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História Alls well that ends well to end up with you - Why do we put each other through hell?


Escrita por: Confusion

Capítulo 3 - Why do we put each other through hell?


I know a girl, she's like a curse
We want each other, no one will break first

Caitlin olhou para o copo em sua mão. A cerveja quente e a espuma branca já não era tão convidativas, o bar não estava tão lotado, mas as vozes altas e algazarra serviam para ocupar sua mente de todos aqueles pensamentos ridículos. Ergueu os olhos e o observou conversar com Kara e Felicity, todos os heróis estavam no bar para socializar e festejar. Caitlin sabia que aquela noite era para comemorar o fato de que mais uma vez eles haviam salvado a terra sem ninguém realmente perceber, mas aquele tipo de reunião só servia para ela se sentir ainda mais confusa em relação aos seus sentimentos.

Um ano atrás, eles estavam naquele mesmo bar comemorando algo que ela não lembrava mais, aquela noite havia passado como um branco em sua mente, lembrava de alguns borrões, vozes altas e gargalhadas alteradas pelo excesso de bebida alcoólica. Ela também lembrava de que não havia bebido muito, mas sua falta de memória havia sido ocasionada por outro motivo.

Na porta do seu prédio, um ano antes, eles haviam se beijado e de alguma maneira aquilo havia afetado completamente sua vida, e suas escolhas. Embora não lembrasse bem como a noite havia começado, ela se lembrava como tinha terminado.

“Não quero perguntar sobre isso porque você pode tentar disfarçar”

Ela riu enquanto Cisco contava algo engraçado para o grupo que ainda estava na mesa. Kate Kane riu ainda descrente nas palavras de Cisco, ela definitivamente era um ótima aquisição para todos.

-Preciso de outra bebida. - disse já se levantando.

-Vou com você, também preciso de uma. - Kate falou se aproximando dela. Ambas seguiram até o bar, Caitlin pediu uma cerveja e Kate também. - Por que Oliver saiu tão cedo?

-Ollie tem um filho e ele queria chegar em Star City antes de ficar muito tarde. - explicou pegando a cerveja de cima do balcão. - Mas então, gostou dos outros?

-Adorei muitos, mas tem alguns que ainda não consegui entender direito.

-Tipo o Mike?

Kate assentiu levando a garrafa de cerveja até a boca.

-Não se preocupe, também não o compreendo bem, mas sei que ele tem um bom coração. Embora a primeira vez que tenhamos nos encontrado ele tinha me sequestrado. - contou, Kate se engasgou com a cerveja. Caitlin riu.

-Você está brincando?

-Não. Ele me sequestrou porque achava que assim chegaria perto do Flash. - disse sorrindo, Kate a olhou intrigada.

-Você e o Barry são tão próximos assim?

-Devo admitir que antes éramos mais. Algumas coisas mudaram, mas sei que se estiver em perigo ele ainda estará lá por mim.

Kate sorriu.

-É disso que preciso no meu time. - ela disse se virando totalmente para Caitlin. - Vi como você trabalhou hoje, tentava proteger todos ao seu redor e se dedicava o máximo que podia. Sei que vai parecer um pouco invasivo, mas eu gostaria que você viesse comigo para Gotham, quero que trabalhe comigo.

Caitlin piscou surpresa com aquela proposta.

-Kate, eu agradeço mesmo essa proposta e me sinto até honrada, mas meu lugar é aqui. - disse. Kate assentiu.

-Entendo, mas mesmo assim. Caso queira procurar novos ares, pode contar comigo. - ela estendeu um pedaço de papel com seu número. Caitlin pegou e o guardou no bolso do casaco.

-Obrigada, mas a resposta ainda é não. - afirmou. Não deixaria seus amigos por nada, eles precisavam dela.

-Ok. Até mais, Caitlin.

-Até mais.

Kate se afastou com a garrafa na mão em direção a mesa onde Cisco continuava a tagarelar desta vez com Kara gargalhando alto. Caitlin mordeu o lábio olhando para sua própria cerveja.

-Algum problema? - Caitlin virou levemente o rosto para o lado encarando Barry, ele tinha as sobrancelhas franzidas em preocupação, ela lhe lançou um sorriso tentando acalmá-lo.

-Nada, apenas já estou cansada e estava pensando em ir para casa.

-Quer que eu te leve?

