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História Am I Loving You? - 2 Temp. - Amanhã você terá dezoito


Escrita por: GiowObsessed

Notas do Autor


OI, LEITORES QUE EU GOSTO <3
Já sei que está grande, mas eu não pude deixar de colocar uma coisinha no final que vocês nem gostam, imaginem :)
Peço desculpas pelo sumiço, estou tendo semanas corridas por causa dos últimos estudos (me salvem pelo amor de Deus)
Enfim, consegui deixar prontinho e trazer hoje pra vocês. Podia esperar para postar amanhã, mas minha ansiedade falou mais alto. E aqui to eu :)))
Aproveitem, amores, desse capítulo pra frente só vem bombinhas KKKKK

Capítulo 75 - 2 Temp. - Amanhã você terá dezoito


   

Dia 18 de fevereiro

 

    Millie

 

    Véspera do meu aniversário. Véspera do dia qual eu passo ser legalmente maior de idade, responsável por meus próprios atos, responsável pela própria vida. Pensando bem, chega a parecer irônico. No que os meus dezoito anos interfere? Responsabilidade? O cuidado de mim mesma? Minhas próprias contas para pagar e empregos para correr atrás? Bem, comigo não. Já atingi a maioridade antes da minha adolescência, se é que posso dizer. E se é que me entendem, pois na minha vida, a minha idade não significa nada. Desde muito tempo atrás. Porém, a partir de amanhã serei considerada maior de idade. E até agora não me empolgo nada por isso. Apenas poderei beber a qualquer momento e dirigir legalmente. E é claro, ser presa se eu acabar fazendo alguma besteirinha.

    Realmente, meus queridos dezoitos anos estão mais perto do que nunca. E menos desejados do que nunca, pois desde que me conheço por gente, meu sonho é atingir a maioridade, pelo simples fato de eu deixar de ser dependente, de uma vez por todas. Sempre odiei depender de qualquer pessoa que fosse, desde que eu era criança. E quem diria que anos antes de eu atingir a tão esperada maioridade, eu já seria uma pessoa independente e tanta. Então, tudo o que eu ganho amanhã é apenas uma liberdade geral. E é claro, um aninho a mais para a conta.

    É manhã de sábado, e eu me encontro deitada na cama, tendo o corpo quase nu coberto pelo branco e bagunçado cobertor da nossa cama, sendo tocado por fortes raios de sol vindos do dia tão bonito.

    Permanecia cochilando, por não estar dormindo por completo, mas logo comecei a abrir os olhos lentamente.

    Me espreguicei e me virei para o lado, percebendo que estava sozinha na cama, o que me fez revirar os olhos em meio de um bobo sorriso.

    -Parece que invertemos os papéis. -Disse para mim mesma me referindo ao Finn, e logo ouvi meu celular vibrar na mesinha ao meu lado. E então o atendi. -Alô?

    -Bom dia, Millie. -Ela disse, me fazendo dar um suspiro de frustração.

    -Bom dia, Safira. -Trabalho, trabalho e mais trabalho.

    -Você tem um convite da Unicef para o final do ano.

    -Um evento? -Franzi a testa.

    -Não, o convite através da parceria que você tem com a empresa. Se esqueceu de que é a embaixadora?

    -Definitivamente não. -Esfreguei os olhos.

    -Então. É um evento Natalino, qual você está encarregada de participar. É muito importante para a empresa e para a mídia.

    -Ainda é fevereiro.

    -As filmagens do projeto começam em breve, não tão tarde. -Dei um suspiro.

    -Deixe em espera.

    -Eles precisam de uma resposta.

    -Sim, e eu preciso de que deixe o convite em espera.

    -Millie...

    -Safira, eu sou embaixadora da Unicef. A minha reunião com a empresa ainda está para acontecer, não é emergencial. Mesmo se fosse, ainda tenho em cerca de cinco meses para entrar em contato com eles. Deixe em espera, eu sei o que estou fazendo.

    -Sei disso, Millie, só quero garantir que não perderá a vez.

    -Não vou perder a vez. Sei o porquê querem minha imagem e esperarão até o meu contato. -Disse e ela deu um suspiro.

    -Então fica em espera?

    -Sim.

    -Tudo bem, mas ainda temos o problema.

    -Não me disse que tínhamos problemas.

    -Não, mas disse agora. Eles querem a Alison também.

    -Cancela o convite.

    -Millie, você tem um contrato!

    -Eu tenho um contrato, não a minha filha de cinco meses! Já disse uma vez e vou dizer pela última, eu não quero câmeras em cima dela!

    -Mas eles disseram que...

    -Safira, eu não quero saber o que eles disseram. Vou ser clara pela última vez: minha filha não vai ser um alvo de mídia antes dos dez anos de idade. Nem eu nem o pai dela queremos isso, portanto não vai acontecer. De jeito nenhum. Se a Unicef quiser a minha imagem, eles vão ter. Não a da minha filha. -Disse e ela ficou um tempo em silêncio.

    -Então qual é o trato, afinal? -Perguntou e eu dei de ombros.

    -Me desculpa, Safira, mas você é minha empresária. Eu realmente não posso resolver absolutamente nada agora. Sou eu na mídia, ou nada feito. A minha filha não. Então, por favor, dê seu jeito.

    -Tudo bem, como quiser.

    -Está claro?

    -Sim. Eu entro em contato.

    -Obrigada. -Desliguei e dei um suspiro. -Que bênção começar o dia assim.   

    Me sentei na cama e me enrolei com o gostoso lençol da cama, por estar friozinho e por eu ter ido dormir apenas de calcinha na noite anterior. Eu moro com o meu marido, já não é nenhuma surpresa algo interessante ter acontecido antes de dormirmos.

    Me levantei e assim fui até o primeiro andar, onde lá fui direto para a cozinha pegar algo para comer. Apenas uma tigela de cereal, pois acordei com um desejo enorme de comer isso. E antes de abrir a geladeira para pegar o leite, encontrei um bilhete na porta:

    -Já dei ração pro Doug e fui dar uma volta com a Alison. Já voltamos.

    -Está atrasado. -Disse, ao abrir um sorrisinho.

    Peguei minha tigela com cereal e leite e fui para o sofá, encontrando Doug deitado ali.

    -Oi, menino de mamãe! -Me sentei ao lado dele e o acariciei, deixando-o bem feliz. E então liguei a TV, começando a passar os canais na intenção de achar algo legal para assistir. Até que achei. -Ah, meu Deus. -Aumentei o volume e abri um sorriso, começando a comer. -Filho, olha o seu pai novinho. -Disse para Doug, por termos começado a assistir IT. Eu dou mais risada com esse filme do que levo susto, por causa do Finn. E estava bem na cena que ele está sozinho num quarto cheio de palhaços. -Olha, Doug, todo pirralho morrendo de medo de palhaço! -Gargalhei. -Ai, tadinho. -E voltei a comer, me divertindo com as cenas e com tudo. Sem contar que ele e o Jack nesse filme são uns amores todinhos.

    Ainda me divertindo com o Doug ao assistirmos ao filme e quase terminado meu cereal, escuto meu celular tocar outra vez, que estava ao meu lado no sofá.

    -Alô?

    -Oi, minha princesa.

    -Oi. -Abri um sorrisinho.

    -Por que eu estou ouvindo a minha voz aí onde você tá?! -Perguntou e eu ri.

    -Porque talvez eu esteja assistindo a um filme onde você e seu amigo Jack não param de gritar. -Rimos. -E você não para de falar palavrão um minuto sequer.

    -Hm, então você está falando de Richie Tozier? 

    -O próprio. -Ri. -Ei, onde você está? Vi o seu bilhete agora de manhã.

    -Ah, eu não sabia se você acordaria por agora, então achei melhor deixar avisado. Fui levar a Alison para um passeio, você já vai saber qual é.

    -Tá bom. -Ri. -Já estão vindo?

    -Sim, eu te liguei pra saber se você já estava acordada.

    -Ah, eu terminei de comer agora. -Acariciei o Doug. -Vou tomar um banho.

    -Então vai logo. Vou te dar um negócio quando eu chegar.

    -Sério?! -Franzi a testa. -Por quê?

    -Ah, um presentinho adiantado. -Riu. -Vai logo, eu já vou chegar.

    -Tudo bem, eu vou rápido.

    -Isso.

    -Beijos.

    -Beijo. -Desligamos.

    -É, Doug, o seu pai só apronta. -O acariciei outra vez. E então desliguei a TV e subi para um tomar um banho quente.

    Até que tomei um bem rápido, mesmo relaxante. Acabei ficando bastante ansiosa e curiosa sobre esse presentinho adiantado.

    Saí do banho e fui me vestir. E assim que terminei, logo o ouvi entrar em casa. Consequentemente começando a falar com o Doug.

    Ajeitei meus cabelos e saí do quarto, descendo as escadas em seguida.

    -Oi, amor. -Fui até ele, que estava com Alison no colo, enquanto escondia algo atrás das costas.

    -Oi. -Abriu um sorriso e logo peguei em seu rosto, o aplicando um demorando selinho.

    -Oi, princesa! -A acariciei, fazendo-a rir, e a enchi de beijo na bochecha.

    -Pelo visto cheguei na hora certa.

    -Depende. -Cruzei os braços. -Não sei que “presente adiantado” é esse. -Ri meio boba.

    -Então é hora de saber. -Sorriu e logo tirou de trás das costas um buquê enorme de rosas vermelhas. Nossa, mas era um buquê muito grande, completamente lindo. -Feliz aniversário adiantado, amor.

    -Finn... -O peguei, admirando-o desacreditada de tão lindo que era. Chegava a pesar, de tantas rosas. Uma mais linda do que a outra. -É lindo... -Ainda o admirava com precisão e cheirei as flores tão cheirosas.

    -Não é dessa que você mais gosta?

    -Sim, eu amo rosas! -Abri um enorme sorriso. -Finn, são lindas! -Disse emocionada e o abracei fortemente. Bem forte mesmo.

    -Sua filha também me ajudou a escolher. -Ele disse e eu ri.

    -Eu sei, obrigada, meu amor! -A beijei mais ainda.

    -Gostou mesmo?

    -Sim, mas é claro que gostei! -As admirei outra vez. Todas as flores e até mesmo o lindo laço que as mantinham juntas. E então, algo me parou por completo.

    -O que foi?

    Simplesmente encontro pendurada na fitinha a porra de uma chave de uma Mercedes.

 

    De uma

    Mercedes

 

    -Finn...

    -O que houve? -Abriu um sorrisinho pra mim.

    -O que é isso? -Retirei a chave da fitinha, ainda desacreditada. -Você não fez isso. -E ele continuava com o sorrisinho pra mim.

    -Você sabe que eu fiz.

    -Mas eu não quero acreditar que fez, o que é isso?!

    -Você quer saber o que é isso?

    -Sim, mas digo... -Ainda sem palavras. -Pra que isso?!

    -Ah, eu vou te mostrar pra quê. -Deixou a Alison no meu colo e logo veio por trás de mim, cobrindo minha vista com as mãos.

    -Finn!

    -Vamos lá, eu vou te mostrar! -Foi caminhando comigo e logo notei que ele abriu a porta de casa, me guiando até o lado de fora. Até que finalmente me parou em algum lugar específico do quintal. -Está pronta?!

    -Não, eu estou nervosa! -Disse e ele riu.

    -Então agora eu te apresento o seu novo filho. -Tirou as mãos de meu rosto, me deixando completamente desacreditada.

    Eu não tinha palavras. E nem mais fôlego.

    Tinha apenas uma Mercedes na cor preta, estacionada no nosso quintal ao lado do carro dele. Uma enorme faixa em vermelho aveludada nele, terminando com um laço na parte de cima do carro. E para finalizar, a placa do meu carro é “MBB1902”

    -E aí? -Me esbarrou no ombro, por eu ainda estar chocadíssima. -Gostou?

    -Finn... -Dei um suspiro em meio de uma risada e me voltei a ele indignada. -O quê?! -Ainda chocada.

    -É, meu amor, o carro é seu. -Assentiu para ele.

    -Você tem noção de que isso é uma Mercedes?!

    -Mas é claro que eu tenho. -Riu. -É a sua cara, pode falar.

    -FINN, UMA MERCEDES!

    -SUA MERCEDES! -Rimos.

    -Finn, isso custa demais!

    -Ah, coube no bolso.

    -Não, não só o carro! -O admirei com os olhos brilhando. -Olha pra tudo isso! Eu já disse que não quero você gastando tanto por minha causa! Ficou louco?! Eu disse que estava tudo bem se você só...

    -Millie. -Pegou em meu rosto, fazendo-me calar. -É o seu presente de aniversário. -Sorriu. -O carro é seu.

    -AI, É MEU! -Abri um enorme sorriso e corri até o carro, que chegava a brilhar. -QUE LINDO! -O acariciei toda feliz. -QUE COISA MAIS LINDA!

    -É, eu sabia que iria gostar. -Abriu um sorriso.

    -E essa placa do carro?! -A analisei com precisão. -São minhas iniciais!

    -E a data do seu aniversário.

    -Como conseguiu fazer isso?!

    -Ah, nada que um orçamento e um valor a parte não resolvessem. -Se gabou. -E realmente, a “puta” da Amanda fez um ótimo trabalho. -Riu, me fazendo lançar um olhar pra ele.

    -Como é que é?! -Nem acredito. -Está me dizendo que...

    -Que a vagabunda que me liga, a minha puta, a piranha que eu andava comendo me ajudou a fazer essa surpresa pra você?! -Riu outra vez. -Sim, isso mesmo.

    Ok, agora eu estou sem palavras.

    -Finn... -Levei minha mão à boca. -É sério?!

    -Sim, seríssimo. Eu venho à procura de alguém que pudesse negociar isso tudo comigo há um tempo, desde que eu comecei a dirigir. Eu sempre notei como você olha pro volante, doida pra dirigir um carro seu. E graças a Deus eu achei a Amanda, antes mesmo de você tentar pensar em comprar um carro pra você. -Ainda em choque. -E nós estamos há meses trabalhando e negociando isso. Tudo que ela quis foi fazer o melhor para essa surpresa, porém eu deixei parecer o que você achou que fosse. -Suspirou. -Acontece.

    -Isso é tão errado... -Assenti que não com a cabeça. -Finn, eu preciso ligar pra ela!

    -Pra quê?!

