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História Amar pode Machucar - Epílogo - Parte I


Escrita por: Lucy_Jackson

Notas do Autor


Olá amores!!!!!

Sei que atrasei um tico para atualizar, mas eu tenho motivos. É que houve uns imprevistos familiares e eu não pude terminar de escrever durante a semana, na verdade nem estava com cabeça pra isso. Mas... Aqui estou eu!!! Terminei o cap agora a pouco e estou postando porque odeio deixar vocês esperando. Enfim, espero que gostem ❤

E, claro, eu esqueci de agradecer a minha xará por me ajudar no último cap. Então, obrigada, minha tomatinho preferida <3

Boa Leitura!

Capítulo 36 - Epílogo - Parte I


Malcolm e Tiago nunca se casaram.

Depois de dois anos namorando, eles passaram a dividir o pequeno apartamento de Tiago e se viram construindo uma rotina que às vezes era até um pouco desgastante. Com Malcolm fazendo graduação, ele mal tinha tempo de respirar e, quando tinha, era muito pouco. Além do fato que muitas vezes os horários deles não batiam, o que acabou gerando algumas brigas e muito ciúmes de ambas as partes, mas eles sempre acabavam fazendo as pazes.

Ao contrário da irmã mais nova, Malcolm nunca teve vocação para a área de exatas. Então, assim como o pai, ele fez faculdade de história e pretendia se graduar para dar aulas no ramo. Embora não fosse muito paciente, Malcolm era bom em explicar e transmitir o que ele queria, fazendo com aquela fosse a melhor opção pra ele.

Quando conseguiu um emprego, foi numa escolas perto do apartamento deles. Ele ficou tão feliz que Tiago não pode deixar de se sentir feliz pelo namorado também. Os dois até mesmo saíram para jantar, coisa que eles não costumavam fazer muito.

No aniversário de Malcolm daquele ano, Tiago planejou uma surpresa pra eles. Os dois tinham decidido que não pretendiam ter filhos, afinal com ambos trabalhando e mal tendo tempo pra eles, como criariam uma criança? Por isso Tiago achava que aquela surpresa era uma boa ideia.

Por sorte, Malcolm costumava dormir até tarde, de forma que ele pode preparar as coisas sem o risco do namorado acordar. Depois de tudo pronto, Tiago foi acordar Malcolm com um café da manhã na cama.

Se ele era romântico? Só de vez em quando.

- Hey, gatinho. – chamou em tom baixinho. – Acorda.

Malcolm demorou um pouco para abrir os olhos e, quando o fez, ganhou um selinho de bom dia. Ele abriu um sorrisinho de canto, ainda um tanto manhoso devido ao sono.

- Bom dia. – murmurou bocejando e esfregando os olhos.

Tiago sorriu sem perceber com aquilo. Malcolm era adorável quando estava com sono, principalmente o olhando daquele jeitinho que só ele tinha.

- Bom dia, gatinho. Feliz aniversário. – desejou colocando a bandeja em cima do colo do namorado.

Malcolm abriu um pequeno sorriso e se inclinou para dar mais um selinho no namorado, feliz pelo gesto. Tiago podia não ser a pessoa mais carinhosa ou romântica do mundo, mas Malcolm gostava dele exatamente assim. Seu moreno de olhos azuis.

- Obrigado. – agradece esfregando seu nariz na bochecha do outro, que apenas ri em resposta.

A bandeja estava repleta de coisas que Malcolm adorava, como o suco de laranja natural e o bolo de cenoura que ele ama desde pequeno. Um sorriso divertido nasceu em seus lábios ao ver o doce.

- Por favor, me diz que não foi você que preparou o bolo. – diz em tom falsamente dramático enquanto tomava um gole do seu suco.

Tiago ri alto com aquilo, acomodando-se ao lado do namorado e lhe dando um beijo na bochecha. Ele não era muito bom na cozinha, digamos assim.

- Não, comprei na padaria. – diz passando o braço ao redor da cintura de Malcolm.

- Oh, ainda bem. – diz fingindo um suspiro de alívio. – Não leve a mal, amor, mas você é horrível na cozinha. – diz sincero pegando o sanduíche que Tiago havia preparado.

O moreno apenas ri e beija a bochecha de Malcolm novamente, começando a conversar sobre trivialidades enquanto o louro terminava de comer. Assim que a bandeja ficou vazia, Tiago pediu para o namorado esperar um pouco e foi levar as coisas para a cozinha. Na hora que voltou, trouxe uma grande caixa de presente consigo, fazendo Malcolm arregalar os olhos e sorrir.

- Uau, o que é isso? – pergunta animado.

