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História Always - SNARRY - Capítulo 28


Escrita por: LeChatNoir_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 28 - Capítulo 28


 

Depois de ter uma pessoa nova junto a eles, Harry conseguia se sentir mais desconfortável do que já se sentia antes. Era necessário lidar apenas com o humor e o julgamento de Snape sobre ele o tempo todo, mas agora ele precisava lidar com o fato de ter um estranho ali, uma pessoa que nunca vira na vida, mas que era possível julgá-la familiar.

A noite demorou muito para passar, o garoto não soube dizer se era por estar perdido em seus pensamentos e por isso não conseguiu dormir, ou porque a tensão que estava impregnada ali fez o tempo se mover mais devagar. 

Depois de muito esforço para tentar lembrar se já vira Sebastian em algum lugar, concluiu que não. O mais perto que conseguiu chegar foi lembrar de Dumbledore, aqueles olhos que o perfuraram e o fez se sentir vulnerável de imediato lembravam definitivamente o azul dos olhos do professor. Mas era impossível que eles tivessem alguma relação. Ou não era? Seria Sebastian um filho desconhecido de Dumbledore? Seria possível que o diretor deixara de mencionar algo assim? Aquele pensamento fez seu estômago se embrulhar por algum motivo.

Ele se virou na cama, a qual agora era de solteiro, e não mais de casal como era antes de Sebastian chegar. Snape deve ter lançado um feitiço mudando tudo de lugar assim que entrou na barraca, incluíndo seus pertences que pareciam ter sumido devido algum feitiço de proteção, ele deixou três camas, bem distantes, paralelamente, uma da outra. Talvez preferisse dormir em uma cama de casal com Snape, pensou, mas logo a infelicidade da aparição do menino de olhos azuis sumiu quando seu estômago revirou novamente. 

Harry só queria conseguir dormir. 

Ele tinha dúvidas se os outros dois estariam dormindo, Sebastian parecia estar, desde a hora que se deitou, não mexeu nenhuma vez e de tempo em tempo fazia um barulho com a garganta, que Harry logo supôs que o menino deveria roncar às vezes. Já Snape, também não se mexera até então, mas já não era novidade que o rapaz não fazia movimentos à toa, nem se revirava na cama como Harry havia feito nas últimas horas.

Ao voltar o pensamento em Sebastian, a única semelhança que tinha encontrado até agora era com Dumbledore, o que é de fato, curioso. Mas ainda mais curioso foi quando o menino se lembrou do quadro de Dumbledore, que subitamente, sem ele perceber, havia sumido de vista. Não havia notado o que o quadro se silenciara ultimamente e se sentiu culpado por isso, era quase ter esquecido de que o diretor estava no quadro. Mas junto com isso, ele se questionou também por que aquele quadro estava ali, afinal, qual a diferença de um quadro na parede da sala do diretor de Hogwarts para aquele que carregavam consigo? Ele teve vontade de sair da cama e perguntar imediatamente a Severus, mas achou que acabaria irritando-o.

Agora pensava em seus amigos, pensou em Gina, em Hermione, Rony, e até achou estranho ver Malfoy no meio. Seria o menino loiro que induziu os amigos ao perigo? Talvez estivesse servindo esse novo Lorde, ou quer quem seja. Seu estômago revirou mais uma vez ao perceber que talvez só queria arrumar um culpado para aquilo, tentando aliviar sua própria consciência.

“Potter”, o menino deu um pulo ao ouvir seu nome, e se virou rapidamente para o outro lado e se deparou com Snape, que se levantava da cama em que estava. “Por que não está dormindo?”

Ele não sabia o que dizer, porque o pensamento de dizer a verdade não parecia a melhor alternativa?

“Eu...” ele se apoiou nos cotovelos e se sentou, enquanto tentava pensar no que dizer ao professor, e logo surgiu a sua maior curiosidade “Eu estava pensando aqui... Dumbledore... ele teve um...”

“Não me pergunte isso.” Snape o cortou.

“O quê?” Não era por isso que o menino esperava. Olhou para o professor que andava em sua direção.

Severus apontou para o garoto que ainda dormia e levou o indicador a boca, em sinal para Harry ficar quieto.

“Mas não, ele não teve.”