    -Me desculpar! -Disse e ele riu.

    -Esquece isso, vai.

    -Não, Finn, não foi justo!

    -Millie, ela mal te conhece. Deixa quieto, finge que isso nunca aconteceu. -Ele disse, mas eu permaneci calada.

    -Mesmo?

    -Sim, deixa pra lá. Se arrepende de ter xingado ela?

    -Sim, mas ao mesmo tempo não, porque assim você aprende a não esconder mais nada de mim!

    -Ok, só não vamos voltar nesse assunto. -Riu. -Melhor pra todos.

    -Eu ainda não acredito nisso. -Acariciei o carro outra vez. -É lindo demais...

    -A chave está com você, vai na fé.

    -Quer que eu dirija?!

    -Bom, talvez mais tarde. Mas entra no carro, vê como é.

    -Isso, entra comigo! -Abri o carro com a minha chave e nós logo entramos. -Wow! -Disse ao pegar no volante e observar aquilo tudo. Aquele painel maravilhoso, os bancos completamente confortáveis e acolchoados num couro lindo. Sem contar do espaço que esse carro tem na frente e atrás. Imaginem no porta-malas. -Por que aquilo está al? -Assenti para o bebê-conforto no banco de trás.

    -Ah, porque eu tive que vir dirigindo o seu carro e ela veio comigo. Saí pelas ruas com esse laço vermelho e enorme, um charme. -Rimos.

    -Hm, já estreou meu bebê? -Ri.

    -Já sim. E olha, que carro bom da porra.

    -Hm, que bom saber. -Abri um sorrisinho, feliz da vida. -Ok, eu estou completamente apaixonada por esse carro. É poderoso demais.

    -Que nem você. -Riu. -Quando eu disse que é a sua cara, eu não estava brincando. -Ele disse e assentiu pra Alison em seu colo. -E você só vai andar de BMW e Mercedes agora, né.

    -Ela é chique, ela. -Rimos. -Obrigada mesmo, eu nem sei o que dizer.

    -Ah, seus dezoito anos. Você merece. -Me acariciou. -E eu até daria amanhã, mas estaremos nos seus pais.

    -Pois é. Mas não tem problema algum, o que vale é a intenção. -Peguei em sua mão e a enchi de beijos. -Quanto foi?

    -Ihh, chega, Millie.

    -Finn!

    -Millie, para de se preocupar com isso. Eu quis te dar e eu dei, sem mais nem menos. Aceite.

    -Ok... -Ri. -Ah, eu quero tanto dirigir!

    -Calma, a sua carteira vem.

    -Eu espero. -Dei um suspiro. -Também estou doida pra testar esse carro, parecer ser foda dirigi-lo.

    -É sim. Digo por experiência própria. -Rimos.

    -Bom, então é melhor vermos isso depois com calma, não queremos nos atrasar para o ensaio do casamento. O caminho é longo até lá e ainda temos que deixar algumas coisas prontas.

    -É, eu sei. Bom, falta muita coisa ainda?

    -Não, só vou colocar as coisas na bolsa. Eu dou o banho nela enquanto você toma o seu e a gente vai logo.

    -Tudo bem. -Ele disse e me admirou, me fazendo abrir um sorriso.

    -Eu te amo. -Disse, fazendo-o sorrir também.

    -Eu também te amo. -Respondeu e eu peguei em seu rosto em seguida, trazendo-o para um demorado selinho.

    -Obrigada. Eu amei, amei tudo. -O beijei outra vez.

    -Para de me agradecer. -Acariciou meu rosto. -Amanhã é o seu dia. -E terminou com outro selinho em meus lábios.

    -Obrigada vocês dois por fazerem amanhã ser o melhor aniversário de todos. -Acariciei minha filha. -Ou pelo menos tentarem fazer ser o melhor de todos. -Rimos e eu a peguei no colo, aplicando vários beijos nela.

    -Relaxa, amanhã vai ser bom. Você vai gostar.

    -Eu espero. -Dei um suspiro. -Bom, então vamos. Vida que segue.

    -Isso aí. -Riu. -Vamos.

 

    [...]

 

    O ensaio estava bem interessante. E bem divertido também, além de estar tudo lindo. Já esperávamos estar tudo bem organizado, por faltar pouquíssimos dias para o casamento do meu cunhado, finalmente. Estamos todos ansiosos demais, e podem apostar que será o casamento do ano.

    Demoramos um pouco para chegar, por ser uma igreja um pouco distante. Porém era completamente linda, toda feita de vidro. Nunca vi algo assim, era de tirar o fôlego só de imaginar a cerimônia ocorrendo aqui. E assim que chegamos, começamos os trabalhos.

    Tínhamos apenas nós três, mais o Nick, Jenna, a cerimonialista e outro ajudante. Não sei muito bem o que ele fazia ali, mas fazia parte da produção toda. E não, os outros vários padrinhos não estão, pois já fizeram os ensaios antes de nós dois. Nick quis reservar uma data só para nós, por haver padrinhos que são nossos fãs, e não daria certo a concentração toda necessária. Pra ser sincera, foi até melhor ele ter feito isso. Assim temos mais privacidade e aconchego.

     Permanecemos ensaiando por um bom tempo, mas nunca é suficiente. Toda atenção e concentração é precisa, não será um evento qualquer. E até parece que eu e Finn fazemos algo de qualquer jeito relacionado a esse tipo de coisa, é claro que não. Mas confesso que estava engraçado, pois era nossa primeira experiência como padrinhos de casamento. E até onde sabíamos, éramos os padrinhos mais novos de todos. Mas sem problemas.

    -Muito bom, pessoal. Vamos refazer mais uma vez. -Disse a cerimonialista, nos fazendo voltar para a porta da igreja. -Nicolas e Jenna, gostariam de fazer alguma mudança na entrada deles? -Os perguntou, que estavam sentados em um dos milhares de bancos daquele lugar.

    -Não, por mim está perfeito. -Disse Nick, com Alison no colo enquanto eu e Finn ensaiávamos.

    -Sim, está lindo. -Jenna sorriu.

    -Então, mais uma vez. -Assentiu para nós dois. -Já sabem, a partir da primeira música, vocês entram.

    -Assim que começar? -Finn perguntou.

    -Sim, podem esperar alguns segundinhos e então vocês entram. Vamos lá, braços dados. -Ela pediu.

    -Vamos outra vez. -Ri e dei o braço esquerdo para Finn.

    -Firmes e fortes. -Rimos. E então começamos a andar lentamente por aquele vermelho e cumprido tapete, que ia até o altar.

    -Isso, desse jeito está ótimo. -Disse a cerimonialista. -A partir daí, os outros padrinhos já começam a entrar, sendo guiados por vocês.

    -Mas nós paramos lá na frente, não? -Perguntei.

    -Isso, venham aqui. -Nos chamou, indo até a escadinha do altar. -No dia do casamento terão duas cadeiras viradas na diagonal do lado esquerdo da escada, e do lado direito terão mais duas.

    -Sim.

    -Assim que vocês chegarem até aqui, não se sentarão em um dos bancos. Vocês dois se sentarão nas duas cadeiras que estarão aqui, no lado direito.

    -Tudo bem.

    -Finn, você na primeira e Millie na segunda.

    -E quem se sentará nas cadeiras do outro lado? -Perguntei.

    -O segundo casal de padrinhos.

    -Isso, nós decidimos assim, pois os quatro são os mais importantes para nós. -Disse Jenna. -Vocês, por serem meus cunhados, e meus melhores amigos, que entrarão logo depois de vocês. E se sentarão do outro lado.

    -E os outros padrinhos se sentam nos bancos, conforme forem entrando. -Disse Nick.

    -Que carinhoso da parte de vocês! -Sorri.

    -É mesmo, obrigado, pessoal.

    -Ah, não precisam agradecer. Iremos dar destaque a vocês, é claro. -Rimos.

    -Bom, então está esclarecido. -Disse a moça. -Está bom por vocês?

    -Claro.

    -Está ótimo.

    -E por vocês, padrinhos? -Assentiu para nós com um sorriso no rosto.

    -Ah, está incrível! -Sorri.

    -Sim, está maravilhoso. -Finn sorriu de volta.

    -Ótimo. -Sorriu. -Jenna, venha aqui, por favor? Para resolvermos a questão da noiva.

    -Claro. -Ela assentiu e seguiu com a cerimonialista até o ajudante dela, que tinha um caderninho e caneta em mãos.

    -Olha, vai ser o bicho, hein. -Finn deu um tapinha em Nick, fazendo-o rir, e logo pegou Alison no colo.

    -Ah, valeu. A gente está bem ansioso, a Jenna fala sobre esse casamento a cada dia. -Rimos.

    -E nós também! Fala sério, vai ser incrível! -Disse.

    -E você não tá ansioso, Lobo?! -Finn riu.

    -Porra, mas é claro que eu estou! -Rimos.

    -E tem que estar mesmo, isso vai ser foda!

    -Ah, vai. E muito obrigado, pessoal, por concordarem fazer tudo isso. E por estarem aqui hoje.

    -Ah, que isso. -Finn riu.

    -É um prazer enorme!

    -Ficamos felizes em ouvir isso. -Sorriu. -E só pra saberem, se até hoje vocês não estivessem juntos, eu convidaria a Millie para entrar com o Finn de qualquer jeito. -Rimos.

    -Eu não iria recusar. -Corei um pouco, em meio de risadas.

    -Muito bom saber disso. -Finn riu, ao assentir pra mim.

    -Ah, pessoal, preciso falar com vocês outra coisa. Na verdade, nem tem motivo, porque vocês já estão totalmente acostumados com isso, mas os deixarei avisados. É bem provável que as câmeras não saiam de perto de vocês dois, tudo bem? -Ele perguntou, nos fazendo franzir a testa.

    -Por quê?! -Finn perguntou.

    -Vocês são as celebridades que estarão no casamento, fora o resto da galera de vocês. Então...

    -Mas como assim?! O casamento é de vocês! -Disse. -O centro das atenções são vocês!

    -Sim, fiquem tranquilos. É só porque corre o risco de acabarem focando bastante em vocês também. Tanto pelas fotos do casamento, quanto porque são celebridades. Relaxem, não há problema algum por nós. Agora queremos saber por vocês.

    -Ah, está tudo bem. -Disse Finn.

    -Por que teriam problemas?

    -Por causa da Alison.

    -Mas essas fotos não vão para mídia, necessariamente, vão? -Perguntei.

    -Não, os fotógrafos só fazem o trabalho da equipe da cerimônia. Nada pela mídia. E essas fotos só ficarão com a gente, fiquem tranquilos.

    -Bom, por mim está tudo bem.

    -Por mim também. -Afirmei. -Sem problemas.

    -Então tudo bem. Acho que é só. -Suspirou. -Ah, mais uma coisa. Finn, já falou com ela? -Assentiu pra mim.

    -Sobre?

    -Nossa prima.

    -Ah, não. Eu me esqueci.

    -O que houve? -Perguntei.

    -Não é nada demais. É que uma das nossas primas vem para o casamento, obviamente. E ela é completamente obcecada por você, Millie. -Ele disse, me deixando surpresa.

    -Sério?! -Abri um sorriso.

    -Sim. -Nick assentiu com Finn. -Ela te ama.

    -Desde quando?!

    -Muito tempo.

    -Finn, por que nunca me disse isso antes?! Trabalhamos juntos há anos, ela poderia ter me conhecido!

    -Ah, é complicado. Nós sempre estávamos muito ocupados e ela mora bem longe. Não é tão simples.

    -Por que apenas não me deu o telefone pra falar com ela?! -Ri.

    -Pois é, não faço ideia.

    -Enfim. Ela está ansiosa demais para te conhecer. Sempre nos perguntava sobre você quando nos encontrávamos algumas vezes no ano.

    -Sim, daí ela me abraçava e dizia: “Meu Deus, a Millie já tocou aqui.” -Rimos.

    -Oww, que fofa!

    -É, ela é bem fã. Só quis avisar, pra deixar avisado. Sempre bom, né.

    -Sim, claro. -Ri. -Podem deixar, vou adorar conhecê-la.

    -Vai sim, ela é legal. Um pouco obcecada, mas legal. -Finn riu.

    -Oi, pessoal. -Jenna veio até nós. -Acho que já foi tudo feito.

    -Mesmo?

    -Mesmo. -Sorriu. -Está ficando tudo incrível.

    -Ah, estou sabendo de que estão bem ansiosos. -Finn disse e nós rimos.

    -Estamos sim.

    -E nós estamos tanto quanto vocês, acreditem. -Afirmei.

    -Bom, já falou com eles? -Ela perguntou para Nick.

    -Já sim.

    -Sobre a surpresinha também? -Riu.

    -Essa eu te esperei pra contar.

    -Que surpresinha? -Finn perguntou.

    -Não se preocupem, é algo bem simples. -Jenna começou. -Nós escolhemos vocês para assinarem os documentos como testemunhas do casamento! -Terminou, nos fazendo dar um suspiro de surpresa.

    -Sério?! -Perguntei animada.

    -Mesmo?!

    -Sim, nó queremos que vocês dois assinem. Assim que nos casarmos, chamaremos os dois no altar e vocês assinarão os documentos, já que serão maiores de idade. -Sorriu. -Se aceitarem serem testemunhas do casamento, é claro.

    -Mas é claro que aceitamos! -Sorri.

    -Mas que honra, contem com a gente! -Finn riu comigo.

    -Sabíamos que gostariam. -Nick sorriu com Jenna. -E por falar em maior de idade... -Nick assentiu pra mim, me fazendo rir bobamente.

    -Ah, nem me lembre. -Brinquei.

    -Já é amanhã, não?! -Jenna perguntou ansiosa.

    -É sim.

    -E não está animada?

    -Nem tanto... -Disse meio sem graça.

    -Por que não?

    -Está tudo bem?

    -Sim, está. Não se preocupem.

    -Ela ainda está lidando com a situação. -Finn riu para quebrar o gelo.

    -Ah, é normal. Você se acostuma. -Jenna me aconselhou.

    -Obrigada, Jenna. Está tudo bem.

    -Está sim... -Finn disse, e o clima ficou meio chato entre todos nós. -B-bom, afinal vocês vêm para o aniversário dela, não é?!

    -Claro, amanhã estaremos lá!

    -Com bastante animação. Muito obrigada pelo convite. -Jenna agradeceu.

