-NASCEU?! -Eles perguntaram desesperados. Nem conseguia reconhecer quem era quem, pelo fato de suas vozes serem quase idênticas.
-O que vocês acham? -Perguntei para brincar. Era engraçado ver aquele nervosismo de felicidade vindo de duas pessoas que já foram meus chefes. -Será que nasceu?
-MILLIE BROWN, NÃO FAÇA ISSO COM A GENTE! NÓS ESTAMOS NERVOSOS!
-Sei disso. E quero saber o que acham, se nasceu ou não.
-O DAVID E O JOE NOS DISSERAM! FOI BRINCADEIRA DESSES FILHOS DA PUTA?!
-Não fala palavrão aqui. -Disse, tentando conter o riso com Finn.
-POR QUE?!
-Porque está no Viva Voz e tem criança no quarto.
Eu pensei que eles pudessem ter desmaiado, pelo rápido silêncio que foi permanecido, mas me enganei.
-PUTA QUE PARIUUUUUU, NASCEU!!! MATT, PORRA, NASCEU!! -E logo ouvimos a voz de Matt. -EU SEI, CARALHOOO!
-Gente, vocês são uns amores! -Disse, rindo bastante.
-É MENINA, NÉ?
-Sim, é uma menina.
-AAAAAAAAA, VOCÊS SÃO PAIS DE UMA MENINAAA!! IMAGINA O FINN SENDO PAPAI DE UMA MENININHA LINDA!
-Imagina só, hein! -Disse Finn, e eles piraram mais ainda.
-AAAAAA, É O FINN WOLFHARD!
-Cara, vocês não existem!
-VOCÊS QUE NÃO EXISTEM! TÊM NOÇÃO QUE EU ME LEMBRO DA CARA DA MILLIE DE FODIDA QUANDO ELA TINHA QUE BEIJAR O FINN PELA PRIMEIRA VEZ?!
-Pronto, vão começar os ataques...
-É SÉRIO! ERAM UM BANDO DE PIRRALHOS, TUDO MEIO METRO! PUBERDADE MANDAVA ABRAÇOS. FOI SÓ GRAVAR A SEGUNDA TEMPORADA E PRONTO! PUTA QUE PARIU, VOZ DO FINN GROSSA PRA CARALHO, TODO HOMEM. CALEB QUASE BATENDO NO TETO, NOAH FALANDO PALAVRÃO PRA CARALHO E A MILLIE TAMBÉM! FALAVA CADA COISA, HEIN!
-Ah, não comecem a contar das coisas e das merdas que fizemos há anos atrás! E gente, por favor, se acalmem!
-Ok, estamos mais calmos. Nossa, quase morremos.
-Ah, deu pra perceber!
-Mas gente, é sério. Um orgulho enorme pra nós que vimos vocês crescendo. E agora também vamos ver a menina de vocês crescendo! Olha que orgulho!
-Deve ser, mesmo.
-Alison, não é?
-Isso.
-Putz, que lindo.
-Vocês precisam vê-la!
-É claro! Quando podemos visitar vocês?
-Bom, hoje nossos pais virão aqui. Amanhã eu já recebo alta, então vocês podem ir lá pra casa. Só nos avisem quando forem. Nós também temos que avisar pros meninos.
-Pois é, eles já sabem?!
-Se o Joe e o David já contaram eu não sei. Mas acho que não.
-Eles precisam saber! Vão pirar!
-Pirar é pouco! Tenho até medo da reação deles!
-Depois nos contem! Estamos loucos pra ver vocês!
-Owww, nós também estamos! E a Alison vai amar vocês dois.
-AAA, ELA VAI AMAR A GENTE!
-Shh, se acalmem, está tudo bem...
-Ok, estamos bem.
-Que bom. Obrigada por terem ligado. Amei ter falado com vocês.
-A gente liga sempre que quiserem, Mills. E vocês também liguem pra gente!
-Podem deixar! Vou descansar um pouco. Depois a gente se fala.
-Tudo bem. Boa sorte aí com a Alison e meus parabéns. Tudo de bom pra vocês!
-Obrigada! -Agradeci junto de Finn. -Valeu, galera.
Wow, isso foi foda.
Que saudade que sentimos deles.
-Porra, que saudade.
-Absurdas.
-Se bem que eu me lembro exatamente de tudo isso quando a segunda temporada começou. Todo mundo mudou de um jeito, que puta merda.
-Porra, nem me fale. Quando você falou comigo eu quase caí pra trás. Sua voz ficou do caralho, hein.
-Se você quase caiu pra trás, eu desmaiei então quando te vi.
-Porque?!
-Porra. Corpo bonito do caralho.
-Danado você, hein!
-Ué, a culpa não é minha!
-Nem minha!
-É sim. Ninguém mandou ser gostosa. E você ainda malha, hein!
-Tá falando de mim, mas é outro.
-Outro o que?
-Porra, tu é mó gostoso!
-Se você diz...
-Ah tá que você nunca olhou pro seu corpo e falou “sou gostoso pra porra”.
-Sei lá, acho que não! -Ele disse rindo um pouco.
-Hm, pois então faça. Você é perfeito, Finn. Nunca deixe alguém te dizer o contrário.
-Você que é perfeita. -Disse, me abrindo um sorriso e logo me aplicou um beijo.
-Morri de saudades de você essa noite.
-Eu também, mas relaxa. Falta só mais uma. -Disse, acariciando minha mão.
-Finnie?
-Hm?
-Se importa se eu tentar dormir um pouco?
-Claro que não, você precisa descansar.
-Obrigada. Eu estou exausta.
-Está satisfeita? Quer que eu peça mais alguma coisa pra você?
-Não, eu estou bem. Daqui a pouco a Cath deve entrar e retirar as coisas. -Disse, me deitando na maca, com delicadeza.
-Ok. Se alguma visita chegar, eu te chamo.
-Obrigada. -Disse e logo fechei os olhos. Mas eu sabia que não iria dormir nada bem daquele jeito. -Ei?
-Fala.
-Deita aqui comigo? -Perguntei um pouco tímida, mas logo ouvi sua risada abafada, acompanhada de seu largo sorriso.
-O que eu não faço por você, hein? -Disse, enquanto se aproximava de mim.
Se ajeitou um pouco e logo conseguiu se deitar na maca.
Estava um pouco apertado, confesso, mas estava maravilhoso com ele ali ao meu lado.
Permaneceu com Alison dormindo em seus braços e logo aplicou um beijo em minha testa. Aquele tipo de beijo que fazia eu me sentir a garota mais protegida do mundo.
-Está bom assim?
-Está perfeito. -Concluí com um sorriso no rosto.
Apoiei minha cabeça em seu ombro e abracei seu tronco com meu braço, permanecendo colada a ele.
Estava relaxante demais. Era exatamente daquilo que eu precisava.
Ainda sentia dor, mas nada comparado à antes. Parecia que ele conseguia fazer com que a dor inteira passasse. Vai ver conseguia mesmo.
Fechei os olhos e consegui relaxar profundamente.
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Eu sabia que ela estava bem, ao ouvir a profunda respiração que ela dava ao relaxar. Todas as noites em que dormimos juntos, eu fico tranquilo ao saber que ela está dormindo bem.
Sabendo que ela estava bem, eu também fiquei. Sempre foi assim.
Só queria que ela descansasse o máximo que fosse. Deve estar exausta ao extremo, e eu entendia perfeitamente. Deve ter sido bem desconfortável ter dormido nesse colchão um tanto duro.
O que mais desejo é que ela volte logo pra casa. Eu sei de que será algo estressante e complicado, pelo fato da recuperação pós-parto, pelo fato das poucas horas que teremos de madrugada, e assim vai. Ninguém disse que seria fácil. Mas estamos dispostos a enfrentar juntos.
