1. Spirit Fanfics >
  2. All That I've Got >
  3. Capítulo 18 - Gerard

História All That I've Got - Capítulo 18 - Gerard


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


Heyheyheyheyheyhey, como estão???? Eu espero que bem ❤

MDS gente, quase que eu esqueço de aparecer hoje, estava enrolada com a escola e arrumando as coisas pra ir pra São Paulo ver O GREEN DAY CARALHO!!!!!!!!!! Socorrr, tô muito ansiosa sim, por isso nem escrever eu consegui essa semana, sério. Eu não consegui fazer nada de produtivo porque eu simplesmente não aaaaaaaa meu cérebro não funciona quando eu tô ansiosa! Mas e então, alguém aqui vai? Se sim, não importa em que cidade, eu desejo um bom show ;)

Mas certo, agora aqui vamos nós, mais um capítulo, nosso Gerard delícia... Eu espero que vocês gostem, demorei um pouco pra escreve ele, mas seguimos firme hahahajhahaha

Vejo vocês lá embaixo, bjssss, boa leitura ❤

Capítulo 19 - Capítulo 18 - Gerard


   O dia já estava inteiramente planejado. Primeiro eu faria o café da manhã, cheio de coisas que Sophie e Mikey gostavam, assim comeríamos juntos e começaríamos a manhã já satisfeitos e de bom humor. Uma boa refeição sempre os deixava felizes. Aproveitando que todos teríamos o dia livre depois, eu pensava em assistir desenhos com eles, eu sabia o que cada um gostava, então já tinha separado os filmes favoritos deles, os que eu tinha certeza que não se cansavam de ver. E, também, comprei pipoca para fazer um grande balde amanteigado. Contando que cada um dos filmes teria cerca de uma hora e meia, eu tinha em mente que as animações acabariam antes do almoço, então eu os mandaria para o chuveiro, eles se arrumariam e assim iríamos comer a segunda importante refeição do dia em algum shopping. Eu não queria ter mais trabalho para cozinhar já que o desjejum já fora por minha conta. Então, passando por isso, se eles gostassem da ideia, eu os levaria ao parque de diversões e desse jeito o dia se encerraria, voltaríamos para casa e cada um estaria livre para fazer o que bem entendesse.


  Não era comum entre nós esses dias focados apenas em passar o tempo em família, geralmente eu me ocupava apenas com trabalho e, quando não estava na empresa, admito que grande parte das minhas horas eram direcionadas unicamente a Frank. Mas eu percebi o quanto estava errado em não dar tanta atenção assim para Mikey e Sophie durante a última noite que passamos juntos, nos divertindo, em que eu havia realmente aproveitado minhas horas totalmente dedicadas aos dois. Tendo planejado tudo antes, foi tão bom que fiz uma promessa a mim mesmo que esses momentos seriam mais frequentes.


  Então, agora, seguíamos a primeira parte de tudo que imaginei. Eu me sentava na ponta da mesa, minha filha ao meu lado direito e Mikey ao esquerdo, havia uma pilha enorme de panquecas entre nós, copos cheios com a bebida favorita de cada um. O de meu irmão continha suco de laranja, a garotinha se deliciava com leite achocolatado, e já era de se esperar que minha xícara estivesse cheia de café, quase transbordando. Os dois estavam engajados em uma conversa animada sobre sonhos, a pequena contava que durante a noite sonhara com dragões e com o Batman, em uma junção muito inusitada desses diferentes mundos. Eu admirava sua criatividade, em dias que eu acordava sem imaginação e era necessário escrever e criar coisas novas eu só desejava ter essa mesma vantagem que ela, imaginação abundante. Mikey, por vez, sonhou com coisas totalmente opostas às de Sophie. Foi perturbado a noite toda por imagens aterrorizantes que faziam seu sono ser agitado, meu irmão com certeza exagerava o quão assustadora fora sua noite apenas para aterrorizar a garotinha. Há muitos anos ele não acordava realmente com medo das coisas bizarras que o perturbavam enquanto dormia, por esse motivo eu não acreditava tanto em suas palavras e o repreendia por tentar assustá-la.