Tiago morde o lábio inferior nervosamente e hesita um pouco na hora de entregar o presente para o namorado, perguntando-se se aquela era mesmo uma boa ideia.

- Eu espero que goste. – murmura coçando a nuca. – Sinceramente, eu achei que seria bom e vou entender se você não quiser... – ele é interrompido por uma exclamação.

Malcolm tinha acabado de tirar o presente de dentro da caixa e agora apertava a bolinha ruiva contra o rosto, dando beijinhos no pelo do pequeno gatinho.

- Oh, é tão bonitinho! – diz olhando o pequeno animalzinho e esfregando o nariz no pescoço do filhote. – Qual o nome dele?

- Você gostou? – pergunta Tiago abobalhado.

Malcolm ri alto e concorda, ainda fazendo carinho no gatinho.

- Ele é a coisa mais fofa que eu já vi, amor. Olha que bolinha linda. – diz colocando o gato sobre suas pernas.

Tiago, aos poucos, deixa um sorriso tomar conta de seu rosto. Ele volta a se sentar ao lado do namorado e acaricia a cabeça do pequeno animalzinho, sentindo o mesmo ronronar em resposta.

- Pode escolher o nome, gatinho. Ele é seu. – diz carinhosamente ainda afagando o filhote.

Malcolm vira seu rosto para ele e lhe dá um beijo demorado, mordendo seu lábio no final e encostando suas testas.

- Ele é nosso, amor. – diz dando um último selinho em Tiago. – E eu gosto de Charlie. – sugere.

Tiago sorri, abraçando o namorado de lado e sentindo o mesmo encostar a cabeça em seu ombro.

Eles não eram o casal mais perfeito do mundo ou o mais pacífico, mas ambos poderiam dizer que eles eram felizes, simplesmente por terem um ao outro. Mesmo com as brigas e os problemas, os dois estavam juntos, lutando e superando cada obstáculo que a vida impunha e aquilo era suficiente para os dois.

- Por mim, está perfeito. Nosso pequeno Charlie.

(...)

Leo e Calipso era um casal caliente, digamos assim. Provavelmente eram o casal com as brigas mais bobas, mas também um dos que mais se amavam. E, como se diz, as reconciliações são sempre as melhores e foi de uma delas que veio o primeiro fruto do relacionamento deles.

Desde que se mudaram para Los Angeles, os dois tinham se visto firmando um relacionamento sério. Com passados poucos meses, Leo já era tratado como se fizesse parte da família de Calipso. Pleione adorava o genro e Zöe dizia que ele era um garoto divertido, embora ressaltasse que se ele machucasse a sua irmãzinha ia se arrepender para o resto da vida.

Ainda sim, a convivência entre eles era boa. De tempos em tempos, Leo visitava os pais e os amigos em Nova York, sempre dizendo que estava feliz com Calipso – o que não era mentira. Ele não poderia estar mais contente do que ele estava ao lado da garota. E tudo isso apenas ficou mais evidente quando Calipso descobriu que estava grávida.

Um pouco mais de um ano depois que os dois tinham se formado, Leo já trabalhava em uma empresa especializada em carros enquanto Calipso era professora em uma escola infantil. Os dois moravam em um pequeno apartamento que haviam alugado meses depois de começarem a trabalhar.

Foi uma grande surpresa para os dois quando Calipso se descobriu esperando um filho. Nunca fora segredo que a garota sempre quis ter uma criança, e Leo sabia disso. Ainda sim, o susto foi grande na hora.

No entanto, ele logo se descobriu um pai muito babão quando eles fizeram o primeiro ultrassom de Calipso. Mesmo sendo apenas um pequeno borrão na tela, Leo nunca tinha se sentido tão feliz. Ele ia ter um filho com a mulher que amava e era isso que importava.

Claro, eles tiveram medo da reação de suas famílias, afinal os dois ainda eram muito novos. Contudo, todos aceitaram muito bem a ideia deles serem pais e até se disponibilizaram para ajudar no que eles precisassem, o que os deixaram muito felizes.

Os meses se passaram muito rápido e, entre choros e algumas brigas, Calipso deu a luz à pequena Sam numa manhã de novembro. Ela tinha os olhos mel da mãe e as orelhas de elfo do pai, além de um tom de pele clarinho. Era a coisa mais linda que os dois já tinham visto.

Todos a adoraram também. Como a primeira a nascer, ela foi muito mimada pelos amigos dos dois. Sam parecia encantar todos que estavam ao seu redor, seja com seus sorrisos banguelas ou com suas risadinhas gostosas. Ela era adorável.

- Você gosta dos blocos, pequena? – pergunta Leo certa manhã enquanto os dois estão brincando no chão do quarto dela.