A gravidez deixou Millie um pouco mais sensível, mas eu deixei quieto. Da última vez que disso isso, ela não parou mais de chorar. Bem que meu pai me avisou que coisas assim poderiam acontecer.
Me avisou também que tinha chances dela ficar mais agressiva. Até agora ela não fez nada que tenha me machucado, mas eu ainda tenho um pouco de medo. Rs.
Já estou preparado pra ouvir muita reclamação. Meu irmão me disse que quando eu nasci, minha mãe ficou um pouco “atacada”. E tudo que acontecia era culpa do meu pai, segundo ela. Tudo mesmo. Se alguém caía, era culpa do meu pai. Se algo quebrasse, culpa do meu pai. Se o cachorro latisse, mais uma vez, culpa do meu pai. Então eu estou bem preparado.
Por mais que eu conviva há um certo tempo com Millie, eu não faço ideia de como ela vai reagir. Juro, eu não faço ideia alguma. Varia de pessoa pra pessoa.
Eu sei que ela tem um temperamento bem forte. Bem mais forte do que o meu. Mais um motivo por eu estar bem preparado para ouvir, dia e noite, a frase: “VOCÊ NÃO FAZ NADA!” Querem apostar quanto que isso vai acontecer de cinco em cinco minutos?
Admito que estou um pouco curioso e bem ansioso para saber como ela vai reagir a isso. Mas também estou preocupado.
Como já disse, ela tem um temperamento bem mais forte do que o meu. Pode se dizer que eu sou um garoto bem calmo. O tipo de garoto “tanto faz”. Como consequência, eu demoro um pouco pra sair do sério. Mas eu saio.
Minha única preocupação é essa. Acabar saindo do sério de uma forma bem filha da puta, como meu irmão costuma dizer. Porque se isso acontecer, a Millie vai fazer a casa cair.
Quando ela fica puta, fodeu. O jeito é sair de perto e esperar até ela dormir. Depois que ela dorme, vira outra. Acorda um anjo. Eu até acho engraçado, às vezes. Só às vezes.
Bom, eu espero que seja tudo tranquilo. Acho que estou pronto pra levar isso numa boa. Vai dar tudo certo. (Espero eu).
Se passou um bom tempo e eu já não sentia meus braços. Já estavam dormentes por eu não conseguir mexê-los.
Apliquei um beijo na testa de Millie, mais uma vez, e saí da maca da forma mais delicada e silenciosa possível. Graças a Deus, ela permaneceu dormindo.
Me deitei no sofá do quarto, podendo esticar melhor meus braços e pernas, e ali permaneci. Com Alison junto de mim.
A coloquei deitada de barriga para baixo em meu tronco. Basicamente em meu peitoral, pois era tão pequena, que cabia ali perfeitamente. A segurava com apenas uma mão, que já era o suficiente para ela não correr o risco de cair.
Aproveitei para cochilar também, mas sempre prestando atenção nas duas. Irei protegê-las até o último dia de minha vida.
Estava bem feliz e ansioso pelas vindas dos meus pais e dos pais de Millie. De seus irmãos também, mas já estou sabendo que temos um pequeno problema.
Ela me contou sobre seu irmão, Charlie. Me contou em fevereiro, mês o qual passamos quase todo juntos.
Me pediu para que eu entendesse o lado dele. E eu entendi. Na verdade, eu engoli. Admito que não entendi muito bem até agora. Só era um pouco desconfortável, pois eu notava a insatisfação de Millie após falar sobre o assunto.
Já reparei também que Charlie não vai muito com a minha cara. Pode ser impressão minha, mas acho que não. Me trata com total respeito e educação, mas não sinto que ele fala comigo por livre e espontânea vontade.
Millie já me disse uma vez que ele é assim mesmo e que era para eu apenas “deixar pra lá”. Cheguei a perguntar se isso acontece pelo fato de eu a ter engravidado, e ela me disse que não era. Mas não coloco muita fé nisso não.
De qualquer maneira, eu não obrigo ninguém a gostar de mim e muito menos a aceitar algo que não queira. Assim como eu não aceito o modo como ele falou com Millie, segundo o que ela me contou.
Contanto que nos tratemos sempre com educação e respeito acima de tudo, está tranquilo. Não faço questão de mais nada.
Ainda cochilando de tornozelos cruzados balançando de um lado para o outro, escuto batidas na porta, me fazendo abrir os olhos.
-Entra. -Disse num tom baixo.
Logo entrou a doutora. Acho que era a Cath.
-Com licença. -Pediu e foi entrando. -Ah, oi! Veio cedo!
-Pois é. Não dá pra ficar longe por muito tempo. -Disse com uma risada.
-Parece que as duas estão bem cansadas.
-Devem estar.
-Bom, então deixaremos elas descansarem. Que bom que está aqui. -Concluiu e eu respondi com um fraco sorriso. Nada exagerado. -Vou levar essas coisas para fora, tudo bem?
-Claro, fique à vontade.
-Ela já está satisfeita? -Perguntou, se referindo à Millie.
-Está sim. Obrigado.
-Por nada. Avisei à Millie que mais tarde ela vai estar liberada. Me disse que está doida pra tomar um banho. Inclusive, vamos ensinar a trocar a fralda e a dar banho na Alison, caso não tenham experiência.
-Vou precisar aprender, mesmo. -Disse.
Não que eu não leve jeito, mas eu prefiro aprender do jeito correto. Não quero fazer merda.
-Vocês têm visitas para hoje?
-Sim, daqui a pouco devem estar chegando. São nossos parentes. Relaxa que são só pais e irmãos. Tudo bem?
-Claro, contanto que seja sem tumulto e uma família de cada vez.
-Pois é, se não isso aqui vira uma selva. Só família louca, acredite. -Disse, acariciando a mãozinha de Alison, que ainda dormia em meu peitoral.
A doutora riu com o que eu disse.
-Bom, então qualquer coisa eu informo a vocês. -Disse, prestes a se retirar do quarto. -Está tudo bem?
-Ah, na verdade, teria algum medicamento que ela pudesse tomar?
-Para?
-As dores dos pontos. Percebi que ela está bem desconfortável com isso. Teria como aplicar a dosagem no soro? Não queria que a acordassem.
-Sem problemas, muitas mulheres acabam reclamando da dor, é completamente normal. Vou ver o que posso fazer, sim?
-Obrigado. -Disse e saiu do quarto.
Ela até que era bem simpática. E tinha bastante paciência. Mas devia ter mesmo, pois trabalha numa maternidade.
Admito que eu nunca tive muita paciência com criança. Na verdade, depende muito do tipo da criança.
Não suporto aquelas crianças demoníacas que fazem escândalo atoa, que respondem os pais, fazem malcriação, etc.
Sempre disse que filho meu não seria assim, e não será mesmo.
Espero que Alison seja bem de boa. Sinto que ela será bem tranquila. Caso contrário, o bicho vai pegar.
Eu e meu irmão, por exemplo, fomos criados com bastante rigidez. Digo, nós crescemos ouvindo pra caralho. Não só por fazer merda o tempo, mas pelo fato de meu pai ter um coração de gelo.
Agora o bicho não pega tanto, porque eu e Nick já somos adultos. Temos nossa própria vida e não há mais necessidade daquela rigidez toda. Bom, talvez ainda seja preciso, às vezes.
Vocês devem estar pensando: “Tadinhos, sofreram.” Mas relaxem. Sofremos pra caralho, mas valeu a pena. Talvez seja por isso que hoje eu sou mais “fácil” de aceitar as coisas do jeito que são e como devem ser. Por isso, também, acabo sendo bem rebelde. E, às vezes, um pouco agressivo. Costumava a ser mais rebelde na minha adolescência, mas até hoje eu ainda sou.
