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História Almas além do infinito... --:-- CLACE - Escombros do passado...


Escrita por: Eubha_

Notas do Autor


Oi gente, espero que todos estejam bem. Um capítulo novinho pra encerrar o domingo de vocês. Espero que gostem, meu agradecimento, mais que especial, pra todos vcs que sempre passam aqui. Sou muito grata. 💜💜
O capítulo está sem revisão, então peço que me desculpem por isso, o dia foi corrido aqui. Uma boa noite, e que a semana de vcs comece abençoada, fiquem com deus. ⚘⚘

Ah quero deixar aqui com vocês, o perfil de uma pessoa muito querida que também escreve uma história muito linda de Clace, então peço por favorzinho que passem lá pra dar uma olhadinha, e não custa nadinha. Eu particularmente adoro a história dela. O user dela é a, @hopemk. Vou deixar o link da fanfic lá nas notas finais também pra ser mais fácil de vocês acharem. É isso e muito obrigada. 💖💖😉

Capítulo 22 - Escombros do passado...


Fanfic / Fanfiction Almas além do infinito... --:-- CLACE - Escombros do passado...

Clary olhou em volta, rodando seu corpo com agilidade e toda pressa do mundo, estava com a sensação, que se de fato não tivesse rapidez, poderia perder mesmo, algum detalhe daquele lugar, que agora estava a trazendo um ar de mistério dentro do peito. Uma curiosidade alegre, era todo o motivo de sua ligeireza, para captar cada detalhe daquele ambiente desconhecido, tudo parecia tão lindo, uma terra que até outro dia, ela jamais acharia que existia, nem em suas imaginações mais malucas, estava realmente diante de um paraíso, quase perdido, em meio à imensidão misteriosa, que envolviam todo o mundo que pertencia, por estar em seu sangue.

O cheiro bom de ar puro, invadindo suas narinas, e lhe trazendo paz. O céu igualmente azul, denotava um sol escaldante, que aquecia seu corpo sem dó, montanhas vultosas, em contraste com um verde extremamente vivo, vindo das florestas, exibindo uma mata rara e não tão peculiar aos olhos dela. Tinha algo naquele lugar, que era estranhamente familiar a ela, mas Clary, sabia, que jamais poderia explicar com palavras, quais sentimentos, aqueciam seu coração por aquilo.

- Bem vinda a Idris, sua terra. – os pensamentos deslumbrados dela, foram quebrados pela voz de Jace, a encarando de perto. Era inegável para ele, o modo curioso com que Clary, queria captar tudo ao mesmo tempo, diante de tantas coisas novas que seus olhos enxergavam. Apesar das circunstâncias não tão boas e favoráveis, ele estava feliz e realizado, por ser ele o primeiro a apresentar, aquele lugar a ela. Um pensamento bobo e em certa parte até egoísta, mas Jace, realmente não teria gostado que mais ninguém, visse aquele sorriso singelo e encantado dela, diante daquele lugar. Tinha que ser ele, o sortudo a ter a graça, de comtemplar aquela imagem, que para ele, nunca poderia ser esquecido.

Clary sorriu sem esconder, o quanto aquele lugar estava atraindo sua atenção. – É muito maior do que eu pensava, quer dizer, parece não ter fim. – ela afirma, correndo os olhos pelo horizonte, além das montanhas e bosques, mas não tinha certeza, se conseguiria ver um fim realmente para aquele lugar.

Era impossível não se contagiar pelo olhar curioso dela. E quem sabe um dia, ele não teria a chance de apresentar cada canto de Idris a ela, isso estava agora, dentre os itens mais importantes, em sua lista mental de coisas, que não poderia de deixar de fazer um dia, e que fosse em breve. – Bom nós vamos ter que encarar as montanhas, é o caminho mais longo, mas também o mais seguro. – Jace encarou a imensidão a sua volta, sentindo os raios de sol bastantes fortes naquela manhã, quase cegando sua íris clara. Clary assentiu, caminhando lado a lado com ele. Seus olhos ainda querendo guardar, tudo daquele lugar em sua mente, com toda certeza, haviam paisagens tão lindas ali, que valiam tanto serem eternizadas no papel. E assim ela teria belos desenhos, para integrar seu caderno, quando o sono no meio das madrugadas lhe faltasse. Já que há bons tempos, não estava conseguindo tirar nenhuma parte de seu dia, para seu talento de desenhar, sempre vivia ocupada por tantas outras coisas.

Jace curvou os lábios em um sorriso curto, Clary parecia uma menininha em um parque de diversões, ele não conteve a comparação, ao ver o quão extraordinário era o olhar dela, para tudo a sua volta.

**************

Visitar nosso passado, pode nos fazer lidar com antigas feridas, que jamais foram totalmente cicatrizadas. Pode nos trazer de volta vultos assustadores e sombrios, que nos despertam os pesadelos, e as dores mais avassaladoras. O passado e seu peso sobre nossos ombros, pode ser um fantasma cruel, prestes a nos atacar, com a espada mais afiada, atingindo nosso coração do modo mais mortal. As dores internas, são aquelas jamais superadas, estão sempre conosco, e pesam em nossa alma, como uma montanha em nossos ombros, nos fazendo cair frequentemente, cansados, dilacerados, de tanto suportá-las.

