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História Amada pelos Deuses - Entendimento


Escrita por: Vinilu

Notas do Autor


Desculpem pela demora...

Espero que gostem do capítulo.

Qualquer erro ou contradição me avisem.

Boa leitura a todos!

Capítulo 107 - Entendimento


Lucy estava deitada sobre a cama em que havia dormido naquela noite. Ela encarava o teto daquele quarto que era dezenas de vezes mais luxuoso do qual havia ficado anteriormente. A jovem loira não aparentava estar nem um pouco feliz. Mais uma vez ela acordou e seu marido não estava lá, e pelo estado em que o lado dele se encontrava, ela deduziu que o mesmo não havia nem mesmo dormido com ela.

A loira se levantou e então se arrumou, finalmente deixando o quarto. Por um breve período ela havia se esquecido que o avô de Natsu também já havia sido rei, e como consequência ele também seria o líder de uma das cidades, e que era justamente a qual estavam naquele momento.

Worer havia sido o principal culpado por tudo que aconteceu com ela, com Natsu e seus amigos. Mas o velho Gepeto também tinha sua parcela de culpa, e ela não sentia que poderia perdoa-lo tão facilmente.

Lucy seguiu buscando por Natsu pelos corredores do castelo, que acreditou ser menor apenas que o da capital, mas não fazia a mínima ideia de onde o mesmo poderia estar. No dia anterior ele havia passado o tempo todo com Marian, Lucy até mesmo chegou a se indignar ao descobrir que ele tomara banho com a mesma. Ainda que fossem irmãos, ela sabia muito bem dos históricos de incesto entre os deuses, então a loira sentia que não era um ciúme bobo, já que haviam riscos.

Logo Lucy chegou à copa do castelo. O avô de Natsu ainda tomava o café da manhã com a esposa dele, quando viu a loira hesitar entrar no local.

—... Natsu saiu com a Marian, ela o levou para conhecer a cidade – o velho informou calmamente.

UM ENCONTRO!”, Lucy pensou indignada, mas não demonstrou alteração alguma em sua expressão.

— Coma conosco! – a avó de Natsu a chamou.

A loira apenas aceitou e se sentou à mesa, logo sendo servida por um dos serviçais.

Ela ainda aparentar ser tão jovem... Como será a relação dos dois? Ela ainda tem prazer com ele estando todo enrugado e acabado?”, Lucy pensou ao ver quão jovem a mulher era.

O que estou pensando? Não é como se eu fosse deixar de amar o Natsu caso ele também envelhecesse...”.

A loira não trocou uma palavra sequer com o avô de seu marido. E assim que terminou sua refeição, voltou para o quarto. A mesma se dobrou sobre a sacada, vendo a cidade mais a frente. A mesma era a menor entre todas que eles haviam visitado, já que também era a mais nova. Mas ainda assim aquela cidade lembrava a capital do Reino das Águas. O domo mais ao fundo, a rua principal se estendendo até o limite da cidade, as barracas do comércio espalhadas por aquela rua e o povo animado seguindo a vida.

—... Por que ele não me chamou para ir com ele? – Lucy murmurou visivelmente chateada.

Ela esperou por horas, acreditando que Natsu voltaria e então a acompanharia pela cidade. Mas os bichos de luz já começavam a brilhar quando o rosado finalmente passou pela porta do quarto.

Os dois se encararam por alguns instantes, mas Natsu logo caminhou em direção ao banheiro, até que parou ao ouvir a loira falar:

—... Eu te fiz alguma coisa? – apesar de tudo, não havia raiva em sua voz.

—... Não entendi – ele a respondeu calmamente.

— Eu só quero entender o porque de você estar sendo tão frio comigo – ela explicou — Nos casamos, mas você não me tocou uma única vez desde então. Você mal fala comigo. Quando eu acordo você já não está mais presente, noite passada você nem veio dormir comigo... É a nossa lua-de-mel, mas parece que sou mais uma de suas bagagens que você está carregando de um lado para o outro... Eu entendo, você ficou feliz por encontrar sua irmã, mas nem mesmo me apresentou a ela. Por que não me convidou para ir com vocês conhecer a cidade? Eu também quero experimentar a culinária dessa cidade, conhecer as pessoas que vivem aqui, descobrir quão diferente é a cultura deles em relação às outras cidades... Mas você preferiu me deixar com o seu avô, sabendo muito bem o que sinto e o que penso sobre ele...