Sam bate palminhas e ri daquele jeito que sempre derretia Leo, pegando um dos blocos e empilhando.

Calipso, que estava preparando um café para os dois, parou no batente da porta ao ver as duas pessoas que mais amava sentados juntos brincando. Um sorriso logo nasceu em seu rosto e ela não resistiu em ficar olhando os dois por um tempo.

- Ainda bem que você puxou a beleza da sua mãe, sabia? – diz Leo com um sorriso, então finge uma careta. – Você vai me dar muito trabalho quando for mais velha, viu? Os meninos vão todos ficar babando pela minha pequena e vou ter que espantá-los. Aí, aí...

Calipso, ao ouvir o que Leo disse, não pode evitar rir. O latino vira a cabeça para ver a garota se aproximar deles aos poucos, deixando a xícara de café em cima da cômoda perto da porta.

- Sabe que ela não entende nada do que está falando, não é? – pergunta divertida enquanto se senta ao seu lado.

- Gosto de conversar com ela. E um dia vou ter que fazer isso mesmo. – diz Leo se referindo a "espantar" os meninos.

Calipso apenas nega com a cabeça e entrelaça os dedos aos do garoto. Devido a correria da vida deles e tudo que envolvia ter um filho, eles acabaram não se casando oficialmente. No entanto, Calipso não se importava tanto com isso quanto achava se importaria. O importante era que ela confiava em Leo e os dois tinham uma vida juntos, não seria um pedaço de papel que mudaria isso.

- Ela é um bebê ainda, Leo. Mas um dia vai crescer e se apaixonar, por isso pode ir se acostumando. – diz em tom meio sério e divertido.

Leo faz um biquinho e concorda.

- Claro, mamacita. – diz fazendo a garota rir.

Alheia a conversa dos dois, Sam apoia as mãozinhas no chão e se ergue, cambaleando um pouco. Seus pais acabam percebendo a movimentação dela e a mesma dá uma risadinha gostosa, movendo os pezinhos lentamente tentando caminhar até os pais.

Aos poucos, ela chega até os dois, caindo sobre os braços estendidos de Leo, que naquele momento parecia prestes a chorar. Calipso não estava muito diferente.

- Olha minha princesinha está andando! – exclama espalhando vários beijos pelo rosto da garotinha.

Calipso ri, mas está claro que ela também está emocionada. Pouco depois eles se juntam em um abraço triplo e ela se sente completamente feliz.

Eles eram uma família perfeita? Com certeza não, mas ela não podia desejar coisa melhor do que o amor que tinha por aqueles dois. Seus amores.

Mais tarde, quase dez anos depois que Sam nasceu, Calipso daria a luz a mais uma menina que seria batizada de Mia.

(...)

Jason e Piper se casaram antes mesmo de se formarem. Foi uma surpresa para todos quando eles anunciaram o casamento, afinal eles ainda eram muito novos para isso. No entanto, nada fez eles mudarem de ideia e a cerimônia aconteceu em um simples salão apenas com os amigos mais próximos.

Foi um lindo casamento.

Diferente do que muitos pensavam, eles conversaram bastante sobre dar esse passo. Ambos tinham noção que eram novos para casar, mas também sabiam o quanto se amavam e o quanto queriam passar o resto da vida juntos. Por mais que para muitos não parecesse, o amor que um sentia pelo o outro era indescritível.

Jason sempre foi inseguro de si mesmo e, embora não demonstrasse, não quer dizer que o sentimento não estava lá. E Piper sabia disso e o amava mesmo assim. Ele sabia que não teria passado por muita coisa se não fosse por ela, principalmente quando a sua mãe morreu.

Por fora, ele estava bem. Mas por dentro, Jason desmoronou como um castelo de cartas mal feito. Tudo parecia ter perdido o foco durante um tempo, deixando-o perdido e confuso com os seus próprios sentimentos. Ainda sim, ele tentava ser forte e não demonstrar o quanto estava mal. Por ele, por Thalia e por Dany. Eles precisavam dele e ele não podia falhar com eles.

Contudo, Piper estava sempre lá para afugentar os sentimentos ruins que o perseguiam. Às vezes contando velhas lendas Cherokee do vovô Tom ou apenas o abraçando com carinho. Independente de que forma usava, seu apoio foi e sempre seria muito importante pra ele.

Portanto, devido a tudo isso, é claro que ele se sentia na obrigação de apoiá-la também, afinal a amava. Na verdade, sua irmã sempre os chamavam de "casal diabetes", já que os dois eram, segundo ela, muito melosos um com o outro – não que Jason realmente se importasse com isso.

