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História Alvorecer (ABO) - Ímpeto


Escrita por: IchygoChan

Notas do Autor


Eu sei que vocês estão felizes por eu estar postando um capítulo todo dia, mas vou adiantar que isso é um surto. Tenho mais um capítulo escrito na revisão, mas não posso garantir que sairá amanha, até porque será um dia longo para mim. 

Mas vamos lá. Obrigada pelos votos e comentários, eu surto com eles. Talvez esse seja o motivo. 

Capítulo 16 - Ímpeto


Fanfic / Fanfiction Alvorecer (ABO) - Ímpeto

Mais calmo, Izuku retornou a sala para as aulas da tarde. A conversa com os amigos havia lhe servido a dose de coragem que precisava para entrar e enfrentar os olhares dos demais sobre si. Ainda o julgavam pelo acontecido com Shoto, podia sentir isso em seus olhares e na maneira como se portavam perto de si, mas tentou ignorar da melhor maneira possível.

O professor chegou com o seu típico ar soturno, analisando os alunos com os olhos cansados e apáticos. Iniciou a leitura com a voz arrastada e pesada, como se lhe fosse difícil erguer a língua para pronunciar cada som. 

_Por favor, abram os livros na página quarenta e cinco, referente aos direitos inquestionáveis dos alfas. Nela encontramos o seguinte artigo: o ômega marcado, caso engravide deverá levar a gestação adiante se for desejo de seu alfa, a fim de resguardar a própria segurança. - o professor deu uma pausa, erguendo o óculos com a ponta dos dedos. Cada gesto parecia lhe consumir uma quantidade absurda de energia- Vejam bem, a marca, como todos sabemos, é um contrato etern e invalidável, além de superior a qualquer outro, pois une o alfa ao seu ômega eternamente, sendo anulado apenas com a morte de um deles, no caso como o ômega só pode ser marcado por um alfa apenas, enquanto ele pode marcar até três ômegas, caso o alfa morra, o ômega morrerá junto, o que não ocorre em uma situação contrária. Isso é biologia básica, acredito que não preciso explicar sobre isso, certo?!

Enfim, temos o caso A, o famoso caso do ômega que, deliberadamente, agiu contra a vontade de seu alfa, abortando por não se sentir "preparado" para assumir tal responsabilidade, e tentou ocultar o fato de seu alfa fingindo ter sofrido um aborto espontâneo. Logicamente ele esqueceu o fato de que a marca o denunciaria, pois seu alfa sentia as suas emoções e percebendo seu medo e culpa, em um ato reflexo, o alfa, que já havia deixado claro seu desejo pela cria ainda não nascida, tornou-se agressivo e em sua fúria, gerada pelas ações egoístas do ômega, acabou sendo mais rude em sua punição, o que resultou na morte do ômega. Como previsto na lei, o alfa foi inocentado por entender-se que ele agiu de acordo com seus instintos. Então garotos e garotas, cuidado quando quiserem marcar um ômega, tenham certeza primeiro de sua submissão e caráter, ou correrão o risco de passar por todo um mal estar judicial caso aconteça algo parecido, além é claro da indubitável tristeza gerada pela cria perdida.

Aquelas palavras cheias de preconceito enojaram Izuku que se sentiu mal pelo ômega, morto de maneira tão brutal, simplesmente por desejar ser independente. Ergueu a mão antes que pudesse pensar direito, intentando questionar.

_ Está nos dizendo que a lei permite o "assassinato" de ômegas por seus alfas e atribui a culpa a vítima?

O professor o encarou com o semblante pesado, tentando ser cordial.

_Creio que essa seja uma palavra muito pesada, senhor Midoriya. O alfa agiu de acordo com os próprios instintos, e todos sabemos que a relação alfa/ômega e regida pelas leis naturais.

_ Essa não seria apenas uma maneira de maquiar o real problema?- indagou encarando seriamente- O ômega perdeu a vida! Ele morreu, e de uma maneira desumana, brutalmente espancado por querer ser livre e ainda foi culpado pela própria morte enquanto o alfa saiu impune!

_ Senhor Midoriya, compreendo que sendo ômega o senhor esteja tendo o seu julgamento dos fatos movido pela empatia inerente ao colega de gênero, porém preciso insistir que tente ser imparcial aqui e compreender que essa questão deve ser analisada não somente no âmbito judicial, mas levando-se em consideração os instintos naturais de cada gênero. 