-Não precisa, acho que vou caminhando. Ingeri um pouco de álcool a mais do que o normal, preciso da minha mente limpa para amanhã. - disse já pegando o dinheiro da bolsa e deixando o dinheiro de suas bebidas.

-Então eu acompanho você.

-Meu apartamento é apenas duas quadras daqui.

-Mas não é seguro você andar sozinha por aí. - ele insistiu e ela teve que dar dar o braço a torcer.

-Ok. Vamos lá, sr. Allen. Eu preciso dormir.

Barry sorriu e a acompanhou até a mesa onde se despediram de seus amigos. Promessas de voltar a se ver foram feitas junto com lembretes sobre se cuidar e tentar não morrer com o próximo vilão.

Quando Caitlin se viu ela já estava na rua com Barry ao seu lado, a noite estava fresca e o céu límpido, ele tinha as mãos nos bolsos enquanto ela segurava a bolsa tentado manter seus passos firmes.

-Por que Iris não veio?

-Ela disse que não estava muito afim. O dia de hoje não foi tão bom assim, foi longo demais. - ele disse olhando para baixo. Caitlin podia sentir uma vibração estranha vinda de suas palavras, pensou em perguntar o que estava acontecendo, porém não queria ser invasiva.

Sabia da pequena discussão que Iris e Barry havia tido mais cedo, não era a primeira e aparentemente não parecia ser a última. Eles estavam estranhos um com o outro e o relacionamento estava visivelmente abalado, qualquer um podia ver aquilo.

-Bem, foi uma boa noite. Adorei que todos estavam juntos hoje apenas para curtir. Deveríamos fazer isso mais vezes. - disse mudando a conversa para um assunto mais leve. Barry ergueu a cabeça em sua direção e sorriu.

-É, a noite foi ótima. Pena que já tenha acabado. Kara disse que na terra dela tem um ótimo bar com karaokê e que devemos ir o mais rápido possível para lá.

Caitlin pulou uma poça de água que havia se formado muito provavelmente pela chuva horas antes, mas acabou se desequilibrando, Barry a segurou pelo braço impedindo sua queda. Ela o encarou nos olhos sentindo seu corpo ser tomado por uma sensação de frenesi, puxou o ar para seus pulmões com uma certa dificuldade.

-Bebidas e karaokê, acho que não é pra mim. - murmurou se afastando dele, Barry porém não soltou seu braço até que gentilmente o puxasse.

-Da última vez você até que cantou bem. - ele disse sem desviar os olhos dos dela. Caitlin podia sentir seu coração bater contra seu peito com força, seu corpo parecia em chamas. Se forçou a desviar o olhar e seguir em frente.

-Eu estava bêbada, não lembro de nada.

Barry arqueou a sobrancelha como se não acreditasse no que ela estava falando. Caitlin riu, nem ela mesmo acreditava naquelas palavras.

-Mas eu adoraria ver você cantar de novo. - ele afirmou, algo em seu tom fez ela se sentir um tanto inquieta. As palavras de Barry havia de alguma maneira feito seu coração bater mais rápido, uma reação que ela não estava familiarizada assim. - Você canta bem, Cait. Adoraria saber se tem mais algum dom secreto.

-Você tem segredos, Barry. Eu não.

Barry riu, Caitlin o encarou pelo canto do olho. O sorriso dele lhe causava arrepios, como se as borboletas que moravam em seu estômago fossem substituídas por formigas que percorriam sua pele lhe causando arrepios desnecessários.

Ela culpava a bebida. O excesso de álcool afetava sua atual condição emocional que já estava abalada por toda aquela história de seu pai.

-Acho incrível como sempre tem algo novo sobre você que eu acabo descobrindo. - ele falou se aproximando dela para deixar alguns jovens de skate passarem, um deles passou mais perto o que fez Barry se chocar contra o ombro dela. Por um segundo quente sentiu como se tivesse levado um choque, algo que fez seu coração pular de repente. Involuntariamente deu um passo para o lado.

-Não acho que vá descobrir algo a mais sobre mim. Sinto que já sabe de tudo. - disse mantendo a distância.

-Vamos lá, deve haver algo que eu ainda não sei. - Barry insistiu tentando pegar a mão dela, Caitlin desviou fingindo colocar o cabelo que atrapalhava sua vista atrás da orelha.

