História All We Need Is Love (Em correção) - Só sua

               P.O.V. Marinette

Passamos pela recepção até o lado de fora do hospital e eu finalmente pude respirar normalmente. Odiava hospitais, o cheiro, o lugar era triste e carregador de dor. Não gosto de lugares assim.

— Aonde quer comer? — ouço a voz de Adrien sussurrar em meu ouvido e acabo levando um susto.

— Você quem sabe Adrien, eu só preciso comer — faço bico.

— Simon's? — pergunta arqueando uma sobrancelha.

Mordo o lábio inferior só de me imaginar comendo aquele hambúrguer maravilhoso e gorduroso do Simon's.

— Vou considerar isso como um sim! — ri da minha expressão e me puxa em direção ao carro.

Adentramos o mesmo em silêncio, eu ainda estou mal com o lance da Bridgette, eu não queria que minha irmã passase por isso, não queria que ela perdesse o bebê.

— Sua irmã vai sair dessa e nosso sobrinho também, você vai ver... — sinto Adrien pegar minha mão sobre a minha coxa e a aperta de leve como se estivesse ouvindo meus pensamentos. Assinto me forçando a acreditar nele.

Talvez ele esteja certo né? Eu preciso relaxar um pouco e pensar no melhor.

— Relaxa... — completa me tranquilizando e entrelaça nossos dedos.

Continuamos com as mãos elaçadas durante todo o percurso, sempre que Adrien precisava trocar de marcha largava minha mão mas voltava a segura-la rapidamente, acho que esse é um dos jeitos dele de me passar confiança.

Adrien é incrível em todas as formas, como irmão, filho, cunhado e aposto que como tio também, não podemos esquecer do novo bebê. Era tão estranho saber que daqui a alguns meses seríamos tios, confesso que não esperava ser tão cedo. Mas podem ter certeza que amor é o que não vai faltar pra essa criança eu serei a melhor tia que ele ou ela pode ter. Claro que vou levar ele pra aprontar escondido da Brid, pra passear, enche-lo de doces e o principal que seria acorbertar suas merdas, se não fizesse isso que tipo de tia eu seria?

Eu estava tão animada com a nova ideia de que seria tia que nem percebo quando chegamos ao nosso destino.

— Vai querer pedir no Drive-trhu ou vai querer entrar? — pergunta assim que paramos em frente a lanchonete.

— Prefiro entrar — digo e ele assente concordando, Adrien dirige o carro até o estacionamento enorme e mal iluminando e o trava depois que saímos Adrien volta a entrelaçar nossos dedos.

Sei lá, andar de mãos dadas com Adrien é muito mais que um simples ato de ter as mãos juntas, é passar confiança um para o outro, uma forma silenciosa de dizer “Estou aqui, você não está sozinha".

Corremos um pouco em meio a risadas até a lanchonete pra não nos molharmos muito por conta chuva.

— Vamos sentar ali — aponto para uma mesa vazia no canto depois que passamos da porta de entrada — Me desculpe mas eu não trouxe dinheiro... — digo um pouco envergonhada.

— Você não precisa se preocupar com isso princesa, vou pagar tudo — me tranquiliza e passa o braço por cima do meu ombro me puxando para si e então começamos a caminhar em direção a mesa porém um outro casal é mais rápido e se senta no nosso lugar, quando estávamos prestes a reclamar notamos que era Steve e Diane.

— Fala aí seu puto! — Steve faz um toque de mão com Adrien assim que o vê — Oi Mari! — sorri carinhoso acenando pra mim e eu retribuo.

— Vocês roubaram nosso lugar! — Adrien protesta.

— O nome de vocês não está aqui então... — Steve debocha.

— Vejo que se resolveram — Diane sorri maliciosa me fazendo corar.

— Sim, da melhor forma possível... — Adrien morde o lábio me olhando de lado provavelmente lembrando do sexo de reconciliação, o conselho do Félix que deu certo.

