História All the things she said - Capítulo 36

Patterson acorda primeiro que Tasha, está ansiosa, pois convidaram a Jane e Ally para olharem vestidos de noiva na parte da tarde e então resolve arrumar algumas coisas. Toma um bom banho relaxante e fica admirando no espelho sua barriga que está crescendo de mansinho durante essas semanas que se passaram, completando o segundo mês de gestação. Já Tasha acabara de completar o terceiro mês, sua barriga já está apontando um pouquinho mais. A loira faz o café da manhã bem caprichado e acorda a morena.

— Vi que acordou disposta hoje... — Comenta Zapata após ver o loft arrumado e o café posto na mesa.

— Esse lance de gravidez está me deixando mais animada do que nunca! — Diz Patterson roubando um beijo da sua futura esposa.

— Ao contrário de mim, eu to com sono o tempo todo e fome! Se eu pudesse eu comeria um elefante é continuaria com fome! — Diz Zapata se sentando e se servindo com leite e um pãozinho.

— A fome eu também estou e com uma colicazinha chata. Mas depois do banho quente passou, tenho certeza que foi aquele milkshake que tomamos ontem... — Diz Patterson se servindo de suco e um pretzel.

Passam a manhã ajeitando algumas coisas para receber as meninas. E logo depois do almoço, Ally e Jane chegam com algumas sobremesas e algumas revistas de noiva. 

— Esses modelos da Pnina Tornai são maravilhosos! — Diz Ally apontando um vestido em corte A com rendas delicadas no busto e uma saia de tule levemente brilhante.

— Nossa, esse é mesmo perfeito! Maaaas temos que ir para a parte gestante né? — Diz Zapata passando a mão na barriga.

— É mesmo, faltam dois meses para o casamento e você vai estar com quase seis meses e eu com cinco. Vamos estar grandinhas... — Diz Patterson rindo enquanto olha alguns vestidos de dama de honra.

— E como está os preparativos? — Pergunta Jane mostrando a Patterson um vestido de noiva com um corte A e uma cintura imperial que acomoda muito bem a barriguinha.

— A minha sogra está cuidando de tudo, já contratou os fotógrafos, a decoração e o buffet... Tudo! A Blair é um anjo! — Responde Zapata folheando algumas páginas de uma revista.

— Que sorte, organizar um casamento estando grávidas deve ser barra — Diz Ally rindo e fazendo as meninas rirem.

Passam a tarde inteira rindo e se divertindo, escolheram os modelos dos vestidos e até mesmo marcaram um horário na Kleinfeld Bridal, onde sabem que vão ter os modelos que as agradam. Quando chega a noite Patterson não se sente muito bem e resolve ir dormir para ver se o mal estar passa. Já Tasha resolve focar em trabalhar nas pistas que encontraram sobre os carregamentos de ZIP e estudar um pouco mais como vão colocar o plano de adulterar os carregamentos sem serem descobertos e retaliados por Madeleine. 

Durante a madrugada Patterson acorda sentindo dor, como se alguém tivesse lhe golpeado novamente na barriga com um cano. A loira se levanta e vai correndo para o banheiro vomitar por conta da dor lancinante e aguda no seu ventre. Ela começa a chorar temendo que o pior esteja acontecendo. Tenta se levantar, mas uma tontura muito forte toma conta de sua cabeça e então desmaia.

Zapata estranha a movimentação no mezanino e então decide ir verificar o que se passa. Vê que Patterson não está deitada e então vê a luz do banheiro acesa, tira os fones de ouvido e bate na porta chamando pela loira que não responde. Chama novamente, agora tentando abrir a porta, que consegue por estar destrancada. E então vê sua futura esposa desmaiada e suja de sangue. A morena entra em desespero e pega seu celular, ligando para a primeira pessoa que aparece que felizmente é Rich. 

— Se acalma tá bem? Isso não vai fazer bem para o bebê. Eu estou perto e em dois minutos eu chego aí! — Diz Rich preocupado.

— T-Ta bom... — Responde Zapata soluçando.

Não demora muito Rich chega e ajuda Tasha a levar Patterson ao hospital. Rapidamente atendem a loira no pronto atendimento, fazendo todo o tipo de exame para ver o que está acontecendo. Já Tasha e Rich esperam ansiosos na sala de espera, cada minuto que se passa parece uma eternidade para os dois. Quando o médico chega, sua feição não é boa, deixando os dois ainda mais ansiosos e nervosos. 