_ Para mim continua a soar como uma grande desculpa. O agressor não deveria ser inocentado, mas punido por tirar uma vida, independente de seu gênero. 

O professor mantinha o mesmo olhar enfadado, como se fizesse força para aturar suas perspectivas e argumentos. 

_ De qualquer forma, independente de nossos julgamentos e concepções pessoais estamos aqui para analisar as leis, não questioná-las. - disse em um tom monótomo como se indicasse que estava farto e queria encerrar a discussão que ao seu ver era desnecessária. 

Porém para Izuku aquele debate estava longe de ser encerrado. Se de fato desejava ser um bom representante de sua classe como tencionava e derrubar por terra leis absurdas como aquela ele não devia desistir com facilidade. 

_ Com todo respeito professor, eu acredito que é justamente nesse ambiente que as discussões devem começar. Em cinco anos todos aqui serão advogados, e a diferença entre analisar um caso semelhante a esse e achar normal ou absurdo está justamente na quantidade de vezes que o assunto foi abordado sob perspectivas diferentes. Urge a necessidade de se reavaliar as nossas leis, pois elas são injustas para os ômegas.

Os murmurinhos ao redor começaram, mas Izuku não lhes deu nenhuma atenção. Fitava apenas o professor que esfregava os olhos por debaixo dos óculos de grau. 

_ Tenha em mente que nossas leis foram criadas levando em consideração a natureza de cada gênero. Como culpar um alfa por agir como tal? O senhor como ômega compreende as razões de sua classe, mas eu e seus colegas como alfas conhecemos nossa natureza, e a força de nossos impulsos.

_ E isso os fazem agir, aceitar e pensar em favor de sua classe. Por isso acreditam não haver problema algum, pois são todos alfas. Agora tente observar o caso sob a perspectiva de um ômega, ou melhor, ignorando os gêneros e visualizando a vítima como um humano. Ainda acredita que a sentença foi justa? O ômega perde a liberdade de ser, fazer e falar o que quer quando permite a um alfa marcá-lo, isso quando há consentimento. Ele deixa de ser um indivíduo singular, com vontades próprias para se tornar propriedade do alfa. Isso lhe parece justo?

_ Sugere que deixemos de levar em consideração os instintos naturais?- um dos alunos se posicionou- Isso é loucura! A gente acaba sendo refém dos nossos instintos e respondemos aos feromônios liberados pelos ômegas. Não devíamos ser punidos por agirmos de acordo com a nossa natureza! Somos influenciados pelo ambiente e principalmente pelos ômegas.

Izuku o encarou com descrédito.

_ Nos também não fazemos por pura provocação, caso saiba. Somos guiados por instintos, assim como vocês, ou por acaso acha que nos sentimos satisfeitos por precisar nos submeter aos caprichos de um alfa? Pensa que é fácil satisfazer vocês quando estão em hut e pegam o primeiro ômega que vem na frente para copular? Que é agradável ser naturalmente comandado quando vocês usam a voz de comando? Muitas marcas acontecem por causa dos instintos, onde ômegas são estuprados e marcados contra a própria vontade. E aí, como fica? Nós só podemos ser marcados uma vez enquanto vocês podem marcar até três ômegas diferentes! Ainda morremos se o alfa morrer por causa da ligação. E a lei fica do lado de quem? Do ômega estuprado ou do alfa violador?

_ Fala como se vocês ômegas não nos usassem também. Quantos casos existem por aí de ômegas que propositalmente liberam feromônios pra ludibriar um alfa e conquistar uma marca?! Muitos! Isso também não é uma forma de estupro? Usar o aroma natural para forçar o hut do alfa e receber uma marca ou engravidar e assim ter motivos para segurá-lo? Não foi você mesmo quem fez isso um tempo atrás, tirando a coleira e supressores para obrigar o Todoroki, instigando-o? Podia ter sido qualquer um de nós a cair nesse seu plano. Mas então, ainda acha que somente os alfas que abusam de sua natureza para ludibriar? Se enxerga!

Shoto que até então estava quieto se levantou com aquela afirmação caluniosa, liberando parcialmente sua presença instintivamente ao perceber a mudança nos feromônios de Izuku, provando que estava em ofendido, magoado e decididamente nervoso, o que poderia ser interpretado pelos demais como uma confirmação.