No entanto, quando ele e Piper completaram quatro anos de casados, o presente que sua esposa lhe deu quase o fez desmaiar. Um turbilhão de sentimentos o fizeram ficar "fora do ar" por alguns minutos, mas ele acabou se recuperando e absorvendo a notícia que teria um filho.

É, um filho. Se o sentimento de não ser bom o suficiente para Piper já o deixava o aflito, imagina ser pai? Jason achou que ia surtar, mas se obrigou a se acalmar e encarar tudo aquilo de cabeça erguida, afinal sua família precisava dele e ele não iria decepcioná-los.

Piper, por sua vez, conhecia muito bem o marido para saber o que ele sentia e, no fundo, também compartilhava um pouco daquela insegurança. Caramba, eles tinham se formado há pouco mais de dois anos!

Ainda sim, ela sabia que eles iam dar um jeito. Sempre deram, desde os seus dezesseis anos, afinal nem sempre tudo foi uma maravilha e eles também tiveram seus problemas. O importante era que eles ainda estavam juntos e pretendiam ficar mais muito tempo.

O pequeno Tom, batizado em homenagem ao avô da morena, nasceu em uma madrugada chuvosa de março. Com um pouco mais de três quilos, o lindo menininho nasceu com os traços da mãe. No entanto, logo perceberam que ele tinha o jeitinho do pai, tanto na curiosidade como na determinação.

Um pouco mais de um ano depois, Piper descobriu que estava grávida novamente. Foi uma grande surpresa, já que eles não estavam planejando ter outro filho tão cedo. Contudo, não puderam deixar de ficar felizes com a notícia. Iam ter outro menino!

- Seu irmãozinho está chutando, meu amor. – comenta Piper carinhosamente para o filho.

Tom, que acabara de completar dois anos, apenas tomba a cabeça para o lado em sinal de confusão. Ele aponta para a barriga de quase oito meses da mãe, como se fizesse uma pergunta muda e então pisca os olhinhos coloridos.

- É, ele está aqui dentro. Quer tocar? – ela indica a barriga.

O garotinho acena com a cabeça rapidamente, abrindo um sorrisinho e batendo palminhas de forma entusiasmada. Ele engatinha sobre o sofá, indo até a mãe e encostando a cabeça em sua barriga, como se tentasse escutar o irmãozinho.

Piper acaricia os fios escuros do filho e vê o mesmo fechar os olhos, apoiando as mãozinhas sobre sua barriga. Ela deixa um sorriso se abrir em seu rosto, feliz com aquele momento.

- O que meus amores estão fazendo? – pergunta uma voz surgindo atrás deles.

Tom abre os olhos ao reconhecer a voz do pai, afastando-se um pouco da mãe para percorrer a sala com os olhos. Jason se dirige até o espaço livre no sofá e se senta para em seguida sentir o abraço entusiasmado do filho.

- Você demorou, Jas. – diz Piper suavemente.

- Desculpa. Trânsito. – responde brevemente.

Jason coloca o filho sentado sobre suas pernas, inclinando-se para dar um selinho na esposa. Então abaixa mais um pouco e beija a barriga da mulher, fazendo a mesma sorrir.

- Ele está chutando bastante hoje.

- Oh, é mesmo? – Jason abre um sorriso, ainda com o rosto próximo da barriga de Piper. – O pequeno Jas vai ser um jogador de futebol como o papai, não vai?

Piper ri com a fala do marido, esticando a mão para afagar os cabelos bagunçados do mesmo. Por mais cansado que estivesse devido ao trabalho, Jason sempre chegava em casa e fazia questão de conversar com o filho antes de qualquer coisa. Então lhe dava um pouco de atenção, tomava um banho e só depois ia jantar. Ela se sentia uma pessoa de sorte por ter um marido tão dedicado.

- Ou talvez ele não goste nenhum um pouco de esportes. – comenta Piper fazendo Jason rir.

- Talvez. – concorda dando mais um beijo na barriga da mulher.

Enquanto isso, Tom apenas olhava a cena com os olhos curiosos. Ele volta volta a se mover e se posiciona no meio dos pais, chamando a atenção pra si e fazendo um biquinho com os lábios.

Mesmo já estando com dois anos, o pequeno moreninho ainda não tinha dito suas primeiras palavras. Balbuciava algumas coisas, mas ainda não falava. Por sorte, Tom costumava ser bem expressivo quando queria dizer alguma coisa, como estava sendo naquele momento.

- Não precisa ter ciúmes, campeão. Amamos você. – diz Jason com um sorriso ao ver a manha do filho.

Tom, aos poucos, desmancha o bico, aconchegando-se nos braços do pai e sentindo sua mãe lhe abraçar também. Sua cabeça se acomoda no ombro do pai enquanto uma das suas mãozinhas repousa sobre a barriga da mãe.