Nosso coração sangra e nossa alma, fica em farrapos...

- Ah chegamos. – Clary enxugou o suor de sua testa, os fios de cabelos de sua franja, que haviam descolados do coque bagunçado, que se viu obrigada a fazer, estavam molhados, após o calor quase fervente, durante o que parecia mais de uma hora de caminhada, os fios tão alaranjados dela, quanto aqueles raios forte do sol, grudados em sua face. O telhado de uma mansão altamente belíssima, surgindo aos olhos dos dois, jardins esverdeados, tanto como os olhos dela poderiam ser, cercavam tudo ao redor. O lugar era tão lindo, que não dava para crer que estava abandonado há tanto tempo. Ela puxou o ar com certa dificuldade, o clima seco do ambiente, arranhando sua garganta e a fazendo arder, água, precisava de água, o mais depressa possível, pressentiu Clary, puxando a mochila de trás das costas, em busca de uma garrafa, que pra sua sorte havia lá dentro. Viu Jace pousando sua mochila no chão, parecendo pensar no que deveria fazer, enquanto livrava-se do casaco, totalmente exaurido pelo calor que o sol forte provocava em si. Ela continuou silenciosa, abrindo a garrafa transparente, e engolindo o líquido que havia dentro dela, com toda pressa, que sua sede incontrolável pedia. Viu o momento exato que Jace, sacou um punhal médio de seu cinto, o lançando no ar em seguida, a metros distantes, o objeto parou enganchado em uma árvore alta.

- Não a alas, que poderiam nos torrar, assim que cruzássemos por elas, isso é bom. – ele deu um olhar esperto a ela, fazendo Clary finalmente entender seu gesto, a garota ficou calada devolvendo sua mochila às costas novamente. Ela só pensou, que caso dependesse dela, já estaria frita então, pois aquilo nunca passou por sua cabeça.

- Não me faça me sentir, em um filme de terror horripilante. – Clary pediu ironicamente, por mais que talvez fosse este o caso. Ele riu abraçando os ombros dela, rumando à porta de entrada do local. Por algum motivo perdido dentro de si, aquilo a acalmou, o coração dela, não estava querendo, ficar nem a um centímetro de distância dele, para aquele momento. Clary não previa quais reações dolorosas, o local poderia despertar nele.

****

O coração dela se quebrou pouco a pouco, quando os dois adentraram a porta de entrada, de madeira antiga esculpida e invernizada, dando logo de cara, com uma enorme sala de estar, que apesar da poeira visivelmente abarrotada em cima dos móveis, ainda era imponente e magistral, com móveis clássicos e uma decoração elegante. Clary se viu parando de respirar por Jace, que percorreu os olhos pelo lugar, tentando achar alguma semelhança, com as lembranças que ainda carrega consigo, bem impregnadas em seu peito. E não era como se ele pudesse esquecer, e mesmo se conseguisse, seria como pedir pra viver, sem algum membro de seu corpo, ninguém sobreviveria plenamente confortável sem um braço ou perna. O coração dele palpitou angustiado dentro do peito, seus olhos indecisos rodando o semblante confuso atormentado, por entre as quatro paredes do local.

Ela não queria esmorecer por ele, tentando ao máximo, arrancar seu estado de torpor confuso e amedrontado do rosto, a garota não queria deixar que ele pensasse, que era pena, apenas o sentimento, que ela tinha para destinar a ele naquele momento. Jace devolveu sua adaga serafim ao coldre, pensando que o único vulto, que poderia oferecer perigo a ele ali, realmente eram os fantasmas sombrios, vagando agora, tão livremente por sua cabeça, algumas lembranças tão nítidas, outras que ele nem sabia que existiam, voltaram cruéis para lhe atormentar.

Clary chegou perto dele, tomando sua mão para si, os dedos gelados dele, em contato com os dela, somente deixando visível o quão impactado, ele estava se sentindo. - Uma vida de mentiras, a começar por um sobrenome. – ele sorriu meio sarcástico, uma barreira clara, para ajudar espantar a dor de seu peito. E impedindo que Clary, captasse seu olhar. Sua fraqueza para aquela situação, o estava causando uma revolta enorme dentro de si. Queria recolher seus medos mais sombrios, de volta ao lugar que eram de direito a eles, dentro de sua mente, a total insignificância, e muito bem trancafiados por cadeados resistentes. Apesar disso, ela viu um olhar amargurado, preencher as íris azuladas, que ainda fugiam incertos, pelo cômodo vazio.

