História Amaranthos - Nossa flor.

Não consigo lembrar exatamente em que momento tiramos nossas roupas e entramos no Box do banheiro. Estávamos tão ansiosos que agora eu já me via em baixo do chuveiro sentindo a água tocar minha cabeça e passar por alguns espaços entre meus lábios, que tocavam os de Chanyeol.

Ele me empurrou até o azulejo do box e ficava friccionando seu corpo junto ao meu. O gelado do azulejo mais as reações do meu corpo sendo provocado por Chanyeol me causavam arrepios. Era incrível como ele me transformava em um ninfomaníaco, e eu fazia o mesmo com ele.

Quando nos soltamos, depois de longos minutos colados nos beijando e nos provocando, ele pegou o sabonete e começou a passá-lo pelo meu corpo. E percebi que toda a provocação do último banho voltaria a acontecer.

Eu havia acertado. Chanyeol passava o sabonete por todo o meu corpo, se demorando mais em minhas coxas e virilhas, e depois se direcionava ao meu membro, movimentando sua mão de maneira leve, e ao mesmo tempo ele beijava e mordia meu queixo descendo até o pescoço para depois refazer o caminho, no sentido contrário.

Depois que se ensaboa o que se faz? Enxágua, e foi exatamente isso que ele fez e novamente ele ia ajudando a água com sua mão para livrar meu corpo dos resquícios de espuma. Cada toque já estava me fazendo enlouquecer novamente naquela noite, e se ele demorasse mais, eu teria que suplicar de novo para ele me tomar. Realmente, ele me transformou em um tarado!

- Baek, vem cá... – ele me puxou com seus braços envoltos em minha cintura e eu tomei impulsão para pular no colo dele. Transpassei minhas pernas por sua cintura e meus braços através de seu pescoço enquanto ele me encostava novamente no azulejo da parede, e nós nos beijávamos. E por mais uma vez naquela noite eu senti o membro de Chanyeol roçar em minha entrada e pedir passagem para invadir meu interior.

Chanyeol me desceu um pouco mais pra baixo e enfiou com tudo seu membro dentro de mim, e eu mordia seus lábios devido à onda de prazer que me tomou imediatamente, com a mesma força da penetração que ele fez em mim.

Os vidros do box já estavam embaçados devido ao tempo que a água quente caia, o banheiro estava tomando pelos suspiros longos, gemidos abafados e sussurros de amor que um falava para o outro. Chanyeol intensifica seus movimentos e as paredes de meu interior apertavam o membro dele, e eu podia senti-lo pulsar cada vez mais dentro de mim.

Eu levantava e subia meu corpo, ajudando a penetração de Chanyeol. E quando os movimentos de vai e vem se intensificavam, nos beijávamos de novo para não corrermos o risco de gemidos altos no entregar.

- M-Mais, Channie, mais forte... – sussurrei logo depois do beijo, com os lábios ainda próximos demais da boca dele, o que causou uma nova aproximação, e um novo beijo.

Chanyeol invadia todo o meu ser de maneira estonteante, causando um prazer imenso em mim por senti-lo me tomar por inteiro, algumas estocadas a mais e novamente naquela noite Chanyeol tocou com tudo em meu ponto sensível e nós dois nos desfizemos ao mesmo tempo.

Aproveitando que estávamos no banho, Chanyeol nos limpou, ficou um pouco mais abraçado a mim e desligou o chuveiro. Ele me secou e me deixou secá-lo dessa vez, nos vestimos e pouco tempo depois já estávamos em minha cama, agarradinhos. Ele acariciava meus cabelos e eu desenhava círculos imaginários em seu peitoral.

Dormimos poucos minutos depois e ninguém teve algum sonho estranho, nada mais de acordar no meio da noite com o coração na mão, lágrimas nos olhos e respiração acelerada. Agora teríamos paz, coração somente batendo rápido de paixão, de desejo, de amor. E claro, de vergonha também, só que dessa parte nossos amigos eram os principais responsáveis.

Tanto que no dia seguinte tivemos que aguentar um sorriso travesso do Kai que a primeira coisa a falar quando nos viu foi:

- “AAAAH...!! M-MAIS... MAIS FORTE...” – e ria por intermináveis minutos, só parou por um tempo porque Kyungsoo lhe cutuva, ou talvez porque ele queria mais ar pra continuar implicando. – Cara, eu sabia que vocês faziam essas coisas pervertidas! Ainda bem que não usaram meu Chantilly dessa vez... “Ch-Channie”...

Nossa sorte é que somente nós quatro já estávamos de pé. E Chanyeol sabia exatamente o que fazer para calar o Kai.

- Você realmente quer brincar com isso? Não se esqueça que vocês também fazem isso, e eu também tenho frases que posso usar pra implicar contigo, Kai... – quando vi Chanyeol rir eu pensei que nunca queria ter ele implicando pra valer comigo, e até senti pena de Kai, principalmente quando o vi ficar todas as tonalidades do arco-íris.