- Jas? – murmura alto o suficiente para os dois ouvirem.

Ambos sorriem, deixando um beijo de cada lado do rosto do menino. Tom apenas ri, sem identificar que Jas ele estava se referindo. Podia ser o pai, ou irmão ainda não nascido. Ou, quem sabe, os dois.

Anos depois, quando Jasper já tivesse mais de um ano e meio, sua primeira palavra seria o novo apelido do irmão "Tommy".

(...)

Reyna e Rachel quase não ficaram juntas. Não porque não se gostavam ou algo do tipo, mas porque a família da ruiva simplesmente odiou a morena e fez de tudo para que as duas se separassem.

Primeiro foram as indiretas, onde o Sr. e a Sra. Dare diziam que a garota não era boa o suficiente para a filha deles; depois foram os pretendentes que eles apresentavam para a filha; e, por último, a tentativa de levar a ruiva para morar em outro país. Tudo isso somado desgastava o relacionamento das duas, causando mais e mais brigas.

Entretanto, elas não desistiram tão fácil. Mesmo com as idas e vindas, as duas se amavam e não queriam abrir mão uma da outra. Logo, quando as duas se formaram, elas resolveram morar juntas, o que acabou por fazer os pais da ruiva verem que não podiam fazer mais nada para separá-las.

No começo, não foi nada fácil. Enquanto Rachel trabalhava com suas pinturas e esculturas, Reyna trabalhava como policial e pretendia se candidatar à promotoria pública, o que deixava as duas sem tempo. Quer dizer, sem tempo mútuo, já que seus horários não batiam. Ainda sim, elas estavam dando um jeito.

Depois de três anos morando juntas, elas se casaram. Foi apenas uma comemoração simbólica com os amigos mais próximos e alguns parentes, o que incluía uma tia que Rachel gostava muito e a irmã de Reyna, Hylla. Além de todos os amigos das duas, como Percy e Annabeth que eram recém casados e algumas pessoas que elas conheceram na faculdade.

A festa foi muito boa e elas se divertiram bastante. No entanto, Reyna conhecia muito bem a – agora – esposa para saber que ela ficou muito sentida em não ter os pais ali. Estava óbvio na expressão de Rachel que, no fundo, ela estava decepcionada pelos dois não terem as aceitado. Isso deixava Reyna triste também, porque a garota não merecia isso.

- No que pensa? – pergunta Reyna, mesmo já sabendo a resposta.

Rachel pega a mão da esposa e aperta suavemente, encarando um de seus quadros e parecendo pensativa. Por fim, ela fala o que estava a incomodando.

- Você acha que um dia eles vão nos aceitar, Rey? – pergunta em tom quase sussurrado.

Reyna solta um suspiro e se aproxima mais da companheira, erguendo suas mãos entrelaçadas e dando um beijo nos dedos de Rachel.

- Não sei, ruiva. – responde sinceramente. – Talvez, um dia, seus pais percebam o erro que cometeram e voltem pra você. Mas depois de tudo, eu não tenho certeza de mais nada.

Rachel encosta a testa no ombro da esposa, deixando que poucas lágrimas escorressem por seu rosto. Sabia que Reyna estava certa sobre aquilo, talvez um dia eles se arrependessem. Ou talvez não. Rachel sabia que ela não podia viver alimentando essa angústia, mas saber que seus pais estão tão perto e tão longe machuca. Muito.

- Eu amo você. – diz Reyna baixinho, fazendo a ruiva erguer os olhos para a esposa. – Muito. Eu apenas amo você, ruiva.

Rachel abre um sorriso bonito, erguendo-se e dando um beijo suave nos lábios de Reyna. Era a primeira vez que ela falava isso, mesmo com tantos anos de namoro. Mas Rachel não se importava, porque ela não precisava de palavras para saber daquilo, embora fosse bom ouvir.

- Eu também amo você, Rey. – diz com seus olhos verdes brilhantes. Ela abre um sorriso divertido. – O que é um casamento sem lágrimas, não é? – brinca.

Reyna não pode deixar de rir daquilo. Sua mão livre vai até a base das costas da esposa e ela puxa Rachel para mais perto de si, esfregando seus narizes e encostando suas testas.

- Quero só ver quando tivermos um filho, ruiva. – comenta em tom brincalhão. – Esse seu rostinho lindo vai ficar marcado de lágrimas.

Rachel também ri um pouco.

- Quero só ver você, Rey. Ele vai te deixar toda emotiva. – provoca com um sorrisinho.

