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História Alma pétrea - O esquecido


Escrita por: ZERONE

Notas do Autor


Um momento de reflexão, que virou uma pequena história.

Capítulo 1 - O esquecido


Areia, pedras, montanhas e céu, são as únicas coisas que existem hoje. Quando pequeno, meus pais sempre me contavam histórias dos nossos antepassados, e contavam o como tudo isso caiu no esquecimento, com o passar das gerações.

Me chamo Saondy, que significa "Tempestade arenosa" ou "Onda que devasta", meus pais me deram esse nome em homenagem ao dia em que nasci, eu nasci em uma forte tempestade de areia, mas meus pais sobreviveram para contar a história, e me deram esse nome para me lembrar sempre do que eu passei no dia de meu nascimento, para eu lembrar da minha força.

Eu e meus pais éramos comerciantes, trazíamos mercadorias das mais longínquas e ricas cidades até tribos, aldeias e outras cidades distantes. Éramos alguns dos poucos que faziam isso, outras pessoas tinham medo de serem mortas ou roubadas no meio do trajeto, mas meus pais sabiam como resolver isso, para que não fossem ameaçados por outras tribos, eles traziam mercadorias que só eles podiam trazer, e que as pessoas precisavam muito, assim, eles eram protegidos.

Nós nascemos no grande deserto do esquecimento, que dizem as lendas, que nasceu quando o Sol se enfureceu e queimou todos os prados do lado do mundo que parou de louvá - lo, assim, impedindo que grandes cidades sobrevivessem neste lado do mundo. Mas eu acho que mesmo que o Sol não tivesse feito isso, as civilizações humanas iriam cair, dizem as lendas, que na tentativa de agradar a todos, os governos dos mundos liberaram as piores coisas do mundo, fazendo elas deixarem de serem crimes, e as pessoas aceitaram o proibido de braços abertos.

Com o passar do tempo, as pessoas começaram a ignorar cada vez mais as outras pessoas a sua volta, perdendo o interesse em coisas como amizade ou casamento, as pessoas também aos poucos foram perdendo seus empregos para as máquinas, que hoje não existem mais, o que forçou as pessoas a arranjarem trabalhos que eram muito pesados, mas que permitiam as pessoas viverem bem. Mas havia um preço, ou sua vida se resumia à: trabalho, estudo, sobreviver, ou você não sobrevivia, e com o tempo, as pessoas começaram a se isolar cada vez mais, ao ponto de que, ou não tinham relações amorosas ou fraternais com ninguém, ou tinham tais relações com a própria família.

E tudo isso fez as pessoas se isolarem por completo, mesmo pessoas que viviam nas grandes cidades, e apesar de esse comportamento ter surgido naturalmente, e ter favorecido muito os ricos do passado, isso foi matando de pouco em pouco as civilização, afinal, até que ponto coisas como a união de pessoas que já foram estranhas uma para a outra, amizade, ou o simples sentimento de companheirismo mantinha a civilização de pé? Unindo as pessoas sem ser por razões de negócios?

E como eu disse, com o isolamento que as pessoas criaram para si mesmas, e o quase esquecimento de convivência social, sem negócios, fez as pessoas não se entenderem mais, o que gerou conflitos, separações e guerras, e fez a humanidade chegar a isso. Hoje, pagamos pelos erros de nossos antepassados, não vivemos mais em países com um único governante, vivemos uns isolados dos outros, com vários pequenos líderes, não temos mais a tecnologia porque quando nós nos isolamos e nos separamos, esquecemos como criá - las e usá - las, não temos nada, porque os antigos não foram capazes de ver, que quando se afasta tanto do como as coisas eram no passado, nos separando cada vez mais de nossas raízes, esquecemos o porque as coisas eram do jeito que eram, esquecemos que nem tudo podia ter bons motivos, mas mantinham duas coisas que hoje não temos mais, a união e a ordem.

Eu tive tudo que eu poderia querer, um pai e uma mãe unidos e que me apoiavam e ajudavam, que nunca me deixaram na mão, mas perdi tudo hoje de manhã... Estávamos indo para a pequena cidade de Waxintong, no Oeste, mas a nossa pequena caravana foi atacada por bandidos do deserto, sequestraram os meus pais e toda mercadoria, e jogaram todo o peso morto fora, e eu fui um deles. Fui arremessado dos hornsus, e caí desmaiado na areia cinza das dunas, e desmaiei, quando acordei, vi que o vento não tinha apagado as pegadas, então peguei tudo que achei útil no chão, e as segui, em vão...

Uma tempestade começou, apagando as pegadas, mas eu não desisti, segui em linha reta pelo Oeste, até que cheguei na cidade, ou o que restou dela. Ela estava destruída, algo aconteceu, algo muito grave aconteceu, uma revolta, ou um ataque talvez, só vejo corpos no chão, espalhados por toda parte, e não demorou muito para achar o dos meus pais... Mortos, a golpes de armas com lâminas em suas gargantas, eu os seguro em meus abraço, e choro, pela morte deles, eles, que foram a única coisa que amei neste mundo destruído, estavam mortos, eu então carrego seus corpos até o deserto, enrolo eles em panos que eu encontrei, que planejava usar para fazer barracas, mas que agora não precisarei mais, e os enterro em meio as dunas de areia cinza.

Eu, vagueio pelo deserto desde então, saqueio cidades velhas e destruídas, mato bandidos e sobrevivo sozinho, caço, coleto, saqueio e mato para sobreviver, e vinte anos depois, com meus 36 anos, aqui estou, do outro lado do deserto, no topo de uma duna, e ao fundo, vejo nuvens tempestuosas, montanhas, areia, dunas e estranhamente, algo que os antigos chamavam de estrada, que pelo visto, foi descoberta pelas toneladas de areia que a ocultavam. Apenas fico lá em cima, contemplando um mundo esquecido, contemplando o outro lado do deserto do esquecimento, em que a areia é cinza, assim como o céu, que ficou coberto de nuvens cinzas a séculos atrás, sinto algo cair em meu ombro, olho para cima, e vejo que começa a chover, e volto a andar, vagando por este deserto pétreo, que reflete a solidão da minha alma.


Notas Finais


Bem, apenas um momento de reflexão, a maior parte da história é interpretativa, espero que gostem.


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