Apenas não chore por ele, não o deixe pior, Clary suplicou para si mesma, taxativa. Queria gritar com seu subconsciente, que não suportando a tristeza dentro de si, estava tentando fazer com que ela, a espantasse através de lágrimas de revolta e ódio. Ódio pelo homem perverso, que era totalmente responsável, por manipular de tantas formas a vida de Jace. Ela estreitou o máximo que pode, a distância dos corpos dos dois, ficando nas pontas dos pés, para poder alcançar toda estatura de Jace, dobrando seus braços por volta do pescoço dele, o puxando para um abraço que queria dizer mais que conforto, mas também amor incondicional. Anestesiado pelo buraco aberto dentro de seu peito, que escuro e doloroso, não parecia ter mesmo um fim, Jace apenas retribuiu o gesto de carinho dela, enlaçando sua cintura para si. Ao menos agora, as lembranças frias, daquele lugar, poderiam ser temperadas, com um pouco, do cheiro de Clary.

As surpresas da vida, podem ser mesmo, como as correntezas de um rio, muitas vezes seu curso pode ser mudado. Jace só pode pensar, que o menino que um dia correu e circulou por aquelas paredes, jamais imaginou o desfecho que sua vida teria. Desde um pai que não estava verdadeiramente morto, até um homem que se quer existia. Tudo tão surreal, quase inacreditável.

Valentim era o homem mais contraditório do mundo, havia rasgado com uma força brutal, o coração das duas pessoas, que ele mais devia amar, ela e Jace, eram como um rio de águas turvas e negras, avidamente tóxicos, quando o assunto era lembrar, das amarguras e ódios que carregavam, pelo homem que enxia a boca tantas vezes, pras lhes chamarem de filhos. O suspiro de Clary soprou pelo cômodo vazio, enquanto ela dobrava o rosto ao ombro de Jace, em sinal de conforto, só queria que ele soubesse que apesar de tudo, ela estava ali, junto dele para enfrentar qualquer coisa. Ela piscou ligeira, quando sentiu uma lágrima fujona de seu olho, cair ao tecido da blusa dele.

Jace bufou querendo esquecer o que pensava, masoquismo agora não resolveria nenhum de seus tormentos mesmo. Ele devaneou incerto, mal dando-se de conta de seu gesto, guiado por impulso ou necessidade, ele não saberia, de deixar um beijo na nuca pálida dela, que apoiava tão confortavelmente a cabeça em seu ombro.

Os olhos dela vagaram atrás de si, dando de encontro, a um porta retrato, sobre uma mesa de vidro, perto a uma poltrona de couro marrom, que chamou a atenção de Clary, sem que ela, conseguisse evitar. Um frio tão grande bateu contra as costas dela, que Clary só soube apertar o corpo de Jace contra o seu, quase em sinal de desespero.

- Clary. – ele chamou baixinho, notando imediatamente a mudança brusca no comportamento da garota. Chocada demais, os lábios dela tremeram, sem conseguir responder, apenas abandou o abraço dele, indo de encontro, ao objeto que chamou tanto sua atenção. Jace virou abrupto, acompanhando os movimentos dela.

- É minha mãe. – Clary segurou a foto, que estava meio embaçada pela poeira, mais ainda assim denotava, a figura de Joselyn, quando mais jovem. Ela sorria tão genuinamente na imagem. O questionamento estava sendo para Jace também, já que ela não entendia, parecia pedir que ele lhe dissesse algo que fizesse algum sentido.

- Ele esteve aqui, enquanto se escondia. – bradou Jace, um rancor evidente na voz. Ele soltou o ar pela boca, respirando de modo entrecortado, fitando Clary com atenção. Que imune a qualquer coisa, que não fosse o retrato em sua mão, só sentia-se afogada em seus próprios tormentos agora. A garota ruiva, percorreu os dedos, inseguros e trêmulos pela foto da mãe, como sentia falta daquele sorriso doce. Seu sorriso, que era motivo de inspiração e força inabalável. Joselyn estragou toda uma vida, a partir do segundo que fez uma única escolha, amar Valentim. Porque ele tinha uma foto dela, a pergunta, bateu desesperada, contra a mente de Clary, imensas vezes, como o corpo derrotado de um lutador, sendo arremessado continuadamente contra as cordas de um ringue, após o massacre. Ele dizia ama-la e mesmo assim a matou. A raiva de Clary se triplicava a cada instante, entre gritos agonizantes, que ela dava consigo mesma em pensamentos, seu autocontrole era à força de tudo, ou ao contrário, estaria gritando cheia de mágoa agora, a plenos pulmões. Fazendo as paredes daquele lugar solitário, ecoarem atrozes contra sua voz enraivada.

Jace encarou os olhos enveredados, afogados por lágrimas atormentadas, que ela fazia questão de segurar com tamanha força, que ele teve medo dela se quebrar em milhões de pedaços.

- Ela se parece com você realmente. – ele sorriu brevemente, querendo tirar aquele sentimento de impotência dela. Pincelando o indicador com uma ternura sem fim, pela bochecha avida, claramente aquecida pelo nervosismo angustiado, que vivia. Clary respondeu com um sorriso fraco, para a figura jovem da mãe. Nunca havia visto nenhuma foto de Joselyn naquela idade, talvez seus vinte anos também, nada mais que isso. Quando perguntava a mãe por fotos de sua juventude, ela sempre dizia que as tinha extraviado em uma mudança, talvez fosse verdade, ou talvez para despista-lá. Clary não tinha certeza agora, apesar de Luke ter lhe dito, que Valentim havia incendiado a casa dos pais de sua mulher, pouco depois que eles se separaram, então mesmo não contando os detalhes tristes daquilo, a mãe poderia estar sendo verdadeira.