  Com minha xícara em mãos eu observava e escutava, não entrando muito na conversa,pois era um hábito não falar enquanto me alimentava, pelo menos não em refeições normais onde não havia nenhum convidado especial ou coisa do tipo. Só que já me divertia em escutá-los, era bom ver os dois se dando bem desta forma, interagindo com tanta felicidade. Em momentos como esse eu ficava incrivelmente satisfeito com a minha família, sabia que no fim das contas tudo valera a pena, até mesmo me casar com Samantha.


  Me amaldiçoei por pensar nesse nome em uma manhã tão calma. Talvez uma força maior ou maldição que fez com que, no instante em que pensei no nome da mulher, ela entrasse no cômodo exibindo um enorme sorriso, como se hoje fosse o melhor dia da vida dela.


  Eu tentava encontrar uma razão para ela estar em casa, e tudo bem, Samantha também morava aqui, mas, pelo o que eu sabia, até algumas horas atrás ela estava na França com algumas amigas e não tinha a menor previsão de volta. Não fazia sentido a cena que se passava em frente aos meus olhos. E, para me deixar mais confuso ainda, ela se aproximou de nós ainda mantendo sua pose simpática, acariciou os cabelos de Mikey, selou seus lábios na bochecha de nossa filha e, por fim, fez o mais estranho, me beijou. Simplesmente me beijou como se fôssemos um casal de verdade, nada de língua ou algum contato mais profundo, só encostou nossos lábios de maneira longa e cheia de um carinho que eu não reconhecia. Não tinha como negar a confusão dentro de minha cabeça, eu só conseguia me perguntar que porra estava acontecendo, mas tudo foi esclarecido ao que meus pais entraram na cozinha logo em seguida.


  Aí eu imediatamente soube que todos os meus planos haviam ido para os ares.


  Claro, eu ainda tentaria dar um pouco mais de atenção ao meu irmão e à minha filha, também para me manter mais calmo. As visitas de Donna e Donald geralmente faziam com que meus nervos borbulhassem e o estresse subisse a mil. Era simplesmente horrível quando eles vinham, tentavam opinar em todos os aspectos de minha vida, mesmo eu já sendo um adulto continuavam a me tratar como o adolescente que eles tanto repudiavam. A única coisa que fez com que eles diminuíssem um pouco de sua raiva sobre mim foi meu casamento e o nascimento de Sophie, foi como se eu tivesse me tornado “menos gay” na visão deles. O que era ridículo, eu tinha que admitir.


  – Gerard, o que você fez com seu cabelo? – Claro que meu pai não ficaria feliz em simplesmente me ver, ele tinha que começar a me criticar antes mesmo de dizer um simples “oi” como qualquer familiar deveria fazer. “Pintei, nunca ouviu falar?”, com o tratamento que eu recebia não tinha como ser educado com ele, fui sarcástico e sorri cinicamente, e no mesmo instante ele se mostrou ainda mais irritado comigo, respirou fundo e continuou – Quando eu penso que você está tomando jeito consigo me surpreender ao saber que estou errado – essa frase tornou o clima pesado, não tinham entrado nem há três minutos e já estávamos prestes a brigar. Engoli em seco, pois, por mais que eu já estivesse acostumado, ainda era um saco ter que escutar essas coisas e aguentar calado para não transformar um simples café da manhã em uma guerra familiar. Por mais difícil que fosse eu consegui ficar quieto e ignorar a fala de meu pai e seguir como se não tivesse escutado.


  – Amor, que bom que já acordou! Esses dias eu estava falando com sua mãe, então eles decidiram nos fazer uma visitinha – explicou Samantha, sempre mantendo aquele sorriso enorme em seu rosto que, se eu não estivesse há mais de seis anos convivendo com ela, poderia jurar que era verdadeiro. Particularmente eu não dava a mínima para como, magicamente, Donna e Donald haviam aparecido em casa, a única coisa que eu queria era que eles fossem embora o mais rápido possível – Eles vão passar o fim de semana conosco, isso não é ótimo?!


