Zapata acorda, ainda meio zonza da festinha da noite anterior, perambula pelo apartamento a procura da sua parceira, mas não a encontra. Vai até a cozinha e vê um bilhete rosa fluorescente colado na geladeira escrito “Fui ao mercado”. A morena sorri, se espreguiça e resolve tomar um banho para começar o dia.
Sai do banheiro e percebeu que gastou uns bons vinte minutos no banho. E ao julgar pelo silêncio, Patterson ainda não voltou. Estranhou o fato da loira estar demorando muito, porém a preocupação logo passa ao lembrar que o mercado não fica tão perto e o trânsito de Nova York não é bom a essa hora da manhã. Então se preocupa em apenas comer alguma coisa e ler o intinerário da feira de ciências no Central Park que Patterson está animada para ir em seu dia de folga. Seu telefone toca e é o Keaton, Tasha revira os olhos e ignora e volta a ler o folheto. Porém ele insiste e a morena fica furiosa.
— O que é Keaton? Eu não vou trabalhar hoje de novo, mas que coisa!
— Acho que vai querer saber que o Borden fugiu da prisão... Estamos procurando ele em toda a área, mas meu palpite é que esteja indo para Nova York, atrás dos arquivos que você sabe onde está o original. — Responde Keaton.
Nesse momento a garota sente que ficou sem chão. O desespero que sente, faz com que seus músculos enrijeçam e pareçam congelados. Seu ar falta, pois ela sabe que aquele maldito vai atrás da única coisa mais preciosa para ela, Patterson. Ainda em choque desliga o telefone e tenta o mais rápido possível ligar para sua loira. Pega sua arma, algemas e seu distintivo e sai.
— Anda Willie atende... — Clama impaciente enquanto espera o elevador chegar no andar.
— Oi Chica, com saudade? — Pergunta Patterson em tom de brincadeira.
— Escuta, onde você está? — Pergunta Tasha trêmula, porém ainda mantendo seriedade na voz.
— Tentando pegar um táxi no estacionamento do Walmart. Mas aconteceu alguma coisa? — Pergunta Patterson agora ficando com medo
— Entra no mercado e fica perto dos seguranças, de preferência onde tenha câmeras... — Instrui Tasha ainda nervosa.
— Minha bateria está acabando, mas me conta assim que chegar que merda está havendo. — Pede a garota ainda assustada.
Natasha olha a situação do trânsito e sabe que vai demorar bastante para chegar até o mercado onde Patterson está. Olha de um lado para o outro é acha uma dessas bicicletas de aplicativo e a pega. Calcula que deve gastar uns dez minutos para chegar.
Quando Natasha chega, deixa a bike no bicicletário e corre para dentro do supermercado, encontrando Patterson logo na entrada segurando algumas sacolas e com a expressão mais confusa que poderia existir. A morena nem fala nada, apenas abraça a loira para ter a certeza de que ela está bem.
— O que está acontecendo Natasha? — A voz de Patterson soa firme, porém cheia de dúvidas.
— O que eu vou te falar vai ser difícil, mas vai ter que confiar em mim, okay? — Diz Tasha olhando séria para Patterson que visivelmente está suando frio — O Borden fugiu da cadeia e provavelmente está atrás dos arquivos que só eu sei onde estão.
A loira parece ficar tonta, começa a hiperventilar e parece que vai desmaiar. Parece que o mundo inteiro perdeu o chão. Sua pele está gelada e seu corpo, mesmo que rígido, fica trêmulo. Patterson imediatamente abraça sua noiva e tenta respirar de vagar para ver se consegue se acalmar, pois na cabeça dela, não fazia sentido entrar em desespero. Ela é uma agente do FBI, ela tem que lidar com o medo, por mais que esse medo seja o que te causou muitos danos físicos e psicológicos.
— Vamos pra casa, ficar aqui só nos deixa vulneráveis — Diz Zapata passando as mãos pelos ombros de Patterson. O celular da loira toca, é o seu chefe
— Oi Read — Atende Patterson ainda atordoada.
— Recebi um comunicado de que o Borden fugiu da prisão secreta da CIA. Peço que se tiver condições, que venha para o escritório o mais rápido possível — O tom de voz de Read é profissional.
— Tudo bem, eu vou o mais rápido que puder. — Responde Patterson trêmula.
— Tem certeza sobre isso? — Pergunta Tasha preocupada e Patterson só acena com a cabeça que sim.
