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História Aluna Mentirosa - kim Seokjin - Você não é um monstro!


Escrita por: SraAnnonima

Notas do Autor


Oi bebês! Espero que gostem 💕

Capítulo 24 - Você não é um monstro!


Pedi um táxi, com o dinheiro sobrando, eu me permiti ter esse "luxo", ao invés de enfrentar o busão lotado. O percurso, como todas as loucuras que faço, foi tão angustiante quanto  tenso. O meu coração doía diferente. Uma sensação bem pior que a do dia da missão. Era como se eu pudesse ficar presa para sempre numa floresta espinhosa, e sombria que crescia  no meu próprio interior. Havia uma guerra dentro de mim. Os meu lados opostos brigavam para ocupar um lugar. Por mais que quisesse não era tão sangue frio, havia sim um pequeno impulso que tentava me fazer desistir. 

Como a clínica era no segundo andar, precisei atravessar  uma escadaria estreita, nebulosa e infinda se for percorre-la sob devaneios. Tinham corrimãos por ambos lados, que não serviam para nada, estavam tão sujos que provavelmente adoeceria só de encosta-los. Esses foram os degraus mais apreensivos da minha existência. Sentia como se estivesse  subindo ao ponto da decisão, e uma falha poderia me levar  a uma queda mortífera. Era eu e somente eu.

E se eu não aguentasse o procedimento? E se um aborto fosse a falha que me levasse à queda?

O que me faz pensar que estou sozinha nisso? Deve ser algo tão frquequente  que não me faz nenhum pouco especial, com certeza não fui nem serei a única de carregar esses sentimentos de tortura que me esmaga o tempo todo. Penso na quantidade de moças em mesma situação que eu, que tornaram desse lugar um livro de histórias aterrorizantes e repetitivas. Será que serei umas das que tiveram um final feliz? Ou só mais uma que fez a escolha errada?

Cheguei na sala de espera, tão vazia e angustiante que os únicos sons a se ouvir eram os da minha  respiração pesadas, e os dos meus  tênis embater o velho assoalho, que correspondiam com estalos.

    Espreitei cautelosamente aquele lugar, com cuidado para não deixar fixar os detalhes na memória, para ser mais fácil de expurgar as lembranças mais tarde.

As únicas coisas que fui obrigada a reparei, porque não seria possível andar com os olhos vedados, foram o tom pastel do papel de parede desgastado, cadeiras de espera enfileiradas em quatro carreiras de quatro, talvez um exagero para um lugar com poucos visitantes, ou nenhum. E um bebedouro branco, modelo antigo ao lado se uma janela que quase não deixava a luz passar por causa de uma crosta de sujeira que estava cobrindo seus vidros.

Caminhei assustada até a mulher atrás do balcão, a única alma além de mim, sem nenhuma confiança nas pernas. Tremula, Sentia uma vontade de sair correndo dali. Para um lugar que nunca imaginei voltar. O útero da minha mãe. Lá eu estaria protegida, de tudo e de mim mesma.  Será que esse alguém dentro de mim se sente dessa forma, eu tão errada seria seu refúgio? Mas, era tarde, não podia me acorvadar justamente no momento mais crucial. Se eu cheguei aqui, significa que devo continuar.

— Boa tarde! Posso ajuda-la?— A mulher jovem que tinha um estilo bem alternativo para uma recepcionista, perguntou-me, após eu ficar imóvel por um tempo.

— Tem horários disponíveis para hoje?— Fiz força para falar, minha boca se contorcia para prender o choro.

— Ah sim! Hoje está vazio, não é? — apontou o ambiente solitário ao nosso redor. — O médico está fazendo um procedimento agora. Pela hora já deve estar quase terminando. Você teve sorte, não há ninguém marcado para o próximo horário.  — afirmou, sem ao menos precisar olhar no computador a frente, nada que surpreendesse a  minha intuição de que aquele lugar era fantasma.

— Moça, você quer mesmo fazer  o agendamento? — A pergunta da mulher foi interrompida por um escândalo vindo das escadas. Gritos roucos e ofegantes, passos tão fortes que presumo ter destruído o único acesso à saída. Olhei assustada para porta de entrada,  onde provavelmente a pessoa sairia.

Jungkook entrou, arfando o ar com força, e pingando suor. Devestado como se tivesse acabado de fugir de um assalto. Avistando-me correu ao meu encontro num desespero nunca visto.  Sem me olhar muito, prendeu-me entre seus braços fortes. Eu ainda digerindo o que acabara de acontecer, pressionada contra seu corpo quietinho, ouvindo seu coração disparado e  sentindo sua respiração descontrolada, tentava acreditar se aquilo era realmente material.

Ele me soltou de seus braços, mas continuou mantendo uma distância bem íntima de mim, talvez pensasse que eu fugiria. Se bem que era uma opção.

— S/n eu achei que você...— Choramingou, examinando-me por completo.— Aonde você estava com a cabeça? Vir a esse lugar? Ainda escondeu de todos e veio sozinha, e se você estivesse morrendo agora? É dessa forma que você planejava resolver sozinha?— A melancolia da sua voz me trouxe a realidade, era sério, real, ele estava ali comigo, mesmo que me chamando à atenção. E eu percebi que não sabia o que estava fazendo direito com a minha vida.

—Você ainda está?— Cuidadoso com as palvras percorreu seus olhos até chegar ao meu ventre.

Balancei a cabeça, confirmando a gestação.

— Ah! — suspirou, aliviado. Jogando algumas mechas de seu cabelo para trás— Eu sempre soube que você não seria tão monstruosa assim. S/n, esse pequeno ou pequena, não tem culpa nenhuma, não merece nada disso, talvez agora, esteja aí dentro lutando para viver, para ter a chance de conhecer este mundo como nós.— Disse sem remover os olhos da minha barriga. Ele estava conseguindo mesmo me colocar consciência, e sentimentos que eu ainda não conseguia indentifica-los.

Quase o interroguei a respeito de quem havia dito a ele. É claro que o hoseok. Dessa vez deixei passar, pela primeira vez não fiquei chateada de alguém não ter guardado um segredo meu.

— Eu não sou um monstro? — eu me perguntei, alto. Será que eu não era um mostro mesmo? Por que eu me sentia como um.

  Continua????



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