História Amante Contratada - Tão pequeno

P.O.V.: Jungkook 

Solji teve enfim notícias do irmão. Mas ainda não entendo porque ele fugiu de mim. Talvez tenha medo depois de tudo, afinal era isso que eu causava nas pessoas.

Olho pela janela da pousada e vejo a casa de S/N no fim da rua. Algumas flores e folhas secas cobriam as calçadas e parte da rua assim como a umidade da manhã cercava os arbustos onde o sol ainda não havia atingido.

Durante toda minha vida, houve poucas vezes em que me arrependi de alguma coisa. Mas hoje quando paro para pensar, só consigo ter profunda certeza do meu arrependimento por todo meu passado. O modo como usei S/N e todas outras mulheres antes dela.

Agora aqui olhando para a casa dela, em como ela conseguiu o que desejava com seu esforço era satisfatório, com a pequena exceção de eu não estar ao lado dela... mas se analisar com calma eu não mereço estar ao lado dela.

Por outro lado não consigo sair daqui. Mesmo que minha tarefa com Solji tenha terminado e eu poderia voltar para casa, simplesmente não consigo. Lembro dos passos dela ontem correndo atrás de mim, em como me esforcei para não a abraçar... foi difícil.

Meu peito lateja de dor por meus erros e só os Céus sabem como eu desejaria ter feito tudo diferente... mas... mas se não fosse pelo meu passado jamais a teria conhecido. E essa certeza está me matando por dentro.

Vejo meu celular vibrar e logo atendo notando se tratar de meu sobrinho.

Jungkook - Como conseguiu meu número Sr. Bae?

Jinyoung - Não é hora de brincadeiras.

Jungkook - Solji deve ter lhe passado. Mas enfim, por que me ligou?

Jinyoung - Quero lhe dar dinheiro.

Jungkook- Receio que não poderei aceitar - olho e vejo o pai de S/N saindo com uma sacola de compras novamente.

Jinyoung- Você não trabalha mais tio  precisa desse dinheiro. Estou lhe oferecendo para um trabalho e não de graça.

Jungkook- E qual seria o trabalho então?

Jinyoung - Será um pagamento como ordem de afastamento da S/N. Se mantenha longe dela - o silêncio se faz por minha parte.

Jungkook - Nem estou perto dela querido sobrinho.

Jinyoung - Sei que está agora na janela a espiando.

Olho para a rua e vejo o carro dele estacionado na frente com ele ao telefone parado em frente ao vidro. Ele desliga e eu desço abrir a porta para ele, o mesmo estava com os olhos inchados e logo fechei a porta.

Jinyoung - S/N, fique longe dela..sei que está aqui a espionando.

Jungkook - Está enganado, vim atrás de meu amigo Taehyung, a pedido de Solji.

Jinyoung- Que coincidência ele estar tão perto de S/N não? - ele se aproximava de mim, estava quase chorando.

Jungkook - Sim. Não sabia que ela estava aqui, foi um choque pra mim também. Mas acredito que você não tenha mais o direito de decidir quem fica ou nao perto dela já que não passa do ex-namorado de novo.

Ele me dá um soco na cara e posso ver uma lágrimas rolar de seus olhos. Estava chateado e triste.

Jungkook- Eu não tenho culpa dessa vez querido sobrinho. Foi você quem arruinou tudo, admita.

Jinyoung- Sim. Foi culpa minha. Mas não posso deixar você chegar perto dela de novo w arruinar a tão sofrida felicidade que ela alcançou.

Dessa vez eu me aproximo dele e o seguro pela gola com delicadeza, se é possível afirmar assim tal ato...

Jungkook- Não. Não meu sobrinho, você não tem direito algum de decidir quem fica ao lado dela ou não. Eu sei que ela esta feliz e não pretendo arruinar isso agora. Mas se ela me permitir a farei até mais feliz. Por que eu mudei, e mudei pra poder ficar com ela.

Me afasto dele e vou até a porta a abrindo. Olho a rua para não ter o desagrado de deixar os dois cruzarem seus caminhos e sinalizo pra ele.