E deixou mesmo. Dois anos depois de se casarem, as duas resolveram aumentar a família adotando uma criança. Pietro, que era o garoto que elas adoraram, tinha cinco anos quando passou a morar com elas. Seu jeito tímido combinado com seu lindo sorriso foram o suficiente para conquistarem as duas e, mesmo tendo passado tanto tempo em um orfanato, Pietro era um amor de garoto.

A primeira vez que ele chamou as duas de mãe, após quase seis meses da adoção, fez com que Reyna deixasse algumas lágrimas escaparem – o que não era nada típico dela. O garoto, meio inocente, achou que ela não tinha gostado, mas logo a mesma explicou que ela estava muito feliz com aquilo e ele passou a chamar as duas sempre daquela forma.

Contudo, apesar de muito bonzinho, Pietro era extremamente tímido. Odiava contato com outras pessoas e sempre se escondia atrás de uma das duas quando tinha muita gente perto. Ele era naturalmente desconfiado.

Tempos depois, em um dia qualquer em que os três estavam passeando pela cidade, a pequena família deu de cara com o Sr. e a Sra. Dare. Cumprimentaram-se e as duas apresentaram o filho para os avós, que apenas acenou para os dois, tímido novamente.

E, então, alguma coisa naquele dia fez com a que a relação entre eles mudasse. Embora nunca tenham pedido desculpas, os pais de Rachel começaram a se aproximar dos três. Não comentavam mais nada sobre o relacionamento das duas, mas se faziam presente na vida de Pietro, dando a atenção que nunca deram para a única filha deles.

De alguma forma, as coisas ficaram bem. Pietro tinha uma família e Rachel tinha os pais de volta, mesmo que de um jeito estranho. Para Reyna, aquilo era tudo o que ela podia desejar.

(...)

Thalia e Luke eram um casal um tanto imprevisível. Antes de entrarem para a faculdade, os dois viajaram para Las Vegas e se casaram, como uma promessa que eles ficariam juntos. Não usavam aliança nem nada do tipo, mas sabiam que o que sentiam era bom demais para desistirem.

A distância que eles sofreram durante os anos da faculdade não foram fáceis, mas também não eram impossíveis. Thalia, apesar de temperamental e explosiva, sabia que Luke precisava ficar ao lado mãe. Precisava passar todos os momentos que podia ao lado da mulher que lhe deu a vida e ela o apoiaria sempre que ele precisasse.

Foi o que fez. Meses depois de Luke se formar na faculdade, a Sra. Castellan faleceu, como se tivesse cumprido o seu papel. A enfermeira que cuidava da mulher dissera que a mesma morreu com um sorriso no rosto, murmurando o nome do filho e o chamando de bebê.

Dessa vez, foi Thalia que serviu de apoio para o, bem, marido – ela ainda não tinha se acostumado em chamá-lo assim. Ela não fez nenhum discurso ou disse palavras bonitas, apenas o abraçou e deixou que ele a usasse como porto seguro, exatamente como ela fizera quando sua mãe morrera.

Poucas pessoas apareceram no enterro, entre elas estava Hermes, o pai de Luke. Thalia se lembrou do que o louro lhe dissera anos antes quando ainda estavam no colégio: Hermes ainda era apaixonado por sua mãe. E ela viu isso nele naquele dia. O jeito como seu olhar parecia quebrado e perdido.

Luke, por sua vez, sentia que tinha perdido o chão. Por mais que soubesse que aquilo aconteceria mais cedo ou mais tarde, ele não estava preparado. Nem um pouco. Foi como se tivessem tirado o chão de seus pés e esperado que ele continuasse parado onde estava.

Mas, de alguma forma, Thalia estava ali para segurá-lo e mantê-lo firme. Luke nunca tinha se sentido tão agradecido por tê-la ao seu lado quanto se sentiu nos primeiros meses após a morte da mãe.

Como já estavam ambos formados, eles resolveram morar juntos. Luke se mudou para NY novamente e eles passaram a dividir um pequeno apartamento no centro de Manhattan, construindo aos poucos uma vida juntos.

No início, estava tudo ótimo. Eles tinham uma boa vida. Brigavam como todo casal, mas estava bem. Contudo, com o tempo, os dois concordaram que queriam aumentar a família. Isto é, ter um filho. Foi aí que o problema começou.

Thalia não conseguia engravidar, mesmo com os tratamentos que fizera, era como se seu corpo não quisesse que ela tivesse um filho. Talvez ela fosse estressada demais ou quem sabe não estivesse pronta para ser mãe. Tudo que ela sabia era que não estava conseguindo gerar um filho.

Quando os dois estavam quase desistindo de tudo isso, Thalia finalmente engravidou. Foi inesperado, já que eles já tinham perdido as esperanças, mas ainda sim bom. Embora Thalia tivesse começado a ter desejos estranhos, eles estavam muito felizes.