- Nós temos que ir, pode ser perigoso ficar aqui muito tempo, vamos pegar o que queremos e vamos, por favor. – Jace segurou o queixo fino entre seus dedos, penalizado, por interromper o momento de tristeza dela. Não queria ser incessível, mais antes de tudo, seu senso de proteção, lhe dizia que ficar parado naquele lugar, não poderia ser nada bom. Clary assentiu, piscando os cílios claros, algumas vezes, sem contesta-lo, sentia toda razão naquilo. Ela abraçou o porta retrato consigo, sentindo Jace segurar no auto de seu braço, já lhe guiando por um corredor a frente. – Vamos atravessar pela porta dos fundos, vem. – ela deu um sorriso fraco a ele, quando o sentiu envolvendo a mão dela, entrelaçando seus dedos com os seus. Só mesmo o toque quente dele, em sua pele, para lhe trazer uma sensação, mesmo que mínima, de conforto, naquele instante ruim.

****

- Viu não era força, e sim jeito, aliás, porque chutar a porta. – Clary viu a grande porta de ferro escancarar, sem dificuldade alguma, após ela desenhar um símbolo com sua estela. Seus ouvidos já estavam doendo, sendo rasgados, pelo eco ruidoso, que era o som de Jace, chutando a porta com um dos pés sem parar.

- Porque eu queria chutá-la. – Jace agiu implicante, ao ser obrigado a dar razão. Ao menos os dois estavam podendo sorrir agora, mesmo que machucados dolorosos, ainda perseveravam em seus subconscientes.

- Meu deus. – os olhos miúdos de Clary, se chocaram com a visão a seguir, a grande extensão territorial, que era a enorme estufa, a qual os dois estavam adentrando. Talvez fosse maior do que, a que era mantida no instituto, ela não saberia dizer de um modo, que obtivesse exatidão em seu cálculo. Havia plantas ali, que tinha certeza que nunca tinha visto em toda sua vida. Algumas eram tão belas, Clary se sentiu tentada a tocar em uma delas, assim que pôs seus olhos. Uma flor de cor rosa, quase semelhante a uma tulipa, mas com toda certeza, muito maior. Seus dedos frearam imediatamente, quando avistou Jace, lhe encarando com um olhar frio e cortante, que claramente acusava, apenas mantenha suas mãos para si, e não toque em nada.

*****

- Valentim mantinha uma biblioteca no terceiro andar. – Jace alegou pensativo, assim que os dois estavam voltando ao salão principal, próximo onde tinham entrado.

Clary media seus passes com pressa, para que pudesse o acompanhar. - A maior prova, que conhecimento não tira a maldade de ninguém. – praguejou Clary com raiva. Ter achado a foto da mãe ali, tinha despertado um novo e desconhecimento sentimento de repulsa nela. - Jace, é poeira, nossa. – ela bateu as mãos sobre seu cabelo, exasperada, ao sentir quando uma onda acinzentada vinda do teto, lhe cobriu quase que praticamente.

Na visão a seguir dela, o olhar azul de Jace, ficou arregalado demais, com sua suposição. Um ruído estrondoso, fez Clary se apoiar nele automaticamente. O ranger parecia vir gritando, ecoando até onde os dois estavam, o corredor enorme, atrás deles, ficou ainda mais frio e amedrontador.

- Feitiço de proteção, Valentim deve ter jogado no local, pra quem ninguém invadisse. – Jace engoliu em seco, já apertando firme a mão dela contra a sua. Clary varreu o rosto do rapaz, procurando algo que lhe fizesse entender o que acontecia, porém encontrou apenas apreensão em demasiado.

- E o que isso significa. – Clary pediu com o olhar verde esbugalhado de susto, que ele respondesse logo, e de preferência de um jeito que ela pudesse realmente entender melhor. Jace começou a martelar algo em seus pensamentos, foi somente essa a única coisa, que a insegurança anestesiada que pouco a pouco paralisava ela, a fez perceber. Um novo eco alto rasgou pelo ar, fazendo dessa vez, Clary grunhir em hesitação, por não saber o que estava por vir.

- Não importa o que aja, não solte minha mão, esta bem. – Jace implorou, com olhos assustados, procurando os dela com pressa. Ajeitando a outra alça de sua mochila contra o ombro.

- Jace o que. – Clary estaqueou a perguntar apressadamente, mas nem terminou o que diria, pois ele lhe puxava com pressa pelas saídas, até onde tinham entrado. Um pó fino acentuado caindo do teto, com cada vez mais frequência, fez Clary perder seu campo de visão por alguns segundos. Seus pulmões se encheram de ar e terra, quando Jace parecia a carregar quase arrastada procurando a saída. Segundos e mais segundos passados, mais estrondos ruidosos, estourando pelos tímpanos dela, não sabia nem mais como suas pernas estavam correndo, Jace era capaz de dar passes muito mais largos do que as pernas curtas dela, poderiam suportar. Clary olhou para trás de relance, após o forte barulho de algo caindo, que a assustou, ela ainda pode ver uma pilastra tombando ao chão. Não era real, ela ainda estava duvidando do que os seus olhos viam.