Jungkook - Acho que está na hora de ir. Viva sua vida Sr. Bae Jinyoung. Deixa que S/N cuide da própria vida.

Ele sai e entra no carro com raiva batendo a porta. Fecho a minha e volto para o quarto me jogando no sofá de couro velho. Essa pousada tem cinco quartos no andar de cima... e eu sou o único morador daqui. Estou pagando por um quarto meu e sala e cozinha compartilhadas... mas no fim a casa inteira é só minha.

Pego meu celular e vejo a notícia sobre minha família e seus julgamentos. Nenhum deles com direito a fiança. Não sei como Solji consegui me tirar de lá tão rapidamente. Ela realmente me surpreendeu.

Escuto batidas forte na porta. Olho pela janela, mas a sacada impedia de ver quem estava na porta. Grito para esperar e desço rapidamente. Como não havia carro imaginei não ser Jinyoung, devia ser o carteiro, arrancaram a caixa de cartas alguns dias atrás contou o locador.

Quando abro a porta vejo S/N a minha frente. Suspiro fundo. Filha da minha irmã aquela praga! Jinyoung eu juro que se te ver novamente vou arrancar um dente seu no soco.

Jungkook - Não me ofenda por favor.

Seus olhos me encaravam diretamente, mas eu desviava meu olhar, ela não parecia brava ou chateada.

Jungkook - Posso ajudar em algo?

S/N -Você... você estava atrás de Taehyung certo? - fico surpreso com o rumo do assunto...

Jungkook - Desculpe, achei que Jinyo... - ela me interrompe.

S/N - Sim. Ele me contou que estava aqui, tomei a liberdade de vir pois lembrei do nosso último encontro. Queria dizer que eu encontrei o Tae. Ele está tentando entrar pra uma gangue chamada Império De Ouro, se nao me engano.

Estava quase de boca aberta, mas tentei parecer tranquilo.

Jungkook- Sim... devia ter imaginado isso quando ele escolheu esse lugar para vir. De fato meus antigos inimigos devem estar atrás de meus antigos homens...

S/N - Então você está em perigo também aqui... por que está aqui se podem te matar também?

Ela está preocupada comigo? Ah meu querido sobrinho, não devo socar você no próximo encontro e sim agradecer. Tentou colocar ela contra mim, mas jogou ela em meus braços.

Jungkook -Não se preocupe, ninguém quer mexer comigo mesmo sem proteção.

S/N -Como pode ter tanta certeza?

Jungkook - Kim Namjoon. Ou melhor, RM. O mundo nos temia, e somos inimigos mortais. Ninguém irá querer me matar, afinal esse é o dever de Nam. Se alguém tirar dele este direito irá sofrer demais.

S/N - Mas você e Namjoon...

Jungkook - Sim. Nós odiamos, mas já fomos amigos no passado, gostamos de competir então deixamos claro ao mundo que somente um de nós poderia nos matar e que se envolvesse pagaria um alto valor... mesmo depois de tudo o que houve ninguém ousaria.

S/N - Fico aliviada nesse caso.

Escorro minha cabeça na lateral da porta e vejo ela suspirar fundo colocando as mãos nos bolsos de trás de jeans. Ela estava tão sexy com aquela regata e os cabelos sob os ombros, o brilho da manhã sempre a favoreceu demais.

Jungkook - Quer entrar para tomar café?

Ela me olhou surpresa com o convite. Era possível ver os pensamentos que rodavam sua cabeça: "será que aceito?" , "recuse, ele é mal", " mas ele mudou", "está sendo gentil em oferecer, mas recuse agora"... dou uma leve risada.

Jungkook- Não precisa aceitar se estiver desconfortável. Mas saiba que estarei aqui por mais duas semanas, caso deseje aparecer.

Ela concorda e se despede correndo pra casa. Seria possível se apaixonar novamente pela mesma pessoa? Que absurdo isso.

Fecho a porta sorrindo com alegria. Isso, seja sempre bom e você terá sua chance Jeon Jungkook.

Vou cantarolando para a cozinha preparar um achocolatado gelado, estava feliz... feliz por um simples gesto dela tão pequeno.