Natsu abaixou o olhar, mas nada disse, apenas seguiu em direção ao banheiro. E mais uma vez parou antes de entrar.

— NÃO FUJA SEM ME RESPONDER! – Lucy bradou com sua voz visivelmente alterada.

—... Perdão – ele finalmente entrou no banheiro sem dizer mais nada.

Aproximadamente meia hora depois, Natsu finalmente terminou o seu banho. E retornando ao quarto viu Lucy já deitada enquanto poucos bichos luminosos pairavam pelo cômodo. O rosado se aproximou e então se deitou ao lado dela.

A jovem de cabelos loiros se virou para o lado, ficando de costas para o seu marido. Já ele apenas permaneceu de barriga para cima, encarando o teto.

—... Sabe, eu sempre fui muito irresponsável. Ainda que dissessem que eu pensava muito naqueles ao meu redor, eu percebi que não era verdade... No nosso casamento, vendo aquele monte de pessoas, felizes por nós... Eu comecei a pensar em todas as idiotices que eu fiz e que poderiam prejudicar todo aquele povo... Muito em breve eu serei rei, eu serei responsável por todos do Reino das Águas... Como poderei me vingar do Reino do Céu sem que haja consequências para o meu povo? Como poderei reverter todo o ressentimento criado entre a realeza do Reino do Céu e eu? – ele se questionava enquanto tentava se explicar à loira —... Isso tudo está fazendo minha cabeça ferver, está me tirando o sono... Nessa viagem eu tentei levar meus irmãos de volta, queria tê-los como nobres, como aqueles que me auxiliariam e me ajudariam com o reino, assim como tentei obter alguma experiência com os antigos reis... Eu sei que era a nossa lua-de-mel. Perdão, e... Quando estou perto de você, eu me lembro de tudo que é importante para mim, me lembro do quanto você sofreu por minha causa... Eu começo a pensar o quanto meu povo também pode sofrer, e isso me assusta... Eu não quero que você se machuque mais, não quero que sofra mais... Eu... Sinto que estou perdido... Mesmo que meu irmão não esteja mais vivo para tentar ferrar com tudo, eu sinto que não posso relaxar, pois senão algo acontecerá...

Natsu só parou ao ver Lucy voltar a virar para o seu lado.

—... Você é um idiota – ela comentou em um tom mais calmo — Ficar se preocupando não irá impedir nada de ocorrer. Se tiver de acontecer, irá... Mas depois que for coroado, se estiver disposto a colocar sua vingança de lado para o bem do Reino das Águas, então faça um acordo com o Reino do Céu, faça algo para que a paz continue... E eu confio em você. Confio que você não deixará nada de ruim me acontecer. Além do mais, agora eu tenho o Tridente, estou milhares de vezes mais forte que antes, posso me defender, defender você e todos os outros – ela brincou por fim.

Um leve brilho azulado surgiu nos olhos do rosado. O mesmo se virou para o lado de Lucy e então levou a mão até a face da mesma, a acariciando gentilmente.

— Eu te amo – fez com que um leve rubor tomasse as bochechas de sua esposa.

—... Eu também te amo – ela o respondeu —... Passaram poucos meses, mas você mudou tanto desde que nos conhecemos...

— Olha quem fala – ele a respondeu no mesmo tom.

— Você era cheio de brincadeiras, cheio de sarcasmo... Por algum motivo eu sinto que você era mais feliz...

—... Não dá para agir com infantilidade para sempre – o rosado a respondeu em um tom mais sério — Mas você também mudou... Ficou mais fria... Acho que o poder subiu à sua cabeça – brincou por fim.

— Fazer o que? Quando ficamos mais fortes, não podemos deixar os fracos agirem como se fôssemos iguais – Lucy sorriu convencida — E eu ainda quero ver quem de nós dois é o mais forte...

— Você está uns vinte anos atrasada para poder ao menos me desafiar – Natsu a respondeu calmamente.

—... Está com medo? – ela o questionou com mais seriedade, com a intenção de provoca-lo.