Não estou dizendo que Alison tem que ser criada da mesma forma. Até porque, cada família é uma família. Cada caso é um caso. E pra ser bem sincero, eu e Nick éramos os demônios da família. Graças a Deus que hoje a gente sossegou um pouco.
Vou educar minha filha deixando-a livre para fazer o que quiser, como e quando quiser. Só que com educação, respeito e consciência acima de tudo. Consciência de seus atos, erros e acertos. Do jeito que deve ser.
Fui desperto de meus pensamentos, após perceber que Alison começou a chorar.
Eu quis chorar junto. Era aquele chorinho de bebê, não tão alto e bem fofo.
-Não, filha, papai tá aqui. Não chora não, passou... -Ia dizendo, enquanto a pegava no colo, deixando-a de frente para mim. -Shhh, já passou, viu? -Apliquei um beijo nela e a deitei em meus braços, fazendo um balanço bem gostoso e calmo para acamá-la. Isso é ótimo para fazer os bebês dormirem, mas ela não dormiu. Apenas parou de chorar.
Já me achei incrível por ter feito isso.
-Passou, tá, meu amor? Iti, coisa mais linda do papai, é você! Oww, minha princesa... -Apliquei um beijo. -Maizi... -Outro beijo. -Dotosa desse mundo!
Caralho, é muita fofura pra um bebê só. Fez uma feição tão fofa, que acho que ela iria rir. Não estou pronto psicologicamente pra ouvir uma risada dela.
Ouvi as batidas na porta e ela logo entrou com dois vidros de medicamento.
-Finn Wolfhard?
-Pode me chamar só de “Finn”.
-Ok. Finn, eu trouxe o medicamento preciso para os pontos. Vai aliviar bastante, porém pode dar mal-estar. Então, eu trouxe outro para ela não enjoar, tudo bem?
-Claro.
Logo trocou os canais do soro, ligados à agulha inserida na mão de Millie.
A vi contando as dosagens e adicionando os medicamentos no soro, com o auxílio de uma seringa.
Levou um tempinho até que o serviço estivesse completo, mas ela logo terminou. Ficava bem aliviado em saber que Millie estava sob os cuidados dela. Dava bastante confiança.
-Qualquer coisa, me chamem. Assim que as visitas chegarem, eu autorizo a entrada.
-Perfeito. -Assenti e ela nos deixou a sós, novamente.
Alison permanecia brincando com meus dedos, mais uma vez, e logo fui chamado a atenção pelo meu celular, que começara a vibrar.
-Fala.
-Filho, qual o número do quarto?
-Quarto seis. Terceiro andar.
-Ok, nós estamos estacionando.
-Beleza. Estou aqui esperando. Quando chegarem, é pra pedir autorização da Doutora Cath, ok?
-Ok, ok. Já vamos subir.
-Valeu, pai.
-Valeu.
Desligamos.
-O resto da sua família tá vindo aí e eu espero que você fique quietinha. -Disse, ajeitando o gorrinho fofo que ela usava. -Só um spoiler. Seu tio é bem filho da puta. Mas você vai gostar dele.
Sei que é bem aleatório, mas comecei a sentir um pouco de frio naquele quarto. Na verdade, nem era frio. Mas eu percebi que estava um pouco gelado demais.
Até pensei em deixar quieto, mas me lembrei de que recém-nascido não pode sentir frio de jeito nenhum.
-Olha só que charme que vai ficar em você. Presta atenção. -Disse, enquanto me levantava e me dirigia até a bolsa com as coisas dela.
Retirei um par de mini luvas brancas estampadas de bolinhas coloridas. Fazia parte de um conjuntinho de pijama de frio da mesma estampa, mas nós trouxemos o par sem o pijama, porque sim.
Não eram aquelas luvas de dedinhos. Era toda fechada, com um espaço somente para o polegar. Sendo mais específico, era idêntico a uma luva de cozinha, só que em miniatura. E em tecido de algodão, que é bem mais confortável. Eu não sabia que isso existia, mas até que os bebês usam bastante.
O par de luvas tinha duas funções: 1- Esquentar as mãozinhas dela. 2- Deixá-la mil vezes mais fofa.
-Alison, pega essa visão. -Disse após vestir as luvinhas nela.
Aproveitei a situação para envolvê-la com uma miúda manta branca, bem quentinha e aconchegante, deixando seus pequenos braços livres. Tudo tinha que ser miúdo, porque ela é miúda.
Adoro chamar a Millie assim, pelo fato dela ser baixinha perto de mim. É muito fofo, ela fica um pouco irritada, mas sei que lá no fundo ela gosta.
Agora elas duas são minhas miúdas e de mais ninguém. Eu disse ninguém mesmo. Tirem o olho.
-Pronto, agora sim. Tá no meu colo toda quentinha. Não tem coisa melhor do que isso.
Ia me sentar no sofá, até que escuto batidas na porta. Consegui perceber que não era a Cath. Sendo assim, só podiam ser...
-AA...
-SHHHH!! -Pedi silêncio que nem desesperado. Até ri um pouco. -Só falem baixo, por favor. -Terminei, e eles logo perceberam que Millie estava dormindo. Sendo assim, se acalmaram.
Vieram entrando, e junto deles, milhares de balões para recém-nascidos. Eu ri bastante. Achei um ato muito fofo.
-Muito obrigado, gente, por virem. -Disse bem empolgado após eles fecharem a porta.
-Finn, nós estamos tão felizes por você, meu amor! -Disse minha mãe, chorando litros.
Me abraçou com bastante força.
-Valeu, mãe. Obrigado mesmo. -Agradeci com um sorriso enorme.
-Ah, meu Deus. Eric, corre aqui. -Ela disse bem emocionada, e meu pai logo parou ao lado dela, em minha frente.
-Cadê?! Cadê minha neta, cadê?! -Disse bem eufórico. E começou a chorar horrores.
Eu ri um pouco, pelo fato dele sempre ficar que nem um pimentão quando chora. Me sinto um filho horrível por isso, mas não dá pra evitar.
-Ah, porra. Marry, olha pra ela...
-Olha o tamaninho dela... Meus Deus, que coisa mais gostosa de miúda. -Minha mãe parecia estar em transi.
-Caralho, eu sou avô. Sou avô dessa princesa, Jesus Cristo, não sei se aguento.
-O Finn e a Millie que fizeram essa perfeição...
-Perfeição é pou... Puta que pariu, os olhos dela. OS OLHOS DELA!
-Shh, pelo amor de Deus, pai. Sem grito.
-Desculpa, desculpa. Me empolguei.
-Caralho, são cor de mel.
-Putz, há quanto tempo que eu não vejo tu soltar um palavrão, hein, mãe! Arrasou, hein! -Disse para brincar. Mas é sério, fiquei surpreso ao ouvir aquilo.
-Não fode, Finn Wolfhard. -Já era. Eu ri pra caralho.
-Porra, mãe, desculpa aí! Não sabia que estava tão sensível assim! Ouviu essa, Nicolas?! -Perguntei e ele não respondia. -Nick?
-Será que eu posso falar com meu irmão e ver minha sobrinha ainda hoje, ao invés de segurar UMA PORRADA DE BALÃO? -Disse isolado por trás de meus pais, fazendo-os virarem para ele com uma feição não tão boa. Estava me segurando pra não me mijar de rir. -Desculpa, fiquei tenso.
-Percebemos. Vem logo falar com seu irmãozinho que você tanto ama, vem.
-Não enche.