— Eu sinto muito, a senhorita Patterson acabou sofrendo um aborto prematuro... — Inicia o médico. Zapata sente como se tivesse levado um choque de dez mil volts, seu corpo todinho enrijece e chega a ficar tonta e enjoada. Rich imediatamente coloca a morena sentada, temendo que acontecesse o mesmo com ela.

— Mas por quê? — Indaga Rich tentando acalmar Zapata de alguma forma.

— A senhorita Patterson tem uma condição chamada trombofilia uterina, onde surgem coágulos sanguíneos fazendo com que se não tratada durante a gravidez, pode causar má formação do bebê ou até mesmo um aborto espontâneo que foi o caso. — Explica o médico e ao ver o estado de Zapata, se oferece para aferir sua pressão para que nada lhe acontecesse também.

— Então ela nunca mais vai poder ter filhos? — Pergunta Zapata tentando respirar fundo.

— Com certeza vai sim, mas terá que tomar anticoagulante durante a gestação inteira. Com o acompanhamento correto o bebê virá ao mundo de forma saudável. — Responde o médico de forma profissional — Tente se acalmar um pouco, sua noiva está bem, medicada e descansando um pouco. Eu sei que é difícil, mas a boa notícia é que se quiserem tentar de novo, vão poder em breve. O útero dela não sofreu nenhum dano.

— Eu agradeço doutor... — Diz Zapata indo em direção ao quarto em que Patterson está.

A loira está pálida, seus lábios estão levemente arroxeados e não há vida em seus olhos que estão cinzas. Ela olha fixamente para o nada enquanto uma enfermeira termina de aplicar algum remédio em sua bolsa de soro e checa seu acesso intravenoso. Patterson apenas move os olhos em direção à Zapata e Rich depois de alguns segundos em que percebe a presença deles.

— Eu vou entender se não quiser se casar daqui há dois meses... — Inicia Zapata ao chegar perto de Patterson.

— Eu sinto muito... Eu estava tão animada e... — Patterson desaba. Ela sente que nunca será capaz de ser feliz plenamente, tudo parece dar muito errado em sua vida. Como se fosse algum tipo de maldição ou coisa parecida.

— Shhh... Você não tem culpa de nada meu amor... — Responde Zapata abraçando a loira que soluça em seu colo.

— Não se preocupe, você não escolheu isso. Tenho certeza que quando tentarmos de novo, dará tudo certo. Já sabemos o que fazer e como fazer... Somos os Três Mosqueteiros e não desistimos nunca, certo? — Diz Rich numa tentativa de acalmar a sua amiga. Ambas sorriem de leve. Patterson se sente sortuda por ter pessoas tão queridas por perto.

— Meus pais estavam tão felizes com a notícia... Claro, ainda vão ficar por ainda terem um neto, mas ainda assim eu me sinto sei lá... Incompetente! — Patterson volta a chorar.

— Amor, você é a pessoa mais forte e competente que eu conheço... — Diz Zapata esfregando as mãos nos ombros de sua noiva.

— Bom, quando quiser tentar de novo, tenho certeza que todos nós, sejam seus pais ou até mesmo nossos amigos, estarão do seu lado te apoiando okay? — Diz Rich se sentando à beira da cama e segurando as mãos da loira que se sente um pouco melhor.

— Vamos ser o seu apoio emocional e estaremos aqui sempre! — Afirma Tasha deitando a cabeça no ombro de Patterson. 

— Eu amo vocês! E eu quero sim tentar de novo, mas não agora... Eu preciso de tempo para me recuperar... — Diz Patterson respirando fundo.

— Quanto tempo precisar... — Responde Tasha afagando os cabelos da loira.

Patterson ainda se sente triste por perder uma vida que estava gerando em seu útero, por mais que tenha sido por um breve período de tempo. Ela tem ciência de que o embrião não possuía terminação nervosa e órgãos completos, mas ainda assim era seu filho, algo que planejou ter. Mas a tristeza dessa vez não supera a sensação de proteção e apoio que está sentindo, de compaixão. E sente que quando estiver mesmo  pronta para tentar de novo, conseguirá levar a diante.