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História Alma De Rainha - Harmione - Dezenove


Escrita por: HeatherChandlerX

Capítulo 19 - Dezenove



Neville e Luna eram excelentes anfitriões. Eles aceitaram o fato de que ela estava em choque e suas refeições foram levadas ao seu quarto.



     Luna, doce e gentil, a sentou na cama nas primeiras horas de sua última manhã lá e o bebê ficou deitado entre elas, chutando com suas perninhas gordas, sorrindo.



     Todos eles deveriam viajar para França. Neville e Luna iriam ao enterro, enquanto Hermione esperaria no palácio de Paris e então a verdade seria revelada.



— Haverá celebração nas ruas aqui em Lisboa, depois eu... — Hermione ainda estava de camisola, os cabelos presos num coque, os olhos inchados de tanto chorar. — E haverá lamentação em Paris.



— E quanto a Londres?



— Eu não sei — confessou Hermione, e admitiu um pouco mais — Eles não estão felizes sob meu reinado. Com Harry a meu lado, teria sido muito mais fácil. — Lágrimas lhe encheram os olhos e Luna balançou a cabeça com tristeza.



— Ouvi-o falando com Neville. Ele é rei ou nada. Seu orgulho não o deixará ser de outra maneira.



     Quando o pequeno bebe começou a chorar, foi Hermione quem o pegou. Ela sentiu que seu choro parou e desejou que seu homônimo fosse tão fácil de confortar quanto ele. Mas sua simpatia só iria fazer com que as coisas piorassem.



— Eu sabia do problema que isso causaria — disse Luna, com tristeza. — Eu sabia da confusão que isso seria para James. Fui criada como uma menina pobre, era empregada do palácio quando descobri ser, na verdade, rainha. Mas foi tão pior para James. Pelo menos, eu conhecia minha mãe e ainda tinha minha identidade, ainda tinha algumas verdades. James não tinha nenhuma.



— Eu me pergunto se Jamie Thiago e Lily tinham alguma ideia da dor que isso causaria.



— Duvido. — disse Luna sabiamente. — Eles deviam estar tentando poupá-lo da dor na época. Mas tudo o que conseguiram fazer foi passá-la adiante, e ela se multiplicou.



O enterro de ‘Harry’ foi pequeno, mas repleto de amor.



     James nunca se entendeu bem com Sírius, sempre o achou muito antiquado, metódico, mas ao ver aquele homem orgulhoso chorar, ao ver como aquilo o havia afetado, James pôde compreender o que o povo de Paris sentiria em breve.



     Luna e Neville estavam em pé a seu lado, mas ainda assim o fato de estarem juntos só acentuava seu isolamento. ‘Harry’ foi colocado junto com seus pais; James dissera que não, a princípio, mas fora aconselhado por seu irmão mais velho e compreendeu que podia acabar se arrependendo daquela decisão mais tarde. Por isso, ‘Harry’ finalmente descansou onde deveria.



     James viu seu nome, seu passado, seu futuro também, tudo enterrado. E então ele viu Hermione se juntar ao pequeno grupo.



     Ela estava usando um terninho preto com um véu simples no rosto, mas ele a teria reconhecido em qualquer lugar; e ela estava usando as esmeraldas.



— Você não foi convidada.



— Estou aqui para prestar minhas homenagens também.



Ela tirou o colar, que fora dado com amor, e o devolveu.



— Eu o passarei adiante para Viktor.



— Espero que isso traga mais felicidade a sua esposa do que trouxe a mim. — Então ele viu que os dedos dela estavam sobre o anel que lhe dera. — Eu lhe disse antes que aceitasse a pedra: isso irá com você para o túmulo. Pelo menos esse é o costume da Inglaterra. O que você faz com essa tradição, é escolha sua.



— Hermione... — Harry se recusava a ser manipulado. — Você fala como se tivesse ido às minas pessoalmente para escolher a pedra para mim. Você nem me conhecia na época.



— Certo. — disse Hermione. — Eu tive que respeitar a escolha de meus pais para mim, mesmo que isso significasse dar a pedra preciosa para um homem pelo qual não sentia nada, mesmo que isso me causasse repulsa. — Ela olhou para ele e eles já não estavam mais falando da jóia. — Ainda assim, esse presente foi dado. O que meu ma-rido escolher fazer agora... — Ela engoliu lágrimas que surgiram de repente. — Tenho orgulho de vir de Londres. Quando nós damos um presente, é para sempre.



Ela olhou para as esmeraldas em sua mão para provar o que dizia.



— Há algo que precisa saber. — Ele esperou por um tapa, por palavras cruéis merecidas, mas nada disso aconteceu. — Podemos fazer dar certo; eu o amo, Har... James.



     Ele não conhecia nem a si mesmo, como é que ela poderia amá-lo? Ele estava cansado de banalidades, de Neville e Luna o insuflando com aquelas palavras, de seus irmãos lhe esperando, do amor incondicional apenas por causa de seu nome, do amor que amarrara Hermione ao casamento.



— O amor — disse Harry, segurando as pedras na palma da mão — não fazia parte do acordo.



— Não — concordou Hermione — E foi tudo.



     Ela não iria mais implorar; apenas esperava que não sentisse tanto a sua falta.



— Vamos acabar logo com esse dia para que eu retorne a Londres...



     Voltaram de carro, percorrendo rapidamente a curta distância até o palácio, onde foram saudados por Sírius.



— Falei com os anciãos. Eles acham que a notícia não deve vir de você. Se eu falar primeiro...



— Eu mesmo contarei ao povo! — Harry foi insistente. Era a última coisa que podia fazer por seu povo, e ele era corajoso o suficiente para tomar a responsabilidade para si.



— Faça o anúncio — deu a ordem. — Diga à imprensa que falarei para a nação antes do pôr do sol.



Sírius se voltou para Hermione.



— E seu povo? — Ele esqueceu de acrescentar Alteza ao seu dirigir a ela, mas nenhum dos dois se importou ou percebeu isso. Hermione estava comovida porque no momento mais difícil, Sírius havia pensando nos súditos dela também. — O que irá dizer a eles?



— A verdade. Que ainda sou rainha e que meu marido agora é o príncipe de Portugal. Ele escolheu não ser rei. Vamos acabar logo com isso. Quero voltar para Londres. Talvez tirar alguns dias de descanso. Gostaria de passar algum tempo com minhas irmãs.



     Enquanto Sírius pedia licença e saia, Hermione se moveu para fazer o mesmo. Ela não agüentaria ficar nem mais um minuto, por isso se virou para ir embora. Mas ele a pegou pelo braço. Havia algo que precisava saber:



— Você está grávida? — perguntou Harry. — É por isso que precisa de alguns dias de descanso?



— Não para a primeira pergunta — disse ela. — E não para a segunda também. Vou ouvir a coletiva de imprensa e depois prepararei meu discurso.



— Irei para Londres em breve. — Ela exigira a separação, percebeu Harry, mas ainda assim não conseguia vê-la partir.



— Isso não será necessário.



— Eu lhe prometi herdeiros.



— E você os terá. Pense em mim quando fizer isso.



Ele não entendeu. Ela explicou melhor.



— Estamos no século XXI, James. Londres pode não produzir seus próprios médicos, mas tem hospitais maravilhosos. E um centro de fertilidade.



— Não.



— Sim — disse Hermione. — É tudo ou nada.





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