A pequena garotinha chegou duas semanas antes do previsto, fazendo com que os dois tivessem que sair às pressas para o hospital. O parto foi mais rápido do que de costume, já que a morena já tinha entrado em trabalho de parto quando os dois chegaram ao pronto atendimento. Logo, a menininha estava com os pais.

- Ela é linda. – diz Thalia quando a filha é entregue em seus braços por uma enfermeira.

Luke estava ao seu lado, sorrindo e ainda com a roupa que tinha usado para entrar na sala de parto. Ele se inclinou e deu um beijo na testa suada da esposa, tão feliz que ele poderia chorar ali mesmo.

- Sim, é linda. – concorda olhando o rostinho da pequena nos braços da esposa. – Me lembra você.

Thalia ri, ajeitando melhor a menina em seus braços. Por mais doloroso que tivesse sido o parto, tudo isso pareceu desaparecer agora que sua filha estava em seus braços.

- A gente ainda não escolheu um nome para ela. – comenta ela suavemente.

Luke pegou a pequena mãozinha do bebê e deu um beijinho, erguendo seus olhos azuis para a esposa em seguida.

- Tem que ser um nome bonito.

- Tem mesmo. – concorda com um sorriso. – Eu pensei em um.

- Qual?

Thalia encara o marido com seus olhos intensos, ainda com um leve sorriso nos lábios.

- May.

Luke demorou quase dois segundos para arregalar os olhos, então sorriu e uma lágrima escorreu por seu rosto. Ele quase não acreditou no que ela tinha dito, mas bastou ele olhar novamente para os olhos azuis da esposa que ele soube que sim. Sim, eles iam homenagear a mãe dele.

Thalia, ao ver a expressão boba no rosto de Luke, se inclinou e o beijou suavemente, ainda sorrindo.

- Nossa pequena May. – diz Luke com a voz embargada. – Bem-vinda ao mundo, filha.

E deu um beijo na testa da mesma.

(...)

Will e Nico viajaram muito. Depois de formados e fixos em seus respectivos empregos, o médico cumpriu sua promessa de levar o namorado para conhecer outros países.

A primeira parada foi na Itália, onde Will fez questão de levar Nico para conhecer os canais de Veneza, contratando um passeio de barco em um encontro romântico – Nico disse que aquilo era muito brega, mas foi do mesmo jeito. Depois visitaram vinhedos e vários monumentos famosos, tirando fotos e aproveitando o melhor que a Itália podia oferecer.

Foi em um desses passeios que eles casaram.

Numa pequena capela em um vilarejo no sul da Itália, os dois conheceram um padre muito simpático que concordou em casá-los. Foi uma cerimônia pequena e simbólica, onde eles trocaram coroas de flores no lugar de anéis – algumas crianças tinham os presenteado com os adornos. Então se beijaram e ganharam uma chuva de arroz dos moradores locais.

Para eles, aquilo bastava para dizer que estavam casados, mas resolveram deixar tudo oficial registrando-se em um cartório. Quando todos souberam da novidade, os dois tiveram que enfrentar a careta das irmãs de Nico – as mesmas disseram que queriam estar presentes. No entanto, estavam felizes por eles também.

Eles poderiam dizer que tinham uma boa vida, mesmo com os problemas do cotidiano e das brigas um tanto frequentes – a toalha molhada na cama conta, certo? Certo. Ainda sim, tudo estava relativamente bem. Os dois davam certo de alguma forma e se amavam, então era o que importava.

- Nico. – chama Will um dia quando eles já estavam para dormir.

- O quê? – resmunga já escondido entre os edredons.

- Vamos adotar um filho? – pergunta aleatoriamente olhando um ponto qualquer.

Nico, que estava com o nariz vermelho por causa do frio, tirou a coberta do rosto e encarou o marido com os olhos arregalados – quando ele ia se acostumar com as surpresas de Will?

- Você quer dizer daqui algum tempo, certo? Se for, podemos começar a pensar sobre isso. – sugere desconfiado.

- Não. Eu estava pensando já. Podíamos ir visitar orfanatos na minha próxima folga. – comenta finalmente olhando para o marido.

Will abre aquele sorriso sonhador que Nico tanto amava e puxa o outro pela cintura, esfregando seus narizes e fazendo um biquinho que ele sabia que Nico não resistia.

- Will... Você não acha que é muito repentino? – pergunta com a voz suave, colocando sua mão gelada no pescoço do outro.

- Não, não acho. Quer dizer, já faz tanto tempo que somos casados. Seria legal termos um filho, não? Ando pensando nisso já faz um tempo. – comenta franzindo os lábios.