— Para com isso Adrien — bato em seu ombro envergonhada e me sento em uma das cadeiras e ele me acompanha sentando também.

— Não fiz nada demais — ele diz e faz sinal para o primeiro garçom que passa por nós.

— Boa noite, o que vão querer? — pergunta a todos mas olha fixamente pra mim e isso me incomoda um pouco.

Depois de todos nós já termos feito o pedido o garçom sai e voltamos a conversar.

— Conta pra gente como vocês se resolveram! — Diane pergunta animada e eu arregalo os olhos levemente.

— É Marinette, conta pra eles como nós nos resolvemos — Adrien me lança um sorriso safado e todos me olham.

Meu Deus! Eu não vou dizer pra eles que resolvemos tudo transando loucamente no banco de trás do carro dele.

Quando eu estava prestes a protestar o garçom chega com os nossos pedidos e eu respiro aliviada.

— O rosto dela é mais em cima babaca! — Adrien olha para o garçom com raiva e ele abaixa o olhar envergonhado e sai dali.

— Adrien! — repreendo lhe dando uma cotovelada de leve.

— Não percebeu ele encarando seus peitos? — arquea uma sobrancelha e cruza os braços.

— Não é pra tanto né?! — bufo.

— Não é... — Adrien iria começar mais Diane nos interrompe.

– Vocês são muito fofos! – diz do nada e faz bico.

– Já que está com tanto ciúmes por que não assume a garota? – Steve olha para Adrien e logo em seguida olha pra mim, eu apenas desvio o olhar corada.

– Tudo tem seu tempo Laurent... – Adrien o chama pelo segundo nome calmamente enquanto mexia em uma mexa do meu cabelo e Steve solta um sorriso cúmplice.

Com isso ele quis dizer que pretende me pedir em namoro? Mas quando?

– Diz isso, mas você mesmo forçou o Steve a me pedir em casamento – Diane olhou para Adrien e colocou uma batata frita na boca.

— Isso porque vocês já estavam namorando a muito tempo, Steve já estava te enrolando, deveria me agradecer se não ficaria sendo enrolada por mais alguns anos — sorriu para ela.

— Olha quem fala... — Steve revira os olhos.

Enquanto eles discutiam pra ver quem enrolava mais eu apenas comia meu hambúrguer e bebia meu milk shake de morango tranquilamente.

Não vou negar, eu queria e muito que Adrien me pedisse em namoro mas eu não vou força-lo a nada, talvez ele ainda não esteja pronto depois de tudo que aconteceu com a Alícia. Sei que quando ele foi a pedir em casamento não deu muito certo, não estou dizendo que quero um pedido de casamento, (na verdade eu quero, porém não agora) mas que ele deve ter algum trauma com esse lance de pedido não?

— O que vieram fazer aqui? — Adrien pergunta calmamente e eu o olho.

— Estamos esperando um amigo pra lanchar com a gente, ele está precisando de emprego e na boate estão dando vaga, então vamos conversar melhor sobre isso — Steve responde olhando para o celular — Na verdade ele já devia ter chego... — suspira e coloca o celular em cima da mesa.

— Vocês já... — Diane começa mas é interrompida por alguém que chega ofegante.

Não faço o menor esforço para ver quem era o ser que tinha acabado de chegar por minha comida estar mais interessante.

— Desculpa pessoal mas o trânsito estava uma merda! — desvio o olhar quando reconheço aquela voz — Sem contar que começou a chover e... — ele para de falar quando seu olhar caí sob mim.

— Oliver? É você mesmo?! — pergunto animada quando vejo o moreno parado em minha frente.

— Marizinha? — me encara com seus olhos castanhos surpresos.

Me levanto ficando de frente para ele.

— Eu mesma! Que saudades que eu senti de você — me jogo em seus braços e ele retribui o abraço me fazendo sair do chão.