    -Não precisa agradecer. Será apenas uma comemoração para a família, nada demais.

    -Então estaremos lá. -Sorriram.

    -Estarei os esperando. -Sorri de volta e logo quis mudar de assunto. -Ei, e então? -Peguei na mão do Finn. -Encerramos o ensaio?

    -Sim, já estão liberados. Muito obrigada por comparecerem.

    -Mas é claro, nós somos seus padrinhos!

    -Sempre que for preciso, nos liguem, e daremos um jeito. -Disse Finn.

    -Isso aí. Não se preocupem.

    -Obrigado, pessoal.

    -Então, nos vemos amanhã. -Finn se referiu a eles.

    -Isso.

    -Nós já vamos indo, porque temos um caminho longo pra pegar. -Disse. -E ainda organizar muita coisa para amanhã.

    -Pois é.

    -Querem ajuda com alguma coisa?

    -Obrigada, Nick. Está tudo bem. -Agradeci.

    -Valeu mesmo, pessoal. -Disse Finn.

    -Não há de quê. Até amanhã.

    -Até amanhã.

    [...]

    O caminho até a casa dos meus pais foi longo. E até chegarmos, não trocamos uma palavra um com o outro sobre o meu aniversário. Ele sabe que eu não quero falar sobre isso e respeita a situação, como eu já esperava. Por isso o clima chato quando tocamos nesse assunto enquanto ensaiávamos para a cerimônia do casamento. Mas agora já foi.

    O passeio foi bom para espairecer sobre isso e ouvir um pouco de música tocada na rádio, além de, claro, conversar com o Finn sobre coisas aleatórias enquanto nossa filha tirava um cochilo no bebê-conforto. Mesmo sabendo que terá que comer quando chegarmos em casa.

    E após um bom tempo dentro do carro, nó chegamos.

    Lar doce lar. Pelo menos costumava ser.

    Saímos do carro e entramos em casa. Não tocamos a campainha, porque eu tenho a chave. E então fomos recebidos por meu cachorro, primeiramente.

    -Oi, meu amor! -Abri um sorriso e comecei a acariciá-lo, tendo Alison dormindo em meu colo. E Finn segurava seu bebê-conforto.

    -Oi, menino! -Finn o acariciou também, deixando-o feliz.

    -Senti saudades de você! -O beijei e nós logo entramos, fechando a porta em seguida. -Cadê todo mundo? -Franzi a testa, ao observar o primeiro andar vazio.

    -Nem me pergunte. -Deu de ombros.

    -Millie? -Ouvimos a voz de meu pai vindo da cozinha. E então fomos até lá.

    -Pelo visto, chegamos na hora certa. -Ri, ao encontrar cozinhando alguma coisa. O almoço, provavelmente.

    -Oi, que bom que chegaram! -Disse e veio até nós, me abraçando e cumprimentando Finn em seguida. E aplicou alguns beijinhos na mãozinha da Alison. -Como estão? Tudo certo para o casamento? -Se voltou para o que fazia antes.

    -Sim, já deve estar tudo resolvido. -Disse, enquanto a deitava no bebê-conforto deixado na bancada. E logo me apoiei na mesma.

    -Pois é. Até porque faltam duas semanas para o casamento, então eles estão na correria. -Disse Finn. -Mas tá tudo certo.

    -Devem estar, estamos ansiosos para esse casamento. -Meu pai disse. -E você, Millie? Animada para os dezoito anos?

    -Para os dezoito, talvez. Mas pra amanhã... -Dei um suspiro, fazendo-o me admirar com uma feição que eu já conhecia. -Não me olha assim, você sabe do que eu estou falando.

    -Millie, só tem uma coisa que você precisa entender, meu amor. -Suspirou e veio até mim, segurando em meu rosto em seguida. -Eu entendo você. Mas não há nada que possamos fazer. -Disse, me deixando calada. É claro que há o que possam fazer. -Você sabe que as coisas são assim, isso não é novidade pra você.

    -Infelizmente.

    -Tudo bem, já está tudo resolvido. E será assim, nós querendo ou não.

    -Ainda não entendo o motivo disso.

    -Nem eu entendo, mas não vou mais discutir com a sua mãe sobre isso. Já chega. -Permaneci calada. -Será apenas uma noite, Millie. Você sabe que eu te entendo e sua mãe também te entende. -Ri sarcasticamente.

    -Não começa com isso de novo.

    -Não foi escolha dela, Millie.

    -Pai, por favor. -Retirei sua mão de meu rosto. -Eu não acredito que você ainda se força a tolerar essa mentira idiota e estúpida! Pai, até quando isso vai permanecer assim?!

    -Gente, vocês querem que eu saia, ou... -Finn começou.

    -Fica. -Pedi e me voltei ao meu pai. -Até quando vai tolerar essa falta de postura, pai?!

    -Millie, nós já conversamos sobre isso!

    -Não, nós não conversamos sobre nada! Tudo o que sabemos fazer é engolir essa falta de posicionamento que ela tem e fingir que aceitamos! Isso é tão imaturo, a cada vez que se força a engolir isso, menos ela se toca!

    -E o que é que você quer que eu faça? -Perguntou, me calando por completo. -Que eu me divorcie?

    -O quê?!

    -Eu vou dar privacidade pra vocês. -Pegou a Alison e o bebê-conforto. -Estarei lá em cima no quarto da Ava. -Assentiu pra mim e saiu dali. E eu apenas me voltei ao meu pai, fechando meus olhos e dando um longo suspiro em seguida.

    -Por que disse isso?

    -Você sabe o motivo. Nós dois conhecemos a sua mãe o suficiente pra saber que isso não vai acabar. Não importa o quanto você tente, o quanto você implore, isso não vai acabar. Essa é a sua mãe, e querendo ou não, nós teremos que lidar com essa situação. Infelizmente. -Continuei calada. -Você entendeu?

    -Não! -Disse e ele deu um suspiro. -Eu não entendo o motivo disso simplesmente não ter um fim! Essas coisas acontecem desde que eu me entendo por gente, amanhã eu faço dezoito anos! Será que ela não percebe que já é hora de parar com isso?! Será que ela não...

    -O que está acontecendo? -Ouvi sua voz, fazendo-me virar o rosto rapidamente. E a encontrei apoiada na porta da cozinha, com uma feição terrível. Parecia ter dormido durante um dia inteiro e ainda estar completamente cansada.

    -Estou apenas conversando com a Millie. -Meu pai tentou quebrar o gelo. -Acabaram de chegar. -Terminou, deixando nós duas caladas.

    -Qual está sendo o problema, Millie? -Me perguntou num tom exausto.

    -Como assim?

    -Estou te perguntando qual está sendo o problema agora.  

    -Se eu disser vai mudar alguma coisa? -Perguntei e ela deu um suspiro, vindo até mim em seguida.

    -Já chega. -Se calou. -Basta. Eu não quero mais ouvir sobre esse assunto dentro dessa casa até amanhã. Já chega de reclamações, já está decidido como vai ser e não há mais conversa. Apenas aceite. -Terminou, me fazendo dar um suspiro.

    -Por que eu não pude decidir?

    -Você não entende o que eu digo, Millie. -Ela disse, me fazendo soltar uma risada por decepção.

    -E mais uma vez você diz que eu não entendo. -Assenti que sim com a cabeça. -O que eu não entendo, mãe?

    -Eu estou fazendo isso pelo bem de todos, Millie. Você não consegue enxergar isso.

    -“Bem de todos”?! Você não está fazendo isso nem pelo seu próprio bem! Por que continua achando que eu vou aceitar essas coisas?!

    -Não quero que aceite, quero que entenda!

    -Que eu entenda o quê?! -Ri outra vez e cruzei meus braços. -Ainda nem consigo entender o motivo de ter feito essa festa pra mim amanhã.

    -Deixa de ser ingrata.

    -Eu sou ingrata?! Eu sei exatamente o motivo dessa festa amanhã, mãe! Eu disse inúmeras vezes que sair pra jantar bastava, mas não, foi preciso insistir nessa festa, por causa de duas pessoas! Não é?! -Perguntei, deixando-a calada por um bom tempo. Mas logo disse alguma coisa.

    -Você ouviu bem o que eu disse antes? -Silêncio, outra vez. -Já chega. Eu não quero mais que você...

    -Kelly, basta. -Meu pai a interrompeu. -Eu estava apenas conversando com a Millie antes. Mal cumprimentou a sua filha. -Permanecemos quietas, até que ela deu um pesado suspiro, ao passar as mãos no rosto. E então pegou em minha mão.

    -Só, por favor, não volte com esse assunto de novo. Amanhã será um dia bom, é seu aniversário. Vamos terminar com esse clima, de uma vez por todas. -Me admirou. -Será apenas amanhã. Depois irão embora. -Terminou, me fazendo assentir que sim com a cabeça.

    -Como quiser. -Disse num tom baixo. E graças a Deus ela mudou de assunto.

    -Cadê o Finn?

    -Com a minha irmã.

    -Eu vou tomar um banho antes de falar com ele. Robert, avise quando o almoço estiver pronto, por favor. -Pediu e saiu da cozinha, nos deixando a sós.

    -Entende agora o que eu te disse antes? -Me perguntou, sendo respondido por meu suspiro.

    -Ainda não acredito nisso. -Ri e assenti que não.

    -Só faça o que sua mãe pediu para não causar problemas, filha. Eu te entendo. Só, por favor, tente esquecer. Amanhã é seu aniversário, não merece se estressar com isso. -Pegou em meu rosto outra vez. -Deixa isso pra lá. -Assenti que sim com a cabeça.

    -De que jeito, né? -Disse e ele me beijou na testa.

    -Sobe. Já chamo vocês pra comer, acredito que estejam famintos.

    -Ah, eu estou. -Rimos.

    -E não se preocupe, amanhã faremos da sua festa uma diversão. Te prometo.

    -Obrigada, pai.

    -Tudo bem. -Ele disse e eu logo segui com rumo para sair da cozinha, até que algo na bancada, escondido entre algumas coisas, me chama a atenção. Três frascos de remédios que já não os vejo desde que eu era criança. Desde acontecimentos incrivelmente marcantes dentro de casa.

    -Pai...? -Peguei um deles e o observei.

    -O que foi? -Se voltou a mim.

    -O que isso está fazendo aqui? -Franzi a testa, deixando-o calado por alguns segundos. Como se estivesse tentando pensar em alguma resposta.

    -Estávamos esvaziando as gavetas e achamos esses frascos.

    -E por que estão aqui?

    -Os separei para jogar fora. Está tudo bem. -Terminou, não me deixando nada convencida. Porém resolvi deixar pra lá e os deixei onde estavam, saindo da cozinha de imediato. E então, fui para o segundo andar, com rumo ao quarto da Ava.

    Abri a porta e logo um sorriso se formou em meu rosto, ao ver aquela cena. Minha irmã estava feliz da vida mostrando seus novos livros da escola para o Finn, que os analisava com ela, tendo sua filha em seu colo enquanto dormia. Chegava a derreter meu coração.

    -Mills! -Ela sorriu ao me ver. E então veio correndo até mim, me dando um forte abraço em seguida.

    -Ei, que saudades de você! -A abracei forte em meio de risadas.

    -Estou muito feliz que vocês chegaram, eu estava esperando o dia todo!

    -E agora nós já estamos aqui. -Sorri.

    -Pena que a Alison está dormindo. Que horas ela vai acordar?!

    -Daqui a pouco ela acorda.

    -Está animada pro seu aniversário, Mills?!

    -Sim, vai ser divertido. Como foi no ano passado.

    -Foi muito legal, você ganhou vários presentes! E o Finnie voltou de viagem!

    -Isso. -Ri.

    -Vem, eu preciso te mostrar! -Pegou em minha mão, me puxando para perto do Finn. E então me sentei no chão, fazendo-a se sentar no meu colo.

    -O que você estava mostrando pro Finn? Posso ver?

    -Sim, pode! -Pegou um dos vários livros e o abriu, para me mostrar. -Olha, eu vou aprender tudo isso na escola!

    -Uau, deixa eu ver! -Peguei um, começando a folheá-lo. -Vai ser mais inteligente do que já é.

    -Ela estava me mostrando tudo quando eu cheguei aqui, tem várias coisas legais. -Disse Finn.

    -Eu percebo. -Sorri, ainda o folheado. -Gostou do seu livro de matemática? -Abri um sorrisinho pra ela, ainda sentada em meu colo.

    -Sim! É esse aqui! -Pegou outro e me mostrou.

    -Você gosta de matemática? -Finn perguntou.

    -Sim, é minha matéria favorita!

    -Ah, ela adora números. -Ri. -É o inverso de mim.

    -E você, Finn, gosta de quê? -Ela o perguntou.

    -Ah, eu gosto de várias coisas. Gosto muito de física.

    -Como é física?!

    -Você ainda vai aprender, falta muito. -Ri.

    -Ah, isso é coisa de gente grande! Eu ainda sou criança. -Ela disse e nós rimos.

    -Então aproveita, pelo amor de Deus. -Brinquei.

    -Estão com fome? Porque eu estou morrendo! -Rimos.

    -Estamos. -Respondemos.

    -Vou ver com o meu pai, já que minha mãe não sai do quarto pra nada. -Se levantou e saiu dali, fechando a porta em seguida.

    Sabia. Foi exatamente o que pensei sobre minha mãe, após Ava dizer que ela não sai do quarto pra nada. E continuaria pensando sobre isso, se a Alison não tivesse começado a chorar por estar com fome.

    -Ei, já está tarde pra você sentir fome, sabia? -A peguei no colo e a beijei. -Era pra ter mamado antes, mas preferiu dormir. -Ri e logo a ajeitei em meu colo, começando a amamentá-la, enquanto a acariciava.

    Logo me encostei na cama da minha irmã, estando ao lado do Finn, por estarmos sentados no chão. E então senti seu braço vir por trás de meu pescoço, começando a me acariciar no braço, ao me envolver nos ombros.

    -Ei, quer conversar sobre o que aconteceu lá embaixo? -Perguntou, me fazendo assentir que não com a cabeça. E então dei um suspiro.

    -Minha mãe falou com você?

    -Sim, ela apareceu aqui bem rápido. Parecia estar bem cansada. -Ele disse e eu assenti que sim, enquanto pensava.

    -Estão me escondendo alguma coisa. -Disse, deixando-o quieto por alguns segundos.