- V-V-V-V-VOCÊ, VO... VOCÊ SABIA? – Kai estava mudando do roxo para o azul, isso era possível? E Kyungsoo não ficava muito longe disso, só tinha que adicionar uma boca aberta devido ao espanto.

- Claro. Acha que só você consegue escutar as coisas?

- M-Mas você nunca falou... Nada... – Agora o moreno estava indo de todos os tons de vermelho até o laranja.

- Eu guardei para usar como a minha jogada triunfal sabe? Tipo... Agora. – Definitivamente, eu não ia querer entrar em uma disputa com o Chanyeol. E só agora eu havia notado que ele sabia sobre o Kyungsoo e o Kai – eu como sempre não tinha percebido ou ouvido algo. Nem mesmo quando passava as noites em claro por causa dos sonhos, ou dos roncos de Chanyeol. Na verdade eu ficava me perguntando como ele conseguia ouvir tudo isso enquanto dormia...

- Eu, eu não brincarei mais... Mas também, façam menos barulho! – Kai fazia um bico nos lábios e ainda mudava de cores, mas eu já havia desistido de tentar acompanhar sua fase camaleão.

- Eu falei a mesma coisa para o baixinho aqui... Mas sabe como é, ele não consegue controlar a emoção, e eu sou muito bom né? – Chanyeol gargalhava, e Kai revirava os olhos, agora um pouco mais moreno do que colorido.

- Hey! – acho que eu não devia ter falado do Kai, porque agora era eu quem pagava de tabela de cores.

Durante o dia eu tive que lidar com a sensação de que não só Kyungsoo e Kai ouviram meus gemidos, pois Suho e Sehun também nos olhavam com uma cara de quem queria implicar e debochar. E eu pensei que realmente teria de controlar meus gemidos nas próximas vezes.

- Se você não parar de pensar nisso, e continuar ficando vermelho assim só vai me fazer ter mais vontade de te atacar... – Chanyeol sussurrava atrás de mim enquanto estávamos na cozinha.

- P-Pode parar seu tarado, pervertido. Folga hoje, folga... – mesmo que fosse coisa da minha cabeça, eu sentia que se fizéssemos qualquer coisa hoje, teríamos telespectadores. Então era melhor esperar um pouco para passar o clima de ensino médio quando um casal finalmente resolve se acertar, ou seja, todos os amigos olhando com aquela cara “eu sabia”, “to sabendo,” “vocês estão juuuuntos”.

~

Já era de noite e todos nos despedimos. Kai desejou uma boa noite e depois me disse “juízo” com um tom de brincadeira, ele ia brincar mais, só que Chanyeol apareceu e ele desistiu.

Chanyeol entrou rindo no quarto e logo se deitou, me puxando junto. Agora eu estava deitado com meu queixo apoiado em meus braços, e estes por sua vez estavam no peitoral de Chanyeol. Conversamos sobre muitas coisas aleatórias, inclusive sobre como ele conseguia ouvir os gemidos do outro quarto quando ele dormia, sendo que era difícil ouvir o próprio pensamento enquanto Chanyeol dormia e roncava.

- Hey, eu não ronco toda noite!

- Quase todas...

- Mentira!

- Ok... – falei com uma cara de quem estava fazendo muito esforço para pensar. -  70% das vezes. Mas me fala, quando descobriu?

- Eu cheguei a ouvir algumas coisas, quando eu não roncava – antes que você fale algo. Mas só confirmei mesmo no dia do Chantilly. – e ele olhava rindo para mim, eu acabei me lembrando que de fato ele implicou com os dois e obteve reações bem culpadas como resposta.

- Tadinho do Kai. – e eu balançava a cabeça fingindo uma falsa reprovação para com a atitude de Chanyeol.

Mostrando que não queria mais falar desse assunto, Chanyeol me puxou mais pra cima e me beijou. O beijo foi demorado, minha língua preenchia todo o espaço da boca do mais alto, que também invadia minha boca por completo. Sempre que parecíamos terminar o beijo, começávamos uma sequência de selinhos e depois voltávamos a passear com as línguas pelas respectivas bocas, em mais um beijo apaixonado.

- Channie...

- Hm?

- Eu te amo... – senti meu rosto se ruborizar um pouco, e Chanyeol sorriu, aquele sorriso que poderiam passar 1000 anos sempre iria me derreter por dentro.

- Eu também te amo meu pequeno. – E seus lábios roçavam de leve pelos meus. - A gente se envolveu em um drama desnecessário hein? – ele sorria e bagunçava meus cabelos – Sofremos durante tanto tempo por algo que realmente não tinha motivo para acontecer, e prolongamos esse sofrimento com nossa falta de coragem. Mas isso serviu para mostrar uma coisa...

E eu o completei, como se lesse a mente dele: - ... Que o que impede as pessoas de serem felizes no amor é elas não terem coragem para vencerem o medo. O medo aprisiona e cria monstros nos corações apaixonados. Nós só precisamos confiar nesse sentimento que, quando é verdadeiro ele vem, ele acontece, como aconteceu com a gente. Sou muito grato a Afrodite por ter sido nossa “Deusa da Guarda” e por tudo que ela fez, mas acho que se nessa vida, mesmo sem a ajuda dela, ficaríamos juntos.