Os dois se encararam por alguns segundos, até que o rosado estreitou os olhos.

— Quando voltarmos para casa, veremos quem é o mais forte. Mas não me culpe se você tiver que ficar de cama por pelo menos uma semana – ele a respondeu mais sério.

— O mesmo eu lhe digo querido, sem ressentimentos – ela sorriu ao conseguir o que queria — Mas mudando de assunto... – Lucy rapidamente montou sobre o rosado, colocando as mãos ao redor da cabeça do mesmo, o impedindo de sair dali — Está pronto para arcar com seus compromissos como meu marido?

Natsu pôde notar de imediato quais eram as intenções de sua esposa, mas também não era como se ele não quisesse o mesmo.

Na manhã seguinte, com seu corpo nu coberto apenas pelos cobertores, Lucy abriu os olhos lentamente devido a claridade. E após alguns segundos um sorriso brotou em seus lábios ao ver que o rosado ainda estava ali, ao seu lado. Ela permaneceu o encarando, vendo como ele parecia mais tranquilo em seu sono.

Por algum motivo ela não havia sonhado o mesmo das noites anteriores, o que a permitiu descansar melhor, e a mesma se perguntou se de alguma forma Natsu sofrera o mesmo efeito.

—... Eu estava pensando... – ele murmurou, assustando Lucy, que acreditou que o mesmo ainda dormia — Enquanto eu ainda não sou rei, deveríamos aproveitar... Talvez uma viagem para a superfície, ir para a casa do seu pai ou qualquer outro lugar que você quiser... Uma lua-de-mel de verdade...

— Sério? – ela indagou em um tom mais elevado, mas obteve como resposta apenas um sorriso de canto.

A loira então avançou sobre o rosado, o enchendo de beijos.

— L-Lucy, agora eu preciso dormir... – Natsu comentou aparentando estar sonolento, deixando a loira confusa —... Nunca te vi tão insaciável...

— Bem, acho que foi porque fazia mais de um mês desde a ultima vez, sei lá... Mas eu não estou tão cansada quanto você – ela estranhou.

— Você virou um monstro... Talvez... Seja... Por causa do... Tridente... – a ultima palavra saiu quase inaudível, onde Natsu acabou por voltar a dormir.

Lucy nada disse, apenas entendeu seu amado, e então ela acariciou os cabelos do rosado com um toque suave.

Quase uma hora depois a loira já andava pelos corredores em busca da biblioteca daquele castelo.

— Será que aqui tem livros que não tem na capital? Talvez algum de capa negra... – ela murmurou consigo mesmo.

E logo Lucy chegou em frente àquelas portas idênticas às que tinham no castelo o qual ela morava.

Com certeza é aqui...”, ela pensou e logo adentrou no local, vendo as enormes prateleiras recheadas de livros com uma mesa circular no centro.

A biblioteca era uma cópia quase perfeita daquela existente na principal cidade do Reino das Águas, diferenciando apenas no tamanho.

Seguindo para a mesa, a loira pôde ver a jovem de cabelos azulados e olhos esbranquiçados. A mesma estava sentada e com um livro em mãos. Por um momento Lucy viu Levy na pequena irmã de Natsu, mas logo foi tomada pela curiosidade.

Como ela está lendo aquele livro?”, ela se questionou enquanto se aproximava.

—... A futura rainha também gosta de ler? Ou então teria algo a tratar comigo? – Marian indagou em um tom calmo sem nem mesmo se virar.

— Eu apenas sou curiosa demais... Os livros as vezes ajudam com essa curiosidade toda – Lucy a respondeu — Você gosta de ler?

A irmã de Natsu soltou uma pequena risada antes de responder.

— Eu senti a maldade no seu questionamento... Mas... Eu gosto de ouvir o que os livros têm a me dizer – Marian fechou o livro em suas mãos logo depois.

Ouvir? Como assim?”, a loira não entendeu.

— Sim, ouvir. Diferente dos meus irmãos, a deusa da água me despertou – a jovem de cabelos azulados explicou, assustando Lucy.

Ela ouviu meus pensamentos?”, logo depois a loira viu um sorriso de canto brotar sobre os lábios de Marian.


Notas Finais




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