“Ah, certo.” respondeu sentindo um desapontamento, aquela ideia foi a única que tinha conseguido, e mesmo que fosse verdade, que Sebastian fosse filho de Dumbledore, não saberia o que fazer com  a informação e no que ela poderia ajudar. “O quadro...”

Ele parou de falar quando viu o olhar de repreensão do outro, era aquele mesmo olhar que recebia todas as vezes em que entrou nas aulas de Poções, em todas as vezes que Snape passava ao seu lado fazendo comentários ofensivos sobre sua capacidade de preparar algo digno, ou também em todas as vezes que ele simplesmente cruzava com o caminho do professor.

Achando melhor não dizer mais nada, ele apenas desistiu e voltou a se deitar, virando de costas para o professor que estava em pé, entre as duas camas.

Harry fechou os olhos e se concentrou, ele iria dormir.

Sentiu um formigamento na testa e por consequência abriu seus olhos. Deu um pulo maior que o anterior, quando Snape havia lhe chamado. Agora o professor estava agachado, encarando diretamente o rosto de Harry, em uma distância, que o garoto poderia dize, ser bem duvidável.

“O que foi?” perguntou por impulso.

“Venha comigo” disse e logo se levantou, em direção a saída da barraca. O menino achou um tanto inusitado e estranho a ação do outro, e só percebeu, assim que ele virou as costas, como seu rosto estava quente. Colocou seus óculos, levantou e correu para alcançar Snape, que já estava do lado de fora.

Andaram mais alguns metros, sem que saíssem muito de perto da barraca, sem que fosse muito arriscado ou escuro. Severus se virou para Harry e começou a se aproximar do garoto, o que fez com que o estômago dele, ao invés de se revirar, fosse bombardeado por uma sensação inexplicável. 

“Ele não é confiável”, falou quando parou de se aproximar, e Harry se sentiu um tolo por ter sentido aquilo apenas com a aproximação do prefessor “Você não pode sair fazendo perguntas e nem falando nada a ele sobre nós, entendeu? Sobre nós, a missão.” Snape sussurrava e o menino era capaz de sentir o hálito quente atingir seu rosto, em contraste ao ar extremamente frio que respirava “Ele quer matar você” e ao ver Harry abrir a boca para interrompê-lo, voltou logo a dizer “Eu não me importo com o que ele disse, Potter. Não me importo que ele diga que só quer te ajudar e virar seu amiguinho. Fique longe dele. Ele não é confiável.” ele parou e olhou em direção a barraca “Escute, eu só peço que você faça o que eu digo. Posso lhe garantir que o que ele pretende com você não é o que queremos.”

“Tudo bem. Entendi.” confirmou, achando estranho essa atitude do professor.

“Logo você entenderá. Não há uma explicação simples para saber quem esse menino é” 

Snape suspirou profundamente e Harry percebeu um pequeno sinal de cansaço, o qual nunca havia aparecido no rosto de Severus 

“Sobre o quadro. Bom, eu o destruí. As intenções que eu e Minerva tínhamos era trazer Dumbledore de volta a vida” ele cerrou um pouco as sobrancelhas, o que pareceu uma tentativa de descobrir se deveria contar ou não a Harry, mas por fim, continuou “Nosso objetivo, por mais negro que parecesse, era puro. Queríamos trazer Dumbledore a vida nos aproveitando do quadro, como se fosse uma Horcrux. Sabemos que para criar uma Horcrux é necessário dividir a alma ainda viva e colocar este pedaço em um objeto, obviamente, mas o que eu concluí recentemente é que os quadros dos diretores possuem um pedaço da alma de cada um, seria possível utilizá-la, com os feitiços certos, como se tivesse sido feita quando ele ainda era vivo, mas sem romper sua alma original. Seria extremamente importante ter ele de volta. Criei um segundo quadro de Alvo, para que eu pudesse trabalhar minha magia nele, e enquanto isso ele poderia ir deste quadro que tínhamos até o que está dentro do castelo.”

Harry ouvia com atenção, ele nunca imaginaria isso, nunca imaginaria que Snape faria esforços para trazer seu antigo diretor de volta, o que o surpreendeu demais. Mas ao ouvir a palavra Horcrux, sentiu arrepios.