As paredes já estavam ruindo, muita poeira e cacos chovendo do céu, como um vendaval levando tudo por diante, faltavam longos passes até eles conseguirem alcançar a porta, Clary cogitou que eles não sairiam dali, iriam ficar embaixo de algum amontoado de concreto, se não tivesse correndo tanto, sendo puxada por ele, certamente estaria gritando, cada vez mais alto, toda vez que via um novo bolo de tijolos caindo ao seu lado, quase lhe acertando. Poeira entrou pelos olhos dela, a garota somente sentiu sua mão sendo extremamente apertada pela a de Jace, enroscada a sua, já não via muita coisa através da nuvem de fumaça. Se ela soltasse a mão dele, não sairia dali jamais, já nem sabia mais para onde teria que correr. Iria morrer, e por obra do destino ou não, isso seria pelas mãos de Valentim.

Jace só pode pensar, que caso não saísse dali, seria enterrado junto a seu passado perturbador, seria irônico se não soasse tão trágico. Ele ofegou, claramente não conseguindo respirar, em meio à cortina de sujeira em seu campo de visão. Viu brevemente Clary tropeçar, quase atingindo o chão, bem ao seu lado, um bolo de tijolos pensou ele. Um medo enlouqueceu pelas veias dele, se caso não conseguisse a segurar, certamente a perderia naquele cenário de caos, e ele morreria, se não enterrado pelo concreto, seria pela culpa em seu coração.

Clary tossiu engasgada, ao degustar um gosto de pó, contra sua saliva, ela nem teve tempo para reclamar, pois logo notou mãos firmes, lhe jogando contra o chão, com certa rudez até, a grama gelada contra suas costas, mas sentiu quando algo duro bateu contra os ossos de sua omoplata esquerda, provavelmente algum pedaço de tijolo ou concreto, os lábios dela se comprimiram com a dor aguda, Jace a apertou contra o chão, deixando seu corpo completamente preso contra ele.

Algo pousou rasgado por sobre o braço dela, fazendo Clary o encolher contra si, provavelmente vidro, mais estralos ininterruptos vieram logo depois, os olhos dela, foram a procurar os dele, temerosos, Clary se contorceu contra o aperto dele, com o coração apavorado, até agora com tantos barulhos a sua volta, não tinha se focado nas batidas frenéticas de seu peito. Clary se remexeu desesperada, querendo sair do aperto dele, por mais impossível que fosse, temeu o ver ferido gravemente, um grito desafinado saiu pela boca dela, quando um pedaço não muito pequeno de uma das pilastras que davam suporte ao telhado caiu tão perto deles, que mais alguns centímetros, ela não saberia em que condições ficariam. Clary quis gritar alto com Jace, para que se protegesse também, mais ele simplesmente não se mexia, e ela sentia sua garganta arder como fogo em brasa, sem que as palavras ressoassem por seus lábios. Um medo desesperador, pior do que o de morrer, se apossou dela por inteiro, agora temia por ele, não dando a mínima ser acertada por qualquer coisa que ainda estivesse voando, enquanto tudo desmoronava. Os estralos do vidro se partindo, formavam uma sinfonia igualmente desafinada, em contraste com os cacos do concreto lançados ao ar, direto ao chão, era um som enlouquecedor, ela sentiu que poderia ficar surda a qualquer momento.

Estilhaços de vidro acertaram suas costas, Jace sentiu um pedaço mais pesado, provavelmente rasgando sua pele, mesmo por cima da camiseta. Algo pesado, atingiu seu braço, logo acima da cabeça de Clary, voando para o lado depois. Se aquele era um dos muitos jeitos, que estudiosos antigos, feiticeiros, e muitos outros seres, que escreviam a respeito ao longo dos séculos, ele e Clary já estavam vivendo aquilo, o mundo estava acabando. Ele automaticamente prendeu mais Clary contra si, ao notar ela relutando em sair de seu aperto, agradeceu tanto pela teimosia dela, não poder ir contra o fato, de que ele ainda era mais pesado e forte, e estava claramente usando isso ao seu favor, para protegê-la, mesmo contra sua vontade.

Eles viram os barulhos ensurdecedores, cessando gradativamente. Seria aquilo um sinal bom, estavam vivos, haviam sobrevivido, ao terremoto em massa, da casa caindo e virando apenas pó e pedaços de cacos inúteis, ou era um sinal nada bom, de que tinham levado a pior com aquilo, e se encontravam agora em um plano desconhecido.

Jace tossiu, levantando o rosto de leve, querendo levar seu olhar ao que havia sobrado da mansão enorme, a construção havia ruído, como sua vida, quando seu deu conta, descobrindo de quantas mentiras seu passado era feito. O sobrenome Wayland, estava enterrado, e dessa vez para sempre, nada mais havia sobrado, que o lembrasse. O rapaz devaneou impactado, para além do que pensava.

