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História Alvorecer (ABO) - Intimação


Escrita por: IchygoChan

Notas do Autor


O SENHOR PREPAREM VOSSAS GARGANTAS PARA BERRAR!!!!!

Capítulo 32 - Intimação


Fanfic / Fanfiction Alvorecer (ABO) - Intimação

Havia algo de errado com o experimento, um detalhe que estava deixando Endeavor frustrado: ele não estava conseguindo convencer o filho a entrar mais uma vez na câmara de contenção.


Isso o irritava sobremaneira, afinal, como forçar a transformação de Shoto em lobo uma vez mais se ele se recusava a ser estimulado? Depois da primeira experiência acreditou que ele seria capaz de virar lobo quando desejasse, mas ele sequer tinha lembranças daquela noite, o que o impossibilitava de acessar a sua forma primitiva. 


Em sua irritação, Endeavor só conseguia pensar em todos os anos em que se dedicou aquele projeto. Todo o tempo, dinheiro gasto e, sobretudo, a expectativa que nutriu de um dia provar aos seus iguais que era capaz de ativar o sangue puro e a genética impecável de sua linhagem. 


Poderia dar certo, caso Shoto não fosse tão teimoso e se recusasse. Por anos tentou sem sucesso, até a chegada daquele ômega de cabelos esverdeados, um raro lúpus assim como seu filho, e que o estava pondo em polvorosa e descontrole. 


Podia ter como uma benção o surgimento daquele ômega, pois foi graças ao fascínio que provocava em Shoto que foi possível retomar o treinamento, pausado por teimosia do jovem. Ele queria poder se conter e não atacar o ômega e estava disposto a tudo para isso. Para garantir a qualidade da contenção e desenvolvimento das habilidades dele, Endeavor convocou Toga, uma ômega normal, mas que sabia utilizar seus feromônios de um jeito impecável, e notoriamente destemida por não temer atiçar um alfa lúpus ao extremo. Na verdade podia chamá-la de louca que daria no mesmo. 


Ela garantiu que Shoto se mantivesse na linha, sempre instigando-o até que a coleira ativasse, e somente ela poderia retirá-la, o que deixava o alfa ainda mais irritado. Justamente o que Endeavor queria. Precisava que o filho pudesse liberar seu instinto ao máximo e ao mesmo tempo fosse capaz de controlá-lo, sem se tornar apenas uma besta selvagem.


Ele estava tão perto. Havia ativado a forma de lobo de Shoto, provado aos demais que não era apenas uma lenda, mas ainda era necessário aperfeiçoar, pois ele não conseguia sequer se lembrar, que dirá poder controlar. 


Entrava aí a segunda parte do plano, que estava justamente falhando. Shoto estava satisfeito e tranquilo ao lado do ômega que o saciava, mantendo o treinamento em um ritmo saudável e de posse da liberação da coleira quando desejasse, o que atrasava os resultados. Como ele se  negava a entrar dentro da câmara de contenção novamente, e também enxotava a presença de Toga, simplesmente não lhe dava outra alternativa. 


Ele precisava agir logo. Havia investido muito tempo e sentia que se não conquistasse logo aquele tão ansiado resultado, perderia a oportunidade de concluir o desejo de toda sua família. Por isso havia aceitado aquela proposta de Toga, e a levaria adiante caso não conseguisse lidar com a teimosia de Shoto. 


— Eu o trouxe, Endeavorzinho — Toga entrou em sua sala, saltitante como uma gazela animada, sentando em sua mesa sem se importar com o olhar semicerrado do alfa em sua direção. 


— E onde ele está?


— Vai chegar em alguns segundos — respondeu, cruzando as pernas e brincando com o pêndulo sobre a mesa — Ele é meio lento, então o deixei para trás. 


Endeavor não tinha tempo para ficar brincando com uma jovem cabeça de vento, então apenas se calou a espera do indivíduo. Minutos depois uma presença carregada e odiosa surgiu, aumentando a medida que ele se aproximava da porta, atiçando os instintos primitivos do alfa que lutou para não se entregar ao lado animalesco. Se fosse um alfa comum, sem controle de seu gênero, não teria sido tão fácil. 