— Caralho olha como você cresceu! — me afasta com as mãos em minha cintura e olha meu corpo de cima a baixo ele pega minha mão me fazendo dar uma voltinha e minha saia levanta um pouco amostrando um pouco mais das minhas pernas.

Ouço Adrien pigarreiar e olho para ele me afastando de Oliver.

– Oliver, esse é Adrien meu... – olho para Adrien por míseros segundos tentando achar a palavra certa para definir o que ele é meu.

O que nós somos mesmo? Nós ficamos mas não temos nada concreto.

— Meu amigo? — digo mas sai mais como uma pergunta e abaixo o olhar.

— Hum, amigo... — Oliver solta um sorriso e me olha malicioso e eu sorrio logo revirando os olhos e então volto a me sentar.

Babaca. Sei que ele faz essas coisas de propósito.

— E aí Mari, está namorando, ou algo do tipo? — Oliver é direto quando se senta do meu outro lado.

— N-Não... — respondo super vermelha e

pelo canto do olho vejo Adrien me encarar.

— Como se conheceram? — Adrien interrompe alternando o olhar entre nós dois.

— Na escola, aos treze anos... — ele sorri e eu desvio o olhar já sabendo o que viria por aí – Foi quando ela me pediu pra tirar o bv dela – sorri e eu coro em um nível estremo.

— Você não precisava contar isso, babaca! — taco uma batata frita que estava em meu prato nele.

— Não posso esquecer isso Mari — ele gargalha vendo minha reação.

— Eu só tinha treze anos Oliver! — rio também.

— Estou me sentindo uma excluída aqui... — Diane diz em um tom brincalhão e Oliver a olha.

— Desculpa, é que faz muito tempo que eu não vejo a Mari — sorri voltando o olhar para mim — Éramos bons amigos... — morde o lábio inferior ainda me encarando.

— Eu vou ao banheiro! — Adrien se levanta de repente e sai dali em passos largos.

— Tem certeza que você e o loiro não namoram? - ele pergunta quando Adrien se afasta o suficiente.

— Tenho certeza — confirmo sem ânimo — Por que? — o olho curiosa.

— Deu pra perceber que desde a hora que eu cheguei aqui ele está com essa cara de que vai matar alguém — debocha fazendo sinal para um garçom que passava próximo de nós e começa a fazer seu pedido.

— Ah... eu não acho que seja isso, ele só pode estar estressado...

— Porra! Tu é lerda hein! — Steve diz fazendo careta.

— Ou ele não gostou de mim ou essa cara é natural dele — Oliver pega seu lanche quando o garçom chega com o mesmo.

— O que está insinuando Steve? — pergunto ignorando Oliver.

— Eu só quis dizer que você é lerda demais e não percebe que ele está morrendo de ciúmes por você! — diz óbvio e puxa a coca do seu copo pelo canudo.

— Aposto que não, deve ser outra coisa — desvio o olhar para minha comida.

— Ciúmes? — Oliver faz careta — Ele está se sentindo ameaçado? — me olha malicioso e enfia uma batata na boca.

— Para com isso Oliver — o repreendo.

— Desculpa Mari, mas você é bem lerdinha quando quer — Diane murmura.

— Ela sempre foi assim... — Steve diz com um sorriso pequeno, por mais que ele esteja me chamando de lerda na cara dura, Steve é uma ótima pessoa e um amigo incrível.

— Eu tive uma idéia... — Diane sorri maldosa.

— Puta que pariu, lá vem... — Steve nega com a cabeça colocando a mão no rosto e recebe um tapa no ombro da noiva.

— Oliver poderia continuar com isso e ver até onde o ciúmes de Adrien vai — Diane dá a ideia e eu faço careta.

Já vi Adrien com ciúmes e confesso que ele é bem agressivo, Erick é um exemplo vivo disso, quase teve o nariz quebrado, não quero que Oliver seja o próximo.

— Gente eu não acho que isso seja uma...