-Encho e muito. -Disse e ele logo me deu um forte abraço. Estava tomando bastante cuidado com Alison, claro.
-Finn, puta que pariu.
-Que?
-Caralho, a sua filha...
-Ah não que você vai chorar! -Disse ao reparar seus olhos cheios de lágrimas.
-Meu pai eterno, minha sobrinha...
-Mano, você tá chorando! Porra, alguém filma isso!
-Para de zoar, caralho, esse momento é lindo, Ave Maria...
-Tadinho do Lobo Nicolas, tá emocionado ele.
-Porra, eu to é emocionado pra caralho, cara. Parabéns, na moral. -Me abraçou novamente. Ainda chorava horrores. -Com todo respeito, mas tua filha é a perfeição em miniatura.
Foi foda ouvir isso. Abri um sorriso sem tamanho.
-Valeu, cara. -Terminei, com o mesmo sorriso, enquanto dava alguns tapinhas em suas costas. Sempre nos cumprimentávamos desse jeito.
-Filho, nós podemos segurar?! -Perguntou minha mãe.
-Claro. Mas antes, passem o álcool em gel que tem aí na parede. É importante tocar nela com as mãos limpas. E sentem aí no sofá, tenho nervoso de gente em pé. -Disse e me sentei na poltrona, ao lado da maca onde Millie estava.
Se sentaram no sofá e deram um breve suspiro. Estavam felizes e ansiosos. E eu também.
-Olha, vocês gostam de balões, hein! -Exclamei ao reparar nos vários balões no teto da entrada do quarto.
-Ah, nós fizemos questão! Não podemos deixar de celebrar isso! -Disse minha mãe.
-É... são bem bonitos, mesmo... -Disse apreciando-os, até prestar um pouco mais de atenção. -O foda é que tem um ali dizendo: “É um menino! Viva!”
-Porra, Eric, mandei você prestar atenção!
-Ué, qual o problema do “Viva!”?
-Não, é que acontece que meninos nascem com pênis, e no caso, ela é uma menina. O erro tá aí. Problema algum com o “Viva!”.
Eles começaram a encarar meu pai com uma cara, que puta merda. Se a Millie tivesse acordada, teria morrido de tanto rir.
-Qual o argumento, pai? -Perguntou Nick para zoar.
-Leve seis, pague cinco.
-Sério isso, Eric?! -Perguntou minha mãe.
-Gente, o balão estava caro, tá?! Na época que os meninos nasceram, seis balões eram um e cinquenta. Querem o que?! -Eu e meu irmão caíamos na gargalhada. Foi hilário.
-Relaxa, pai. Tá tranquilo. -Disse, após cessar as risadas.
-Melhor tirar daí, né. A família da Millie vai chegar e vai pensar o que? -Disse meu irmão.
-Tá, eu dou um jeito. -Se levantou e pegou o balão.
Abriu a janela e o soltou pra fora do quarto.
-Pronto. Vai subir até estourar.
-Pai, você tem noção de que você não bate bem, né?!
-Nick, deixa de ser chato.
-Ui, levou piau. -Sussurrei.
-Disse o mais chato ainda. -Disse meu pai.
-Poxa pai, pensei que você me amasse.
-Para de drama. Deixa eu ver a Alison no meu colo.
-Tá, grosso. Vê se segura com cuidado. -Disse e logo a posicionei nos braços dele.
E voltou a choradeira toda de novo.
-Olha ela. Toda leve...
-Olha essas roupinhas de frio! Olha essas luvinhas! -Dizia minha mãe, completamente emocionada. -É a filha que eu nunca tive!
-Deixa só a Millie ouvir isso. -Brinquei.
-Ah, Finn, olha essa princesa de neta que vocês nos deram! Não tem como! -Ela disse acariciando as mãos de Alison, que estavam cobertas pelas luvinhas.
-Gente, eu também quero! -Disse meu irmão e logo pegou minha filha no colo. -IZII COISA LINDA!
-Nick, fala baixo.
-Ah é, desculpa. É que é muito linda, fofa, é tudo ao mesmo tempo! Olha essa criança!
-Tá mimando demais, hein.
-To nada, deixa de chatice.
-Ihh, to dizendo.
-Mas filho, quando ela vai ficar lá em casa?! Nós queremos ela o mais cedo possível!
-Mãe, nós nem fomos pra casa ainda. Vai demorar um pouco até ela ficar com vocês.
-Ah, mas por que?!
-Nós vamos ficar com ela em casa um tempo. A Millie tem que se recuperar, ainda vão mais visitas lá pra casa, nós vamos estabelecer a rotina da Alison, e assim vai. Tá muito cedo ainda, essas coisas são complicadas.
-Olha ele, sendo todo papai. -Disse meu pai.
-Mas assim que puder, você deixa ela lá em casa! Pelo menos uma noite!
-Mais pra frente a gente resolve.
-Quero ver ela lá em casa comigo. Eu não levo jeito com criança, então por favor, pai e mãe. Vão me ajudar.
-Ah tá que você não vai levar jeito com a minha filha! Inclusive, Nicolas Wolfhard, você está me devendo. Ou já se esqueceu?!
-Me esqueci do que?!
-Que eu, que estava trabalhando, tive que cuidar do nosso primo de dois anos, Johnny. Acho que você me disse que estava me devendo.
-Disse, é?!
-E mesmo que não tenha dito! Quem ficou se sujando de tinta no parquinho e quem teve que arrumar barraco com a tia das tintas fui eu!
-Tu arrumou barraco com a tia das tintas?!
-Não interessa! Você me coloca pra cuidar de um bebê no meio do trabalho?!
-Calma aí, brother, relaxa.
-To relaxadíssimo.
-Beleza, eu estou te devendo. Quando quiser, é só falar.
-Ah, e vou mesmo. Posso ser pai, mas tenho dezoito anos, tenho amigos retardados, tenho mulher e nós fazemos aniversário de namoro. Espera só chegar a data. E vocês também, pai e mãe. Alison vai ficar a noite inteira com vocês.
-Olha que danadinho ele é. -Disse meu irmão.
-Quer ver o tamanho do danadinho, quer?!
-Finn e Nicolas Wolfhard, chega de baixaria! Olhem os modos!
-Desculpa, mãe.
-Foi mal ae.
-Essas coisas que vocês vivem falando, hein! Já deu!
-Eu avisei que ter dois meninos daria nisso. -Disse meu pai.
-Ah tá, como se o moço aí não falasse merda dentro de casa. -Implicou meu irmão.
-Dá licença? Sou um pai de família. Eu tenho modos.
-HAHAHA, tá.
-Meu filho, você fica falando essas coisas com a Millie por perto?!
-Ah, mãe, ela já está acostumada.
-Finn, ela é uma moça!
-E daí? Já está acostumada desde muito tempo. Relaxa.
-E deve estar mesmo. Trabalhou com uma porrada de menino que só fala merda. -Disse meu irmão.
-Ah, pois é. Fica tranquila, que ela tá de boa com isso.
-Se você diz... Só, por favor! Vê se controlem essas bobagens quando a família da Millie chegar! Eu hein! Também serve pra você, Eric!
-Eu não fiz nada. To quieto aqui na minha.
-Ai, ai, ai, olha só essa coisa malavilhosa! -Disse meu irmão, enquanto brincava com Alison.
-Filho, a Millie está bem? -Perguntou meu pai.
-Está. Na medida do possível.
-Há quanto tempo está aqui com ela?
-Não sei. Devo estar aqui há duas horas, por aí.
-E como foi ontem? Ela te ligou quando nasceu? -Perguntou minha mãe.