-Bem, eu aprendi a andar de patins com seis anos, depois de muitas quedas. - revelou, era algo bobo, mas se sentia um pouco orgulhosa com aquilo, pois havia sido a primeira criança em sua rua a aprender. - Meu pai comprou um par no natal quando eu tinha cinco, mas minha mãe só deixou eu usá-los quando fiz seis. Eles eram roxos e tinham vários adesivos de flocos de neve, era fofo e eu amava ele.

-Eu não tinha um patins, mas gostava muito da bicicleta que ganhei dos meus pais depois de tirar dez em todas as matérias. Meu pai me ensinou a andar, disse que seria mais fácil fugir dos valentões assim. - ele contou soltando uma risada no final, Caitlin também riu.

-E ele estava certo?

-Não muito, os valentões roubaram minha bicicleta antes do final do ano.

Caitlin colocou a mão sobre a boca rindo novamente. Eles continuaram a caminhar, a rua, antes agitada, começava a se tornar mais calma e silenciosa. Caitlin olhou para cima observando o brilho das estrelas que ainda insistiam em brilhar, as outras eram ofuscadas pelas luzes da cidade.

-Elas são bonitas. Mas adoraria conseguir vê-las completamente. - Barry disse, ela se virou observando que ele também encarava o céu. - Acho que lá em cima é mais calmo do que aqui. Deve haver paz.

-Deve ser bem chato, não ter nada para fazer, a não ser ficar flutuando por aí.  

Barry riu.

-Você tem uma concepção estranha sobre o espaço.

-O universo é vasto, lindo e perigoso. Sabemos que há vida fora daqui, planetas habitados por outras formas de vida, talvez até mais inteligentes que a gente. Mas mesmo assim achamos que somos os únicos. Somos egocêntricos.

-O que a humanidade te fez? Por que está tão rancorosa com ela? - ele indagou brincando, Caitlin o empurrou para longe, porém Barry a segurou pelo pulso. A descarga elétrica desta vez foi mais intensa e o fez a soltar rapidamente.

Barry abriu a boca para falar algo, mas Caitlin rapidamente falou.

-Não estou irritada com a humanidade. Apenas com alguns seres humanos. - deu ombros acelerando seus passos. Não tinha a menor ideia do porquê daquilo estar acontecendo, daqueles choques estranhos e aquela energia que parecia acumulada. Porém algo dentro de si, aquela parte que estava lúcida o suficiente para raciocinar, preferiu ignorar aquilo. Era apenas seus sentimentos misturados com o álcool.

-Com quais humanos? - Barry indagou se aproximando dela.

-Os que quase te quebraram no meio hoje mais cedo. - disse. Então suspirou aliviada ao ver seu prédio tão próximo.

-Mas você me consertou. Como sempre faz.

Caitlin abaixou a cabeça sorrindo, estranhamente sentia seu rosto queimar.

-Você também se recupera rápido, então não tenho tanto trabalho assim. - deu de ombros. Estava cada vez mais perto de seu prédio, seu coração já se acalmava mais, deixando-a menos tensa.

Eles caminharam em silêncio até finalmente chegar até a entrada do prédio.

-Acho que esse é o fim da noite. - disse se voltando para ele, Barry sorriu. - Obrigada por me acompanhar até aqui.

-Apenas queria que chegasse em segurança. Pode não parecer, mas eu me importo com você.

Caitlin franziu a testa estranhando aquela frase, mas então lembrou da conversa que havia tido com Alex mais cedo.

-Você ouviu, não é?

-Estava perto. Eu entendo que se sinta excluída as vezes, porém você esteve comigo desde o início, cuidou de mim e eu nunca mostrei como realmente me importava. Você é importante para mim, Cait.

-Eu não duvido disso. - afirmou. Realmente não duvidava daquilo, mas algumas vezes não podia deixar de se sentir um pouco deixada de lado com todas aquelas loucuras que orbitavam ao redor de Barry.

Ela se inclinou para frente envolvendo o pescoço dele com seus braços, em uma doce despedida de final de noite, Barry a apertou pela cintura. Caitlin se afastou minimamente para beijá-lo na bochecha, seus lábios tocaram de leve a pele dele e mesmo assim ela conseguiu sentir um leve choque percorrer seu corpo, então afastou o rosto o encarando.