Natasha chama um Uber e decidem passar em casa antes para deixar as coisas do mercado em casa e trocarem de roupas para poderem ir para o escritório do FBI. O caminho para casa está sendo tenso para ambas. Patterson parece um peixinho fora d’água, respirando rápido e com um curto espaço de tempo. A morena percebe que o tom dos olhos da sua garota estão ficando opacos e isso nunca é um sinal bom. Nem teria como ser, ela entende que a situação é assustadora para a loira e por mais que também estivesse apavorada, teria que ser forte por ela.
Finalmente chegam ao prédio. Patterson é a primeira a descer do carro, já que Zapata foi pagar a corrida. Assim que a morena sai do carro, ouve um barulho de algo caindo no chão e quando se vira para olhar, vê que a loira que a loira está paralisada diante à uma figura sentada nos pequenos lances de escada na frente do prédio e que ela deixara as sacolas cairem. É o Bordem. Zapata já saca a arma e grita:
— O que está fazendo aqui?
— É simples, eu vim desejar felicidades ao novo casal... — Diz Borden se levantando das escadas agora ficando cara a cara com a loira.
Patterson por sua vez não consegue se mover, parece que todos os seus músculos foram petrificados e ela só consegue ouvir e ver, pois não consegue nem respirar.
— Se afasta ou eu atiro! — Grita Zapata engatilhando a pistola.
— Eu até iria embora e tudo mais, entretanto você possui algo que é meu... Não precisamos usar a violência. — A voz de Borden é calma, como se ele ainda estivesse dentro do escritório em uma consulta. — Sabe, eu até acreditei naquele seu papo de que se eu te ajudasse, reduziriam minha pena e tudo mais. Só que eu lembrei que a CIA mente e precisa de guardas melhores. A segurança de lá é meio fraca...
— Você sabe que eu não vou te devolver aqueles arquivos e mesmo que eu o faça... Já temos uma cópia, então não existe motivo de você precisar daquilo mais... — Responde Zapata suando frio enquanto ainda mira naquele desgraçado.
Ele da um passo para a frente afim de estreitar o espaço entre ele e Patterson. Zapata imediatamente atira do lado para não atingir Patterson e assustar o Borden, mas apenas conseguiu assustar algumas pessoas que correm. O tiro serviu para que Borden tomasse a loira como refém, colocando uma arma na cabeça dela. Sabendo que ela é treinada, ele logo prende os braços da garota junto ao pescoço com força e por ser maior, o faz com maestria.
— Eu não queria usar violência Natasha Zapata, mas esqueci que estou lidando com você. Impulsiva e se acha a dona da razão. Mas agora não mais, eu estou no controle... E você docinho... — Bordem aperta o braço em que segura Patterson, forçando os pulsos da garota a apertarem seu pescoço, fazendo com que se engasgue — Se tentar qualquer gracinha, eu meto uma bala na sua cabecinha linda...
— Tash... — A voz de Patterson sai estrangulada e só se via medo no olhar dela.
— Olha, logo seus amiguinhos federais vão estar aqui e eu não quero ter que matar ninguém. Eu só quero a droga do pendrive com meus arquivos... E aí como vai ser? — Pergunta Borden pressionando para baixo o cão do revólver.
— Solte a Patterson que a gente conversa melhor... — Diz Zapata tentando parecer calma.
Por mais que Natasha fosse treinada e está tentando levar a situação como um caso com reféns como qualquer outro que já tenha presenciado. Não está conseguindo se concentrar, é a sua futura esposa que está ali com uma arma apontada para a cabeça e tendo a garganta sendo esmagado pouco a pouco. Tenta respirar de vagar para se acalmar, porém sua cabeça gira e seus braços tremem, não conseguindo manter uma mira muito precisa. Não consegue pensar em nada, é como se estivesse em um daqueles pesadelos, no qual, nada que tente fazer funciona.
Borden por sua vez, percebe que Natasha está vulnerável e para despistá-la finge que está colocando a mão com a arma para cima, em sinal de rendição. Zapata retoma a pose e vem em direção a ele pegando as algemas da cintura. Com um rápido movimento ele atira no ombro de Zapata para que ela jogue a arma no chão e é o que acontece. A loira grita e tenta se debater, levando uma coronhada na cabeça deixando-a atordoada e tonta. Borden já consegue ouvir o barulho das sirenes ao longe e então atira novamente contra Zapata e dessa vez o tiro pega em sua barriga. A morena da dois passos para frente com as mãos cheias de sangue na barriga e cai no chão. Ele por sua vez decide levar Patterson, novamente acreditando que ela tem alguma resposta de onde esteja os arquivos e até onde eles conseguiram avançar com as pesquisas.
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