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História Alone Together - Um senhor de sessenta anos preso num corpo adolescente


Escrita por: Victra

Notas do Autor


Boa leitura (♡)

Capítulo 4 - Um senhor de sessenta anos preso num corpo adolescente


Quem gosta de adolescentes? Ninguém. Nem eu, que sou um deles.

Adolescentes são chatos e confusos e barulhentos e… adolescentes. A palavra por si só é autoexplicativa.

— Você é muito rabugento, Jeon. — ela correu os dedos por meu cabelo. — Eles só estão animados. É o primeiro jogo deste ano.

Ergui o pescoço para mirá-la, deparando-me com seu sorriso afável em minha direção. Sempre via muito carinho em seu olhar, mas… não o mesmo tipo de carinho que eu nutria por ela.

Eddy me via como um irmão.

E eu… bem, eu a via como a mulher da minha vida.

Pelo menos concordávamos que ela era o meu anjo da guarda.

— Mas pra que gritar tanto? Esse jogo nem vale nada. É só uma atividade. — rebati, torcendo o nariz para a espécie de torcida organizada que havia se formado na arquibancada.

— Jeon, às vezes eu sinto que você é um velho de sessenta anos preso neste corpo adolescente. — brincou, afastando minhas madeixas dos meus olhos.

Eddy estava em pé na minha frente e eu, sentado num dos níveis da arquibancada.

— É, eu também sinto isso. O tempo todo. — ri baixinho, fechando os olhos perante os dedos macios da morena.

— Nem parece o garoto que jogava todos os esportes possíveis e fazia muito barulho por eles na infância. — cantarolou.

— Ah, eu ainda jogo todos os esportes possíveis. Nem vem. — abri os olhos, lançando uma expressão ofendida em sua direção.

Era verdade, afinal. Eu gostava de esportes e os jogava sempre que encontrava oportunidade. Mas a parte do barulho…

Qual é? Eu era um amante do silêncio e da paz.

E aquele bando de trogloditas berrando para as garotas no campo não era nem um pouco silencioso ou pacífico.

Como as aulas haviam acabado de começar, nem tudo já havia sido entregue pelo estado. O que significava sem uniformes para a educação física e, consequentemente, trajes livres.

Eu não estava reclamando. Longe disso. Ainda era um garoto de dezessete anos meio fodido e não me privava de admirar as garotas nos shorts, calças ou o que quer que tivessem escolhido para se exercitar — com discrição, é claro.

A questão é que eu gostava e respeitava muito todo o lance do espaço pessoal, sabe? Não gostava de olhares secantes, tampouco de gritos e comentários indecentes a não ser que eu os provocasse. E eu não sei como as meninas se sentiam com cada frase vociferada para elas — talvez algumas gostassem e talvez outras não —, mas tudo me parecia algo que Miles Hoffman diria pra mim e, cara…

Isso era o suficiente para desaprovar tudo e optar por ficar na minha.

— Verdade. Mas agora você é chato. — mostrou-me a língua em uma provocação infantil.

— Cala a boca. — ri baixinho.

Lá embaixo, os dois primeiros times femininos organizados jogavam futebol. Era uma cena interessante, mas se transformava em nada quando comparada à visão da garota parada em minha frente.

— Fazer qualquer exercício sob esse sol devia ser crime. É claramente um tipo de tortura. — suspirou, arrumando o coque em que seu cabelo se agrupava. — Você passou protetor, Jeon? — indagou, arqueando as sobrancelhas em minha direção.

— Acho que sim… — franzi o cenho.

— Acho bom. — fez um gesto de “estou de olho” com os dedos.

O apito da treinadora tocou logo em seguida. Os times em campo foram liberados e o restante, convocado à quadra.

— Quantos gols você quer? — A Wilder perguntou antes de descer as escadas. Seu olhar estava fixo em mim até Miles sair do campo e receber um abraço de comemoração por parte do Enoch.

— Três. — segurei sua mão, atraindo a atenção de volta a mim. — E de meio de campo. — adicionei, provocando.

Ela riu fraquinho. E eu fiquei feliz por não tê-la deixado sucumbir ao otário Lawther.

— Desafio aceito. — piscou, e logo sumiu escadaria abaixo.

Eu suspirei enquanto a observava se posicionar em campo. Acompanhei seus movimentos conforme se alongava e gritei como um idiota quando o apito tocou outra vez, indicando o início do jogo.

Ah, qual é? Era Eddy Wilder. Eu poderia passar horas e horas torcendo por ela. Quem precisa de silêncio mesmo?

— Eu fui à praia ontem. — uma voz feminina soou ao meu lado, arrancando minha atenção do jogo. — Você não estava lá. No quiosque, sabe? — virei o rosto, podendo ver a figura suada de Miles.

— Eu não trabalho mais lá. — soprei, voltando a mirar Eddy no campo. — Foi só durante as férias. — adicionei, sem muito interesse.

— Ah… — murmurou. Seu olhar ainda queimava em mim, então voltei a mirá-la. — Entendi.

— O que foi?

— Nada… — olhou para frente, ajeitando-se no banco. — É só que… a praia parece um lugar tão desinteressante agora.

Eu não respondi. O que poderia dizer? Ela era, definitivamente, uma pervertida stalker. Decidi focar-me no jogo e em torcer por Eddy. E Miles pareceu ter feito a mesma decisão: ela gritava e ria comigo a cada gol da Wilder.