Tinha algo de hipnótico no olhar de Barry, algo diferente de tudo o que ela já tinha visto e que fazia seu coração pular. Então não se surpreendeu quando as suas bocas simultaneamente se aproximaram, ou quando a mão dele subiu pelas suas costas até sua nuca. Havia um desejo escondido no meio daquele beijo inapropriado, algo guardado a sete chaves debaixo de inúmeras histórias de amor mal vividas.

Caitlin se afastou um tanto zonza, os sentimentos confusos, as longas histórias e o excesso de álcool havia lhe levado a um ponto que ela não deveria ter ido.

-Ah não. - murmurou encarando Barry. - A gente não devia ter feito isso.

-Cait.

-Isso foi errado. - afirmou se desvencilhando dos braços dele. - Estamos confusos e bêbados.

-Eu não fico bêbado.

-Então você é mais idiota do que eu pensava. - resmungou colocando as mãos sobre o rosto e jogando a cabeça para trás. Se aquilo era um teste ela havia falhado miseravelmente. - Você apenas está confuso pelas brigas com Íris, isso foi apenas uma forma de extravasar sua raiva. Ok?

-Por que você está tentando me convencer disso?

-Porque eu preciso me convencer disso. - murmurou. Seu corpo parecia implorar para que ela voltasse para onde estava minutos antes, aos braços de Barry. Tentou manter o que restava de capacidade de raciocínio e falou. - O que aconteceu aqui foi um erro. Uma forma de fuga dos problemas que estamos enfrentando ultimamente. O dia foi longo e o nível de álcool que está no meu sangue está alto. Apenas esqueça.

-Caitlin. - ele insistiu.

-Apenas esqueça. - ela implorou se afastando. - Boa noite Barry.

Caminhou em direção ao seu prédio tentando manter os passos firmes, respirava fundo mantendo as lágrimas onde estavam. Não poderia chorar, se chorasse significava que aquilo havia lhe afetado de alguma maneira, e ela tinha certeza de que não havia sido afetada. Ela não poderia.

“Tenho medo de que você ache que isso não significa nada”

Havia certas coisas sobre as escolhas de vida de Caitlin que os outros podiam achar bastante questionáveis. Como o fato dela ter abandonado o time depois da vitória contra o vilão ou ter ignorado o pedido de sua mãe para que dirigisse a nova filial de seu laboratório em Central City, alguns até achavam loucura ela ter ido embora da cidade e se unido a Kate Kane em Gotham. Ninguém parecia realmente entender os motivos de Caitlin para fazer aquilo tudo, durante um bom tempo ela também não entendia porque agia tão impulsivamente ou pelo menos não queria entender.

O fato era que depois daquela fatídica noite, Caitlin já não sabia mais quem era. Foi como uma bola de neve se formando, as coisas aconteceram tão rápido que ela não conseguia organizá-las e absorvê-las. Então quando se viu no limite, precisou pensar rápido e fugir naquele momento era a melhor opção.

Gotham virou sua rota de fuga. E Kate sua salva-vidas. Ela não teria palavras para agradecer tudo o que ela havia feito, o apoio que havia lhe dado e abrigo que tinha cedido, e mesmo sem saber um terço da história havia lhe acolhido sem perguntar nada. Mas mesmo com aquela gratidão, Caitlin realmente cogitou não atender o pedido dela de irem juntas para Central City ajudar os heróis, ela quase não foi. Quase.

E essa era a palavra que lhe definiu durante todo aquele dia.

Ela quase conversou com Barry. Quase se aproximou dele. Quase lhe disse Oi.  Ela quase queria beija-lo novamente.

-Se você continuar assim acho que conseguirá congelar o copo sem tocar nele.

Caitlin mordeu o lábio sentindo todo o corpo arrepiar, era estranho que mesmo depois de meses separados ele ainda conseguia lhe causar aquela sensação de novidade, em que todas as suas emoções pareciam ser novas.

-Ainda não aprendi isso, mas estou quase. - disse se virando para ele. Barry tinha o mesmo sorriso de sempre, embora em seus olhos houvesse uma certa mágoa. Caitlin sabia que os últimos meses não haviam sido fáceis para ele, muitas coisas estavam acontecendo e não havia em que se apoiar. - O que foi? Por que está me olhando assim?

-Você está linda.