_ Cale a boca, você não sabe do que está falando.- apontou nervoso para o colega.

_ Vai defender ele agora, Shoto?! Depois do que ele fez com você? Me impressiona um alfa lúpus como você cair em uma jogada estúpida dessas.

_ Isso não é verdade. Eu não tive intenção de provocá-lo- Izuku instou ofendido com lagrimas nos olhos. -Eu nunca faria isso!

_ Mesmo? Pois você fede a culpa pra mim e todos nós. Está tentando nos desestabilizar liberando seus feromônios, mesmo sabendo que é proibido pelas leis da universidade. Nós alfas temos que nos controlar o tempo todo, e somos punidos se liberarmos os nossos feromônios, mas quando é um ômega eles sempre são mais brandos quanto a punição e você fala de injustiça?

_ Experimenta estar na minha pele então, seu idiota!- Izuku explodiu, chorando envergonhado por estar sendo julgado daquela maneira. - Use a porra de uma coleira vinte e quatro horas por dia, tome inibidores regularmente e tenha que trocar os mesmos curativos supressores a cada oito horas e ainda assim correr o risco de ser estuprado e ser responsabilizado por isso pra ver se é fácil!- o aluno se afastou, subitamente incomodado com aquelas palavras cheias de dor e tristeza - Eu detesto tudo isso, odeio a minha condição e odeio alfas como você que acham que tem uma vida difícil quando não fazem ideia do que é estar preso nessa condição, amarrado e amordaçado a essas merdas!- segurou com força a coleira, começando a abri-la com pressa, meio desajeitado por estar com raiva. Assim que terminou, rasgando o último fecho, ele a atirou no peito do alfa que agora o olhava assombrado com seu estado transtornado e lágrimas.

_Calma cara... olha, me desculpe se eu te ofendi, me deixei levar pelo calor do momento...

_Eu não preciso das suas desculpas ou mesmo piedade! Não me trate como um anormal ou retardado só porque eu sou um ômega. - limpou as lágrimas com força, sentindo todos os alfas da sala liberarem suas presenças reagindo aos seus feromônios, tentando acalmá-lo. Izuku sabia que era uma reação natural ao seu estado de descontrole e isso o irritou ainda mais. As pupilas dilatadas e olhares compreensivos foram a gota d'água para si.- Parem com isso, já! Parem imediatamente! Eu não aguento mais ser tratado desse jeito como se fosse a porra de um incapaz!- suspirou limpando o rosto, incapaz de aguentar um minuto a mais naquele ambiente lotado de alfas.- Quer saber? Eu não sou obrigado a ser ofendido assim, a passar por tanta vergonha só por discordar de vocês. Podem continuar falando de como a sua classe é superior e intocável, eu me retiro.

Antes de sair seus olhos se encontraram com os de Shoto, mas ele o ignorou como os demais, ciente de que grande parte de sua comoção se dava pela reação natural. Correu para a porta, afastando-se de tudo e todos, cansado de ser sempre humilhado e viver aprisionado. Em sua fúria, não raciocinava direito e começou a arrancar os malditos curativos que coçavam e ardiam por tentar conter as glândulas que estavam mais agitadas por conta de seu estado de espírito alterado.

Ao final já havia se exaltado, com a adrenalina a mil. Sem perceber começou a liberar mais feromônios, cada vez mais fortes, demonstrando sua instabilidade e assim indiretamente convocando um alfa que o acalmasse.

Correu para longe, sentindo as pernas vacilarem por causa do esforço, mas não parou, tampouco sabia para onde estava indo. Queria apenas correr até que toda aquela dor, fracasso e derrota saísse de dentro de si.

No entanto, atraiu atenção indesejada, e bastou parar de correr para ser abordado por um alfa que o perseguia ensandecido pelo aroma que liberava. Arfava cansado quando sentiu a presença atrás de si, sendo imobilizado antes que pudesse fazer algo. A mão do alfa tapou sua boca antes que pudesse gritar, e Midoriya congelou ao sentir a língua passar pelo seu pescoço, lambendo com sofreguidão antes que ele passasse o nariz pela área aberta, aspirando e rosnando por causa de seus feromônios. 


Notas Finais


Mas ora, TsukiYueChan, terminando no clímax? Quer nos matar? 

Pois então, não é a minha pretensão, porém... tô brincando. Posto o próximo assim que terminara a revisão, prometo. 


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