— Nossa, ela é muito boa. — A morena-loira comentou em algum momento.

— Eu sei. — sorri — Ela é incrível! — fitei a garota ao meu lado para falar; a voz esbanjando orgulho e admiração. E ela…

Ela não pareceu tão animada quanto eu depois disso.

— O que foi? — questionei, confuso.

— Nada. — deu de ombros. Mas olhos e o sorriso dela pareceram murchar.

Eu não me importava, de qualquer forma. Então continuei a torcer pela garota mais bonita naquele campo. Que fez três gols, aliás.

— Você foi ótima! — foi a primeira coisa que disse à Eddy assim que a partida teve fim, correndo até ela e tirando-a do chão em um abraço apertado.

— Me solta, Jungkook! Eu tô toda suada. — gargalhou, empurrando meus ombros.

— Nah, eu não ligo. — enterrei o rosto em seu pescoço. — Parabéns.

— Obrigada — retribuiu ao aperto — Mas já pode me soltar agora. — adicionou, rindo.

— Nah.

— Jeon, você precisa jogar! — argumentou. E só então eu lembrei de que a professora havia chamado os dois primeiros times masculinos ao campo. Eu era do time um.

— Ah, é — revirei os olhos antes de colocá-la no chão. — Quantos gols?

— Três. Justo, não acha? — arrumou a roupa que meus dedos haviam amarrotado.

Talvez fossem os meus hormônios de garoto fodido de dezessete anos, mas eu desejei tê-la amarrotado de outra forma.

— Justo. — soprei antes de balançar a cabeça, forçando-me a acordar, e correr para o campo.

— Fighting! — escutei-a gritar. Acabei revirando os olhos, ainda que estivesse sorrindo.

Pelo canto dos olhos e enquanto a treinadora Joy dava as ordens, eu vi Logan — que fazia parte da espécie de torcida organizada — descer a arquibancada também. Ele passou por Eddy e a entregou a garrafinha de água dele antes de se posicionar no outro lado da quadra, sorrindo de forma desafiadora pra mim. Não me importei muito, continuei a mirar a Wilder, que subia os degraus novamente em direção a onde estávamos.

Miles ainda estava lá. E parecia meio pra baixo no momento em que forçou um sorriso para minha amiga e entrou em alguma conversa com ela.

Era engraçado. Mesmo sentadas, Eddy era muito mais baixa do que Miles.

O restante dos rapazes chegou pouco a pouco. Eu quase ri alto assim que vi Enoch no campo oposto, cumprimentando Logan… Tsc, traidor.

Não que eu tenha chutado Enoch propositalmente em meio ao jogo, mas não me arrependi quando percebi que o tinha feito.

E, bom, eu ainda estava no meio de trogloditas. Depois do meu segundo gol e dos gritos de Eddy — que não eram tão altos quanto os de Miles — e de correr de volta para a defesa, o time adversário começou seu ataque. E, aparentemente, o Lawther estava em busca de uma vingança pessoal quando chutou a bola alto demais em minha direção.

Cara, doeu.

Bem na barriga. Eu nem sabia apontar direito onde ficavam os órgãos dentro do meu tronco, mas acreditava que todos haviam sido injuriados.

— Jeon? — a cara de tonto do Logan surgiu em minha frente.

Ah, agora ele vem falar comigo? Onde está o amiguinho cuzão dele?

— Você está bem, criança? — Srta. Joy se abaixou ao meu lado. E eu nem sabia dizer como havia acabado estirado na grama.

Estou. E vou matar o Lawther — minha mente gritou, mas tudo o que saiu pelos meus lábios foi algum gemido sem nexo.

— Levem-no à enfermaria — ouvi a treinadora dizer.

Logan me ajudou a levantar com uma feição extremamente preocupada naquela cara de pau. Ele estava no time do inimigo! E não que eu não soubesse que o moreno era inocente, mas só de estar relacionado ao Lawther, de alguma forma, me fazia querer socá-lo.

— Garoto, você está bem? — aquela voz irritante indagou. Eu pisquei algumas vezes, focando a visão e captando quase todos os rostos daquele lugar voltados a mim.

— Eu… — procurei Eddy. E preferia não tê-lo feito: encontrei-a ao lado de Enoch, checando o estado do rapaz com uma feição preocupada. Ela nem olhou pra mim. — Estou. — soprei, pesaroso, quando tornei a fitar a morena-loira em minha frente.

 — Vem cá. — rodeou os próprios ombros com meu braço livre — Vou te ajudar a levar ele pra enfermaria — notificou Logan, que sorriu grato ao replicar:

— Obrigado. Ele é muito gordo só pra mim mesmo.

Eu nem me preocupei em responder; estava ocupado demais com meus próprios pensamentos.

E todos esses eram sobre como eu queria a garota dos cabelos cacheados lá, cuidando por mim. Não por ele. 


Notas Finais


vcs tbm tem vontade de socar esse jeon ou sou só eu? kskwkwk

me deixem saber o que estão pensando sobre a história, por favor!! a opinião de vocês é muito muito importante pra mim <3
also, perdoem os errinhos e espero que tenham gostado~~!! #TeamEddy ou #TeamMiles? rsrs

VCS VIRAM? o ano mal começou e já temos um total de TRÊS FOTOS DO JK postadas no tt. aaa, to pasma

fora temer. pas. amo vcs.



xx, Lis-ah ♡


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