História Amantes de Saturno - Tricote, não remende

Remendar e se acomodar.

Isso que nós fizemos, isso que viemos a fazer.

Ignoramos o mundo a nossa volta e deixamos eles costurarem maledicências.

Disseram muito de nós e agirem muito pouco por nós.

Tinhamos muito incomum.

Que me permiti esquecer o quão nociva era o mundo fictício que você criou para mim.

Precisa de um pouco de calma, fabricou meios de fugir do desispero.

Me abandou na inércia e me deixou incompleta.

Jurou uma vida eterna, me  presenteou com a filha de aracne.

Nós faz diferente agora.

Enfrentei a inveja de uma deusa por causa da minha fraqueza.

Achei que poderia vence-la.

Mas você ganharia se eu me perdesse nós caminhos de uma vida sem você.

Foi uma aposta.

Você me encarou enquanto agulhas alfinetavam meu dedos em meio ao desispero.

Pediu que parece, queria me dar um último beijo.

Viu que nada lhe aconteceria deu passos para trás e me abanou sozinha.

Percebendo que naquele momento era o que eu mais o queria.

Ficando acomodada você deu tudo que eu precisava de mão beijada.

Enquanto eu custurava e remendava suas roupas surradas pelas anteriores.

Foi assim que sempre quis.

Me observar tentar me recompor longe de você e ter que lidar com todas as coisas ruins que foram me atribuidas, fora do mundo fictício que me fez viver.

A filha de aracne teve piedade.

"Tricote, não remende."