    -Como assim?

    -Finn, quando eu era mais nova, há um tempo, minha mãe costumava ter surtos. -O admirei. -Surtos seríssimos de depressão. Num nível alto. -Permanecemos calados. -Foi a pior época da minha vida, eu era muito criança, Ava nem era nascida ainda. Então ela começou a se cuidar e a tratar esses surtos e crises. Foram meses a base de remédios fortes. E quando isso terminou, nunca mais aconteceu de novo. Eu nunca mais vi esses frascos de remédio pela casa.

    -E por que está preocupada?

    -Porque eu acabei de vê-los na cozinha. -Disse, ainda o admirando. E nada mais saía de nossas bocas depois dessa. Muito menos da minha. Tudo o que fiz foi fechar os olhos em meio de um longo suspiro. E então levei minha mão à testa. -Por favor, de novo não... -Lamentei, sentindo uma lágrima escorrer de meu olho.

    -Ei, ei, olha pra mim. -Pegou em meu rosto, me fazendo admirá-lo. -O que isso quer dizer, Millie? Ela já fez alguma coisa com você?!

    -Não, Finn, não, mas é um pesadelo! -Enxuguei outra lágrima. -Só eu sei o inferno que era, passava as noites em claro! Eu mal conseguia dormir por causa disso tudo, são surtos horríveis que não deveriam mais acontecer! Nunca mais!

    -E você acha que estão acontecendo?

    -Pode estar prestes! -Mais uma lágrima, mas ele a enxugou. -Eu perguntei pro meu pai o motivo daquilo estar na cozinha, e ele me disse que separou para jogar fora, mas é mentira! Estavam cheios, eram novos, eles não guardariam aquilo por mais de dez anos para ter que jogar fora agora!

    -Ok, se acalma. -Se virou de frente pra mim e segurou em minha mão. -Olha pra mim. -Pegou em meu rosto. -Se acalma. Vai ficar tudo bem.

    -Mas...

    -Millie, me escuta. Se ela está tomando essas coisas de novo, quer dizer que vai passar. Ela está medicada, caso isso tenha voltado. Ela vai ficar bem.

    -Mas estão escondendo isso de mim!

    -Por que você acha isso?

    -“Por que”?!

    -Millie, se seu pai não conversou sobre isso com você, é porque talvez não seja preciso. Deve estar tudo sob controle e não querem te preocupar.

    -E se não for isso?

    -Se não fosse isso, você e seus irmãos já estariam sabendo. -Ele disse, me calando. -Fica tranquila, deve estar tudo bem.

    -Ela mal falou comigo, Finn. Nem se quer me abraçou.

    -Ok, Millie, ela deve estar tão estressada quanto você em relação ao amanhã. Dá um desconto, as coisas devem melhorar. Se você pensar no pior...

    -Eu sei, eu só... -Comecei.

    -O quê? -Me acariciou. -Me diz o que você está pensando.

    -E se isso voltar a acontecer, Finn? -Perguntei preocupada.

    -Se voltar a acontecer, ela vai melhorar. Assim como já melhorou antes.

    -Não, Finn, não é esse o problema.

    -Então qual é?

    -A minha irmã está sozinha aqui. -Disse. -Mesmo sendo um inferno, eu tinha meus irmãos comigo. A Ava não, ela está sozinha.

    -A Ava tem os irmãos dela e tem eu. Ela não está sozinha.

    -Você entendeu.

    -Tudo bem, o que eu quero te dizer, Millie, é que se isso acontecer de novo e começar a ser o caos, a Ava tem pra onde correr. Nem que ela fique um tempo com a gente em casa, não importa. Ela não é obrigada a ficar na confusão. -Me acariciou outra vez. -Isso é, se algo acontecer realmente. Então relaxa. -Terminou, me fazendo assentir que sim com a cabeça.

    -Você está certo. -Peguei na mão dele, começando a acariciá-la. -Desculpa, é que eu fiquei morrendo de medo.

    -Eu entendo. Sei que está com medo disso voltar a acontecer, mas fica tranquila. Você vai ver que está tudo bem. -Acariciou meu rosto. -Eu só fiquei surpreso, porque você nunca me contou isso.

    -Eu sei. Eu não gosto de falar sobre isso, então ninguém nunca soube. Até porque, se eu comentar isso com qualquer um, acharão que minha mãe é louca. -Ri sem graça.

    -E você sabe que eu não sou qualquer um.

    -Por isso te contei. E me desculpa por isso, eu não quis te preocupar. E nem quero que ache que minha mãe é louca. -Disse e ele riu.

    -Millie, todo mundo tem problemas. Está tudo bem, eu conheço seus pais e seus irmãos. Sei quem eles são, sem essa de eu achar que sua mãe é louca. Eu entendo perfeitamente se ela passar por algum tipo de crise, acontece. Eu só quero que saiba que eu estou aqui pra ajudar no que for. E que você pode contar comigo pra qualquer coisa. Pode sempre conversar comigo quando quiser, sobre o que quiser, eu sempre te disse isso. Desde quando nos conhecemos. -Me admirou. -E também sempre te disse que eu estou aqui com você. Você tem a mim, nunca se esqueça disso.

    -Nem que eu quisesse. -Sorri sem muita cerimônia. E fui respondida por um gostoso e molhado selinho nos lábios.

    -Fica tranquila, tá? -Me acariciou outra vez, após eu apoiar minha cabeça em seu ombro. -Pensa em coisas boas. -Disse e eu ri.

    -Tipo? -Brinquei.

    -Sei lá. Tem uma coisa que eu sempre me lembro quando a gente vem pra cá.

    -O quê? -Franzi a testa.

    -Nossa última noite antes de irmos morar juntos. -Disse, o que fez o sorriso em meu rosto começar a se formar. -Foi uma das nossas melhores noites aqui com os meninos. E essa criança linda ainda estava na sua barriga, era bem pequena. -Disse e eu ri.

    -Eu ainda estava grávida de quatro meses. -Disse, a acariciando em meu colo.

    -Isso aí. Pelo visto se lembra bem.

    -Mas é claro que me lembro. -Disse e o admirei. -Não tem como me esquecer.

 

------------------------------------------- Flashback On -----------------------------------------------------

 

    -Eu não aguento mais. -Disse enquanto saía do banheiro de meu quarto com o Finn, após vomitar pela milésima vez no dia.

    -Calma, Millie, é normal. -Nos sentamos na cama. -Bebe, você precisa se hidratar. -Me entregou meu copo com água, me fazendo beber.

    -Daqui a pouco eu estou vomitando toda a água que já bebi. -Revirei os olhos e deixei o copo na mesinha. -É bem ruim.

    -Eu sei que é, ninguém gosta de vomitar. Mas pensa que é por uma boa causa.

    -Como assim?

    -Você está passando mal, porque está grávida. Não porque está doente.

    -Sim, eu sei. Graças a Deus é por causa da gravidez, mas mesmo assim.

    -Eu sei. -Me acariciou. -Tudo que eu preciso que faça agora é que se hidrate e se alimente. É importante pra vocês dois.

    -Claro. -Acariciei minha barriga. -Mesmo colocando a maioria das minhas refeições pra fora, eu não deixo de me forçar a comer pelo bebê. -Abri um sorrisinho.

    -Eu sei que não. -Afirmou e beijou minha barriga em seguida. E então fomos interrompidos por batidas na porta.

    -Entra. -Pedi.

    -Millie? -Minha mãe abriu a porta. -Seus amigos chegaram. Estão lá embaixo e querem ver vocês.

    -Obrigada, mãe.

    -Já vamos descer. -Ele disse, fazendo-a fechar a porta ao sair dali.

    -Que bom que chegaram, estou morrendo de saudades. -Me levantei bem animada da cama.

    -Nós todos estamos, com certeza. -Também se levantou e logo saímos do quarto, indo direto para o primeiro andar.

    -Como será que vai estar?!

    -Não sei, vamos ver! -Escutava eles conversando no sofá.

    -Estou muito ansiosa pra ver isso!

    -Eu quero é conversar com eles!

    -Vem cá, será que eu posso saber que invasão é essa na minha casa?! -Me aproximei deles, junto de Finn, e cruzei meus braços. E fui respondida por seus sorrisos de animação.

    -MILLIE! -Se levantaram todos e nos abraçaram com bastante força. Não, ainda não tínhamos nos encontrado todos após a nossa despedida.

    -Gente, cuidado, ela está grávida! -Sadie se preocupou, após fazermos um pouco de tumulto.

    -Ai, meu Deus, nós fizemos alguma coisa?!

    -Machucou?!

    -Calma, gente! -Finn riu.

    -É, parecem doidos! -Ri também.

    -Não, mas isso eles são. -Finn me respondeu.

    -É, tem razão.

    -Enfim! -Sorriram outra vez. -Vamos nos sentar pra conversar! -Pediram e nós todos nos sentamos nos sofás.

    -E aí, como vocês estão?! -Caleb perguntou.

    -É, nos contem! -Sadie pediu.

    -Estamos com saudades! -Disse Gaten.

    -Nós também estamos. -Disse Finn. -E nós estamos bem.

    -É, eu venho passando mal de vez em quando, mas estou bem.

    -Por quê?! -Noah perguntou assustado.

    -É meio óbvio. -Acariciei minha barriga.

    -AAAAI, MEU DEUS!

    -MOSTRA, MOSTRA!

    -EU QUERO VER, MOSTRA! -Pediram desesperados, me fazendo revirar os olhos em meio de um sorriso. E então, descobri minha barriga do moletom que eu usava, deixando-os chocados.

    -AI.

    -MEU.

    -DEUS.

    -QUE COISA LINDA!

    -É A PRIMEIRA VEZ QUE EU VEJO ESSA BARRIGA DEPOIS DE TANTO TEMPO!

    -ESTÁ DE QUATRO MESES, NÉ, MILLS?! -Sadie perguntou.

    -Sim, quase cinco. -Abri um sorriso.

    -OK, EU ESTOU MUITO FELIZ!

    -Nós percebemos sua felicidade, Noah. -Finn riu. -E, por favor, não gritem.

    -Não é bom pro bebê?! -Caleb perguntou, me fazendo rir.

    -Gente, o bebê está dentro da minha barriga. Os gritos não são bons pra mim, que tenho audição e não estou a fim de perdê-la. -Ri.

    -Desculpa, amiga.

    -É que nós estamos muito felizes por isso! -Disse Gaten.

    -Eu sei que estão, e nós também estamos.

    -Sério?!

    -Claro. Por que não estaríamos? -Finn deu de ombros.

    -Sei lá, né... Vai que vocês ainda não estão de boa com a situação.

    -Noah! -Sadie o deu um cutucão.

    -Gente, está tudo bem. -Comecei. -Isso não é um problema.

    -Pois é, nós já conversamos muito sobre isso. E nós estamos bem em relação ao bebê. Não precisam se preocupar.

    -Finn, você o ama? -Noah assentiu para Finn.

    -É sério que você está perguntando para um pai se ele ama o próprio filho?! -Caleb franziu a testa.

    -Uai, tem pai que não ama!

    -Tá, e o que te faz pensar que eu sou um deles? -Finn perguntou.

    -Então ama?!

    -Claro que sim, porra! Eu hein! -Ele disse e nós rimos.

    -É cada pergunta, hein. -Disse Gaten.

    -E você também ama, né, Mills?

    -Mas é claro que amo, Noah.

    -Ah, então graças a Deus.

    -Deixa eu perguntar uma coisa? -Disse Caleb.

    -Manda. -Finn respondeu.

    -Vocês o sentem? Digo, Millie.

    -Como assim? -Perguntei.

    -Tipo, você meio que tem essa conexão? De saber o que ele quer, ou o que ele sente? Umas paradas loucas assim? -Perguntou e eu ri.

    -Sim. -Respondi.

    -Sério?! -Todos perguntaram com um sorriso no rosto.

    -Mas como assim?!

    -Como é isso?!

    -Eu sei quando ele está agitado, quando está calmo e coisas do tipo. Sei o que agrada ou não, eu sei quando o meu bebê está bem.

    -Wow!

    -Pois é, ela é sinistra. -Finn assentiu pra mim. -Às vezes a gente vai dormir e ela diz “Ele ainda está agitado”. -Riu. -Bagulho é poderoso, mesmo. -Terminou e eu ri.

    -Millie, você não acha isso fofo não?!

    -Acho, claro! -Ri outra vez.

    -Ai, gente, eu só quero que chegue o dia do nascimento dessa criança logo! -Disse Noah.

    -Acham que é menino ou menina?! -Sadie perguntou.

    -Sem ideia. -Respondi.

    -Eu acho que nós vamos ter uma menina linda chamada Alison. -Finn me envolveu na cintura, fazendo-me encostar nele.

    -Será? -Perguntei com um sorrisinho curioso.

    -Vai que. -Respondeu com o mesmo sorriso.

    -Alison?!

    -Então vocês já escolheram os nomes?!

    -Já escolhemos desde o primeiro dia. -Ri.

    -ENTÃO NOS FALEM! -Pediram.

    -Se for um menino, vai ser Tyler. E se for menina, vai ser Alison. -Disse, notando os enormes sorrisos que eles abriam.

    -Meu Deus!

    -Gente, que coisa linda!

    -Que nomes lindos!

    -Não to preparado pra isso não!

    -Mas agora, queremos saber de vocês. -Finn começou. -Acham que teremos menino ou menina?

    -Eu acho que vai ser menina. -Sadie sorriu.

    -Eu também, sempre disse isso. -Disse Gaten.

    -Pois é, mas eu acho que vai ser menino. -Disse Caleb.

    -E você, Noah? -Finn perguntou.

    -Acho que vai ser um casal de gêmeos, é isto.

    -É que assim, eu já fiz o ultrassom meses atrás. E só tem uma criança aqui dentro. -Rimos.

    -Ah, tentei. -Riu e deu um suspiro. -Tá, mas falando sério, com certeza vai ser uma menina! Não há dúvidas, vocês dois têm cara de serem papais de uma menina chamada Alison! Aceitem.

    -Ih, gente. -Disse.

    -Noah falou, tá falado. -Disse Gaten.

    -Claro, eu sei de tudo. -Se gabou.

    -Quer dizer que temos cara de ser pais de uma menina? -Finn riu.

    -Sim.

    -É mesmo, agora que o Noah disse, eu percebi. -Disse Caleb.