Uma nuvem densa de fumaça ainda cobria seu campo de visão... Clary não via nada, além dos olhos claros, que não uma serração turva, de espessura grosa de poeira. O silêncio agora, parecia fazer com ela se sentisse cada vez mais surda, percebeu Clary. Ela quis puxar os braços dela, de debaixo dele, para fiscalizá-lo, seu estômago se revirou, não sabendo se suportaria o ver ferido gravemente. Ainda mais claramente por sua causa, já que ele a impediu totalmente de se machucar com seu gesto.

- Ah. - Jace gemeu, resmungando de modo estridente, tendo forças no momento, para apenas rolar seu corpo para o lado, ficando deitado no gramado, pedregulhos cutucando suas costas, lhe lembrando, o quanto ainda poderiam doer.

Clary quis tossir, libertando seus pulmões daquela sugeira toda, mas apenas engasgou-se em demasiado. – Jace, fala comigo. – ela sentiu seu pescoço doer, quando quis olhar para ele deitado ao seu lado. Dois trapos estirados em meio à destruição, ambos se sentiram da mesma forma arrasadora.

Ele procurou respirar, necessitava de ar fresco para amenizar a ardência em suas narinas, mas nada de novo ocorreu, apenas cheiro de poeira seca, lhe embriagando. Jace tentou raciocinar, quantos ossos poderia ter quebrado, buscando entender quais partes estavam doendo menos, mais pra ser exato, tudo doía, sua coluna principalmente, estava com toda certeza desmontada, como peças de um quebra cabeças embaralhadas.

- Jace, Jace, por favor. – Clary ergueu um pouco o corpo, ignorando a dor principal que estava em seu braço, já havia o notado cheio de arranhões. Seu peito doeria muito mais, se ele não lhe dissesse que apesar de tudo, estava bem. Ela moveu seu tronco para cima dele, fiscalizando com olhos medrosos, qualquer arranhão, que pudesse ser notado sem uma observação precisa.

- Ah eu morri, e vejo um anjo tão bonito, estou lisonjeado com a recepção. – ele brincou, quando abriu os olhos e os sentiu ardentes, incomodados por fagulhas de poeira. E encontrou Clary, com o tronco voltado para ele, tão destruída quanto ele poderia estar, os cabelos ruivos dela, não tinham uma cor vermelha agora, estavam preenchidos por um quase cinza denso. Mas, os olhos verdes ainda eram, os mais lindos do mundo. Ele sorriu largo, mesmo que ainda sendo compelido pela dor cortante em seu corpo.

- Jace você esta brincando, ou alguma coisa mais dura que sua cabeça, acertou ela. – Clary fala, meio zangada, meio preocupada demais com ele, segurando seu rosto entre as mãos. Jace fez uma careta de dor, sentindo seu pescoço doer, quando ela o virou para os lados, reivindicado toda sua atenção. Clary pareceu tão desesperada, aos olhos dele. Porém a dor não o deixava raciocinar tão rápido, em busca de uma resposta, que a satisfizesse. Clary tateou o tronco dele, em busca de algum indício de ferimento severo ou quebradura.

- Ah eu to bem, to bem, só preciso de um segundo. – Jace murmurou arrastando a voz, uma dificuldade estrondosa, devido à secura de seus lábios. Ao menos seu braço direito não estava quebrado ele constatou, quando não sentiu dor forte ao espicha-lo até o rosto de Clary. – Os meus ossos precisam de um tempo, pra pegar no tranco novamente. – ele fechou os olhos, controlando a respiração de modo anasalado, ainda estava ofegante por toda corrida, e muito mais depois de todo susto, que ambos tomaram.

Ela respirou mais aliviada, ignorando até seu estado arrasado, e esboçando um sorriso de lado. - Ah Jace você quer me matar. – Clary mal imaginou, que aquilo poderia piorar, qualquer dor sentida por ele, mais no outro segundo, estava com a cabeça debruçada sobre o tronco dele, só queria ter mesmo certeza, de que o coração dele batia, quem sabe assim aquietasse o seu.

- Não, mais a casa, quase nos matou. – ele tirou sem nenhum jeito, os fios do cabelo dela, que estavam desgrenhados em seu rosto, impedindo que ele enxergasse os olhos verdes ainda muito desesperados. – Você tá bem. – ele perguntou em um tom zeloso, quando pode captar o olhar dela para si.

- Estou, só não posso dizer que não esteja assustada. – Clary saiu do chão, envolto por uma bagunça sem fim. Batendo as mãos pelo corpo, para se livrar de um pouco da sujeira impregnada em suas roupas. Que de pretas, agora guardavam a cor de um cinza desbotado.

- É foi por pouco, quase nada. – Jace soltou o ar de modo pesado, mexendo suas pernas, com o corpo ainda estirado ao chão, talvez ainda pudesse andar, se mexer ainda podia, entendeu ele. Clary olhava atenta para o rasgão generoso em seu braço.

- Você consegue levantar. – a garota indaga, estendendo uma mão a ele. Seus olhos ainda estavam ariscos olhando em volta. O que viveram ali, tinha o tom de um pesadelo louco, algo nunca imaginado por ela.