“Porém não sei o que aconteceu, o que deu errado. Meus feitiços eram para tirar aos poucos a alma dele do quadro, eram complexos e específicos, mas ele se enfraqueceu e o quadro ficou frágil. Também havia o risco da alma ser destruída por acidente com essas complicações. Portanto, resumidamente, não prossegui com a ideia. Ele está no quadro normal em Hogwarts e eu destruí o que tínhamos para não o afetar mais” concluiu enquanto dava mais uma olhada em direção a entrada da barraca que estava completamente imóvel. “Mais alguma pergunta, Potter?”

“Não, senhor.” respondeu com simplicidade “Obrigado por... ter me contado”.

 

...

 

Depois de uma curta viagem e sem problemas pelo caminho, o grupo que anteriormente estava com Rony, Hermione e Malfoy desaparataram pelos arredores de Hogwarts. Sem entender muito o motivo, encontraram Filch parado no portão. Após alguns resmungos sobre aplicar castigos, pendurar alunos pelos pés em sua sala, ele permitiu que passassem e entrassem na escola.

Caminharam pelos corredores do castelo, e logo perceberam que nada estava fora do normal, não parecia estar havendo algum tipo de ataque por ali. O mais estranho, até então, foi ver a maneira com que os outros alunos olhavam para eles. Neville olhou para o resto do grupo com um olhar de questionamento, como uma pergunta silenciosa do que poderia estar acontecendo. O máximo que conseguiu foi uma levantada de ombros, ninguém ali fazia ideia.

Concluíram que cada um deveria ir para sua sala comunal, tomar um banho, descansar, para depois se encontrarem no salão principal ou no pátio, mas antes de se separarem, uma menina baixa, com cabelos trançados e loiros como o de Luna correu em suas direções.

“Ah, olá” ela sorriu ofegante e abaixou os olhos, parecendo estar com vergonha “É que... Hum... A professora McGonagall pediu para... avisar que ela está esperando por vocês na sala dela. Furiosamente.” Ela ergueu os olhos, agora percebendo que todos ali a encarava “Ela pediu para que eu enfatizasse o... Furiosamente.”

“E você, quem é?” perguntou Neville gentilmente.

“Sou aluna do primeiro ano. Grifinória” respondeu rapidamente e virou as costas, saindo na mesma velocidade com que tinha chego.

“Bom, obrigado...” o menino agradeceu enquanto via a menina correr para a amiga que a esperava.

“Furiosamente” repetiu Dino, que sabia que significava que estavam encrencados, mas não poderiam esperar por outra coisa, afinal, eles fugiram da escola.

Ainda mantendo o plano de ir para a sala comunal, combinaram de se encontrar na frente da sala da diretora após a higiene pessoal de que todos precisavam urgentemente. Passando-se alguns minutos, eles já foram se reunindo no corredor, perceberam que não sabiam a senha, mas não foi problema, logo a passagem se abriu sozinha para eles.

“Sentem-se, por favor”, apontou as cadeiras que estavam do outro lado de sua mesa. Todos obedeceram a diretora em silêncio. “Agora me digam, que estupidez foi essa?” Seu tom era frio, mas sempre havia algo no olhar da professora que era acolhedor.

“Harry precisava de nós, professora” disse Gina quando percebeu que ninguém iria falar nada.

“E ele entrou em contato com vocês, com um pedido de ajuda?”

“Não, senhora.” A menina abaixou a cabeça “Achamos que... que com as novas notícias, bem, ele não estaria seguro.”

“E essas notícias seriam...?”

Antes que pudesse ter a chance de responder, uma mulher adentrou a sala da diretora abruptamente, fez com que todas as cabeças se virassem para ela. Com passos curtos e rápidos ela chegou ao lado dos alunos e os lançou um olhar que deveria ser de repreensão, mas nunca, nunca aquela mulher seria capaz de impor o mesmo respeito e autoridade que McGonagall.

“Acham que sairão impunes dessa, espertinhos?” Umbridge falou com uma voz tão aguda que Neville até se remexeu com um desconforto no ouvido.

“Parece então que a senhora gosta de aparecer sem ser convidada, pelo o que pude perceber” retrucou a atual diretora, mas foi ignorada pela mulher de rosa “Agora continuando, senhorita Weasley...”