-É, eu estava voltando do aeroporto com o Nick. Quando eu cheguei em casa, ela já tinha ido pro hospital. Vim pra cá correndo, mas já tinha nascido. Cheguei no quarto e a Alison já estava aqui.
-Nossa, você deve ter se emocionado de um jeito...
-Porra. Falando sério, eu senti um negócio que não dá pra explicar, cara. É muito surreal o que eu sinto por ela, sabe? Só de saber que ela é minha filha... Sei lá. Me fez ver o mundo de uma forma diferente. De uma forma... melhor.
-É, meu filho... Bem-vindo ao clube dos pais. -Disse meu pai, com um sorriso.
Sorri de volta.
-Pois é... -Terminei com um largo suspiro.
-E a Millie? Como ficou quando você chegou?
-Nossa, eu pensei que ela fosse desidratar de tanto chorar! Nós dois, né.
-Ela passou a noite bem?
-Não. Ela me disse que teve muita dor e que acabou dormindo muito pouco. Por isso ela está dormindo até agora.
-Melhor deixar ela descansar.
-Eu me lembro quando tive vocês. Fiquei dolorida por duas semanas, mesmo depois de tirar os pontos.
-Pior que foi mesmo. A mãe de vocês sofreu, hein.
-Cuida dela, ouviu, Finn?
-Claro, sempre. Eu pedi pra doutora alterar as dosagens do soro dela pra ver se alivia um pouco da dor. Acho que agora vai ficar melhor.
-Quero ver logo quando ela acordar. Quero dar muito abraço nela. -Disse meu pai
-Nossa, olha o coração de gelo sendo amoroso.
-Ah, eu também quero. -Disse minha mãe.
-Eu também. -Disse Nick.
-Vai virar fila de fã. Todo mundo querendo dar abraço nela. -Brinquei.
-Caraca, por falar em fã, como que ficou essa história na mídia?! -Perguntou meu irmão.
-Como assim?
-Continuou com aquele rolo todo?!
-Não.
-Como que parou?
-Simples. Eu tive que me meter no meio. Só assim pra calarem a porra da boca.
-Calma aí, gente! Como assim, que rolo é esse?! -Perguntou minha mãe.
-Soube não? Xingaram a Millie pra caralho, de tudo quanto é nome.
-Porque?!
-Gravidez, né, pai.
-E o que vocês fizeram?
-Cara, a Millie conversou comigo que tava foda. Isso tudo começou a me estressar e eu liguei o foda-se pra qualquer coisa e falei pra caralho.
-Mas como ficou resolvido?
-Sabe o que é, mãe? Povo não tem porra nenhuma pra fazer e decidem abrir a boca pra falar merda sobre a vida dos outros. Eu simplesmente me meti no meio e fui direto. Falei: “Olhem só, pra todos os filhos da puta que estão insatisfeitos com a própria vida, vê se parem de se meter onde não deve e tomem alguma porra de algum rumo na vida de vocês. Então tirem o nome da Millie dessa merda de boca que vocês têm. Se ela está grávida de mim ou não, que se foda, não interessa a nenhum de vocês. E se a garganta coçar e quiserem xingar ou falar de alguém, que seja de mim. Falem e me xinguem o quanto vocês quiserem, eu estou pouco me fodendo pra isso. Mas que fique bem claro aqui, porque eu não vou dizer de novo. Tirem o nome da garota da boca e parem de se referir a ela como puta, vagabunda, ou qualquer merda do tipo. Se nós soubermos que isso aconteceu mais uma única vez, nós dois teremos de tomar providências que não será bom pra ninguém. Obrigado pela atenção e agradeço a todos os fãs que apoiam. Amamos vocês.” Pronto. Calaram a boca num instante.
-Esse é o menino que eu criei, porra! -Disse meu pai com o maior sorriso no rosto.
-Bicho, tu tem poder, hein!
-Então xingaram ela?!
-Muito. Mas relaxa, já passou. Foi uma fase. E eu não estava brincando, nós vamos tomar providências, se acontecer de novo. Mas não vai.
-O que vocês vão fazer?
-Cara, nós somos Finn Wolfhard e Millie Bobby Brown. Podemos fazer o que quisermos.
-Desculpa aí.
-Que orgulho, hein.
-Valeu, pai. -Disse Nick de ironia.
-Não posso ter orgulho de vocês dois não, Nicolas?!
-Ah, bom.
-Mas então... -Ia dizendo, até ouvir batidas na porta.
-Finn?
-Oi, Cath.
-Com licença. A família da Millie está aqui fora. -Ela disse e eu me levantei.
-Ah, tudo bem, vou falar com eles. -Disse e ela assentiu com a cabeça. Logo saiu do quarto. -Pessoal, fiquem aqui com a Ali? Vou aqui fora, rapidão.
-Relaxa, vai lá. -Respondeu meu irmão e eu logo saí do quarto.
Fechei a porta com delicadeza, e logo levei um pequeno susto.
-FINN!!! -Eles gritaram bem felizes.
Me virei e abri um sorriso. Estavam todos com balões, também.
-Oi, gente!
-FINNIE! -Disse Ava, enquanto soltava a mão de Paige e logo pulou em meu colo. Ela gosta bastante de mim.
-Oi, pequena! E aí, gente, tudo bem?
-Nós estamos tão felizes por vocês! MUITO, MUITO FELIZES! -Disse a mãe deles. Estava bastante emocionada.
Agradeci e todos eles me cumprimentaram com um forte abraço, acompanhado de um “Parabéns!”, enquanto Ava permanecia em meu colo. Eu acho impressionante o quanto ela se parece com Millie quando era mais nova.
-Finn, cadê nossa filha?! Queremos vê-la! -Disse Robert. Estava bem ansioso.
-Então, eu quero conversar com vocês primeiro. Meus pais estão aí, eles vão sair pra vocês poderem entrar. Vocês sabem que não é bom muito tumulto pra Alison e nem pra Millie.
-Mas elas estão bem?!
-Estão, claro. A Millie está descansando um pouco, mas ela estava doida pra ver vocês. Vou conversar um pouco com ela, enquanto meus pais saem do quarto, tudo bem?
-Sim, claro!
-Ok, então. E você, mocinha, nada de pular na sua irmã! Sei que está com saudades, mas pega leve. Ainda está se recuperando. -Disse, me referindo à Ava.
-Mas ela sofreu, Finnie? -Ela perguntou um pouco preocupada.
-Que nada. Já não sabe que ela é forte o suficiente para aguentar qualquer coisa?!
-Então agora vocês são papai e mamãe?!
-Somos. Pra sempre. -Disse, com um sorriso, fazendo-a gargalhar de felicidade. Aquilo me deixou bem feliz. -Bom, pessoal. Com licença. -Disse, e Ava logo desceu de meu colo.
Entrei no quarto e vi Nick tirando uma foto bem zoada com Alison. Achei aquilo uma fofura.
-Vai ter que colocar a foto no seu quarto. -Brinquei, fazendo-os rir.
-Essa foto é pra enquadrar. Vou guardar pra sempre. -Ele disse, colocando Alison em meus braços.
-Gente, podem ficar um pouco lá fora? Só pra eles poderem entrar. Daqui a pouco vocês voltam pra falar com a Millie.
-Claro, filho. Vamos ficar nos lugares de espera aqui do corredor. É só nos chamar. -Disse minha mãe e logo saíram do quarto. Consegui ouvir as vozes de felicidade de meus pais falando com os de Millie. Me dava uma felicidade do cacete.
Me sentei ao lado dela e comecei a acariciar seu braço com bastante delicadeza.
-Psiu, ei... Meu amor, acorda... -Sussurrei, e logo comecei a acariciar seu rosto. Com muita delicadeza. -Mills, ei...
-Hm? -Ela disse, ainda de olhos fechados.