— Eu topo! Adoraria ver o loirinho puto! — Oliver sorri divertido não me deixando falar.

— Eu não acho que... — Steve me interrompe.

— Ele está vindo, cala a boca! — taca um guardanapo amassado em mim.

Adrien coloca os lanches embrulhados em cima da mesa, provavelmente do Félix e dá minha mãe e senta ao meu lado, pude ouvir sua respiração pesada, ele parece bravo.

— Vamos falar sobre o emprego! É o que você veio fazer aqui né? — Steve fala e Oliver assente olhando pra ele.

Paro de prestar atenção na conversa no minuto em que Steve começa a falar sobre o que ele deveria fazer no novo trabalho e me perco em meus pensamentos.

Oliver e eu éramos amigos desde o doze anos. No início das aulas do ano seguinte todas as meninas da escola estavam falando sobre o quão bom era beijar e eu não queria ser a única do colégio a não ter feito isso ainda, então o única amigo homem que eu tinha e confiava era Oliver e eu pedi que ele me ajudasse nisso e ele me ajudou de bom grado. Não vou te dizer que o nosso primeiro beijo foi bom, na verdade foi horrível por ambos não saber beijar na época, claro que prometemos um ao outro que nunca faríamos isso de novo. Mas eu só soube o que era beijar de verdade quando beijei um garoto que realmente sabia o que estava fazendo.

Mas depois do oitavo ano perdemos totalmente o contato depois que ele foi expulso\trasferido pra outra escola por ter entrado em uma briga, e essa é a primeira vez depois de anos que vejo ela novamente. Confesso que ele está um pouco diferente.

— Não acha Marinette? — Oliver perguntou pousando a mão na minha coxa e pude escutar Adrien respirar fundo.

— O que? — olho pra ele ainda perdida.

— Nós não trocamos mais alguns beijos depois daquele dia? — ele pergunta olhando fixamente para Adrien.

Isso é mentira, depois daquele dia nem ficamos mais.

— Na verdade nã... — tento falar mais Oliver aperta minha coxa com mais força me fazendo parar e pisca pra mim querendo que eu participe da brincadeira.

Pra falar a verdade eu nem quero participar disso. Ignoro Oliver e volto a comer meu lanche.

— Fala a verdade você só não resistiu ao meu charme — insiste.

— Para de ser idiota Oliver! — reviro os olhos.

Sinto Adrien respirar fundo ao meu lado e deduzi que não faltava muito pra ele perder paciência.

— Qual é? Vai dizer que não gostou daquele dia? Podemos repetir se quiser — me olha malicioso e aproxima seu rosto do meu.

— Qual a porra do seu problema?! — Adrien se levanta com brutalidade nos assustando.

Aquele ponto todos na lanchonete já nos olhavam curiosos.

— Tá bravo? — Oliver pergunta fingindo inocência e se levanta também ficando de frente para Adrien. Agora que eles estavam tão perto pude notar que Oliver é alguns centímetros mais alto que ele, com isso Adrien erguia um pouco a cabeça para olhá-lo, mas sei que isso não vai impedir Adrien de começar uma briga.

— Cara, não me provoca... — Adrien pede tentando manter a calma.

Me levanto já sabendo que daria merda e me coloco na frente de Adrien.

— E se eu te provocar o que você vai fazer? — Oliver indaga debochado dando um passo pra frente.

Minha esperança de que não haja encrenca vai para o ralo assim que Adrien passa por mim como se eu não estivesse ali na minha tentativa falha de segurá-lo no lugar.

Adrien fecha a mão em punho e leva até o rosto de Oliver, faço careta e levo a mão a boca assustada. Oliver cambaleia para o lado e leva a mão ao rosto rapidamente e quando ele tira pude ver o sangue escorrer de seu nariz. Pela força e velocidade eu posso jurar que quebrou. Quando Oliver estava pronto para revidar Steve aparece meio que magicamente o impedindo de continuar me fazendo respirar aliviada.