Sorriu com a confirmação assim que viu o sujeito aparecer na porta de seu escritório, com um sorriso afetado e meio lunático em seu rosto. 


— Imagino que seja o tal alfa que vai trabalhar para mim. — recebeu-o com a fala direta e seca, sem nenhuma simpatia, porém um leve tom de aprovação pela presença opressora que ele emanava.


— Já adianto que o meu preço não é nenhum pouco modesto e que não garanto um trabalho nem limpo, tampouco admito interferências ou ordens enquanto o executo. — o alfa instou da porta, com as mãos nos bolsos. Possuía um olhar doentio, pele pálida e se coçava de minuto em minuto como um cacoete. 


— Ousado e direto, talvez me seja útil — o lúpus ponderou indicando a cadeira a frente, que o sujeito recusou, permanecendo em pé. 


— Se me pagar eu posso garantir que suas ordens serão cumpridas, a menos é claro, que eu já esteja executando o trabalho, daí eu não aceito interferências de qualquer espécie. Deve ser claro e incisivo quanto as suas exigências, fazendo-as de primeira, pois o contrato, uma vez assinado, não pode ser modificado ou cancelado. 


— Parece ser um cara bem exigente para um marginal, meu caro. — o lúpus debochou, liberando sua presença que mantinha contida até então, erguendo-se e se aproximando do indivíduo que não se intimidou, mantendo-se na mesma posição fazendo frente a ele. — O que te faz pensar que é tão bom assim?


Um alfa comum teria dispersado com a presença de um lúpus maior e duas vezes mais forte que si, mas aquele sequer moveu um músculo, apenas mantendo o olhar desafiador, aparentemente desprovido de senso de perigo. Das duas uma: ou ele era altamente treinado, ou era um louco com muitos parafusos a menos e sem instinto de sobrevivência. 


— Posso garantir que a sua presença, força ou tamanho não me intimidam nem um pouco. 


— Estou vendo. Parece meio irracional que você sendo menor e mais fraco não tente escapar da minha presença. 


— Eu não temo a morte, nem estou aqui para brigar por territorialidade. Pego o que quero e saio. — deu um passo a frente, lutando contra todos seus instintos apenas para ficar mais perto do lúpus e demonstrar que não o temia — Se a sua intenção é me intimidar, está perdendo o seu tempo, e o meu. 


Endeavor sorriu, dessa vez satisfeito depois de sua avaliação. Ofereceu-lhe a mão para que apertasse, segurando com mais força que o necessário sem que o outro alfa sequer reclamasse. 


— Espero que seja realmente tudo isso, senhor Shigaraki.  


************


Os burburinhos dentro daquele refeitório estavam começando a incomodar Izuku. 


Desde que ele e Shoto começaram a namorar, havia se instalado na universidade um clima um tanto estranho dos outros ômegas em relação a si, motivado em grande parte por inveja por ele estar namorando o único alfa lúpus do campus inteiro. 


Ele tentava ignorar, mas estava ficando cada dia mais difícil encarar os comentários e olhares julgadores dos demais. Shoto não intervinha, já que ele havia deixado claro que dentro da universidade eles deveriam se comportar como colegas, para que a relação não influenciasse diretamente em seu desempenho acadêmico impecável. Então, mesmo quando ambos estudavam juntos, na biblioteca ou em outra área, evitavam de se perder em meio ao desejo, ainda que rolasse, vez ou outra, um beijo mais lento e curto.


Naquela manhã em especial estava mais difícil, pois Shoto havia se atrasado e, sem a presença dele, os comentários aumentavam. 


Todos pareciam vir de uma única fonte: a ômega loira que ficava com Shoto antes, e ela não fazia questão de esconder que estava fomentando todo aquele cenário, encarando-o sem nenhuma reserva. Izuku estava a ponto de se levantar e tirar satisfações quando foi interrompido por Uraraka. 


