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História Alteridade (Drarry) - Trigésimo Quinto


Escrita por: OAleCampos

Capítulo 36 - Trigésimo Quinto


No dia seguinte, Ginny retornara à sala e vira Draco e Harry juntos, confirmando-me via coruja. Ela afirmou que tomaria conta de tudo e que estava muito agradecida por tudo o que compartilhei com ela. Afinal de contas, sem meu empurrãozinho, ela jamais estaria ciente daquele relacionamento e nada poderia fazer para separa-los. Admito que fiquei curioso sobre o que ela estaria tramando, mas depois achei melhor realmente ficar por fora de tudo, pois assim, ficaria tão surpreso quanto todos quando “aquilo” fosse acontecer.

Com o passar dos dias, minha convivência com Draco e Harry começou a melhorar. Infelizmente, minha consciência começava a questionar a conduta de minhas atitudes e isso estava me incomodando. Eu sabia que Ginny estava à espreita e poderia nos observar a qualquer hora, em qualquer lugar. Por isso, achei necessário tomar ciência de tudo o que estava acontecendo, pois já havia dias que não nos falámos e a demora para sua ação começava a me preocupar. Sua demora me indicava que ela estava planejando algo grande e que precisava do momento certo.

– Eu comecei a ser consumido por uma culpa que não me deixava em paz. Eu me sentia mal por saber que algum ruim poderia acontecer a você, ou até mesmo ao Harry por uma infantilidade minha de não saber lidar com o nosso término. E nessa época eu nem fazia ideia de que você estaria grávido, muito menos de nós dois.

Assim que consegui, entrei em contato com ela e marquei que nos encontrássemos no mesmo lugar da primeira vez que nos vimos quando toda a armação começou. Ela parecia estar radiante e empolgada com o que quer que seja que ela estava planejando. Sentou-se em um sofá velho no meio do amontoado de coisas e mantinha um sorriso debochado nos lábios.

– E como andam seus esquemas? – iniciei o assunto.

– Pra que quer saber?

– Ué, só pra estar ciente do que anda rolando – pausei – achei até que tivesse desistido de tudo – disse, em tom de provocação.

– Não, não desisti. Estava apenas estudando a melhor opção.

– Do que você está falando?

– Disso – ela retirou uma capa de trás de si – essa peça de vestuário irá me ajudar.

– Ei, acho que sei do que se trata – comentei, espantado – isso é do Potter!

Ela apenas sorriu e assentiu com um sorriso cruel.

– Como conseguiu isso? – indaguei.

– Esqueceu que fui de Gryffindor? Tenho contato com outros meninos que ainda estão lá dentro. Eles pegaram para mim.

Apenas engoli a seco e tomei conta do tamanho da burrada que havia feito.

– E agora? O que se segue?

Ela se levantou e deu um beijinho na minha bochecha.

– Você vai saber junto com eles, gracinha.

Ela piscou com um dos olhos e entrou de volta em seu armário.

– Depois disso, eu procurei alguma maneira para descobrir o que ela estava tramando, mas ela sempre foi muito esguia. Por isso, sempre me mantive mais perto de você e do Harry. Queria proteger vocês, caso ela agisse do nada e estivesse planejando algo mais grave – comecei a andar de um lado para o outro e parei, agachando em sua frente.

– Drachen, você não precisa continuar...

– Preciso – interrompi-o – eu quero que você saiba cada detalhe de tudo. Não quero mais esconder nada de você. Vou ser pai de um filho seu.

Ele assentiu e me deu um beijo na testa, atitude que eu não esperava. Acho que tudo o que ele havia passado, o fato de eu o ter ajudado e o nosso filho, ajudaram para que ele tivesse piedade de mim, não raiva. Tudo já havia passado e Ginny havia sido a maior culpada de tudo.

Continuei tentando descobrir o que ela iria fazer, sem sucesso algum. Até o dia em que Draco sumiu da escola. Todos ficamos irados com aquilo, pois ninguém dava qualquer tipo de satisfação para a gente. Nem Minerva, nem qualquer outro professor. Foi o momento em que decidi procurar Ginny Weasley e tirar tudo a limpo.

– Você ficou louca?! O que você fez? – gritei, parando em sua frente.

Estávamos na torre de Astronomia tarde da noite. Ela estava apreciando a paisagem enquanto se deliciava de sua vitória na escuridão da noite.

– Eu?! Nada – ela respondeu, em sua defesa – Lucius Malfoy fez.

– Você não...

– Sim. Digamos que eu tenha tirado uma foto e que essa foto tenha chegado às mãos dele – ela deu uma gargalhada tão sincera que até parecia se tratar de algo realmente divertido.

– Você sabe o que isso vai causar a todos? Ao Draco? Você não tem ideia do que acabou de fazer! – levantei minha mão esquerda e me preparava para descer a mão em seu rosto, quando ela me interrompeu.

– Isso, me marca! Só se lembre que você está tão metido nisso quanto eu.

Respirei fundo e abaixei minha mão. Num movimento rápido, saquei minha varinha e conjurei:

– Obliviate!

– Assim, fiz com que Ginny esquecesse que eu estava envolvido naquilo com ela. Por isso, quando foi pega, ela não lembrava que eu tinha a ajudado a descobrir as coisas sobre você e o Harry.

Assim que consegui a autorização de Minerva, fui até a mansão Malfoy e comprovei que tio Lucius realmente tinha recebido a tal foto. Logo que pude, contei para eles tudo o que acontecia naquela escola. Por isso, eles tiraram Draco de lá. Eu queria muito contar tudo o que eu sabia para ele, mas não poderia afirmar sem ter as tais provas. Ginny poderia facilmente arranjar algum álibi em Beauxbatons e eu seria taxado como mentiroso.

Foi aí que ela surgiu em Hogwarts com a história da gravidez. Foi perfeito, porque ficando lá, eu poderia dar um jeito de mexer nas suas coisas e pegar algo que pudesse mostrar a verdadeira face dela para todos. Não foi fácil, mas eu consegui. Tive que pressionar uma pessoa aqui e outra ali para descobrir onde ela estava deixando suas coisas, até que em algum dia, enquanto ela se gabava por estar grávido do Eleito, dei um jeito de ter acesso às suas coisas e pegar a mochila que ele guardava todas as provas do crime. Idiota. A regra básica de todo criminoso: após cometer o crime, livre-se da arma e de todas as provas. Felizmente, ela não se atentou à isso e facilitou para mim. Só assim eu me sentiria menos culpado por tudo que ela causou aos dois.

– E foi assim que tudo terminou. Me desculpe por ter mentido.

Draco me abraçou. Mas não foi qualquer abraço, foi um abraço sincero, um abraço que dizia que estava tudo bem. Ele parecia ter compreendido tudo o que acontecera e que me perdoara por ter sido tão mesquinho no começo de tudo. Eu agi dessa maneira porque o amava e ele parecia compreender muito bem.

– Agora já passou – ele disse – agora você é o pai de um dos meus bebês.



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