-Amor, acorda... Olha pra mim, vem... -Sussurrei novamente e apliquei um demorado beijo em sua testa.
Ouvi sua funda respiração ao acordar e logo esticou seus braços.
-Acordou, agora? -Perguntei e ela assentiu com a cabeça, me abrindo um largo sorriso sem mostrar os dentes.
Apliquei um selinho demorado em seus lábios avermelhados e macios.
-Oww, olha que linda ela toda quentinha! Você que vestiu?
-Eu mesmo. Achei que estava bem frio pra ela.
-Aww, você é tão amor! -Me deu outro selinho. -Que balões são esses? -Perguntou, ainda sonolenta.
-Adivinha? -Perguntei com um sorriso. -Você tem visitas.
-Chegaram?! -Perguntou bem feliz e eu apenas assenti que sim.
-Querem muito te ver. -Disse, colocando Alison nos braços de Millie.
Abri a porta e eles entraram muito empolgados, mas sempre tomando cuidado com o tumulto.
-MILLIE!!! -Eles todos disseram em coro.
-Gente! -Ela disse com um sorriso sem tamanho.
Deixaram os balões no canto do quarto, junto dos outros.
Permanecia observando toda aquela gente cheia de felicidade no coração, me trazendo mais alegria ainda.
Eles abraçavam Millie e se emocionavam horrores ao verem e segurarem a Alison.
Todos eles choravam, com a exceção de Ava, que ficava encantada ao fazer carinho em nossa filha. Era bem fofo.
Os pais de Millie choravam litros, assim como os meus também choraram. Foi uma situação engraçada.
Logo se sentaram no sofá. Robert e kelly com Alison nos braços.
-Gente, que felicidade! Meu Deus, eu sou tia! -Disse Paige, enquanto enxugava as lágrimas.
-Mas gente, e vocês? Como estão?! -Perguntou a mãe deles.
-Estamos bem, o Finn está cuidando de mim desde ontem. Está aqui sempre que pode.
-Que bom que cuida da nossa filha! -Disse Robert.
-Mas como foi a noite pra vocês? Deu tudo certo?
-Sem contar que fiquei a noite inteira com saudade, deu tudo certo sim! -Disse e eles riram.
-Pra mim foi horrível. Dormi durante duas horas. Fiquei cheia de dor, fome, e mais um monte de coisa. Mas agora eu estou bem melhor!
-Primeira noite é assim mesmo, filha. Amanhã já volta pra casa.
-E como estão vocês dois dentro de casa? Estão se virando?
-Estamos. Está dando tudo certo, estamos conseguindo nos cuidar. -Disse Millie.
-E parece que agora estão com menino dentro de casa, não é?! -Perguntou Robert. -Como está o cachorro?
-Está ótimo. Daqui a alguns dias já vai passear na rua. Nós o amamos demais.
-Como é o nome dele?! -Perguntou Ava.
-Doug. Ele é lindo, você tem que conhecer.
-Mas e você, Finn? -Começou o pai dela. -Como está se saindo nessa função de pai e namorado?
-Ah, está indo tudo tranquilo. Sério, de verdade. -Disse rindo um pouco. -Foi tudo bem rápido, mas será incrível.
-Será mesmo! -Disse Ava.
-Mais alguém sabe?
-Os Duffers, Joe e David. Inclusive, vieram ontem de madrugada nos visitar! -Disse Millie.
-E como estão?
-Estão bem, quase morreram de felicidade! Nós ainda vamos contar pro resto depois. Vamos esperar um pouco.
-E filha, como foi a primeira amamentação?
-Mãe, isso dói, cara! Não esperava por isso não!
-Eu te disse que das primeiras vezes iria incomodar bastante, mas depois você se acostuma.
-Ah, eu espero. Mas foi sensacional, eu amei. É uma sensação, que... Nem sei explicar.
-Que bom que está feliz, Millie. Que orgulho de vocês. -Disse o pai dela, arrancando-a um sorriso.
-Quem vai querer tirar mais fotos com a Alison?! -Perguntou Ava com o celular de sua mãe nas mãos.
-Eu!
-Eu também!
Nós ríamos sem parar.
Esses dias todos estavam se enchendo de momentos completamente inesquecíveis.
Nós permanecemos conversando, mas não por muito tempo, pois as visitas têm um determinado tempo. Até porque, Millie ainda queria descansar e nós queríamos ficar a sós com nossa filha, mas as visitas de nossas famílias foram incríveis.
-Com licença, pessoal. -Disse Cath ao entrar no quarto. -Só mais dez minutinhos, ok?
-Claro, já vão liberar o quarto. -Disse Millie.
-Tudo bem. -Terminou e se retirou.
-Pessoal, é melhor nos despedirmos. -Disse Kelly, se levantando do sofá.
-Pois é, antes que nos expulsem. É impossível deixar vocês! -Disse Robert. Logo devolveu Alison para Millie.
-Tchau, meu amor. -A mãe dela se despediu com um abraço de um beijo. Logo foi o pai e os irmãos, mas não todos.
-Charlie, pode ficar, por favor? -Millie perguntou e ele apenas assentiu com a cabeça.
Percebi que aquele momento seria bastante delicado, sendo assim, preferi deixá-los a sós.
-Vou falar com vocês ali fora. -Disse, após perceber que os pais deles vinham se despedir de mim.
Saímos do quarto e nos encontramos no corredor. Todos nós.
-Finn? -Chamou o pai de Millie.
-Oi, Robert. -Me parei em sua frente e ele logo me convidou para um forte abraço. E eu não recusei. Nos abraçamos bem forte. -Meus parabéns, Finn. Fico muito, mas muito orgulhoso de vocês dois. Meus parabéns pela menina tão linda que vocês tiveram.
-Obrigado, Robert. Obrigado por terem vindo nos ver e por estarem sempre nos dando apoio. Principalmente apoio à Millie.
-Eu que agradeço por estar sempre cuidando dela. Por estar sempre ao lado dela. E saiba que estaremos sempre aqui, para o que precisarem.
-Não precisa me agradecer por nada. Eu amo a sua filha, e obrigado por tudo que já fizeram por nós. -Terminei e logo nos desfizemos do abraço. Ele finalizou com algumas batidas em meu ombro.
Não demorou muito e a mãe dela também me abraçou.
-Desejo tudo de bom pra vocês dois, Finn. Na verdade, vocês três. E obrigada por nos dar essa neta maravilhosa. Obrigada por tudo que já fez por nós e pela nossa filha, viu?!
-Não precisa agradecer, Kelly. Farei o possível e o impossível pela Millie e pela nossa filha. É uma promessa minha.
-Obrigada, Finn. -Terminou com um pouco de lágrimas nos olhos.
-Cadê o lobinho do papai?! -Disse meu pai, enquanto vinha até mim.
-Fala ae, Eric.
-Ah, Finn... Sabe que eu tenho um coração de gelo, não sabe?
-Ah, eu sei muito bem...
-Mas você também sabe que eu te amo, não sabe?
-Disso eu também sei muito bem.
-Finn, me escuta. Você já é um homem. É pai, já tem sua própria família. Quero te dizer algumas coisas que ninguém nunca pôde me dizer, mas eu sempre quis dizer pra você e pro Nick. -Disse e deu um suspiro. -Aproveita. Aproveita cada segundo dessa nova fase na sua vida, Finn.
-Como assim?
-Quando você se torna pai, as pessoas só sabem te dizer as coisas ruins. Só sabem dizer que nunca mais vai dormir, que vai parar de se divertir com os amigos, que vai deixar de curtir com a sua mulher e que um filho só vai trazer discussão na vida de vocês dois. Mas, por favor. Não vai nessa, Finn.