  Por um lado eu admirava toda a animação que minha mulher transmitia em uma situação tão delicada, mas também fazia com que eu me sentisse nauseado. Não era como se eu não soubesse de onde vinha sua felicidade com a visita dos sogros, quando eles estavam próximos eram os únicos momentos que realmente éramos um casal, só de fachada, mas ainda assim já era algo que fazia seu sorriso crescer, o porquê disso ainda era uma incógnita para mim, talvez ela se sentisse mais segura com meus pais por perto. Samantha tinha conhecimento desse pequeno lado meu que, por mais que eu odiasse admitir, ainda procurava a aprovação deles. Então, em dias assim, ela tinha o total controle sobre mim, o poder provavelmente a deixava alegre, mais feliz do que qualquer um nessa casa.


    – Mikey! Onde está sua educação? Venha cumprimentar sua mãe! – Donna logo abriu os braços ao falar, esperava um abraço de meu irmão e recebeu o que queria, ele se pôs em pé e andou rápido até ela. Senti uma pequena pontada, dentro de mim, um certo ciúmes, eu sabia que minha mãe nunca me trataria de tal forma, há muito tempo qualquer demonstração de carinha dirigida a mim já sumira. Enquanto ela beijava as bochechas dele a sensação apenas aumentava, porém não tinha nada que eu pudesse fazer senão voltar toda a minha atenção para minha bebida e fingir que nada acontecia. A única coisa que me mantinha preso à cena que ocorria ao meu redor era minha audição, escutei a senhora falar com Sophie, parecendo uma avó de verdade, dizer o quanto estava com saudades, mas, quando o momento “avó e neta” acabou e ela teve que reconhecer que eu estava no mesmo ambiente que ela, apenas o silêncio reinou, ela parecia pensar no que falar – Gerard… Não te vejo faz tempo, como está a empresa?


  Por um instante, um milésimo de segundo, pensei que ela perguntaria como eu estava, se daria ao trabalho de, pelo menos, fingir que se importava um pouco comigo. Mas não, era impossível e eu já deveria saber disso. Ri de mim mesmo, amargo, como eu ainda conseguia pensar em algo assim? Era impossível saber a resposta e eu não me importava.


  – Indo bem, como sempre – essa fora minha resposta, viera acompanhada de um sorriso amarelo e mais um gole de café, ela também sorriu falsamente. Acho que por todos nos olharem, Donna fez um leve esforço de vir até mim e me abraçar levemente, claramente desconfortável. Enquanto estávamos envoltos naquele contato estranho, meu pai, ao fundo, comentou: “pelo menos isso”, claramente falando sobre os lucros de meu trabalho. Mas, dentro de minha cabeça, eu apenas conseguia fazer as palavras dele minhas, pelos menos isso, mas eu não me referia ao dinheiro como ele, e sim ao abraço, mesmo que foi algo rápido e desajeitado, durando, no máximo, dois segundos. Pelo menos isso, um abraço mal dado.


  Se afastou de mim com rapidez e se sentou ao lado de meu irmão que ainda comia, e rapidamente começou a agradá-lo, perguntava sobre suas notas, acariciava seus cabelos, mostrava que se importava. Mikey veio morar comigo logo que me mudei e estabeleci uma vida, ganhei dinheiro o suficiente para sustentar uma família, pois nossos pais simplesmente não tinham o dom para criar filhos. Gostavam de viajar, curtir a vida como casal, não queriam ter que se preocupar com duas crianças que precisavam deles, por isso quase sempre foram as babás que cuidavam de Mikey e eu. Nunca passamos necessidade, o dinheiro cobria isso, porém sempre fomos carentes de carinho, isso fez com que meu irmão aceitasse o convite que fiz para que ele se abrigasse em minha casa em um piscar de olhos. Só que não tinha como negar que sempre foram melhores com o mais novo, davam a ele mais carinho, e as coisas apenas pioraram quando me assumi, desde meus quinze anos era assim, minha existência era praticamente ignorada, lembravam de mim só para criticar ou quando dinheiro estava no meio. Doía um pouco, mas eu já estava acostumado.