— Caralho! Você quebrou meu nariz! — Oliver diz tentando sair dos braços de Steve com raiva.

— Eu pedi pra não me provocar! — tenta segurar aproximar porém eu seguro sua mão o fazendo parar e sinto ele apertar meus dedos levemente ficando um pouco mais calmo — Se você pensar tocar em nela de novo... — sorri sínico apontando para Oliver — Eu te mato! — Adrien soa meio psicopata me dando um pouco de medo.

— Porra... Era pra ser só uma brincadeira — Diane diz mordendo os lábios se sentindo culpada.

— Brincadeira? — Adrien desvia o olhar pra ela sério.

— Sim, a Diane teve a idéia de fazer Oliver provocar você, pra ver até aonde seus ciúmes iam — Steve explica tentando segurar Oliver em seus braços.

— Eu disse que não iria dar certo... — dou de ombros e Adrien me olha agora.

— Você sabia? — Adrien me olha com indignação e larga minha mão.

— Sabia, mas eu não...

— E qual é a porra da graça de uma brincadeira como essa?! — me olha se afastando.

— Adrien! Entenda que eu não queria nem participar dessa merda! — me irrito com ele.

— Então por que não me avisou?! — aumentou o tom de voz.

— Porque está gritando comigo? Eu não estava participando disso! — cruzo os braços com raiva também.

— Desculpa... — Diane diz percebendo que fez merda.

— Não tem problema! — Adrien respira fundo passando os dedos entre os cabelos.

Não tem problema?! Pra ela ele diz que não tem problema e pra mim ele faz esse chilique todo! Como assim?

— Tô indo lá — Steve se despede levando Oliver com ele e Diane vai logo atrás.

Me sento na cadeira novamente e ainda muito puta com ele.

— Vai pro carro! — ele diz e eu não gosto do seu tom mandão, o olho com uma sobrancelha arqueada e cruzo os braços.

Adrien percebendo que não movimentei um músculo com a sua ordem me olha bufando e revira os olhos.

— Vou pagar as coisas, vai na frente! — ordena sem nem me olhar e joga a chave na minha direção e eu a pego no ar antes que a chave acertasse minha cara.

Quem ele acha que é pra mandar em mim?

Me levanto porque eu quero, não porque ele mandou e pego os lanches e as chaves saindo da lanchonete.

Ele pode até estar puto, mas ele não tem esse direito de descontar a porra da raiva dele em mim como se a culpa fosse toda minha.

Passo pelo estacionamento que eu confesso que me dá um pouco de medo, ele não era muito bem iluminado e só possuía uma luz em cada ponta e uma no meio, onde eles estavam com a cabeça quando resolveram colocar só três lâmpadas em um estacionamento enorme?

Aposto que uma porção de gente já deve ter transado aqui dentro!

Aperto o controle pra saber aonde aquela merda de carro estava e quando ele faz aquele barulho irritante e ascende os faróis o localizo.

— Vai na frente — tento imitar a voz do babaca do Adrien enquanto caminhava até o carro — Quem ele acha que é pra mandar mandar em mim? — abro a porta e taco os lanches no banco de trás de qualquer jeito

— Se você acha que vai mandar em mim sinto em lhe dizer que você está muito enganado Agreste! Muito enganado! — começo a falar sozinha.

Eu estava muito revoltada, se Adrien está acostumado a mandar que mande então nas putas que ele costumava ficar, não em mim!

Sinto mãos grandes me agarrarem por trás e sinto meu coração acelerar.

Será que vou ser assaltada? Ou sequestrada?

Puta que me pariu! Eu não quero morrer agora, não antes de conhecer minha sobrinha ou sobrinho!

— A-Adrien... — choramingo seu nome por ajuda.

— Sim, ou estava esperando um outro alguém? — sussurra com os lábios contra a minha orelha.