“O que estavam fazendo fora de Hogwarts?” perguntou um pouco mais exaltada que anteriormente “O ministério vai ficar sabendo de tudo isso, ele ficará ciente do caos que essa escola está e da baixa capacidade da atual diretora de comandá-la. É inadmissível deixar com que estes jovens façam o que bem entendem sem uma punição à altura, francamente. E pelo o que vejo, há três alunos faltando, o que me diz Minerva?”

“Eu digo que ainda não perdi minha sanidade, Dolores, e fui capaz, até então, de contestar isso sozinha”

“Senhora?” Luna se pronunciou suavemente, como se nem compartilhasse a mesma raiva que todos sobre Dolores e como se estivesse externa à tensão ali presente.

“Sim?” Olhou-a com superioridade.

“A senhora voltou a ser professora?”

“Não.” Respondeu secamente com intenção de continuar suas críticas, mas a menina voltou a se pronunciar.

“Então o que a senhora faz em Hogwarts, exatamente? Se não é professoram, acho que também não pode opinar sobre a punição dos alunos, pode?” Luna falava inocentemente, e pareceu que que nem ela havia percebido que aquela pergunta fez Dolores ferver de raiva. E ao mesmo tempo, era possível jurar que um leve sorriso percorreu os lábios da diretora.

“Escute aqui...”

“Dolores, é suficiente. Peço que se retire, por favor.” McGonagall disse com firmeza “Quero terminar de falar com meus alunos, sem mais nenhuma interrupção.”

A mulher saiu com o rosto vermelho e agora pisando forte, já que não havia argumentos que a permitissem ficar ali. Minerva deu continuação e voltou a direcionar o olhar aos alunos a sua frente.

“Pois então, o que vocês fizeram?”

Neville tomou coragem e iniciou a explicação. Começou desde a parte que suspeitaram que Harry havia desaparecido, e depois das suspeitas de ele estar com o professor Snape e, por isso, correr perigo. Explicou sobre a ajuda que Draco os deu, mas que acabou os prejudicando. Contou a ela como ficaram presos por Comensais da Morte, e que viram Draco ser torturado por uma das maldições imperdoáveis.

A diretora ouvia com atenção, algumas vezes contorcendo o rosto em raiva, outras vezes com pena dos garotos.

Já Neville narrava o que passaram com bastante eficácia, não deixava de fora os detalhes importantes e também não demorava muito em coisas bobas. Contou como fugiram, as vezes acrescentando um pouco mais de ação e duelos do que realmente tivera, e terminou explicando o motivo de terem voltado e os outros três terem ficado lá, disse que vieram para ver se algo estava acontecendo em Hogwarts e também para não chamarem muita atenção lá fora, até mencionou que a ideia havia sido de Malfoy.

“Certo” McGonagall disse quando o menino parou de falar “Vocês percebem que poderiam estar mortos agora, não?”

Todos assentiram com a cabeça.

“Portanto, sabem que foram completamente imprudentes. Porém, não posso deixar de citar que foram muito corajosos e que realmente admiro a lealdade que apresentaram ter aos amigos, e ao senhor Potter.  Mas saibam que em nenhum momento eu deixaria Harry sair deste castelo se soubesse que a vida dele estaria em perigo devido ao seu acompanhante. Severus é sim confiável, e os dois apresentam completa capacidade de lidar com a situação sozinhos, vocês não deveriam ter se intrometidos neste assunto, devido a isso, todos estarão de detenção comigo por dois meses, três vezes por semana e não irei relevar mais nenhuma fuga, entenderam?” ela observou eles assentirem mais uma vez com a cabeça, porém dessa vez mais desanimados. “Mas bela bravura concedo cinquenta pontos a cada um” disse com ternura.

Eles entenderam que já deveriam se retirar, mas antes que abandonassem a sala, a professora os chamou.

“Mais uma coisa” ela se levantou, enquanto desviava o olhar do quadro do antigo diretor e olhava para os alunos, com um aspecto mais tranquilo  “Peço gentilmente que não parem com a Armada de Dumbledore, ela é importante para todos nós” também sorriu ao ver os alunos concordando, sorridentes.


Notas Finais


Até mais!


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