    -Então é isso, teremos uma menina. -Peguei na mão do Finn.

    -Millie, você sabe o que a Alison tá fazendo agora? -Gaten perguntou, me fazendo rir.

    -A Alison?! -Perguntei.

    -Sim, não é?! -Riram.

    -Bom, a Alison está quietinha, prestando atenção em tudo que nós estamos falando. E eu acho bom estarem certos de que é uma menina, se não ele vai ficar meio bolado. -Disse e nós rimos.

    -Quando vocês descobrem o sexo?

    -Mês que vem.

    -Já?!

    -Sim, a partir do quinto mês o ultrassom revela. -Disse Finn. -E quando nós descobrirmos, avisamos a vocês.

    -Acho bom mesmo. -Disse Caleb.

    -É, e “ai” de vocês se não avisarem. -Disse Noah.

    -Relaxa, parceiro.

    -Mas e aí, galera? -Caleb perguntou. -Como vocês estão em relação ao trabalho?

    -É mesmo, já ia perguntar! -Disse Sadie.

    -Bom, eu continuo trabalhando. Na verdade, venho dando mais atenção à Millie e ao bebê, mas às vezes não tem como evitar.

    -Pois é, e eu me afastei demais do trabalho, por enquanto. Não volto para a mídia tão cedo. Chega a ser um alívio.

    -Imaginamos.

    -Mas por quê? Não querem relevar nada sobre o bebê, ainda?

    -Ainda é muito cedo pra decidir sobre a influência do bebê na mídia, mas não revelaremos nada para ninguém por enquanto. E mesmo assim, eu não tenho condições de trabalhar desse jeito. Além de passar bem mal, eu preciso de repouso.

    -É mesmo, Mills. -Disse Gaten. -Eu ia perguntar se você está bem.

    -Pois é, você tá meio abatida. E a gente se preocupa. -Disse Caleb.

    -Eu sei. -Sorri. -E relaxem, só estou cansada. E meio enjoada.

    -Deve estar sendo uma barra, não? -Sadie me perguntou, me fazendo dar um suspiro.

    -Olha, está sendo uma barra sim. Mas sendo sincera com vocês... -Assenti que não com a cabeça. -Eu não me importo.

    -Como assim?

    -Gente, eu não me importo. Não importa quantas vezes eu passe mal, quantas vezes eu sinta dores ou fique cansada com facilidade, eu amo essa criança mais do que tudo. -Disse, deixando-os calados. -Eu poderia estar morrendo, mas amo o meu filho. E não me importo com as consequências que a gravidez me cause, contanto que ele esteja bem aqui dentro.

    -E por isso fazemos de tudo por essa criança. -Finn acariciou minha barriga. -Eu venho parando de trabalhar só para ajudar e dar atenção a eles. E vocês sabem que não podemos nos afastar tanto assim da mídia, mas eu não ligo. A Millie e o nosso filho são mais importantes. -Terminou, deixando os meninos sem palavras.

    -Eu já disse que Deus une duas pessoas por uma razão? -Noah perguntou.

    -Eu estou encantadíssima. -Sadie abriu um sorriso.

    -Somos dois, ruiva. -Disse Gaten.

    -São os melhores pais desse mundo todo, meu Deus do céu... -Ouvimos a voz de Caleb e logo notamos que ele enxugava algumas lágrimas.

    -Ihh, meu Deus! -Gargalhei.

    -Alá o outro! -Finn riu junto.

    -Owwnt, não chora! -Os meninos riram, enquanto o consolavam.

    -Calma, Caleb, tá tudo bem! -Ri, tentando acalmá-lo.

    -Nossa, me emocionei demais. -Ele riu ao se acalmar.

    -Tá bem?! -Finn perguntou outra vez.

    -To bem. -Rimos todos.

    -Mas é lindo demais, mesmo. -Sadie sorriu. -Eu amo vocês demais, isso sim.

    -E o bebê de vocês também ama vocês. -Disse Noah.

    -Podem apostar que serão pais incríveis. -Disse Caleb.

    -Errado, eles já são pais incríveis. -Gaten sorriu com todos nós.

    -Obrigada, pessoal. -Agradeci.

    -Isso significa muito pra gente. -Disse Finn. -Esse apoio e suporte todo de vocês.

    -Significa muito pra gente, isso sim! -Noah riu.

    -É mesmo, são lindos demais. -Disse Gaten.

    -Mas gente, ainda queremos saber sobre outra coisa. -Sadie começou.

    -Hm.

    -Afinal, vocês vão morar juntos quando o bebê nascer?!

    -Ahh, disso nós queremos saber muito bem! -Disse Caleb.

    -Vocês estão ficando aqui por enquanto, não é?

    -Achei que fosse na casa do Finn.

    -Acho que são nas duas.

    -Galera, calma. -Disse, os interrompendo. -Na verdade, a gente reveza. Ele passa um tempo aqui comigo, depois eu passo um tempo na casa dele.

    -Não disse? -Noah se gabou.

    -Ah, então o Finn está dormindo aqui esses dias.

    -Isso. -Afirmei.

    -E essa vai ser a nossa última noite aqui. -Ele disse.

    -Ah, amanhã vocês vão pra casa do Finn? -Gaten perguntou, nos fazendo assentir que não com um sorrisinho no rosto.

    -Ué.

    -Então... Como vai ser? -Caleb perguntou.

    -Bom... -Finn começou. -Nós queremos contar uma coisa pra vocês.

    -Ih, meu Deus. -Disse Gaten.

    -Nós esperamos por esse momento para dizer pessoalmente. -Sorri.

    -Para, cacete, que eu fico nervoso! -Noah se ajeitou no sofá.

    -Então... -Comecei e peguei na mão de Finn, outra vez. -Nós estamos nos mudando. -Disse, deixando-os imóveis. -Vamos morar juntos, finalmente. -Sorri.

    -Já levamos nossas coisas para a casa nova e essa será nossa última noite aqui. -Ele sorriu. -Amanhã nós partimos e lá ficaremos.

    -Se tudo der certo, é claro.

    -Isso. -E continuavam imóveis. -Morreram?

    -Por favor, me deixem gritar. -Noah pediu num tom baixo, como se estivesse paralisado.

    -Não. -Ri, e então ele pegou uma almofada e afundou seu rosto nela.

    -AAAAAAAAAAAAAA, MEU DEUS, MEU DEUS, MEU DEUS!!! MEU SONHO SE REALIZOU, OBRIGADO, SENHOR, MUITO OBRIGADO! AAAAAAAAAA!! -Retirou seu rosto de dentro da pobre almofada e se ajeitou no sofá, como se na tivesse acontecido.

    -Tá bem? -Ri.

    -NÃO!

    -GENTE, MEU DEUS DO CÉU!

    -VOCÊS SE MUDAM AMANHÃ?!

    -VÃO MORAR JUNTOS?!

    -SÓ VOCÊS DOIS?!

    -ONLY YOU?!

    -VÃO PARA UMA CASA NOVA?!

    -Gente, pelo amor de Deus! -Finn riu. -Se acalmem, por favor?!

    -Olhem só, os meus pais vão achar que nós estamos nos matando. E assim vocês vão agitar o bebê, sosseguem.

    -Opa, malz.

    -Mas nos expliquem isso!

    -Ok, é simples. No início do mês os nossos pais fizeram uma surpresa pra nós dois. Compraram uma casa por perto e nos deram de presente, já que mais cedo ou mais tarde eu e Millie moraríamos juntos.

    -Sim, porque não vamos morar separados com o nosso filho já nascido.

    -Pois é, então eles fizeram essa surpresa pra gente. Disseram que podemos ir pra lá quando quisermos, para nos acostumarmos aos poucos. E nós já levamos tudo que precisávamos para a casa nova.

    -Então, é só chegar e morar. -Ri.

    -E vocês vão amanhã?!

    -Sim!

    -Caralho, gente!

    -Que foda!

    -Me levem junto!

    -A casa é legal?!

    -É grande?!

    -É uma mansão?!

    -Já tem o quarto do bebê?!

    -Ainda não, nem sabemos o sexo! -Rimos.

    -É, amanhã vai ser nossa primeira noite lá. -Disse Finn.

    -Gente, que coisa fodástica, juro! -Disse Noah.

    -Que irado!

    -Vocês não estão com medo?! -Sadie perguntou.

    -De...?

    -Algo dar errado?

    -Ah, estamos com o cu na mão. -Disse. -Mas faz parte, pelo menos estamos juntos nessa.  

    -Isso aí. Se vamos ficar na merda, vamos ficar na merda juntos. -Disse Finn.

    -Meta. -Disse Noah.

    -Ai, vocês são papais safados morando juntos sozinhos! -Disse Caleb.

    -É mesmo, a privacidade toda deles! Gaten riu.

    -Ui, nem gostam!

    -Ah, é sempre bom, né. -Afirmei.

    -E não vamos mentir, vai ser bem foda. Nós estávamos desesperados no começo, mas nos acostumamos. -Disse Finn.

    -Na verdade, vamos começar a nos acostumar. -Terminei.

    -E estão ansiosos para amanhã?!

    -Demais! -Dissemos em coro.

    -Meu pai do céu.

    -Nos mandem vídeos.

    -Fotos.

    -Da casa inteira, de tudo que puderem!

    -Podem deixar.

    -Ah, poxa, agora to com inveja da Alison.

    -Noah, quem disse que é Alison?! -Ri.

    -É Alison sim e acabou!

    -Tá com inveja por que, parça? -Caleb o perguntou.

    -Porque porra, morar com eles deve ser sensacional! Eu quero ir!

    -É mesmo, também quero.

    -Eu também.

    -Isso, nos levem.

    -Sem chances! -Finn riu comigo.

    -Ahh.

    -Poxa.

    -Vacilões.

    -Ihh, menos. -Disse Finn.

    -Tá bom.

    -Então, pelo visto é isso aí. -Caleb assentiu para nós dois. -Poderosos, indo morar no casarão, hein.

    -Ah, para. -Ri.

    -É sério, pessoal, sejam muito felizes! -Sadie sorriu. -Muito, muito mesmo!

    -Ah, eles já são felizes demais! Olha pra eles! -Noah riu.

    -Nós ficamos felizes demais por vocês, galera. -Disse Caleb. -Vocês merecem.

    -Merecem tudo e mais um pouco. -Disse Gaten. -E a Alison também merece ter vocês dois como pais. Essa aí vai agradecer a Deus todos os dias. -Ele disse e nós rimos.

    -Uau, nosso fã dizendo, gente. -Ri.

    -É sério, vocês são sensacionais. -Sadie terminou.

    -Olha, eu não sei nem mais o que dizer, hein. -Disse Finn. -A gente é feliz pra caralho por termos vocês, falo de coração.

    -Iti! -Noah o mandou um beijinho.

    -Não é brincadeira, somos gratos demais por tudo isso. -Disse.

    -E a Alison também vai ser. Vai ser grata demais por ter vindo pra essa família e por ter os melhores titios que ela poderia ter. -Finn riu comigo.

    -AI, SOMOS TITIOS DELA! -Noah se animou com os meninos.

    -É claro que são. -Ri.

    -Bom, dizem que os filhos escolhem os pais, não é mesmo? -Disse Gaten.

    -Então, ela fez a escolha certa. -Sorri e acariciei minha barriga. -Se for “ela”, né. -Rimos.

    -Millie? -Noah me chamou.

    -Hm?

    -A gente pode?

    -Podem o quê? -Franzi a testa.

    -Ah... Você sabe... -Ele disse meio sem graça.

    -Eles querem conhecer melhor a sobrinha deles. -Finn riu.

    -Ah, eu sei disso, meu amor. Só estou me fazendo de boba pro Noah dizer logo de uma vez. -Disse e nós rimos. -Tudo bem, vocês querem tocar minha barriga?

    -SIM!! -Responderam em coro. -Tenho nervosinho de grávida, mas QUERO MUITO! -Disse Caleb.

    -Oh, meu Deus, o outro surtado. -Finn riu.

    -Ok, quem vem primeiro? -Perguntei, fazendo todos levantarem a mão.

    -FALEI PRIMEIRO! -Disse Noah,

    -NINGUÉM DISSE NADA, NÓS LEVANTAMOS A MÃO! -Disse Sadie.

    -E EU LEVANTEI PRIMEIRO! -Disse Gaten.

    -NADA HAVER, FUI EU! -E por último, Caleb.

    -Ai, gente, vem todo mundo. -Ri e eles logo se aproximaram de mim que nem loucos. -Com calma, por favor.

    -Pode tocar em qualquer lugar? -Gaten perguntou.

    -Sim. -Subi meu moletom outra vez, expondo minha barriga para eles. E então, começaram a tocar e a acariciar, com bastante cuidado e emoção.

    -Oi, Alison! -Caleb a acariciou encantado. -Oi, neném!

    -Oii, eu sei que você escuta a gente! -Gaten brincou, me fazendo rir.

    -Iti, coisa linda, titia já ama! -Disse Sadie.

    -Oi, Alison, o meu nome é Noah e eu sou quase o irmão da sua mãe. Isso quer dizer que eu vou te amar muito e que você vai amar o titio Noah aqui, nós vamos ser uma dupla até o fim, tá?! -Noah acariciou minha barriga e eu logo assenti para o Finn.

    -Várias crianças. -Ri com ele, me referindo aos meninos que se divertiam com a minha barriga.

    -São mesmo. As melhores que existem.

    -Ai, que agonia, é durinha!

    -Noah, você nunca tocou numa barriga de grávida?! -Sadie riu.

    -Não que eu me lembre!

    -Mills, tá te incomodando? -Gaten perguntou.

    -Não.

    -Tá te machucando? -Caleb perguntou.

    -Não, gente. -Ri. -Fiquem tranquilos.

    -Finn, você não sente agonia não?

    -De quê?

    -Sei lá, a barriga é toda durinha! -Disse Noah.

    -Sim, é interessante tocar! -Disse Gaten.

    -Não te dá nervosinho? -Noah o perguntou.

    -Claro que não. -Ele riu. -Acho a Millie linda assim.

    -OWW, TI MEU DEUS!

    -GENTE, ELE É TÃO FOFO!

    -AI, QUE HOMEM!

    -QUE PAI!

    -Gente, eu acho que vocês se esqueceram da parte que a gravidez me deixou mais emotiva, e tudo mais. -Disse em meio de risadas, quase emocionada.