Espera! Eu conheço essa voz e esse cheiro, é o Adrien! Como pude ser tão tola de não ter percebido de primeira? Devia ser a adrenalina ou o medo que me fizeram ficar assim.

— Mas que porra em! Você me deu um susto! Quer me matar do coração? — viro para frente e bato em seu ombro com força.

Adrien fica em silêncio me olhando e cola seu corpo no meu quase me fazendo desequilibrar, com o susto seguro em seu ombros pra não cair. A única resposta que eu recebo é um beijo, sim um beijo, ele me puxou e juntou nossos lábios iniciando um beijo desesperado mas ao mesmo tempo calmo.

Se isso é possível? Eu achava que não, mas agora não te garanto nada...

Separo nossos lábios quando noto o que eu estava fazendo.

— O que acha que está fazendo? — me afasto empurrando seu peitoral.

— O que acha que eu estou fazendo? — Adrien pergunta rindo e agarra firmemente minha cintura com as duas mãos juntando novamente nossos corpos.

— Olha, eu ainda estou muito puta contigo, não ache que vou esquecer o que você fez na lanchonete você não pode vir até mim e simplesmente fazer essas... — paro de falar quando Adrien aproxima seu rosto do meu e leva sua boca até minha orelha depositando um beijo ali — Adrien, que merda... — reclamo com a voz falha e quase me derretendo em seus braços contra a minha vontade.

— Shiii... — me vira de costas pra ele me fazendo ficar prensada no carro — Você fala demais! — joga meu cabelo pro lado e começa a distribuir beijos molhados por meu pescoço.

— Adrien me deixa sair daqui... — pesso com a voz fraca.

— Você quer mesmo sair? — ri contra o meu pescoço.

— Eu, eu... — porra, eu não quero sair dali nunca. Mas meu orgulho não me deixa confessar isso.

— Sei que não quer! — ele confirma quando percebe que da minha boca não sairia nenhuma resposta coerente.

Foda-se a minha raiva!

Vou parar de lutar contra minha vontade, Adrien que faça o que quiser de mim!

Eu não conseguia falar nada só de ter os lábios dele contra minha pele já me deixava louca. Com rapidez Adrien leva uma de suas mãos até minha saia a levantando um pouco e prensa mais seu corpo no meu fazendo sua ereção chocar-se contra minha bunda.

Belo dia pra se usar saia não?

Deixo um gemido de surpresa escapar quando sua mão desliza para dentro da minha saia me causando arrepios. Ele acariciou meu clitóris já sensível por cima da calcinha. E logo a senti sendo arrastada para o lado e seu dedo me invadir me causando um prazer imenso.

— Molhadinha... — ele sussurrou em meu ouvido depois de levar o dedo até a boca.

Depois de deslizar o dedo novamente para o meio de minhas pernas ele começa a fazer movimentos circulares em meu clitóris me fazendo morder os lábios em prazer. Tento reprimir o gemido quando Adrien introduz dois dedos em mim.

— Pode gemer querida, estamos sozinhos... — diz e acelera mais o movimento dos dedos.

Rebolo em seu membro mas Adrien segura minha cintura com a mão livre me impedindo de continuar.

— A única que vai gozar hoje é você querida... — ele lambe minha orelha e introduz o terceiro dedo me fazendo gemer um pouco mais alto, um choque passou pelo meu corpo e joguei minha cabeça pra trás a deitando sobre o ombro de Adrien. Seus dedos estavam indo fundo e firme, senti-lo deslizando dentro de mim era tão bom.

Eu estava quase chegando ao meu clímax quando ele para o movimento me fazendo bufar.

— Adrien... — choramingo por mais, eu precisava dele se movimentando dentro de mim, nem que seja só seus dedos, mas eu precisava.

— Só continuo se me disser uma coisa — empurra seu quadril pra frente e eu arfo em resposta.

— O q-que quer que eu diga? — deixo um gemido baixo escapar no final da pergunta.

— Quero ouvir você dizer que você é só minha... — pede beijando meu ombro.