— Não vá, é o que ela quer, não está vendo? — avisou segurando sua mão e liberando feromônios para acalmá-lo. — Está tentando desestabilizá-lo para que vá lá discutir com ela.


— Pois ela está conseguindo. — o ômega disse bufando chateado se concentrando na presença da alfa amiga para se acalmar. 


— Ela apenas está com ciúmes por você estar com o alfa dela, não ligue. 


— Ele não é o alfa dela.— repreendeu-a no mesmo instante. 


— Ah, desculpe, esqueci, o seu alfa — Uraraka brincou, rindo da cara do amigo — Desde quando sai por aí nomeando alguém como " meu alfa"? 


— Você não estava supostamente ao meu lado? — fez sinal de aspas com as mãos. 


— Sempre vou estar, por isso mesmo que estou impedindo você de ir até aquela mesa. 


— Uraraka tem razão, eles só querem te desestabilizar, não seja trouxa, já não é adolescente para ficar caindo nesse tipo de provocação idiota —Katsuki se pronunciou pela primeira vez em minutos. Mantinha o olhar distante e estava mais silencioso que o normal desde que rompeu com Kirishima na noite da festa. 


— Disse o alfa que não para de encarar a mesa onde está o antigo ômega, suspirando de segundo em segundo ao invés de ir lá se desculpar por ter sido um cuzão — Izuku rebateu, iniciando seu almoço, comendo sem muita vontade. A vantagem de ter dois amigos alfas era que a presença de ambos era suficiente para o acalmar. 


— Isso é diferente, não tem nada a ver com uma briga idiota, e eu não tenho nada o que me desculpar com o Eijiro. Foi apenas um lance, e ele sabia disso desde sempre porque eu o avisei. 


— Se foi um lance sem importância então porque você não para de vigiar o que ele faz? — Uraraka brincou, descrente. 


— Vocês por acaso agora são de algum programa de investigação? Me deixem em paz!


Foi a vez de Izuku rir do azedume do amigo. Era tão perceptível que ele desejava ir até o ômega falar com ele que até mesmo um cego perceberia a ansiedade dele, principalmente quando via algum alfa chegar perto de Eijiro. 


— Nunca na minha vida imaginei que veria isso, Senhor. Bakugou Katsuki, o alfa solitário, de quatro por um ômega que ele mesmo dispensou. — Izuku implicou balançando a cabeça em desaprovação. — Realmente as coisas mudam. 


— Mesmo, eu posso dizer o mesmo do ômega lúpus solitário "não quero ser marcado" brigando porque alguém quer roubar o seu alfa. 


— Vocês dois são tão ridículos — Uraraka ria ao perceber o embate deles. — Eu sempre disse que essa vibe de lobo solitário era idiotice dos dois, não é? Felizmente eu sigo plena, se um dia me amarrar em algum ômega não vou ficar com esse cu doce, porque vou lembrar dessa ceninha de ambos, que não admitem que estão de quatro, e ficam sofrendo para manter a imagem. 


Os três seguiram a pequena discussão até Katsuki cortar o contato visual que mantinha com os amigos, olhando mais uma vez para Eijiro, rosnando insatisfeito por perceber a presença de outro alfa na mesa dele. 


— Você e seu discurso de eu não me importo não está enganando a ninguém, Kaachan — Izuku provocou, franzindo o cenho ao perceber a quantidade de feromônios que ele estava liberando. — E por favor, recolha essa sua presença, eu tô na mesa, porra, sabe como isso me desestabiliza. 


— Cala essa boca, Deku!— fechou as mãos em torno do copo com tanta força que o quebrou. — Porra!— xingou alto, descontente por ver a mão sangrando. 


Para a insatisfação geral de todos, a ômega loira se aproximou da mesa, com um sorriso afetado enquanto os encarava. 


— Oh, pobrezinho, se machucou. — mantinha o sorriso, falando como se conversasse com crianças — Eu posso ajudar, sou do curso de enfermagem. 


Sem pedir licença, ela se sentou ao lado de Katsuki, segurando a mão dele sem avisar e observando o ferimento de perto. 