  Deixei com que eles conversassem e pedi licença para me arrumar em meu quarto, na realidade eu não tinha aquela necessidade repentina e gigante de tirar meu pijama e parecer mais apresentável, a única coisa que eu sentia era que eu estava deslocado lá, não fazia parte. Quando alcancei o cômodo me senti aliviado, estava finalmente livre para respirar um pouco sem toda aquela tensão e energia negativa. Pensando no quanto era bom ficar afastado daquilo, tive uma ideia.


  Eu e Sophie iríamos sair um pouco, apenas nós dois. A única coisa que eu tinha que fazer era arranjar uma desculpa que convencesse minha família a me deixar sair com ela. Por mim eu levaria Mikey também, mas eram os pais dele que estavam na cozinha, nossos pais, eu nunca impediria ele de passar um momento bom com eles pela simples vontade que eu tinha de curtir o dia apenas com pessoas que me faziam bem, ou pela inveja boba da relação boa que eles tinham. Por mais que no fundo eu sentisse aquela pequena vontade de afastá-los, como um meio de fazer eles passarem por aquela sensação ruim de saber que alguém que você ama prefere fazer qualquer outra coisa do que simplesmente ficar ao seu lado, eu não o faria, não seria esse tipo horrível de irmão, passaria pelos meus sentimentos para ver ele feliz no fim da noite.


  Já vestido, corri para a cozinha. “Filhote, tenho que comprar algumas coisas pra desenhar… Eu sei que você precisa de alguns lápis novos, vem comigo? Vai poder escolher o que quiser.” Ao que escutou isso, um sorriso brotou em seus lábios, ela pulou para fora de sua cadeira e veio rapidamente até mim, segurando minha mão. Sei que meu pai falaria mal de mim pelo resto do dia, de como eu era horrível por sair de casa com Sophie sendo que eles estavam lá, mas eu não poderia ligar menos.


  Levei a pequena para o andar de cima e a arrumei, prendi os cabelos loiros em um rabo de cavalo alto, e saímos de casa às pressas depois que ela se despediu de todo mundo.


  Já no carro, ela acomodada em sua cadeira, bem segura, e eu dirigindo com calma pelas ruas do bairro, conversávamos.


  – Então, papai, eu preciso de lápis azul, roxo, preto e… Eu queria saber se você podia me dar aquele estojo de tinta brilhante que você me mostrou… – eu achava incrivelmente bonitinho o jeito que ela ficava toda constrangida pedindo algo que sabia que custava demais, não que dinheiro fosse o problema, mas sempre tentei ensinar a ela valores como o de que objetos e dinheiro não eram importantes de verdade. Com isso ela raramente pedia coisas materiais.


  – Claro, Soph, e depois podemos tomar sorvete! – eu não via problema nenhum em investir em coisas que ela se interessava, principalmente quando eram artigos de artes, gostava de saber que ela apreciava tanto as artes como eu. E sorvete, bom, nós dois amávamos sorvete – O que acha?


  Ela assentiu e continuou a falar, em algum momento coloquei música para tocar e nós dois começamos a cantar, como se fôssemos rockstars, imitando nosso ídolos no palco, rindo sem conseguir parar depois. Ela praticamente dançava sentada e eu apenas conseguia a observar pelo retrovisor, era minha garotinha, cantando grandes sucessos do rock das décadas anteriores, o pensamento que reinava em minha mente era: “Minha filha é incrível”.


  Chegando à loja, compramos tudo o que queríamos, refiz meu estoque de lápis, muitos estavam acabando, e foi gratificante ver ela sorrindo abraçada ao novo estojo, já planejando tudo que iria pintar quando chegasse em casa e tivesse tempo para tal. Fomos em direção à nossa loja de sorvetes favorita, caminhando, era próxima à de artigos para desenho. Ela saltitava por todo o caminho, perguntava sobre as técnicas de pintura que poderia usar para um desenho do pôr do sol, e eu tentava explicar de uma maneira fácil o que ela poderia fazer para que as tintas brilhantes ficassem boas como em sua imaginação.