-Oh não, não me venha com essa cantada. Sou imune a isso. - falou fazendo-o rir.

-Mas estou apenas falando a verdade. Você está linda. Cada dia fica mais linda e eu não sei como isso é possível. Senti tanto sua falta Caitlin, todos nós sentimos.

Ela sorriu um tanto triste.

-Também senti falta de vocês. - revelou deixando Barry se aproximar.

-Então por que não volta para cá? Voltar para o nosso time.

-Porque precisam de mim em Gotham.

-Todos precisam de você. Mesmo que não percebam. - ele disse. - Você é uma ótima pessoa por isso que todos precisam de você.

Caitlin se sentiu envergonhada com aquele elogio. Ela não era uma ótima pessoa, se fosse, provavelmente não teria feito metade do que fez durante sua vida.

-Mas como estão as coisas por aqui? Ainda não tive tempo de ter uma conversa profunda com Cisco, mas ele me contou que Íris ainda não voltou. Pensei que fosse apenas três meses.

-Ela aceitou a proposta de alongar um pouco mais sua estadia e ir da Holanda para a Argentina, depois para Cuba. - Barry deu de ombros como se não se importasse, mas Caitlin sabia que era mentira. Iris havia feito a escolha de partir para Holanda como repórter e cobrir os principais acontecimentos do país, seria uma forma de aprendizado, mas isso a deixaria longe por alguns meses. Barry e ela discutiram muito até chegarem a um acordo. Ela havia ido e ele ficado. - Quando ela voltar vai direto para casa de Joe.

-Por quê?

-Assinamos os papéis de divórcio mês passado. Acho que isso Cisco não te contou, não estamos mais juntos.

Caitlin piscou atordoada com aquela revelação. Ninguém havia mencionado isso a ela.

-Mas pensei que você estavam bem, vocês tem que ficar bem. Vocês são o casal do ano, já passaram por coisas piores do que essa, tenho certeza que vão se recuperar ou… - ela parou sem conseguir achar as palavras certas para aquela conversa.

-Ou sua ida terá sido em vão? - ele sugeriu. Caitlin recusou dando um passo para trás, como se assim pudesse evitar aquelas palavras. - Eu sei que você foi porque sentia que poderia atrapalhar meu relacionamento. Sei que você não queria ser a responsável pelo meu rompimento, e não foi, pelo menos não totalmente. No ano passado, quando nos beijamos, eu realmente tentei esquecer. Mas não consegui, você é difícil de esquecer Caitlin. E isso realmente me fez perceber certas coisas sobre o meu relacionamento e como estou agindo com os outros.

-O que você queria dizer?

-Que você é importante para mim. Sempre foi. Acho que você é o que eu preciso, mas somente agora eu fui perceber isso.

Caitlin piscou atordoada com aquelas palavras.

-Esqueça isso. Você está bêbado.

-Isso não vai funcionar de novo. - ele afirmou. - Eu estou totalmente consciente do que estou falando. Não vai ser como da última vez. Eu demorei, mas finalmente percebi porque você fez aquilo, porque me afastou. Você tem medo.

-Medo? - ela arqueou a sobrancelha sem entender. - Medo do quê?

-Medo de amar novamente e se ferir. Julian e Hunter foram a prova disso, você apenas sentia tanto medo de ficar sozinha que se apegou a pessoas que não tinham nada a dar a você além de atenção. E quando te beijei, você sabia que as coisas podiam mudar e fugiu não querendo ver o que podia acontecer. Mas eu estou aqui agora, pedindo que não fuja de novo. Fique comigo.

Caitlin abaixou os olhos, não conseguia raciocinar direito. Barry estava a sua frente se declarado para ela, abrindo seu coração enquanto ela estava ali, parada sem saber o que falar.

Amor à primeira vista não existia, Caitlin sabia disso muito bem. Mas assim que viu Barry pela primeira vez, apenas um moribundo em uma maca, ela soube que ele mudaria sua vida para sempre. E não poderia estar mais do que certa.

-O que você quer que eu fale? Que eu diga que fui embora por sua causa? Porque não é verdade. Eu precisava me encontrar. Depois de tudo o que aconteceu, depois do meu pai e tudo mais, eu precisava saber o que devia fazer. Mas sim, o beijo também contribuiu para isso. Eu me apaixonei por você e tentei não interferir em sua vida, por isso fui embora. Você era casado e isso foi totalmente errado, eu não podia ficar e fingir que tudo estava certo, porque não estava. Nós erramos e insistimos no erro ao não contar nada para Iris, e isso eu não consigo me perdoar.  Sua vida era perfeita, Barry, eu não podia interferir nisso. Por isso eu fui, foi o melhor.