— Solta a minha mão, eu não preciso da sua ajuda— rosnou irritado, sendo silenciado pelo dedo indicador dela. 


— Não seja tão rude, eu só quero ajudá-lo, afinal é o meu trabalho. — seus olhos passearam pela mesa, até encontrar os de Izuku — Ainda que você ande com esse tipo de ralé.


— Me solta — usou a voz de comando, e a mão dela quase afrouxou o aperto, mas logo retomou a mesma força. 


— Eu estou acostumada a lidar com alfas lúpus, querido. Vai precisar liberar mais da sua presença se quiser me comandar. 


Era um desafio, e todo o cosmos sabia que Katsuki adorava um desafio e detestava ser comparado com outros alfas. Liberou mais feromônios, em uma intensidade esmagadora, que fez a ômega parar, ao ver seus caninos salientes e pupilas dilatadas. 


— Kacchan, não faz isso!— Izuku automaticamente se sentiu mal com a quantidade de feromônios no ar, e tal qual os outros ômegas começou a se sentir perturbado e excitado com todo aquele descontrole. 


A ômega gemeu extasiada, encarando-o com as bochechas ruborizadas enquanto obedecia a ordem. 


— Você é realmente um alfa bem forte — mordeu o lábio inferior até sangrar, lambendo o sangue de maneira lasciva enquanto fechava os olhos apreciando a presença dele — Se continuar assim, vai ativar o meu heat, garotão e terá que me saciar. 


— Mas nem que você fosse fosse a última ômega desse planeta — recolheu a presença, balançando a cabeça enquanto colocava os pensamentos em ordem. — Agora vaza daqui, porra. 


— Não antes de dar um recado ao seu amigo — voltou-se para Izuku com o mesmo olhar ensandecido, encarando-o com certo desprezo — Cuidado por onde anda, pequeno ômega, pode se surpreender com o tipo de doido que se esconde na escuridão. 


— Isso foi algum tipo de ameaça? 


— Pense o que quiser — o sorriso desapareceu pela primeira vez — E fique longe do Shoto, ele não é pro teu bico. 


Dito isto se afastou com o olhar debochado, indo se juntar novamente as amigas, deixando-os em dúvida. 


— Essa mulher é louca, isso sim, melhor ficar longe dela, Izuku — Uraraka ponderou encarando o outro alfa — Eu acho melhor você tratar dessa ferida, tá sangrando bastante, deve ter entrado algum caco. 


— Daqui a pouco para, não se preocupe. — ergueu a mão olhando o ferimento, antes de olhar para Izuku — Mas é melhor tomar cuidado com ela, não confio nem fodendo. 


— Nem eu — suspirou encarando o amigo. 


O ômega se levantou, contornando a mesa e sentando ao lado do alfa loiro. Com cuidado, e a permissão dele, claro, ele pegou sua mão, olhando o machucado e limpando com um lenço que trazia para cobrir o rosto em caso de excesso de feromônios. Bakugou não reclamou, pelo contrário, estava mais do que acostumado aquele tipo de contato. 


Depois de observar a área, Izuku lavou o ferimento com cuidado, eliminando qualquer resquício de vidro, inclusive os pequenos fragmentos, e após se certificar de que estava limpo, aproximou-o de sua boca e o lambeu com cuidado. Era de conhecimento de todos que a saliva de um ômega não somente fazia a assepsia do ferimento como também acelerava o processo de cicatrização, e vice versa, motivo pelo qual a marca, feita pelo alfa, não infeccionava, desde que, é claro, ambos possuíssem uma relação saudável e já tivessem partilhado cios, como no caso de ambos. 


— Eu não sei o que ela pretende com isso, mas se foi me intimidar, vai precisar de muito mais. — concluiu sério. 


Notas Finais


AHAHAHAHHAHAHAHAHA ESTAMOS CHEGANDO NOS MOMENTOS DEDO NO CU E GRITARIA E NO PRÓXIMO CAP TEREMOS SURPRESINHAS, AGUARDEM!


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