  Sem percebermos já estávamos em frente ao nosso destino, nos divertíamos tanto que nem ao menos percebemos que o tempo se passara.


  Sophie escolheu sorvete de frutas vermelhas e eu de chocolate, ela enfeitou seu pequeno porte com tudo que gostava, cerejas em calda, confetes, jujubas, marshmallow. Particularmente eu achava um pouco de exagero, até mesmo um tanto nojento e ruim, mas eu não falaria nada contanto que eu não tivesse que comê-lo caso ela não aguentasse. Ao sentarmos na pequena mesa no exterior do estabelecimento peguei meu celular, abri rapidamente a câmera do mesmo e capturei uma foto dos doces ainda intocados. A direcionei como mensagem para Frank com uma simples legenda, “estou tomando sorvete com a Sophie. Queria que você estivessem aqui <3”, eu estava com saudades dele, não passamos mais de dez minutos juntos essa semana, a última vez que nos beijamos, então, foi fim de semana passado depois de nos acertarmos. Após ter me certificado de que a mensagem fora enviada, bloqueei a tela do telefone e voltei minha atenção para minha filha que já tinha o rosto todo sujo de sorvete.  


  – Meu Deus! Eu me distraio um segundo e você já está assim… – falei rindo da situação da garotinha que continuava a saborear o próprio sorvete calmamente, peguei alguns guardanapos de papel e limpei grande parte de seu rosto, deixando as bochechas um pouco menos meladas, e a única coisa que ela fazia em resposta era rir de mim enquanto eu tentava, inutilmente, mantê-la o menos suja possível.


  Tudo bem, depois de muitas tentativas, conformei-me que seria impossível limpar ela até que o doce se acabasse, sendo assim deixei isso de lado por hora e me concentrei e tomar o meu sorvete. Colherada por colherada a massa castanha que eu saboreava sumiu, conversávamos, agora, sobre as aulas que Sophie tinha na escola, sobre seu amigos e amigas, sempre rindo até que nossas barrigas doessem.


  ***


  Por mais incrível que parecesse consegui manter uma pequena parte de meu plano. Depois de voltar para casa com Sophie, já perto da hora do almoço, almocei com meus pais, Samantha, Mikey e minha filha. A tarde foi desconfortável, por pouco escapei de uma grande briga com Donald, Donna passou horas criticando meu papel como pai e irmão. Me mantive calado para evitar qualquer clima mais pesado. Já no jantar, nos sentamos novamente à mesa e foram servidos pratos que pareciam recém saídos de um restaurante cinco estrelas junto a duas ou três garrafas de vinho. Mas esse não era o ponto, até aí nada havia sido igual aos meus planos, o que se realizara foi que, depois de meus pais e Sophie dormirem, eu e Mikey nos sentamos no sofá, um balde enorme de pipoca entre nós, e assistimos suas animações favoritas.


  – Gee… Você acha que um dia papai e mamãe vão te entender? Sabe, parar com esse preconceito idiota? – o filme tinha acabado quando meu irmão soltou essa frase repentinamente, eu já me preparava para levantar e ir dormir, talvez ler algo, mas designei com esses palavras. Pensei um pouco e cheguei a uma conclusão. Não, nunca. E falei isso para ele, era óbvio que eles nunca me aceitariam, se fosse para isso acontecer já teria acontecido, fazia anos que eu me assumira e nada que eu fizesse fez com que eles mudassem sua opinião quanto a mim. Perguntei, talvez para me sentir melhor e alimentar uma esperança sem sentido, se ele acreditava que um dia isso pudesse acontecer – Na verdade não, mas eu esperava que sim… – foi assim, com essa sentença, que eu sorri sem graça. Era óbvio que nunca aconteceria.


  – Mas e você, Mikey, não sente saudades de morar com eles? – essa pergunta veio em minha mente repentinamente. Às vezes, quando os via conversando, eu sentia que meu irmão estaria melhor com eles, mais feliz.