- Vamos ir embora daqui, o mais rápido possível. – Jace conduziu, usando as mãos para limpar, minúsculos pedaços de vidro, que estavam colados em seus braços. As costas do rapaz reclamaram, quando ele mexeu seus membros superiores para todos os lados.

- Jace, Jace eu... – Clary balbuciou chamando por ele, com a voz grave assustada. – Minha estela caiu, eu estava com ela na minha mão, mais essa correria toda e... – Clary ainda bateu contra os bolsos da calça e casaco, tentando pensar que não era verdade, mas nada encontrou. Nervoso, tomou conta por inteiro de suas ações.

- Você quer a notícia ruim ou a péssima, primeiro. – ele bufou impaciente, se sentindo derrotado, sua estela também não estava consigo, devia ter saltado de seus bolsos, junto a toda correria maluca, ao tentarem salvar suas vidas.

- Não pode ser. – Clary murchou o cenho, derrotada, captando perfeitamente o que ele queria dizer. Não tinham agora, como retornarem a Nova Iorque.

- Tudo bem, estamos vivos, já é alguma coisa, vamos sair pra longe daqui, depois decidimos o que fazer. – Jace quis amenizar toda a tristeza dela. Ao menos realmente um grande lado bom, tinha naquilo, eles não morreram soterrados, talvez estivessem com um pouco de sorte, naquele dia. Mesmo que agora, não tivesse a mínima ideia, do que fazer. O rapaz pensou que por hora, poderia agradecer.

***********

Jace e Clary se aproximaram, mais da cabana, usaram passes cautelosos, mas rápidos, não aguentavam mais, aquela chuva gelada caindo em seus corpos, suas pernas doíam pela caminhada longa, definitivamente precisavam de um descanso, antes de segurem viagem. Apesar de não saberem como fariam aquilo ainda, já que ela não poderia abrir um portal sem sua estela, que provavelmente estava soterrada, em meio aos escombros, depois de toda explosão da mansão. Clary sentia que estava exausta, mas no momento estava mais preocupada e aflita, com o fato de ter descoberto que Jace estava um pouco ferido, seu peito se apertava mais e mais, ao pensar nisso. Nem o frio de seu corpo, a impedia de ficar tão nervosa.

Um trovão cortante, vindo diretamente do céu negro, fez ela dar um pulo, podia contar com desespero quantas vezes, aquilo já havia ocorrido. Qual a probabilidade de um raio os matar agora, seria irônico, depois de tudo que tinha ocorrido até ali, talvez ter sangue de anjo, dava algum tipo de proteção, ou era pior, ambos eram como para-raios, prestes a atrair as descargas elétricas furiosas que caiam do céu. Eles andaram por horas sem rumo, não tendo a mínima ideia do que poderiam fazer, apenas queriam deixar aquele cenário de destruição mórbido para longe. Procurar o abrigo relativamente seguro de Luke, foi a única decisão rápida que puderam tomar, quando a noite se aproximou severa, trazendo junto uma tempestade impiedosa, que fazia o céu desabar, com trovões e muita água.

- Fica atrás de mim tá, só por precaução. – Jace sacou a lâmina encantada, a empunhando com conhecimento no que fazia, seu lado esquerdo ardeu um pouco com o movimento, a camiseta grudando em sua pele, devido estar molhada, não estava contribuindo para que ele não sentisse dor, realmente. A dor era uma companhia silenciosa e atroz, mesmo que não quisesse preocupar Clary com aquilo.

Clary assentiu, segurando no ombro de Jace, assim que eles alcançaram mais a porta da cabana, o rapaz parou perto da porta cauteloso, e ela olhou para os lados, em meio a toda água que escorria por sua testa, devido aos cabelos ruivos encharcados pela chuva. Jace chutou a porta da cabana, com força e precisão e Clary usou da mesma preocupação dele, quando apertou os dedos no cabo de seu kindjal, ainda preso em seu coldre de armas.

- Tá vazio, parece que é como o Luke, nos disse. – Jace suspirou com alívio, devolvendo a encantamento a sua arma, e a largando sobre uma mesa de madeira envelhecida que havia no local. Se tivesse alguém ali, ele não sabia mesmo em que condições, sairia de uma briga, seus ossos doíam, o que parecia ainda pior, depois de toda chuva tomada.

Clary fechou a porta, do velho casebre, vendo ela ranger, sobreposta ao som da chuva forte, que ainda caia lá fora, correu os olhos pelo local, sendo iluminado apenas, pelo brilho da pedra de luz de bruxa que estava em sua mão. Era uma casa simples, um sofá velho de tecido, um pouco perto da lareira, um armário de madeira no canto, em uma das paredes, com alguns utensílios numa prateleira acima, um fogão extremamente antigo ao lado, e no centro da casinha a mesa de madeira em que Jace se encontrava agora apoiado, ela ficou tentando imaginar Luke, vivendo naquele lugar tão simples, e se perguntando se Joselyn, sabia da existência dele, havia tantas coisas, que não sabia sobre a vida da mãe, e se quer teve a chance de perguntar.