    -Ahh, não chora! -Riram.

    -Eba, agora somos eu e Millie.

    -Valeu, Caleb. -Demos um soquinho nas mãos um do outro.

    -Será que dá pra ouvir?! -Noah encostou a orelha em minha barriga.

    -Noah, se acalma. -Ri.

    -Ai, é que eu fico empolgadíssimo, meu Deus.

    -Todos nós, amigo. -Disse Gaten.

    -Muito bom que a gente aqui que nem desesperados pra tocar na barriga da Millie, e o Finn ali pleníssimo. -Disse Caleb e nós rimos.

    -Gente, eu faço isso todo dia. -Ele riu.

    -Nossa, esse aqui fica em cima da minha barriga o dia inteiro. -Ri e dei um empurrãozinho nele.

    -Ah, me deixa mimar minha criança. -Rimos.

    -Mas como assim, ele faz muito carinho? -Sadie perguntou.

    -“Muito” chega a ser pouco. -Ri. -Ele faz carinho, fala com a criança, dá beijo e tudo mais.

    -AIN, GENTE!

    -TI NENÉM!

    -TO SOFT!

    -Ihh, me deixem. -Ele disse e nós rimos.

    -Ele é um fofo, ele. -O acariciei.

    -Sou mesmo.

    -Finn é um amor. -Disse Gaten.

    -Ah, eu tenho vontade de guardar ela num potinho. E cuidar só pra mim. -Finn se referiu a mim.

    -Estou morrendo de fofura interna, entendem? -Disse Noah.

    -Eu também. -Disse Caleb.

    -Ele está sendo mega protetor, mal me deixa levantar da cama sozinha. -Ri.

    -Finn tá nesse nível, é?! -Sadie riu.

    -Ih, nem sabe! Me oferece isso, aquilo, compra remédio pra mim, me manda comer, beber água e assim vai. -Ri e o admirei. -Né? Iti, você é um amor demais. -O apertei cheia de amores e o beijei, fazendo-o rir.

    -Obrigado. -Ele agradeceu.

    -Iti, Finn mega protetor. -Disse Noah.

    -Temos aqui o casal perfeito. -Disse Gaten.

    -E eu ainda quero ouvir mais, muito mais! -Disse Caleb.

    -Tipo...? -Finn perguntou.

    -Tipo, os planos de vocês! -Disse Sadie.

    -Isso, nos contem! -Se animaram.

    -Tá bom, a gente conta. -Disse. -Mas antes, vamos comer alguma coisa, porque agora eu sinto fome por dois e como por dois.

    -Coisa mais linda. -Disse Noah.

    -Então vambora.

 

------------------------------------------- Flashback Off --------------------------------------------------- 

 

    -Que dia incrível foi esse. -Disse, após rirmos bastante juntos por lembrarmos desse dia.

    -Foi mesmo. -Me acariciou. -E depois dali, só veio coisa foda pra gente, hein.

    -Ah, veio. -Ri mais ainda. -Nunca me esqueço da nossa primeira noite em casa. -Rimos.

    -Foi sensacional, cara. -Riu outra vez. -Aí, vamos voltar pra esse dia. Agora.

    -Vamos.

    -Como que faz?

    -Não faz. -Rimos. -Só sei que eu amo demais morar com você mais do que tudo, saiba disso.

    -Porra, ir morar contigo foi a melhor coisa que já me aconteceu na vida. To nem brincando. -Riu e me beijou em seguida. -E sabe de uma coisa?

    -Hm?

    -Não é que o Noah estava certo?

    -Como assim?

    -Era “Alison” o tempo todo. -Ele disse e eu ri.

    -O Noah está sempre certo, já aprendi isso há muito tempo.

    -E o Noah tem certeza de algo que fala desde quando?! -Riu.

    -Desde o primeiro dia que eu o conheci.  

    -Como assim?

    -Depois que nós três nos conhecemos, eu fiquei conversando com ele um pouco distante de você. Daí ele me perguntou na maior cara de pau: “Você gosta dele, né?”. -Disse e nós gargalhamos.

    -Esse menino não domina o mundo porque não quer.

    -Não mesmo, já disse que o Noah é do cacete. -Rimos mais ainda. -Fiquei toda sem graça quando ele me perguntou isso, dali pra frente eu soube que seríamos melhores amigos.

    -Ah, e não é à toa que são mesmo. -Riu e fomos interrompidos pela Ava.

   -Desculpem, acabei ficando lá embaixo.

    -Tudo bem.

    -Já podem ir, o almoço está pronto. E o Charlie e a Paige já estão chegando!

    -Que bom, assim almoçamos todos juntos. -Disse Finn.

    -Isso, vamos! -Ela disse.

    -Pode ir, eu vou esperar ela terminar. -Assenti para a Alison.

    -Querem que eu espere vocês? -Nos perguntou.

    -Não precisa, você está com fome. -Finn respondeu.

    -Não tem problema, eu vou esperar vocês. -Disse e logo pegou uma folha de papel e um giz de cera qualquer, começando a desenhar ao nosso lado no chão.

    -É muito você, cara. -Assentiu pra mim, se referindo à minha irmã.

    -Para! -Ri meio boba.

    -Ei, me promete uma coisa?

    -O que você quiser.

    -Então me promete que vai ficar feliz, porque você é linda, perfeita e é foda.

    -Finnie! -Ava o chamou a atenção. -O palavrão!

    -Opa, desculpa. Saiu sem querer. -Riu e se voltou a mim novamente. -Me promete que vai se alegrar em relação ao amanhã. Por favor, é um dia especial para todos nós aqui. Pra você principalmente, e eu não vou deixar que nada e ninguém estrague o seu dia. -Pegou em meu rosto, me fazendo admirá-lo por alguns segundos. Até que dei um rápido suspiro.

    -Eu prometo. -Disse, e então abrimos um sorrisinho. E os unimos em um selinho bem rápido.

    -Ai, ai... -Minha irmã suspirou. -Adolescentes... -Assentiu que não com a cabeça, enquanto desenhava. -Calma aí, vocês adultos ou adolescentes?!

    -Ah... -Finn começou. -Meio termo.

    -Isso.

    -O que é “meio termo”? -Perguntou.

    -Quer dizer que estamos entre sermos adolescentes e adultos. -Disse.

    -Então, basicamente somos jovem adultos. -Ele disse.

    -Boa, isso aí. -Concordei.

    -Ah... Então tudo bem! -Riu e voltou a desenhar.

 

    [...]

 

    E a tarde toda já se foi. Se passou voando, num piscar de olhos.

    Mesmo ocorrendo aquela discussãozinha mais cedo na cozinha, o fim do dia foi incrível para nós. Almoçamos todos em família, após meus irmãos finalmente chegarem. Combinamos de que eles também viriam para ajudar na organização e decoração, e para acordarem comigo no dia do meu aniversário, que era o que eles mais queriam. E eu também. Então, eles passarão a noite com a gente.

    Depois do almoço nós começamos os preparativos. Cada um fazia uma coisa, mas todos se ajudavam. Foi um momento de pura diversão entre todos nós, inclusive para Ava, que não ajudava no mesmo que nós, mas se divertia bastante enquanto brincava com a Alison perto da gente, até minha filha se divertia. E isso nos dava um desconto enorme.

    Conseguimos deixar a mesa arrumada e os enfeites presos à parede, como a decoração da festa. Estava tudo bem bonito, e ficará mais ainda amanhã quando terminarmos tudo.

    Durante o processo todo, não comentei absolutamente nada sobre o que aconteceu hoje mais cedo entre mim, minha mãe e meu pai para os meus irmãos. Não queria preocupá-los com nada, e Finn devia estar certo. Não deve ser nada demais, se não já estaríamos sabendo. E mesmo assim, não quis dizer mais nada sobre aquilo naquele momento tão divertido para todos nós. Inclusive para a minha mãe, que já aparentava estar melhor. E por falar nela, eu pelo menos consegui convencê-la, junto de meus irmãos, a deixar tocar algumas músicas na festa amanhã. E ela finalmente concordou. Pois não, não era pra haver músicas tocando na festa, segundo ela. Na verdade, segundo os pais dela. E me deixou bem feliz o fato de ela agora aceitar que isso aconteça por mim, mesmo indo contra a vontade deles.

    Finalmente, terminamos os afazeres do dia. E já era noite. Então, realizamos a terceira refeição do dia em família, outra vez, sendo outro momento incrível. Conversamos todos sobre várias coisas, inclusive contamos para a Paige sobre nossa viagem para o Tenessee, o que acabou nos fazendo rir bastante por lembrarmos daqueles dias e do incrível Natal que celebramos juntos. Inclusive, esfreguei na cara dela que tudo teria sido melhor ainda se ela tivesse comparecido. Mas tudo bem, eu entendo o lado dela.

    Após o jantar, as horas se passaram voando enquanto eu e Finn conversávamos sobre várias coisas no sofá da sala, enquanto fazíamos a Alison dormir. E mesmo assim, continuamos conversando durante muito tempo. Mas muito mesmo, perdemos a noção da hora. Quando nos demos conta, já era quase dia seguinte. Então fomos para o meu quarto, trazendo a Alison junto, para eu tomar o último banho do dia. Só para refrescar. E até que foi delicioso.

    -Nossa, que banho gostoso. -Disse aliviada, ao sair do meu banheiro. Estava apenas de toalha.

    -Teria sido melhor, se eu tivesse ido junto. -Ele brincou, enquanto acariciava a Alison em seu colo.

    -Haha, bobo.

    -Mas não to mentindo.

    -Eu disse que estava? -Abri um sorrisinho e comecei a procurar por minha roupa na mochila. -Ela já dormiu?

    -Sim, apagou agora há pouco. Estava agitada demais querendo participar das nossas conversas. -Riu.

    -Ah, já imaginei. -Ri de volta. -Ah, eu não acredito.

    -O que foi?

    -Deixei a droga do pijama em casa. -Dei um suspiro de frustração. -Mas que saco, me empresta uma blusa?

    -Claro, pode pegar. Acho que eu trouxe aquela branca social que você gosta de vestir.

    -Mas você não vai usar essa amanhã?

    -Relaxa, eu uso a outra.

    -Obrigada. -Disse e peguei a blusa dele, vestindo-a em seguida. -Essa blusa é ótima, porque não mostra tanto a minha calcinha. E eu não estou sozinha com você em casa, então seria um problema. -Rimos.

    -Essa camisa fica linda em você. -Me admirou. -Fica melhor em você do que em mim.

    -Que bom que você gosta. -Abri um sorrisinho e o beijei em seguida. E então ouvimos batidas na porta, recebendo meu pai em seguida. -Oi, pai.

    -Oi, pessoal. Eu vim perguntar se está mesmo tudo bem por vocês se dormirem no sofá.

    -Sim, está tudo bem. -Disse Finn.

    -É, fica tranquilo.

    -Eu realmente peço desculpas, nós temos feito umas mudanças aqui, desde que os três saíram de casa. Demos a sua cama para a Ava, e essa que agora está no seu quarto é pequena para vocês dois.

    -Nós entendemos.

    -Se quiserem, eu posso pedir pra ela dormir aqui e vocês dormem lá no quarto dela.

    -Pai, está tudo bem. -Ri. -Já está tarde, a Ava está dormindo. Não precisa fazer isso.

    -É, Robert, nós entendemos numa boa.

    -Bom, tudo bem. A Paige e o Charlie estão dividindo a cama, se quiserem trocar eu...

    -Pai. -O interrompi. -Nós vamos dormir o sofá e pronto.

    -É, vai ser só por uma noite.

    -Já que não se importam, então tudo bem. Eu e sua mãe já deixamos travesseiros e um cobertor pra vocês lá embaixo.

    -Obrigada.

    -Obrigado, Robert.

    -Não precisam agradecer. Eu vou dormir, vão vocês também. Está tarde e amanhã queremos comemorar cedo.

    -Pode deixar. -Finn respondeu.

    -Boa noite, pai.

    -Boa noite, filha. -Veio até mim e me abraçou fortemente. -Eu te amo.

    -Também te amo.

    -Boa noite, Finn.

    -Boa noite, Robert.

    -Nos vemos amanhã, mocinha. -Sorriu pra mim e logo livrou meu quarto.

    -Então... -Comecei. -Vamos descer?

    -Sim, eu vou descendo pra deixar ela no bebê-conforto, tá? Antes que acorde.

    -Tudo bem, vai lá. Já estou indo. -Disse e ele saiu do quarto. E eu saí logo depois, porém não com rumo ao primeiro andar, e sim para outro quarto.

    Bati na porta e logo entrei, por saber que estavam acordados.

    Apenas fiquei encostada na porta, os observando com meus braços cruzados, enquanto eles também me admiravam. Até que comecei a abrir um sorrisinho pra eles.

    -Eu me lembro de quando eu dormia no meio de vocês dois quando morávamos na Inglaterra. -Sorri mais ainda. -Mas agora é capaz de se eu tentar me enfiar no meio de vocês, um dos dois cair no chão. -Gargalhei com eles.

    -Charlie? -Disse Paige.

    -Hm?

    -Pega ela.

    -Eu já ia de qualquer jeito. -Se levantou da cama e veio correndo até mim.

    -Não! -Gargalhei e ele logo me pegou por cima de seu ombro. -Charlie! -Gargalhei com eles, até que me jogou na cama.

    -Pronto, já está aí! -Ele riu.

    -Vai fazer dezoito aninhos! -Paige me abraçou bruscamente por trás, começando a rir comigo. -Que neném!

    -Aniversário da pirralha número um! -Ele me fez cócegas.

    -PARA! -O dei um empurrãozinho, por quase morrer sem ar de tanto gargalhar. -Vocês me irritam! -Continuei rindo, e eles também.

    -Você nos ama! -Charlie me empurrou de volta.

    -Ama demais, nem vem. -Paige brincou e logo nos acalmamos das risadas.

    -Ai, ai, Millie... -Charlie deu um suspiro, enquanto me admirava. -Foi numa noite como essa que dormimos nós três juntos, porque vimos filme de terror e morremos de medo depois. -Rimos todos. -Bons tempos, aqueles.

    -Tadinha, era toda miúda, se borrava de medo! -Paige riu.

    -Claro, vocês ficavam me assustando! -Ri de volta.

    -E olhem agora. -Abriu um sorriso.