- Acha?

- Sim, eu não resistiria a essa covinha e esse sorriso moleque por muito tempo. E sua voz? Não tem como resistir a ela. – sorri e beijei a aquele largo sorriso que se formava em minha frente.

Finalmente nós dois tínhamos entendido. Voltar do mesmo sexo não foi um empecilho, foi mais uma prova que nosso amor superaria. Superaria o ódio que eu havia sentido em minha vida passada, superaria a dor de Chanyeol por se culpar, superaria tabus, superaria a morte, não só a dos nossos corpos, mas também do amor que eu queria matar sendo levado ao erro. Finalmente entendemos que para amar não importa quem você foi – seja nessa vida ou em outras bem distantes – mas importa quem você vai ser ao lado daquela pessoa que te aceita com seus erros e fraquezas, também não importa o que você carrega no meio das suas pernas, mas o que você carrega no seu coração. Eu amei Chanyeol em todas as formas que ele veio, e não me importa se éramos do mesmo sexo, ou de sexos diferentes, o que importa é que ninguém no mundo me fazia sentir o coração acelerado como ele fazia, ninguém me fazia sentir tão vivo como ele me fazia, ninguém me completava como ele me completava. Arrisco até a dizer que dessa vez eu conseguia amá-lo mais ainda, porque nosso amor só conseguiu se renovar e se fortificar com isso tudo – e porque de todas as vidas que tivemos, essa vida foi a que ele se superou, estava mais lindo que todas as outras.

Eu realmente não queria saber se quando essa vida acabasse a gente reencarnaria de novo ou não, e como seria. Eu só queria viver, e eu tenho muita coisa para viver ao lado dele. E não perderei nenhum momento.

Sobre as vidas passadas? Bem, é passado não é? Também não quero lembrar, tudo que tinha para acontecer com as lembranças já aconteceu. Resolvemos nosso drama, nos entendemos e agora não temos nada pendente em nossa alma, pelo contrário, nossas almas estão mais tranquilas do que nunca, estão livres. Livres para nos amarmos cada vez mais. E é isso que vamos fazer.

- Channie...

- Sim?

- Compra uma flor de Amaranto amanhã para mim?

- Claro – ele disse em meio a sorrisos e selinhos em meus lábios – se for preciso rodarei toda Seoul atrás dessa flor, da nossa flor.

- Tem na floricultura do parque...

- Não estraga o momento Baek! – e nós dois ríamos. – Melhor! Vou te dar em todo aniversário de namoro, o que acha?

- Vou ganhar mais presente além da flor?

- Mas é pidão mesmo! Claro que vai... – ele ria e me enchia de beijos.

Eu não sei se posso dizer o que é a eternidade para algumas pessoas. Mas para nós dois esse momento era eterno. Hoje eu já posso dizer que sim, existe um amor que transcende a barreira do tempo, da morte. Hoje eu posso dizer que sei mais do que nunca o significado de Amaranthos. E eu só não posso dizer até onde é o para sempre quando eu digo “eu te amo pra sempre” para Chanyeol, porque eu ainda não sei se é possível calcular a eternidade.

Então, mesmo que o futuro seja incerto uma coisa nós não iríamos negar: nós nos amaríamos para sempre. Essa era a única certeza que tínhamos e que queríamos carregar: nós fomos merecedores desse presente porque nosso amor é forte, superou os séculos, a morte, as revoluções, as guerras... Como disse o próprio Chanyeol uma vez, isso tudo só aconteceu para mostrar que nosso amor não pode ter fim, e não terá.

E depois dessa provação, nós só mostramos mais uma vez para Afrodite que merecemos seu presente, por isso estávamos prontos para qualquer eternidade, era só vir.

Naquela noite nós adormecemos rápido, e eu sonhei com Afrodite sorrindo para nós dois, em sinal de aprovação por termos percebido a verdade. Eu a abraçava e falei tanto ‘obrigado’ que ela faltava me mandar calar a boca. Antes de sumir ela entregou para mim e Chanyeol pétalas de amaranto em uma caixinha em forma de coração. No dia seguinte quando acordamos vimos em cima da mesinha de Chanyeol o mesmo presente do sonho. Ao virar a caixa Chanyeol leu em voz alta:

Já repararam que Amaranto, começa com AMAR? Seria coincidência? Amaranto vem do grego Amaranthos e é a flor que simboliza a imortalidade, a vida eterna, tanto que é conhecida também como “sempre viva”. Que vocês se lembrem sempre que AMAR é como a flor, eterno, imortal, mesmo que algumas pétalas caiam devido ao tempo ou certas coisas alheias à vontade de vocês, sempre se lembrem: é eterno. Desejo uma vida cercada de AMARantos para vocês...

Com carinho, Afrodite.