Os devaneios dela foram completamente interrompidos, por um gemido sufocado, que escapou da boca de Jace, ele provavelmente estava lutando com a própria dor, temendo assustá-la, caso não o fizesse.

- Você tá bem. – Clary soltou sua mochila, também molhada, em um lugar qualquer do chão, caminhando logo até ele.

- Eu vou ficar. – Jace sorriu meio compelido, pelo desconforto de seus arranhões, que aumentaram bruscamente, quando ele tentou retirar a jaqueta encharcada com água do corpo. Nunca viu tanta vantagem como agora, nas coisas estranhas, que poderia fazer sem precisar de uma estela, como os outros caçadores de sombras. Só precisava se livrar de alguns cacos de vidro, que estavam o impedindo de se livrar de sua dor.

- Deixa eu ver isso de perto. - Clary pediu, assumindo um tom de voz calmo. – Tira a camiseta também, tá encharcada, deve estar incomodando ainda mais teu ferimento. – Clary sabia que Izy tinha acrescentado em sua bolsa, um quite de primeiros socorros, ela até pensou que seria exagero da morena, mas levando em conta o que aconteceu, já não podia dizer o mesmo. Ela notou com desgosto que todas as suas roupas estavam molhadas, dentro de sua mochila, também que bela ideia a sua, trazer para uma viagem maluca como aquela, uma mochila de tecido, não havia sobrado muita coisa, com exceção de sua bolsa com os itens de higiene e algumas peças de roupas íntimas, ela bufou meio impaciente, achando a caixinha de metal, em meio ao caos molhado de suas coisas.

- Okay, já esta virando hábito mesmo. – Jace sorriu meio provocativo para ela, passando a peça que respigava água pelo chão por cima do pescoço.  Mesmo que, mais que agir implicante com ela, queria mesmo era mascarar sua dor desconfortável. Estava começando seriamente a pensar, que tinha mesmo quebrado alguma coisa, pois suas costas não paravam de doer, o que só piorava quando mexia-se como agora.

- O que, não espere que eu infle mais seu ego exibido. – Clary respondeu no mesmo tom, pondo a caixa já aberta, sobre a mesa de madeira. E arrancando de seu corpo o casaco enxercado, estava com tanto frio, que sentiu seus dentes trincarem um no outro, quando ficou só com a camiseta gelada e colada em seu corpo.

- Poxa, eu te salvei lá na explosão sabia, não seja mal agradecida. – Jace fitou ela parada atrás de si, parecendo avaliar toda extensão de suas costas. Talvez suas piadas irônicas, impedissem que sua mente lhe lembrasse a cada segundo, o quanto estava com dor.

- Eu sei, você não estaria ferido se não tivesse feito, se atirou em cima de mim como um doido, e se esqueceu de si. – ela observou os arranhões na lateral das costas dele, bastante intensos.

- Eu sei, não to arrependido, se você quer saber. – Jace sentiu mãos quentes em sua pele, contrastando com a frieza do corpo dele, devido a toda chuva que tomou.

- Mais eu gastaria mesmo, que você parasse de se ferir por minha causa. – um grunhido alto saiu da boca dele, quando a sentiu puxando um caco de vidro pontiagudo, que havia em seu machucado.

- Ah falou à garota que quase morreu tentando salvar meu irmão. – rebateu Jace, encarando a parede emadeirada a sua frente. Clary era tão impulsiva e inconsequente quanto ele, talvez negasse mais que ele, repensou o rapaz.

- Você e eu somos casos perdidos então. – ela repensou melhor, sem ter muito como contrariar o pensamento dele. Levando sem pressa, um algodão com álcool até o machucado de Jace, como se a falta de pressa, amenizasse a dor queimante que ele poderia sentir.

- Só estou falando, que você é mais corajosa do que pensa, Clary Fairchild. – ele continuou a falar, querendo ignorar a ardência quase desesperada em sua pele. – E depois, você só não se feriu lá, porque é pequena, então agradeça a isso baixinha. – o loiro riu sem se conter agora. Clary terminou de desinfetar o ferimento dele, com um bufo derrotada.

- Ah tava demorando não é, pelo visto sua dor já foi toda embora. – Clary empinou o nariz, cruzando os braços em frente ou corpo molhado, fingindo uma irritação que talvez nem houvesse de fato. Jace virou-se rápido para encara-la, dando de cara com uma Clary de olhar mortal.


Jace pensou em dizer a ela, que era exatamente por isso que gostava tanto de implicar com tudo nela, o jeito como ela curvava o nariz fino para cima, e sempre mordia o lábio inferior de modo gracioso, como se quisesse realmente nunca mais falar com ele. Clary sorriu contida. – Eu vou acender a lareira. – anunciou ele rapidamente, pensando que estava se sentindo tão frio, quanto poderia estar, caso estivesse morrido na explosão da mansão Wayland. Toda chuva gelada, não havia sido nada agradável de se tomar.


Notas Finais


História sobre clace\ Os instrumentos mortais, depois...

https://www.spiritfanfiction.com/historia/os-instrumentos-mortais-depois-18361926
Até mais pessoal...


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