-Sim, eu...
-Você tem apenas dezoito anos. A Millie tem dezessete. Estão morando juntos há pouco tempo, acabaram de ter uma filha linda. E por mais que canse, por mais que tire algumas horas de sono e por mais que você e Millie acabem discutindo, aproveitem. Porque passa voando. Olhem só pra você e seu irmão. Acha que eu não me lembro quando peguei vocês no colo pela primeira vez?! -Eu prestava bastante atenção no que ele dizia. -E agora, é você quem está segurando a filha pela primeira vez, Finn. Então, apenas aproveite. Vocês vão continuar curtindo, se divertindo. Você e Millie são novos, tem uma relação saudável. Vão conseguir se curtir o quanto quiserem, basta ser no tempo certo. Muitos casais se apressam, porque pensam que o filho só vai atrapalhar, mas não é bem assim. A filha que vocês têm agora é a prova do quanto vocês se amam. Estão juntos nessa. Mais do que nunca. Está entendendo?
-Sim...
-Então, Finn. Cuide de seu tempo. Espere as coisas acontecerem do jeito certo. Cuide de sua filha do jeito como vocês quiserem. E eu sei que vocês serão pais fodas, acredite. E cuide da Millie, Finn. Cuida da sua mulher. Esse é o momento mais delicado da vida dela. É o momento em que ela mais precisa de você. Dê atenção, diga que a ama, diga que está linda todos os dias, dê carinho. Faça o que puder. Do jeito que ensinamos a vocês. Isso muda o dia de uma mulher completamente. E o mais importante, tenha paciência acima de tudo. A Millie não é uma mulher pra qualquer um, Finn. E você sabe disso. Mostre a todos que ela pertence a você. E que você pertence a ela.
-Sim, eu sei. Tudo bem.
-Me entendeu bem?
-Sim. -Disse e o abracei com força. -Obrigado, pai.
-Proteja suas meninas. Proteja-as dia após dia. Mostre o seu instinto masculino e paterno. Cuide delas e as proteja. Sua mulher e sua filha são insubstituíveis, Finn. Nunca se esqueça disso. Nunca.
-Nunca me esquecerei. Elas são minhas. Somente minhas e é minha obrigação protegê-las.
-É isso aí, garoto. -Terminou me dando um leve empurrão, me fazendo rir bobamente.
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-Senta aí, por favor. -Pedi e ele se sentou na poltrona ao meu lado.
Permanecemos apenas nos encarando. Não sabia muito bem o que falar.
-Será que agora pode ficar feliz por mim?
-Eu nunca disse que não estava feliz por você.
-Então porque está assim? -Perguntei, deixando-o sem palavras. -Acho que já deu pra você parar de me olhar como se eu tivesse feito algo de errado.
-Millie, eu já sei disso, tá? Você já me contou o que aconteceu uma vez e eu já entendi.
-Não, você não entendeu.
-Entendi.
-Não entendeu! Disse na minha cara que eu não tive consciência de meus atos! Como se eu fosse idiota de fazer alguma uma coisa sem estar decidida!
-Millie...
-Só não se esqueça de que somos criados pelos mesmos pais. Então nem tem argumentos, se é que me entende.
-Você me disse que transaram numa festa!
-E qual é o problema de ser em uma festa?!
-O problema é que... -Ia dizendo e logo deu um suspiro. -Millie, você não deve confiar nas pessoas dessa forma. Eu já disse que é perigoso.
-Charlie, é o Finn! Você sabe o quanto eu o amo desde muito tempo, você sabe! Também sabe o quanto ele me ama!
-Tá, Millie, eu sei, mas não entende?!
-Não entendo o que?!
-Que eu me preocupo com você!
-Sei que se preocupa, mas estava tudo bem!
-Eu sei, mas é que... Eu tive medo!
-De que?!
-De que alguma coisa acontecesse com você!
-Eu só estava numa festa com o Finn!
-E daí?! Eu não posso ter medo?!
-Medo dele?! Charlie, você sabe que pode confiar nele!
-Eu também achava que podia confiar no Jacob!
Me calei por alguns instantes.
Acho que entendi o que ele quis dizer.
-Como assim?
-Acho que nunca te contei isso antes, mas eu soube o motivo da última briga de vocês há alguns anos atrás quando ainda namoravam. Na verdade, eu vi. Naqueles dias que ele estava lá em casa. A primeira vez que foi pra dormir.
Sei exatamente do que ele está falando. Me lembro desse dia perfeitamente. Também me lembro do ocorrido um tanto desagradável.
Nunca pude imaginar que Charlie tivesse visto o que aconteceu naquela noite.
-Do que você sabe?
-De que o Jacob te tocou à força.
-Charlie, isso já passou. Faz anos, esquece isso.
-Não, eu não vou esquecer. Fiquei com tanta raiva, que até desisti de entrar no seu quarto. Eu queria ter arrebentado aquele garoto. Desculpa por isso, mas...
-Eu conversei com ele naquela noite e ficou tudo bem. Nunca mais aconteceu. Só, por favor, não fala mais o nome dele. Pelo menos não agora.
-Tá, tudo bem. Só queria que soubesse que... É disso que tive medo. Tive medo de que o Finn possa ter feito alguma coisa com você. Sei lá, e que talvez você pudesse ter tentado aceitar e engolir o fato de ter engravidado, sem querer nos dizer que não estava feliz. Da mesma forma que não contou quando... “Ele” te tocou à força.
-Sim, eu sei...
-Sempre tive um pouco de receio de você sozinha com tantos meninos. Sei que é ridículo, eu banco o machista, mas eu me preocupo. De verdade, Millie.
-Eu sei, Char. -Disse, pegando na mão dele. -Mas você me deixou bem decepcionada. Mesmo.
-Por que?
-Pelo jeito como você falou comigo.
-Porque fui grosso?
-Não, não é por isso. Você sempre foi grosso, não faz por mal. Já estou acostumada.
-Então qual foi o motivo?
-Cara, você simplesmente me tratou como se eu fosse uma qualquer que procurava por ajuda! Eu não queria ajuda nenhuma, ter engravidado não foi um problema e muito menos um motivo de infelicidade! E sabe o pior?! Você é meu irmão! Charlie, você me conhece e me entende, porque teve que achar que eu não sabia o que estava fazendo? Porque teve que dizer: “Não consigo aceitar que minha irmã vai ser mãe com dezessete anos porque não soube se cuidar!” Olha, as palavras machucam, tá?! E as suas me machucaram pra caralho, eu espero que saiba!
-Millie, como eu iria imaginar que você estava de boa diante à essa situação toda?! Engravidou sem querer, sem ter planejado absolutamente nada! Você sempre nos disse que pretendia ser mãe num futuro distante, após conhecer a vida, após se dedicar à carreira e cuidar do trabalho, após aproveitar sua adolescência e juventude!
-Sei que eu disse isso, mas...
-E ainda quer que eu não pense que pudesse estar infeliz e não quisesse nos contar?! Que não estava tentando engolir a realidade, somente pra facilitar a vida de todo mundo?! A vida do Finn?!
-Charlie...
-Fiquei preocupado com isso, Millie, você não sabe o quanto! Fiquei com medo de você estar infeliz, triste, sei lá! Consegue tentar entender o meu lado?! Tenta ver desse jeito, Mills. Em momento algum eu quis te decepcionar. Nem há motivos para uma coisa dessas. Consegue me entender?