- Quanto tempo? – indaga.

Will fica com as bochechas coradas.

- Alguns anos? – murmura timidamente.

Nico arregala os olhos novamente e bate no braço do marido com um pouco de força. Ele podia ver nos olhos azuis do médico que aqueles alguns anos eram muitos anos.

- Por que nunca me disse? – indaga meio bravo.

- Não sei. – responde sinceramente. – Achei que você não quisesse filhos.

- Mesmo assim! Somos casados, Will, se você não confiar em mim para contar esse tipo de coisa, então não tem sentido... – ele é calado pelos lábios do marido sobre os seus.

Will odiava quando Nico começava a falar demais, porque isso era sinal que eles precisavam conversar seriamente. Ele não tinha dito nada antes porque realmente achava que Nico não quisesse filhos, mas desde que eles se tornaram padrinhos do filho de Percy e Annabeth – um menino lindo, na opinião dos dois – que ele vem pensando nessa possibilidade.

- Desculpa. – murmura Will quando se separam. – Eu confio em você, só não queria que aceitasse isso apenas por mim. Para me deixar feliz, mas desde que nosso afilhado nasceu que...

- Tá, já entendi. – responde suspirando. – Só não gosto quando esconde as coisas de mim. Se estamos juntos, quero que me conte esse tipo de coisa.

Nico abraça o corpo do marido e apoia a cabeça no peito do mesmo, respirando fundo o cheiro de Will.

Por que ele o amava tanto mesmo?

- Podemos ir visitar alguns orfanatos no nosso próximo dia de folga. – sussurra baixinho. – Mas apenas para visitar. – afirma.

Will ri baixinho.

- Tudo bem. Apenas para visitar. – diz no mesmo tom do marido.

Não foi o que aconteceu. No segundo orfanato que eles visitaram, eles já se apaixonaram por duas crianças. Naquele inverno de final de novembro, eles viram uma menina e um menino fazendo anjos de neve no chão. Eles riam um com o outro, divertindo-se como se o mundo fosse apenas deles.

A princípio, Will e Nico acharam que os dois eram irmãos, mas logo descobriram que não. A menina estava no orfanato desde que nasceu, enquanto o menino tinha perdido os pais em um acidente há um pouco mais de um ano. Crystal, que tinha seus cinco anos, era a única que podia se aproximar do mais novo – ela era quase um ano mais velha. Ian não deixava que ninguém mais chegasse perto.

Por isso, foi um pouco difícil dos dois se aproximarem das crianças, mas acabaram conseguindo – para Will e Nico, o mais importante já tinha sido feito. O resto era questão de tempo. Entraram com um pedido de adoção e depois de muita burocracia, Crystal e Ian finalmente puderam morar com os dois.

Agora eles eram uma família.

Ian, embora quieto e tímido, começou a se sentir confortável com o novo ambiente em que estava. Corria pelo quintal e adorava pular no colo de Will quando o mesmo chegava do hospital; já Crystal, com seu sorriso amigável e seus olhos gentis, acabava passando muito tempo com Nico.

Tudo estava se encaixando.

- Filho, tenho uma surpresa para você e para sua irmã. – diz Will certo dia quando acabara de chegar do hospital.

Ian o olhou com expectativa e gritou o nome da irmã, correndo para buscá-la onde quer que ela estivesse. Logo, estavam todos na sala.

- Will... O que você fez? – pergunta Nico já com medo do que o marido tinha aprontado.

- Eles vão gostar e sei que você também. – diz Will com um sorriso e se inclinando para beijar o marido.

Ele entrega uma grande caixa para os filhos, que a abre com curiosidade e animação.

- Cachorrinho! – gritam juntos.

- Will! – repreende Nico ao mesmo tempo.

Will apenas ri, beijando o outro. Ele gostava de surpresas.


Notas Finais


AAAAAAA TÃO LINDOS ❤

Tudo bem, eu sei que esse capítulo ficou maior do que os de costume, mas tinha um pouco de cada casal. Quer dizer, quase de cada casal... O próximo cap será inteiramente Percabeth, onde vou colocar um pouco de cada momento dos dois, então aguardem!!

MAS EU AMEI ESCREVER TUDO ISSO. MUITO ❤

Descrever o que aconteceu com cada um deles foi simplesmente incrível. Eu tenho um carinho especial por cada personagem da fic, espero que tenham gostado tanto quanto eu u.u

Então me digam, qual dos casais, além de Percabeth, vocês mais gostam? Vocês tem um segundo OTP? Comentem, vou amar saber o que pensam sobre todos esses casais ❤

Beijos no <3 e até o próximo - e último!


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