-Por um tempo sim, mas agora não. Eu não posso mentir dizendo que eu não me sinto culpado, eu traí a confiança de Iris, menti para ela e acho que isso contribuiu com as nossas decisões, eu queria estar totalmente lá por ela, mas não conseguia, não quando uma parte de mim sabia que as coisas não estavam certas. Deixá-la ir para seguir seus sonhos foi um tentativa de redenção, não podia continuar prendendo-a a mim sabendo que provavelmente não teríamos um final feliz.  Mas não dá mais para fingir que o beijo não nos afeta, que ele não foi nada. Porque para mim foi tudo. Eu preciso de você.

Caitlin desviou o olhar dele. Aquela maldita confusão com seus sentimentos, aquela maldita atração, aquele malditos olhos.

-Não dá pra enganar o coração para sempre. - seu pai havia dito certa vez. - Ele sempre vai saber porque deve bater, mesmo se você não quiser. Não seja orgulhosa, assim fica mais fácil lidar com o amor

-O que você quer que eu diga? - indagou novamente, realmente não tinha a menor ideia do que falar. Pois a única coisa que queria era se jogar nos braços dele e nunca mais sair.

-Que vai ficar. Que vai voltar pra casa.

-Eu queria dizer que sim, mas não posso. Kate realmente precisa de mim, temos esse vilão e tudo mais. Eu não posso voltar agora, não por enquanto.

-Então prometa que um dia voltará. - ele pediu segurando a mão dela, o choque foi quase imediato, mas desta vez ela não recuou. - Prometa que voltaremos a nos ver, que não demorou seis meses ou mais. Prometa que virá quando eu precisar, porque eu vou estar lá quando você precisar.

Caitlin assentiu, naquele momento não poderia dar mais nada além do que promessas. Então se inclinou e beijou a bochecha dele, a sensação era a mesma de um ano atrás e aquilo a fez sorrir.

-Caitlin. Hora de ir. - Kate apareceu ao seu lado, Caitlin assentiu e soltou a mão de Barry. Lhe deu um rápido sorriso e se afastou com Kate. Elas caminharam em direção a saída, Caitlin olhou por cima do ombro observando Barry que ainda sorria, Cisco e Ray haviam se aproximado dele para iniciar uma conversa. - Por que está sorrindo?

-Nada, apenas… - ela parou quando estava quase perto da porta. Mordeu o lábio um tanto hesitante.

-Esqueceu alguma coisa? - Kate indagou.

-Já volto. - murmurou girando os calcanhares e seguindo em direção a Barry, passou por Oliver quase o empurrando e desviou de Kara e Sara, chegou até Barry e sem pensar duas ou mais vezes, se jogou em seus braços e o beijou.

Ela não se surpreendeu quando ele retribuiu o beijo na mesma intensidade ou quando começou a sentir aquela energia correndo em suas veias, seu corpo parecia em chamas novamente, como naquela vez há uma ano atrás. O aperto em volta de sua cintura afrouxou e ela então se afastou desgrudando os lábios dos dele, seu coração não batia rápido, mas parecia pular de alegria. Encarou Barry sorrindo.

-Até mais. - murmurou dando um passo para trás. Ele sorriu.

-Até mais.

Caitlin se virou caminhando até Kate que ainda estava parada no mesmo lugar, uma expressão de surpresa e perplexidade tomava conta de seu rosto. E ela não era à única, enquanto caminhava podia ver o rosto dos seus amigos variar entre descrença, curiosidade, confusão e orgulho, esse último vinha de Cisco, seu amigo ergueu o copo que tinha na mão como quem propôs um brinde e moveu os lábios em silêncio “Finalmente”. Caitlin saiu do bar sorrindo enquanto ouvia Kate questionar sobre o que havia acontecido, ela queria respostas e Caitlin poderia até dá-las, mas não naquele momento. Estava em uma pequena bolha de felicidade e não sairia dela tão cedo.

“Não sei por que não admito que você é tudo que eu quero”



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