-Charlie, eu te entendo. Acha mesmo que foi fácil para todos aceitarem o fato?! Nem mesmo pra mim foi fácil! -Disse e o admirei por alguns segundos. -O que eu quero que entenda é que tenho total consciência de meus atos, Charlie. Posso ser nova, mas tenho uma ampla visão do mundo. Já passei por várias situações onde tive que encarar sem medo. E você sabe disso. -Disse e ele assentiu com a cabeça. -Sei o que estou fazendo. Eu me conheço de uma forma que muitos da minha idade não conhecem a si mesmos. E mesmo que tenha sido sem querer, eu gravidei. Eu tinha total consciência de que poderia engravidar se tivesse relações com o Finn e mesmo assim eu tive. Nós sois sabíamos que podia acontecer e aconteceu. Estamos felizes com o que está acontecendo. Já disse que está tudo bem.
-Mesmo? -Perguntou, e assenti que sim.
-Jacob nunca teria feito nada comigo sem minha permissão. -Pelo menos não na época em que namorávamos. -E mesmo se fizesse, Charlie. Ele ou qualquer outra pessoa. Pode ter certeza de que eu me auto defenderia, como eu sempre fiz.
-Eu sei... Sempre se defendeu sem precisar de ninguém...
-E sobre o Finn, por favor. Sei o que estou fazendo. Nós dois sabemos. E se ele tivesse mesmo feito algo de ruim pra mim nessa festa, eu não teria deixado pra lá. Muito menos teria dado oportunidade para encostar somente um dedo em mim. Você me conhece e sabe como eu sou. Olha pra mim. -Pedi e ele olhou no fundo dos olhos. -Com o Finn eu estarei sempre segura. Mesmo estando sozinha, eu sei sobreviver, Charlie. Pode ficar tranquilo em relação a qualquer outra coisa.
-Mas você nos contaria se algo acontecesse, não é?
-É claro que sim. -Disse e abrimos um fraco sorriso. -Ei?
-Hm?
-Porque está sempre de cara feia quando estou com o Finn? -Perguntei, deixando-o em silêncio. Na verdade, eu sabia muito bem o motivo. -Charlie, ele não é Jacob Sartorius. Já foi, já acabou. O que mais ele vai ter que fazer pra te provar que está tudo bem? O que mais ele tem que fazer pra provar ser uma boa pessoa pra você?
-Sei que ele é boa pessoa.
-Então dá uma chance a ele. -Pedi, enquanto ele acariciava minha mão. -Por mim.
Assentiu com a cabeça, me fazendo abrir um sorriso.
Marejou os olhos e me abraçou.
-Me desculpa. Me perdoa, por favor.
-Está tudo bem... -Continuávamos no gostoso abraço, mas logo nos desgrudamos.
-Posso segurar? -Perguntou com um sorriso e com a voz um pouco fanha.
-Óbvio, ela é sua sobrinha! -Respondi e ele a pegou nos braços.
Vou fingir que não vi a lágrima escorrer de seu olho, mas da próxima vez eu vou zoar.
-Tem seus olhos. -Disse e eu sorri.
-Pois é.
-Ela é linda, Millie.
-Obrigada, Char. -Agradeci, enquanto ele devolvia Alison para mim.
Logo ouvimos batidas na porta.
-Millie?! -Disse Marry.
Abri um sorriso desigual.
-Oi! Venham aqui, entrem! -Pedi e a família de Finn começou a entrar no quarto.
-Mills, vou ficar ali fora com meus pais. -Disse meu irmão.
-Tudo bem. -Nos abraçamos novamente. -Amo vocês.
-Também te amamos. Licença, pessoal. -Se retirou do quarto, após Finn entrar.
-Que bom que já acordou! Chegamos há um tempo, mas não queríamos te acordar! -Disse Eric, vindo me abraçar.
-Ah, então vocês que trouxeram balões, também?!
-Sim!
-Muito obrigada! São lindos! Temos que deixá-los no quarto da Alison, Finn. -Disse admirando-os. Eram lindos, bem coloridos.
-Ela vai adorar! -Ele disse rindo um pouco.
-Millie! -Disse Nick, vindo me dar um abraço.
-Ah, bom! Pensei que não fosse receber um abraço desse meu cunhado que eu adoro! -Disse nos fazendo rir, enquanto nos abraçávamos.
-Eu já falei pro Finn, a filha de vocês é perfeita! Ela é linda, meus parabéns!
-Obrigada, Nick, é ótimo ouvir isso!
-Ih, agora ele está todo bobo porque tem sobrinha! -Disse Finn, nos fazendo gargalhar.
-Estou mesmo! E por falar em sobrinha, acho que vou aproveitar a situação.
Eu e Finn nos olhamos com a testa franzida.
Olhamos para Eric e Marry, que se encontravam com sorrisos ansiosos nos rostos.
Nós não entendemos nada.
-Finn, eu não te contei antes, porque estava esperando por esse momento de todos nós aqui com a Alison, porque é algo bem especial pra mim...
-Caralho, não me deixa nervoso, Nicolas.
-Se acalma, vocês vão adorar! É que...
-AH, CACETA, TU VAI SER PAI?! -Perguntou Finn numa euforia só. Até achei engraçado.
-Não, menino, se acalma!
-Na verdade, ainda não... -Disse o pai deles com um sorriso no rosto.
Comecei a ficar mais ansiosa ainda.
-Bom, eu gostaria de pedir a permissão de vocês para a Alison ser sobrinha da Jenna.
-Sua namorada?! -Perguntei empolgada.
-É ela mesma... -Disse Finn, quase morrendo de ansiedade.
-Isso. O que me dizem?!
-Ué, mas é claro que pode! -Disse com um sorriso enorme. Sim, eu já cheguei a conhecê-la pessoalmente.
-Óbvio, brother, tá pensando o que?! Já é da família, fica tranquilo! -Disse Finn, fazendo Nick abrir um enorme sorriso.
-Valeu aí, gente. De verdade, ela vai ficar muito feliz! Mas enfim, é agora que eu venho com outra pergunta a vocês.
-Fala, fala! -Disse Finn.
Nossa, que ansiedade. Tinha um pressentimento de que era algo maravilhoso.
-Ok, eu vou falar... -Deu um breve suspiro e sorriu mais uma vez. -Nós vamos casar e queremos que vocês sejam os padrinhos do casamento!
-AAAAAAAAAA!!!!
-CARALHOOUU, PARABÉNS, PORRA! -Disse festejando com todos eles.
Puta que pariu, que alegria maravilhosa! E que convite esplêndido!
-TU VAI CASAR?! -Perguntou Finn. Ele estava empolgado demais, era uma felicidade sem tamanho.
-VOU!
-AAAAAAA, NICK WOLFHARD, PUTA QUE PARIU! -Disse e logo pulou nas costas do irmão. Eu e os pais deles não parávamos de rir!
-Meu filho, assim você quebra seu irmão! -Disse Marry.
-CACETE, NICK! PARABÉNS, CARA! -Terminou com um bruto abraço no irmão. Eles até que gostavam bastante.
-Nick, vem aqui! -Pedi bem empolgada e logo veio até mim. -Cara, parabéns! Sério, tudo de maravilhoso pra vocês dois! -Ia dizendo no meio do abraço, mas nada exagerado por causa da Alison.
Até que ela ficou bem quietinha no meio da gritaria toda.
-Obrigado, gente! Valeu mesmo!
-Me conta como que foi isso! -Pediu Finn.
-Eu pedi há alguns dias atrás e nós estamos resolvendo datas dos próximos meses.
-Wow!
-Que foda!
-Mas tudo que sabemos até agora é de que queremos vocês para serem padrinhos. E então? O que me dizem?!
Eu e Finn nos olhamos bem ansiosos.
-Vão ser nossos padrinhos de casamento?!
E nos olhamos mais uma vez.
-É ÓBVIO QUE SIM!!!
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