrindo não me contive em acompanha-la no sorriso.

- O que você quer comer? – perguntei, ainda sorrindo.

- Um cappuccino expresso e torrada de queijo.

Anotei seu pedido na primeira folha em branco e caminhei para o balcão, forçando-me a não me render a vontade de sentar ali e conversar com ela. Como de costume quando o pedido é feito, arranquei o pedido do bloco e larguei em cima do balcão.

- Vá para a cozinha – Marcie disse.

Levantei as sobrancelhas e a fitei.

- Vá para a cozinha – repetiu.

- Meu serviço é aqui fora – rebati.

Ela revirou os olhos e gesticulou para a porta que dava entrada a cozinha, mostrando impaciência. Fiz o que ela pediu e passei pela porta giratória, sentindo sua mão em meu abdômen logo depois que coloquei meu pé para trás do balcão.

- Me de seu avental – pediu.

- Por quê?

- Tem um moço muito gato sentado ali na mesa – explicou.

Desprendi o nó atrás de mim e entreguei a ela o avental, o bloco de pedidos em branco e a caneta. Ela se vestiu rapidamente e passou por trás de mim. Pude ouvir o trec trec trec quando ela passou pela porta giratória.

Caminhei até um banco alto que ficava atrás do balcão, ao lado do banco de Scott, o funcionário que ficava no caixa.  Coloquei minhas duas mãos em cima do balcão, sentindo a madeira gélida formigar os machucados nas palmas das mesmas, que ainda não estavam totalmente curados. Aquela sensação era relaxante. Baixei meu olhar e comecei a ler o jornal do dia que estava dando bobeira ali em cima. Varri os olhos pelo papel, parando quando li “World Cup”, o que fez minhas mão suarem por algum motivo, e eu sabia muito bem qual era.

De repente meu avental parou em cima da folha de jornal.

- Se vista e vá atendê-lo – Marcie disse – Meu pai chegou e preciso ir com ele.

Revirei os olhos e peguei o avental com raiva, segurando o bloco de pedidos em uma mão e a caneta em outra. Ela tinha algum problema relacionado à bipolaridade, sem duvida. Caminhei pelo corredor vazio que era rodeado por mesas e fui até onde o sujeito estava sentado. Eu não podia vê-lo, pois seu rosto estava coberto pelo cardápio.

- Seja bem vindo ao Breadstix – falei sem vontade nenhuma – O que quer saborear?

O sujeito ficou alguns minutos em silencio, parecendo continuar lendo o cardápio. Antes que eu ficasse mais impaciente do que já estava, anotei o numero de sua mesa no alto do papel em branco. A mesa era numero 4, o que mais uma vez me fez suar frio. 

Balancei a cabeça e olhei o sujeito do rosto tampado.

- Uma água – ele disse.

Eu achei que conhecia aquela voz, mas hoje meu dia estava nostálgico demais, então ignorei o fato e escrevi no papel. 

- Mais alguma coisa? – perguntei batendo freneticamente a outra ponta da caneta no bloco.

- Também quero que a Sra. Becker demore menos para se tocar quem está aqui – ele disse e baixou o cardápio.

Um calafrio percorreu toda a minha espinha e subiu até minha cabeça, arrepiando as raízes de meus cabelos. A nuvem de cachos loiros que ficava em sua cabeça tomou conta de todo o meu campo de visão. Os cantos de sua boca levantaram-se em um sorriso imediato. Abri minha boca para falar algo, mas eu não conseguia. Nada saia.

Ouvi o bloco e a caneta caírem no chão. Tudo estava em silêncio, o barulho de talheres batendo em pratos parou. Minhas mãos tremeram e eu forcei minha voz a sair:

- Como sabe que eu estaria aqui? – perguntei.

- Ter um porteiro que dê boas informações é realmente legal – ele disse.

Congelei. Tudo o que eu consegui fazer foi mexer minhas pernas e correr dali. Corri até o final do corredor ao lado e entrei no banheiro feminino, fechando a porta atrás de mim. Apenas parei quando senti meu corpo bater contra a pia gelada de mármore. Baixei meu rosto e liguei a torneira, molhando minhas mãos e logo sentindo a água molhar todo o meu rosto. Respirei fundo algumas vezes antes de abrir meus olhos. 

Pisquei inalteradamente algumas vezes, passando as mãos ainda molhadas em meus olhos. No espelho, o reflexo de David Luiz estava atrás de mim. Balancei a cabeça, mas ele continuava ali. Intacto.

- Não fuja de mim – disse.

Virei-me para ele e puxei o meu avental para cima, secando meu rosto.

- Não quero fugir – tentei me explicar – Não te esperava aqui.

Ele deu alguns passos à frente, parando apenas quando ficou poucos centímetros de mim.

- Eu não consegui parar de pensar em você desde a vez que a vi pela primeira vez – disse.

O maldito nó em minha garganta se formou. Tentei forçar minha boca a abrir, mas ela estava travada. 

- Isso pode parecer loucura – ele sorriu de canto. Eu amava aquele jeito que ele sorria.

Meu coração parou quando ele destruiu o espaço entre nós, aproximando-se. Apenas uma fina linha de ar nos separava agora.

- Eu... – sussurrei.

Ele fez questão de mais uma vez destruir a fina linha de ar entre nós e colou nossos corpos, junto com isso, acabando com a capacidade que meus pulmões tinham de respirar. Seu peito roçava ao meu e seus olhos me olhavam intensamente. Eu não consegui tirar meus olhos dos dele, pareciam me penetrar, pedindo-me para que continuasse o olhando.

Apesar de sua altura ser bem maior que a minha, eu podia ver perfeitamente cada traço de seu rosto. Sua boca rosada estava rígida, seus cachos eram ainda mais bonitos de perto, suas bochechas rosadas estavam pedindo para serem tocadas. A linha estreia de suas sobrancelhas curvaram-se enquanto uma sombra de pensamentos passou por seus olhos castanhos. Ele era perfeito. Cada traço seu, cada poro de sua pele, cada mínimo detalhe era encantador. 

Sua cabeça abaixou-se até a altura da minha, fechando os olhos e procurando meus lábios. Não me mexi, apenas fechei meus olhos quando senti o toque de seus lábios macios em meu machucado no canto de minha boca. Seu toque foi suave, tão suave que ao invés de me fazer enrijecer com o ferimento sendo tocado, me fez relaxar. Seus lábios eram tão macios que pareciam pétalas de rosas. Depois de dois segundos ele levou seu rosto para trás, colando nossas testas e ficando em silencio. A perda de seus lábios nos meus me fez querer choramingar e pedir por mais. Mas permaneci em silencio enquanto usufruía daquele momento. Eu não sabia por que ele estava fazendo aquilo. E nem eu sabia por que eu estava ali, querendo seus lábios novamente nos meus e gostando da sensação. 

 

 

 



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