    -Parem, vou chorar! -Paige abraçou nós dois com bastante força.

    -Amo vocês, pessoal. -Disse, sendo grata por aquele momento com eles. -Amo demais. E vocês me irritam.

    -Nós também te amamos, mas você irrita mais. -Disse Charlie.

    -Ihh, me erra. -Ri e saí de cima da cama.

    -Amanhã a gente comemora. Só não fazemos festa agora, porque tem gente dormindo. -Disse Paige.

    -Tudo bem, amanhã a gente faz tumulto. -Rimos. -Vou dormir, crianças.

    -A pirralha foi dormir? -Charlie perguntou, se referindo à Ava.

    -Há muito tempo.

    -Finn e Alison também?

    -Sim, ele mandou um beijo pra vocês. Nós vamos ficar lá embaixo.

    -Durmam bem.

    -Vocês também. -Disse e fechei a porta em seguida, descendo para o primeiro andar.

    Cheguei na sala e o encontrei no sofá, mudando os canais de televisão. E a Alison dormia tranquilamente no bebê-conforto apoiado no chão, ao lado do sofá.

    -Algo legal para nós assistirmos? -Me sentei ao lado dele, apoiando meu braço no encosto do sofá.

    -Até agora, nada. A não ser que você aceite assistir Os Simpsons comigo.

    -É claro que eu aceito.

    -Achei que não curtisse muito.

    -Não tem problema, eu assisto com você. -Disse e ele se virou de frente pra mim. -Não estou com sono ainda.

    -Nem eu. -Acariciou minha coxa. -Você tá bem?

    -Sim. Fui falar com meus irmãos.

    -Foram todos dormir?

    -Charlie e Paige estavam acordados. Nós matamos a saudade dos velhos tempos em Reino Unido. -Abri um sorriso por me lembrar daquilo. -Foi uma das melhores épocas da minha infância.

    -Quantos anos vocês tinham?

    -Eu tinha quatro anos quando nos mudamos pra lá. Charlie tinha onze e Paige ia fazer dezesseis. Temos idades tão diferentes, mas sempre nos divertimos tanto juntos. Sempre tivemos uma conexão tão grande, assim como temos com a Ava hoje.

    -Eu acho incrível essa amizade de vocês, não se separam por nada. E vocês tem uns aos outros, isso é a melhor coisa que existe. Se eu já acho isso incrível tendo apenas um irmão, imagine pra vocês.

    -Sim, é algo absurdamente incrível. Sempre fomos melhores amigos, antes de tudo. E depois vieram meus irmãos adotivos, os mais chatos e perfeitos do mundo. -Ri.

    -Eu sei, eu estava nesse meio. Cheguei junto deles. -Rimos. -Fico feliz por você. -Pegou em minha mão e a acariciou. -E fico feliz por amanhã.

    -É bom saber disso. -Sorri.

    -Mas é verdade. Amanhã será uma das melhores datas do ano. É o seu aniversário. -Me admirou. -Amanhã você terá dezoito. -Disse e eu assenti que não.

    -Errado. -Abri um sorrisinho. -Eu já tenho dezoito. -Terminei, fazendo-o checar o horário em seu celular rapidamente. E então se voltou a mim, ao perceber que já era dia seguinte.

    -PARABÉNS! -Abriu um enorme sorriso e me abraçou com bastante força. -Parabéns, meu amor, feliz aniversário! -Me colocou sentada em seu colo e me encheu de beijos por todos os lugares.

    -Finn! -Disse em meio de risadas.

    -Eu te amo demais, tipo muito, tipo pra caralho. -Pegou em meu rosto e me admirou com um sorriso. -Sabe disso, não é? -Perguntou e eu assenti que sim com a cabeça. -Feliz aniversário, Millie. -Acariciou meu rosto e foi respondido por um selinho meu. Um selinho molhado e demorado, por eu ter envolvido seu pescoço com os braços.

    -Obrigada. -Disse quase sussurrando, o olhando nos olhos. -Eu amo você. -O acariciei no rosto e o dei outro selinho.

    -Agora você é legalmente maior de idade. -Abriu um sorrisinho.

    -Sou. -Sorri de volta. E comecei a ter uma ideia. -Tá a fim de beber um vinho?

    -Vinho? -Franziu a testa.

    -Sim. Já bebeu alguma vez?

    -Não que eu me lembre. -Respondeu e eu me levantei do sofá.

    -Vem. -Estendi minha mão para ele. E então o levei até a cozinha.

    Me agachei e comecei a procurar uma certa garrafa de vinho, no meio das milhares outras que tinham na adega embutida na bancada da cozinha.

    -Achei. -Abri um sorrisinho e a peguei.

    -Que vinho é esse?

    -O melhor que eu já provei na minha vida. -Peguei duas taças e um saca-rolha. –“Richebourg”. -O abri.

    -Uau. -Levantou as sobrancelhas. -Parece ser chique.

    -É um dos vinhos mais caros da américa, custa uns quinze mil dólares.

    -Puta que pariu, hein.

    -Pois é. Mas vale o preço que tem, te garanto. -Enchi uma das taças até menos da metade.

    -E como você sabe disso tudo?

    -Bom, eu já disse que tenho uma família requisitada demais. E um pai amador do vinho. -Enchi minha taça, na mesma altura da outra. -Quando eu te perguntei se aceitava ser um amante do vinho comigo, eu não estava brincando. -Disse e fechei a garrafa.

    -É, eu acabei de perceber isso. -Riu e pegou a taça, ameaçando levá-la à boca para beber. Mas eu o interrompi, ao tocar na borda da taça e a levar para baixo.

    -Se você quer beber vinho, precisa saber como se bebe.

    -Ah. Desculpa.

    -Primeiramente, você está segurando uma taça de vinho, não uma latinha de refrigerante. -Rimos. -Você segura assim, no corpo da taça. Que é essa parte fininha.

    -Tudo bem. -Disse e fez o que eu disse. -Assim, né?

    -Isso. Agora, aproxime a borda da taça ao rosto e cheire o vinho. -Disse e nós fizemos juntos. -Sentiu o cheiro do álcool?

    -Bem pouquinho.

    -Exatamente. É assim que você nota a quantidade de álcool presente no vinho, e então varia com a sua preferência.

    -Desse jeito está ótimo.

    -Então eu escolhi o vinho certo. -Abri um sorrisinho. -Agora nós vemos o quão amargo ou doce ele é.

    -Como?

    -Balance a taça, contanto que o líquido circule por ela. Delicadamente. -Pedi e ele fez.

    -Assim?

    -Isso. Está vendo os resquícios do vinho escorrendo por dentro da taça?

    -Sim, é maneiro. Tem tipo uns negocinhos.

    -O nome disso é lágrima. É através da lágrima do vinho que você vê os mínimos cristaizinhos que ele tem. E é isso que deixa o vinho menos amargo.

    -Que foda. -Ele disse os observando com atenção. -Não tem tantos.

    -Sim, esse não é um vinho tão docinho. -Ri. -E por último... -Estendi minha taça. -Um brinde.

    -Um brinde. -Estendeu a dele e abriu um sorriso. -À sua maioridade.

    -À minha maioridade. -Sorri e nós brindamos, dando um gole no vinho em seguida.

    -Wow. -Apoiou a taça na bancada. -É uma delícia.

    -Eu sei que é. -Dei outro gole e me sentei nela, estando de frente para ele. -Acertei na escolha? -Abri um sorrisinho e bebi outro gole.

    -Acertou em cheio. -Acertou e logo me deu um beijo, ao pegar me minha cintura e ficar entre minhas pernas. -Nunca pensei que eu fosse gostar de algum vinho.

    -Vai se acostumando. -Bebi outro gole. -Vou te ensinar a gostar.

    -Na verdade, eu acho que a convivência contigo vai me fazer gostar. -Bebeu outro gole. -Afinal, acabou de me dar uma aula de como beber vinho corretamente.

    -E me agradeça. Talvez isso faça minha família Inglesa gostar de você uns dois porcento a mais. -Ri.

    -Então eles vão gostar bastante de mim, porque se você quiser, eu decoro os nomes de todos os vinhos de trás pra frente. -Me deu um selinho demorado.

    -E por que você faria isso? -Perguntei e ele deu de ombros.

    -Para ser um amante do vinho com você, quem sabe? -Perguntou, me fazendo sorrir maliciosamente.

    -Então você aceita? -Perguntei num tom de voz baixo, pois eu já percebi o tipo de clima entre nós dois. E bebi mais um gole.

    -Depende. -Pegou em minha cintura de um jeito bem gostoso. E então nos beijamos de um jeito preciso e bem gostoso, com nossas línguas já se encostando uma na outra. -Se for pra te ver bebendo vinho, toda sexy desse jeito que você é, a cada noite da semana... -Deixou a taça na bancada e agarrou minha cintura com as duas mãos, me fazendo morder o lábio. -Sendo assim, eu aceito. -Colocou uma mecha de meu cabelo para trás da orelha e começou a atacar meu pescoço com beijos severos e deliciosos, completamente molhados, como se estivesse necessitado de mim.

    Eu sabia que isso terminaria desse jeito.

    Não descolava os lábios e língua de meu pescoço por nada, o que me matava de desejo e tesão. Obviamente me fazendo fechar os olhos e arquear minha cabeça para trás, em meio de arfados e mordidas no lábio.

    Com minha mão livre eu agarrava seus cabelos, quando não acariciava seu tronco, enquanto minha mão que segurava a taça de vinho permanecia por trás de sua nuca. E então, trocou o lado do meu pescoço, voltando a fazer as maravilhas que fazia antes. Mesmo agora não só me beijando, mas começando a abrir os botõezinhos do blusão que eu vestia, que no caso é dele.

    -Finn... -Arfei e umedeci os lábios com minha língua. -Finn, nós não estamos sozinhos... -Disse num tom baixo.

    -Sério? -Perguntou no mesmo tom e logo olhou para os lados. -Não vejo ninguém por aqui. -Sorrimos maliciosamente e ele pegou em meu rosto, me beijando de língua outra vez. Aquele beijo gostoso e irresistível, que fica mais quente a cada segundo, se é que possível.

    -E se acordarem? -O afastei um pouco.

    -E se não? -Perguntou, me deixando sem saber o que responder. E então voltamos para o beijo, que ficava melhor do que nunca. Talvez por corrermos o risco de sermos pegos a qualquer minuto. Pois não vou mentir, só de pensar que isso pode acontecer, me excito ainda mais.

    Decidi ir na dele – como se eu já não estivesse indo – e deixei minha taça de lado. Apenas agarrei em seus cabelos outra vez e segurei em seu rosto com a outra mão, na intenção de que ele não pare esse beijo por nada.

    O fogo começou a aumentar. Nosso beijo que antes era calmo, agora estava rápido e completamente intenso. À essa altura ele já tinha colado meu corpo ao dele, com as mãos agarradas à minha cintura. E graças ao meu tesão que não tem fim, comecei a contorcer minhas pernas um pouquinho. Talvez para entrelaçá-las envolta da cintura dele, e foi isso mesmo que eu fiz. E a partir disso, comecei a sentir minha coxa sendo acariciada por sua mão, que me tocava sem pudor algum. Graças a Deus, meu corpo já estava implorando pelo toque dele.

    Sem parar de trocar saliva comigo e de mordermos os lábios um do outro, voltou a abrir minha camisa, pois ainda não tinha terminado. Abria o resto dos botõezinhos desesperado para meu ver meu corpo nu.

    -Tem certeza? -Perguntei ofegante, meio preocupada com a nossa situação em plena cozinha.

    -Mas é claro que eu tenho certeza.

    -E se nós formos pegos?! O meu pai pode entrar aqui!

    -Então quer dizer que vamos fazer uma rapidinha correndo o risco do seu pai nos ver? -Terminou de abrir minha blusa, deixando meus seios completamente expostos a ele. -Que sorte a nossa, vai ser uma delícia. -Disse num tom malicioso, subindo as mãos desde meus quadris até meus seios, os acariciando com vontade, e então voltou a me beijar por todo o pescoço.

    -Hmm... -Mordi meu lábio e me contorci, ao jogar minha cabeça para trás. E o que ele ainda fazia comigo me obrigava a dar simultâneos arfados.

    Já disse uma vez e vou dizer de novo: não vou mentir, o fato de podermos ser pegos por meus pais ou meus irmãos está deixando o clima mais gostoso ainda. Não sei se me preocupo, se me desespero, se morro de tesão enquanto me excito com o que ele faz no meu corpo, ou sei lá o quê. Só sei que se ele começou a me excitar, não tem mais volta. E ele sabe disso perfeitamente.  

    Mordi meu lábio outra fez e revirei os olhos, o puxando pela camisa para mais perto de mim ainda. E não a desgarrei a partir dali, só comecei a querê-lo mais e mais. Até que ele parou de me beijar no pescoço e encostou os lábios em minha orelha.

    -Eu sei que é errado nós fazermos isso aqui, mas eu não posso deixar de dar o presente da minha mulher... -Sussurrou, me fazendo morder o lábio, já encharcada. -E mesmo isso sendo errado, Millie, eu sei que você quer... -Mordeu o lóbulo de minha orelha, me fazendo soltar um baixo gemido. -Me diz o que você quer, vai... Fala pra mim... -Acariciou meu corpo, me fazendo arrepiar mais ainda por esses sussurros.

    -E por que você acha que eu quero alguma coisa? -Perguntei no mesmo tom que ele fez antes.

    -Porque eu conheço direitinho a puta gostosa que existe dentro de você... -Apertou minhas nádegas com força, me fazendo soltar um gemido. -Anda, me diz o que você quer... -Pediu, me fazendo agarrar seus cabelos outra vez e sussurrar em seu ouvido.

    -Quero que você me foda, bem gostoso, e bem aqui no meio da cozinha... -Disse e o beijei no pescoço. -Mas eu quero agora. -Terminei, fazendo-o pegar em meu queixo e deixar nossos lábios bem pertinhos um do outro.

    -Boa garota. -Sussurrou, ao abrir um sorriso malicioso incrivelmente gostoso. Tão gostoso, que a partir dali eu tive a certeza de que daria pra ele numa rapidinha deliciosa, aconteça o que acontecer.