— Se eu disser... — dou uma pausa pra respirar — Você vai me fazer gozar? — passo a língua sobre meus lábios ansiosa.

— Com certeza princesa — escuto sua risada baixa e me animo.

Dizer isso não era difícil, ainda mais quando se é verdade, Adrien sabe que me tem nas mãos.

— Eu sou inteiramente e completamente sua Adrien Agreste. Só sua... — digo quase num sussurro e com muita dificuldade porque o desgraçado não parava de roçar seu membro em minha bunda.

— Era só isso que eu queria ouvir! — ele tira os dedos de dentro de mim me deixando em uma sensação de vazio.

— Que? — o olho sem entender quando ele abre a porta do carro entrando no mesmo.

— Vai ficar aí parada? Devem estar nos esperando! — ele me olha da janela e sorri cínico como se não tivesse acabado de me deixar na mão.

Ele está mesmo fazendo isso?

Quando entendo toda situação o olho com indignação e cruzo os braços com raiva e caminho em passos largos e brutos até o outra porta e a bato com força quando entro no carro. Noto ele reprimir um sorriso do outro lado do banco. Adrien liga o carro e sai do estacionamento com aquele maldito sorriso.

— Princesa? Você está chateada? — coloca a mão em minha perna quando já estávamos um tempo em silêncio.

— Não encosta em mim! — bato em sua mão sem olhá-lo e ele tira a mão dali.

— Ui, acho que alguém está com raiva — cantarola e ouço sua risada.

— Vá se foder! — xingo olhando para o lado de fora da janela.

Adrien começa a rir me deixando mais puta ainda com ele.

Será que ele está se vingando pelo dia do ano novo? Ou ele só fez isso pra me punir por não ter feito nada em relação a brincadeira babaca do Oliver? Não sei qual foi sua intenção mas ele conseguiu me deixar excitada pra caralho!

— Chegamos, princesa bravinha! — diz em um tom irritante e assim que ele destrava o carro saio dali em pulo deixando Adrien pra trás.

Passo pela recepção e caminho até o corredor onde mamãe estava e a vejo saindo do quarto de Brid com um sorriso enorme.

— Que foi? — pergunto com um pequeno sorriso.

— A Bridgette e o Félix estão dormindo agarradinhos — coloca a mão ao lado da bochecha suspirando apaixonada — Eu até tirei foto, vou mandar pra Emilie, ela que está encarregada de cuidar das fotos de Bridgix.

— Que? Bridgix

— É, o shipp entre Félix e Bridgette — diz como se fosse óbvio — O seu com o Adrien é Adrinette — sorri pra mim e eu a olho assustada.

— Vocês tem noção do quanto isso é estranho?

— Eu não acho, temos que ter fotos de vocês pra passar no telão, no dia casamento.

Casamento? Ela já está pensando nisso? Não temos nem certeza se ficaremos juntos pra sempre. Mas dizem que mãe tem um dom natural pra essas coisas e quando elas dizem que vai acontecer, acontece. Então espero do fundo do meu coração que ela esteja certa, Adrien é a pessoa que eu quero passar o resto da minha vida.

— Casamento? — Adrien pergunta quando chega e entrega um dos lanches para minha mãe.

— Obrigada anjo — agradece pelo lanche e e Adrien sorri um pouco tímido — Sim, as fotos que eu e Emilie tiramos de vocês é pro casamento — sorriu olhando para o nada como se estivesse imaginando o dia.

Adrien faz uma careta quando escuta isso e percebo que ele tenta segurar a risada.

— Onde o Félix está? — Adrien muda de assunto perguntando pelo irmão.

— Com a Brid, ele está dormindo no quarto com ela — minha mãe se apressa em dizer.

— Eu disse que Félix iria ficar feliz com a notícia... — ele sorri e me puxa pela cintura para perto.

— Eu disse pra não encostar em mim! — bato em sua mão.