  Ele me olhou, surpreso, e depois começou a sorrir de maneira estranha para mim, fazendo com que eu me sentisse confuso, mas, então, depois, ele começou a falar:


  – Às vezes eu sinto, mas eu nunca voltaria para aquela casa, não sem você… – não sabia se me sentia feliz ou culpado com essa sua confissão, apesar de saber que ele não me abandonaria e isso fazer com que a curvatura de meus lábios se tornasse feliz, ainda assim não era tão bom ser a causa do afastamento dele em relação aos nossos pais – Eu já pensei nisso, mas sempre acabo me lembrando daquele mês em que você ficou na casa da vovó. Não seria capaz de viver sem você, Gee, mas da mamãe e do papai sim. Eles nunca foram tão presentes mesmo.


  Às vezes eu me surpreendia por Mikey manter esse amor e carinho por mim, afinal, há muito tempo eu andava sendo um péssimo irmão, perdendo jogos que eram importantes para ele, sendo ausente. Sorri para ele, sincero, e ele retribuiu da mesma forma, não nos abraçamos ou qualquer outra coisa que seria imaginado, ficamos apenas reconfortado um ao outro pelas palavras que há pouco tínhamos dito com sorrisos.


  Porém, o momento acabou quando olhei para o relógio. Estava realmente tarde, decidi que era melhor me apressar para dormir. Amanhã seria um dia longo, Donna e Donald ainda estariam presentes, cansativo demais para eu aguentar sem uma boa noite de sono.


  Assim eu me encontrei em meu quarto mais uma vez no dia, mas não o quarto de hóspedes onde eu costumava dormir, eu adentrei a porta do cômodo que um dia eu dividira com Samantha. Achei, por um segundo, que teria pelo menos um pouco de tempo em paz, mas eu estava totalmente errado. A mulher que eu achava que fazia algo na cozinha adentrou o cômodo segundos depois, o cheiro de vinho exalando pelo ar, mas ela se mantia sóbria, aparentemente. A ignorei e larguei meu corpo sobre a cama, já tinha tomado banho e colocado o pijama, a situação era totalmente desconfortável, mas a mensagem que chegou de Frank melhorava as coisas.


  “Eu vou dormir, Gee, boa noite <3”, li essas palavras com um sorriso no rosto. Eu o vi algumas poucas vezes, por poucos minutos, durante a semana, só que isso não era o suficiente para eu suprir a necessidade que eu tinha dele. Apressei-me em responder, “Okay, baby. Boa noite, estou com saudades de você”, e logo estava pronto para bloquear a tela do telefone e tentar dormir. Só que não consegui concluir meus atos, minha falta de atenção ao meu redor impediu que que eu percebesse a mão de Samantha surgindo e arrancando o celular de perto de mim. Em um ato simples ela leu as últimas mensagens enviadas e recebidas, e com atenção tentava se concentrar nas informações à sua frente, e tentei o recuperar assim que voltei a pensar normalmente. Avancei em sua direção, tentei obter o objeto novamente, porém ela foi mais rápida e o tirou de meu alcance.


  –Um amante Gerard, jura? Eu realmente pensei que já tínhamos passado dessa fase! – quase gritadas, essas palavras saíram da boca de Samantha e eu não sabia ao certo se o descontrole da voz viera do teor alcoólico em seu sangue, mas eu poderia, com certeza, afirmar que me desesperei com o seu tom de voz. Meus pais não podiam escutar. E ela estava certa, realmente, já havíamos passado dessa fase, no começo do casamento tive amantes, mas depois de um tempo cansei-me e, quando precisava satisfazer minhas necessidades, contratava alguém. Era como um trato entre Samantha e eu, poderíamos dormir com quem quiséssemos,  uma vez que, ela apenas queria dinheiro e eu, bom, eu só queria minha filha  – Garotos de programa tudo bem, mas um amante? Parece que voltamos no tempo, realmente… – ela continuava a falar alto demais, meu coração queria saltar para fora de meu peito, os senhores dormiam no quarto ao lado, seria muito fácil que escutassem. “Samantha, cala a boca! Não te interessa se eu tenho um amante ou não, só me devolve esse celular!”, em quase um sussurro eu ordenei, estendi minha mão em sua direção e esperei que ela fizesse o que eu mandei. Mas isso não aconteceu – Own… Você está com medo que o papai Way escute? – parecia uma louca falando, os olhos vidrados em mim enquanto ria de minhas feições de desespero.