    Voltamos a nos engolir, como já previsto e desejado, e então peguei na barra de sua camisa. A retirei em seguida, com velocidade por estarmos no meio de um beijo irresistível. E foi só eu a jogar em qualquer canto da cozinha, que ele voltou a me beijar severamente. Então pegou fortemente em minhas coxas, me puxando para mais perto dele, coisa que já não era possível. Não havia milímetro de espaço entre nossas intimidades, que ainda estavam cobertas. Mas não estariam por muito tempo.

    Permanecia com uma mão agarrada à minha coxa, apesar de minhas pernas não pararem de se contorcer por um segundo sequer, e começou a acariciar minhas costas com vontade, tendo o rosto segurado por mim, que estava desesperada pelo beijo que não parávamos por nada.

    Veio com a mão de minhas costas até meu colo, onde dali começou a descer e a acariciar meus seios em seguida, estando com tanta vontade de mim, que agarrou com força na blusa que eu vestia e me puxou através dela. Sendo respondido em seguida por uma gostosa mordida que eu dei em seu lábio inferior. E então comecei a tocá-lo no tronco, indo cada vez mais baixo até chegar onde queria.

    Coloquei minha mão por dentro de sua calça de moletom, já o acariciando por estar bem duro. E já não esperei mais um segundo sequer, dei um jeito de fazer isso rapidamente e sem dar fim ao nosso beijo e o livrei por inteiro, começando a masturbá-lo.

    Pegou em meu rosto e me afastou alguns centímetros, apenas para terminamos o beijo. E então afastou meus joelhos mais do que já estavam e colocou minha calcinha para o lado, me acariciando ali para checar minha excitação, que já estava absurda.

    Foi o tempo de eu morder meu lábio, enquanto gemia para dentro, que o senti me adentrar. E então, joguei minha cabeça para trás em meio de um largo arfado de prazer, talvez junto de um baixo gemido.

    Pegou fortemente em minhas coxas, ao começar a acelerar os movimentos aos poucos, e então pegou em meu rosto, deixando nossos lábios quase colados. Ainda não conseguíamos nos beijar, por causa dos ofegos e arfados dados em excesso.

    -Ah, Millie... -Arfou e trouxe meu rosto para um beijo completamente molhado, um tanto mais calmo. Que talvez não terminasse, se ele não tivesse acelerado mais um pouco, me fazendo começar a gemer em sua boca.

    -Awwn... -Gemi e arfei em seguida.

    -Shhh... -Me acariciou.

    -Finn... -Arfei ofegante, agarrando em seus cabelos, tentando me segurar ao máximo. E então ele voltou a atacar meu pescoço, me fazendo jogar a cabeça para trás pela milésima vez. -Ahh, isso... -Mordi meu lábio em meio de um sorriso malicioso e então voltei a gemer, por ele ter começado a criar uma marca por ali. E a ter estocado um pouco mais forte. -Hmm! -Não me controlei, e tive a boca calada por ele, que ainda se deliciava com meu pescoço. Mas não por muito tempo, pois logo que tapou minha boca, se voltou a mim.

    -Adoro te ouvir gemer... -Destapou minha boca e acariciou meus seios, pegando em minhas coxas em seguida para ter o sustento dos movimentos.

    -Awwn, Finn... -Agarrei em seus cabelos com mais força ainda pelo tesão, mesmo sabendo de que eu preciso me segurar. -Hmm, vai... -Mordi meu lábio inferior, mas ainda gemida para dentro.

    -Você é tão gostosa... -Disse num tom baixo e levou minha calcinha mais para o lado, tendo o rosto erguido por mim em seguida, e voltei a beijá-lo com muita vontade e tesão. Assim eu acabo não gemendo tanto.

    Nosso beijo era surpreendente, com uma carícia feita no corpo a cada segundo, um arfado que acabava escapando no meio do beijo, algumas mordidas de lábio e arrepios que ele provoca em mim.

    -Não para, vai... -Ofeguei outra vez, sendo respondida por mais um pouco de velocidade nos movimentos que ele faz dentro de mim. -Awwn! -O arranhei um pouco pelo prazer.

    -Shhh... -Encostou o indicador em meus lábios. -Ninguém pode saber o que estamos fazendo aqui, entendeu? -Perguntou num tom malicioso, quase sussurrando. E assim que ele disse isso, me toquei do que realmente estava acontecendo. Estávamos fazendo sexo em plena cozinha com a casa cheia, qualquer um da minha família poderia vir pra cá e nos pegar no flagra. Que perigoso, que arriscado, mas que gostoso. Muitos dizem que o proibido é mais gostoso, e eu nunca levei isso tão a sério. Mas agora nós dois estamos nessa situação. Eu deveria estar desesperada por isso, ou até preocupada, mas estou doida para que algo muito arriscado aconteça. Muito mais do que já está acontecendo. Porque, é claro, o proibido é mais gostoso.

    O proibido é muito mais gostoso.

    -Por que isso é tão bom...? -Perguntei em meio de fortes ofegos, precisando morder o meu lábio com força na tentativa de conter meus gemidos. Estavam cada vez mais difíceis de serem segurados.

    -Porque o proibido é mais gostoso, você sabe disso... -Sussurrou pra mim e acariciou meu lábio inferior com o polegar, unindo nossas línguas em seguida. E após ter feito isso, começou a desacelerar os movimentos.

    Não paramos de nos beijar por nada. Nem por ofegos e nem por gemidos meus, o que já foi um grande avanço. Só precisamos parar, porque ele se retirou de dentro de mim, e eu sabia o que aquilo queria dizer. Não, ele não vai gozar ainda, se é o que deu a entender.

    Desci rapidamente de onde estava e me virei de costas para ele, sendo prensada contra a bancada em minha frente, até que ele colou meu tronco no mármore dali. E logo o senti pegar em meus quadris, após eu me empinar toda, percebendo-o colocar minha calcinha para o lado outra vez.

    A partir dali, só consegui sentir meu corpo indo para frente e para trás com força e brutalidade, enquanto tanto me controlar para não acabar gritando, tendo meus seios encostados no mármore. Além de eu ter sentido o tesão absurdo se duplicar depois dessa, o que me fez arrepiar toda.

    -Tá tão molhadinha, você, hein... -Disse ofegante, enquanto eu, pelo menos gemia pra dentro, tendo meus olhos fechados. E então enterrou a mão em meus cabelos, e os puxou com força, levando minha coluna para trás de imediato, impedindo que eu controlasse meus gemidos de tão gostoso que foi.

    -Awwnn! -Apertei meus olhos e ofeguei. -Finn! -Arranhei o mármore com toda a força.

    -Grita mais baixinho, vai... -Sussurrou ao encostar os lábios em minha orelha, sem deixar de me acariciar e sem soltar meus cabelos.

    -Hmm, isso... -Fechei meus olhos e apoiei minha nuca em seu ombro, soltando gemidos mais baixos e para dentro. O que o deixava doido, pois eu estava literalmente gemendo baixinho no ouvido dele. -Awwn, vai...

    -Você adora uma putaria, não é? -Perguntou maliciosamente e começou a me aplicar gostosas e arrepiantes mordidas no pescoço, na intenção de me dominar. Mal sabe ele que já estou tão dominada, que posso chegar lá a qualquer momento. Eu disse que o proibido é mais gostoso e não estava brincando.

    -Me fode gostoso, vai... -Passei minha língua nos lábios e mordi o meu inferior, após ouvir melhor o barulho de nossos corpos se chocando, a partir do momento em que seus movimentos aceleraram dentro de mim.

    Pegou mais firme em meus quadris, ao soltar meus cabelos. Então eu apenas me encostei no mármore, outra vez, ficando ainda mais empinada. E ainda mais com tesão.

    O senti ajeitar a alça de minha calcinha, e dali me acariciar por toda as costas, sem conseguir acariciar meu tronco, por estar colado ao mármore, pois eu já estava entregue. O arranhando com força na tentativa de me conter, enquanto soltava baixos gemidos a cada vez que ele estocava.

    E desse jeito nós permanecemos por mais alguns minutos, fazendo sexo com um tesão fodido do caralho, sem poder emitir um barulhinho sequer. Ainda mais agora depois do tanto de gemidos que eu já deixei escapar, enquanto ele continua indo com força e velocidade, me estimulando a todo o momento, percebendo que eu ainda tentava me conter ao máximo. E que eu rezava mentalmente para que ninguém interrompesse o nosso momento tão delicioso de fazer uma rapidinha com o risco enorme de alguém nos ver. Principalmente a minha irmã mais nova. E como todos sabemos, em algum momento nós dois estaríamos prestes a chegar lá, graças a maravilha que estamos fazendo.

    -Finn... -Ofeguei, já sabendo que faltava pouco para eu ficar completamente satisfeita. -Awwn, Finn! -Joguei minha cabeça para trás e fechei meus olhos. -Awwnn!

     -Você é atrevida demais por gemer assim tão alto com seus pais em casa, sabia...? -Disse num tom baixo e me acariciou nas costas por dentro do blusão.

    -Eu não tenho culpa se a filha deles gosta tanto de putaria... -Disse bem ofegante. -Melhor dizendo, de dar pra você... -Mordi meu lábio, já arranhando o mármore outra vez.

    -Ah, você gosta, é? -Perguntou e eu assenti que sim com a cabeça.

    -Muito... -Ofeguei e soltei mais gemidos em seguida.

    -Então goza pra mim... -Me acariciou, me deixando descontrolada. Amo quando ele fala isso pra mim. -Adoro te ouvir gozar, sabia?

    -Awwn, eu to quase lá... -Ofeguei outra vez.

    -Quer uma ajuda? -Perguntou, não esperando mais um segundo para começar a me masturbar. E obviamente a piorar a minha situação.

    -Finn! -Me descontrolei de vez. -Awwnn, isso! -Ofeguei e dei um soquinho no mármore, por causa do tesão fodido que eu estava sentindo, junto da vontade imensa de gritar. -Porra! -Gemi outra vez.

    -Vai, Millie... -Ofegou, já pronto pra gozar também. -Vai, não podemos ser pegos aqui, entendeu?

    -Aham... -Gemi outra vez, já querendo desmaiar.

    -Então goza, vai... -Me acariciou cheio de vontade.

    -Awwn!

    -Isso, vai...

    -Finn! -E a partir dali, eu sabia que iria gozar, mas não poderia deixar com que minha família também soubesse que eu iria gozar. E para evitar que isso aconteça, consegui pensar em algo que pudesse dar certo. Apenas retirei rapidamente a blusa que eu vestia, o que foi fácil por já estar desabotoada, graças ao Finn, e então a levei à boca. E sim, eu a mordi com toda a força. Pois assim que eu fiz isso, cheguei ao meu auge. Digo, chegamos. E acreditem, eu consegui gemer absurdos, deixando-os abafados o suficiente para não acordar ninguém, muito menos minha filha, que dormia mais próxima de nós. E assim eu permaneci, ouvindo também os ofegos desesperados que ele dava, enquanto gozava dentro de mim.

    -Ah, caralho... -Arfou, ainda com as mãos em meus quadris.

    -Ahh... -Livrei a blusa de meus dentes, após começar a me acalmar, mesmo estando sem forças e me sentindo absurdamente bem. -Nossa... -Joguei minha cabeça para trás, ainda ofegante. E então senti que ele se retirou de mim.

    -Porra... -Ofegou outra vez e ajeitou minha calcinha.

    -Puta que pariu... -Ri abafado e olhei para trás. -Tem noção do que a gente fez?!

    -Tenho. -Colocou seu membro para dentro da calça. -Fizemos sexo na cozinha dos seus pais. -Pegou em minha cintura e me beijou, comigo ainda de costas para ele. -Gostou do presentinho? -Rimos.

    -Eu não acredito... -Disse desacreditada. -Finn, e se alguém escutou?! São minha família, meus pais estão lá em cima!

    -Bom, aí nós temos um probleminha... -Abriu um sorrisinho, e eu ainda desacreditada. -Fica tranquila, foi no sigilo. -Me virou de frente para ele. -Ninguém vai saber. -Sussurrou. -É o nosso segredinho. -Riu, me fazendo rir também. E então me beijou outra vez. -Agora, por favor, veste a sua blusa antes que qualquer pessoa que habite essa casa entre nessa cozinha. -Pediu e eu ri.

    -Pode deixar. -Vesti a blusa, a abotoando em seguida.

    -Então, onde estávamos? -Pegou a taça de vinho. -Ah, sim. No vinho que custa quinze mil dólares. -Bebeu outro gole.

    -Sim, nós “estávamos”. -Bebi meu último gole de vinho. -Não estamos mais.

    -Por quê? -Bebeu mais. -Ah, quer o segundo round? -Riu.

    -Sossega! -Ri de volta. -Nós vamos dormir, não podemos acordar tarde amanhã. E daqui a pouco a nossa princesa vai acordar.

    -É, eu sei. -Terminou o vinho.

    -Bom, pelo visto você gostou, não é? -Me referi à bebida.

    -Adorei.

    -Bom saber. -Abri um sorrisinho e o beijei em seguida. -Vamos. -Disse e saímos da cozinha.

    Fomos para a sala e nos aconchegamos no sofá, ao nos deitarmos. E então dei um beijinho na Alison, que dormia no bebê-conforto literalmente do nosso lado. Estava bem pertinho de nós.

    -Desliga a TV. -Pedi.

    -Cadê o controle?

    -Tava aí.

    -Achei. -A desligou, deixando tudo um breu. -Estava embaixo de mim.

    -Já imaginava. -Ri e o beijei. -Boa noite.

    -Boa noite. -Me abraçou por trás. -Eu te amo, tá, caralho.

    -Eu também te amo, tá, porra.

    -Acho bom. -Me acariciou. -Só mais uma coisa:

    -Hm. -Disse e ele me deu outro beijo.

 

    -Feliz aniversário, Millie

 

 


Notas Finais


AIAIAIAIAI, ELES NÃO CANSAM, NÉÉÉÉÉÉ?! É.
E A SURPRESA DA MILLIE?! Q U E M M E D E R A GANHAR UMA MERCEDES ASSIM, HEIN, MILLIE!
Bomm, próximo capítulo nós temos o aniversário bombástico e preocupante da Millie, vamos ver se vai dar bom. E uma dikinha, não deixem passar despercebido esse acontecimento sobre a mãe da Millie, tá? Mais cedo ou mais tarde vai fazer uma diferença danada nessa história.
SEM SPOILERS!!!!
Beijos, povo, eu amo vocês demais <3 E espero que tenham gostado ;)))


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