— Que agressiva, vocês brigaram? — mamãe pergunta dando uma mordida em seu hambúrguer.

— Acho que ela ficou com ciúmes de uma garota que estava me olhando o tempo todo hoje na lanchonete, e agora está com raiva de mim — Adrien menti com um sorriso irônico nos lábios e me olha.

Que? Que filho da puta!

Ele inverteu toda a situação.

— Filha, a culpa não é dele se ele nasceu lindo desse jeito e as meninas ficam perdidinhas por ele! — mamãe me dá uma bronca com se a culpa fosse minha.

— É Marinette, a culpa não é minha — sorri na maior cara de pau.

Ele está me provocando de propósito? Mas eu nem fiz nada.

— Onde está o Félix? — Gabriel pergunta aparecendo do nada.

— Está com a Bridgette no quarto — minha mãe responde.

— Estão falando de mim? — Félix sai do quarto fechando a porta com cuidado.

— Quero você em casa, amanhã você tem que acordar cedo pra ir para o escritório — Gabriel diz sério.

— Eu vou passar a madrugada de hoje com ela! — Félix diz convicto.

— Félix, não insiste... — ele suspira.

— Pai, ela está grávida do meu filho, não vou sair de perto dela até ela estar melhor!— ele responde em um tom firme assustando Gabriel.

— Félix... — ele passa a mão no rosto tentando manter a calma.

— Qual é pai? Imagine se fosse a mamãe no lugar dela? O senhor largaria tudo pra estar ali certo? — Adrien se pronúncia protegendo o irmão

— Verdade Gabriel, Bridgette acabou de descobrir uma gravidez ela vai precisar do namorado — minha mãe diz olhando para ele.

— Tudo bem — ele cede — Mas eu quero você amanhã bem cedo no escritório — ordena.

— Obrigado pai — Félix sorri sincero — Sabine... — ele se aproxima da minha mãe pousando a mão em seu ombro — A senhora pode ir pra casa descansar, eu cuido da sua filha.

— Você é um bom menino — ela sorri e o abraça — Vamos filha? — ela olha pra mim.

Assinto, porém antes passo no quarto da Brid que dormia serenamente e lhe dou um beijo carinhoso na testa lhe desejando uma boa noite.

— Vamos? — pergunto assim que saio do quarto.

— Vamos! — Adrien confirma me olhando e eu cerro os olhos em sua direção.

— Não falei com você! — dou a língua pra ele como uma criança e Adrien sorri debochado.

— Toma! — Adrien joga a chave de Félix para ele que pega no ar.

Nós iríamos voltar no carro do Gabriel.

— Boa noite! — Félix deseja feliz antes de entrar no quarto novamente.

Acho que ele está mesmo feliz com a notícia.

Entramos no carro do Gabriel e eu me apresso em sentar no banco da frente pra não ter que ficar ao lado do Adrien. O caminho até em casa foi tranquilo, tirando a parte em que Adrien e minha mãe conversavam que nem duas matracas.

Assim que chegamos em frente a nossas casas Gabriel colocou o carro na garagem e descemos do mesmo e antes que eu entrasse em casa junto da minha mãe Adrien me puxou pelo braço fazendo nossos corpos se chocarem.

— Não fique chateada comigo princesa... — ele diz segurando minha cintura firmemente.

— Não estou chateada — desvio o olhar.

Eu realmente não estou chateada só estou com muita raiva por ele não ter terminado o que começou.

— Eu só queria que você entendesse que é só minha, completamente minha e nenhum outro homem pode te tocar como eu toco... — sussura em meu ouvido e leva a mão livre até meu cabelo puxando alguns fios, eu acabo fechando os olhos e mordo o lábio com força.

— Você não vai continuar mesmo né? — arfo baixo em seu ouvido.

— Se estiver excitada, use os dedos hoje querida... — ele se afasta com um sorriso maldoso e sai dali me deixando parada que nem uma idiota, mais uma vez.