  – Samantha, o que você quer? – tentei demonstrar autoridade, ocultar um pouco do meu medo, mas ela pareceu não se convencer, apenas parou de rir e pareceu pensar. Vi que não viria coisa boa a seguir quando ela simplesmente me olhou com os olhos cerrados, sorriso sínico e começou a falar: “Vamos lá, Gerard, o que eu quero? Não acha que faz tempo que não transamos? Então, é isso que eu quero”. Em um piscar de olhos ela veio para cima de mim, beijando meus lábios com destreza mesmo sem ser correspondida. E eu não sabia o que fazer. Tinha medo do que poderia acontecer caso eu recusasse ao seu pedido tão inusitado, mas eu não poderia trair Frank. Com esse pensamento eu me mantinha em dúvida, ela continuava a investir contra minha boca como se fôssemos um casal de verdade, mas não conseguia uma reação minha, apenas fingia que sim, e eu continuava estático, sem saber o que fazer. Mas isso mudou no instante em que sua mão alcançou meu membro no intuito de estimulá-lo. Bruscamente afastei seu corpo de mim, aquilo não poderia acontecer, nem em um milhão de anos eu poderia trair Frank, ele não merecia isso, e meu coração já pertencia demais a ele para que eu conseguisse fazer qualquer coisa com qualquer outra pessoa que não fosse Iero – Sai daqui, Samantha! Isso é simplesmente ridículo, eu não vou transar com você…


  – Ridículo? Sabe o que é ridículo, Gerard? Você, apaixonado por esse rapaz... – “eu estou, e o que tem de errado nisso?”, assim como me cortou eu fiz o mesmo com ela, a confrontando, impedindo que continuasse com aquele discurso idiota dela, pelo menos por um tempo – Ele deve ser uma puta muito boa pra te prender assim…


  – Cala a boca! – esbravejei. Não poderia deixar que ela falasse assim do meu pequeno, depois das duas últimas e únicas vezes que usei essa palavra contra ele prometi a mim mesmo que ela nunca mais deveria ser proferida a ele ou sobre ele com o intuito de ofender e machucar. Eu estava realmente bravo com ela, com um pouco menos de autocontrole eu já teria apertado sua garganta até que não conseguisse mais respirar, porém eu ainda era racional e me impedi de fazer qualquer coisa antes de avançar contra o corpo de Samantha.


  Respirei fundo. Uma, duas, três, quatro, cinco vezes. Com os olhos fechados por todo o processo, só os abrindo novamente depois de sentir-me um pouco mais calmo e capaz de controlar minha raiva. Certamente o melhor a se fazer agora seria dormir, então me deitei sem falar nada, ainda borbulhando pelas palavras há pouco proferidas por Samantha, e tentei me concentrar apenas em minha respiração, rezando para cair no sono logo e esquecer as partes horríveis do dia de hoje. 


Notas Finais


Wow

O capítulo de hj foi um pouco tenso, não?
Primeiro a família Way apareceu do nada, deixou nosso amor todo incomodado e destruiu os planos dele... E depois, de noite, vem a Samantha pra falar mal do nosso bb Frank. Como pode?
Mas pelo menos teve um momento feliz com o Mikey e com a nossa pequena Sophie, essa fofura *-*
O que acharam, no fim das contas? Espero ver vocês nos comentários :) mas, de qualquer jeito, até o próximo!
Bjsssss ❤❤❤



E ahhh, eu sei que já falei disso no capítulo passado, mas vou deixar o link da outra fic aqui de novo ;) espero que vocês passem lá também!
https://spiritfanfics.com/historia/quixoticelixer-10723048


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...