Amarelo Maravilha!

confesso que não imaginei sua escrita dessa forma nas vezes que conversei com você. imagino que por ser um self-insert, a história tenha uma boa parcela de como a escrita representa um escapismo pra você, com todos os personagens, toda a fantasia que traz pras tarefas rotineiras uma parcela de leveza, mesmo que não muita. mesmo que no fim das contas ela ainda tenha que engolir a rotina.

minha parte favorita foi quando ela se colocou em paralelo com todas as princesas, uma de cada vez, acho que revela isso da personagem ter noção da própria ingenuidade, do amor não correspondido, é intimista. não sei o quanto da sua vida de fato você colocou no conto e do quanto é licença poética, o quanto são faces fictícias ou reais, mas a narrativa traz uma perspectiva diferente no dia a dia e de como podemos olhar as coisas. ela se coloca como uma pessoa independente do ambiente, e não meramente um produto das circunstâncias. está correto. tudo passa e um dia essas situações estarão no passado, no limbo.

é legal ouvir de alguém que consegue achar bom humor nas coisas. eu acho que a única coisa que eu teria a dizer seria que em alguns momentos houveram muitas referências pra assimilar de uma vez, as vezes na escrita, menos é mais, mas isso se trata de uma preferência pessoal. a história é muito legal e tem um potencial imenso.

Sua forma de escrever é diferente de tudo que já li... e de alguma forma familiar. É como entrar profundamente na mente do autor (ou na nossa própria) e ver os pensamentos como eles são, às vezes repletos de realidade, às vezes ilusórios, sempre com aquele consciente coletivo e individual, de elementos culturais apropriados pela nossa mente (não sei se deu pra entender kkkkk mas sua história é cheia dessas figuras e cada uma delas representa/desperta um sentimento). Adorei fazer um passeio pela toca do coelho e conhecer aqueles que fazem parte do seu processo de cura. Também adorei conhecer as facetas de Yellow, mesmo seu lado negativo, ou seu Hades, porque gera uma identificação. Todos temos um lado negativo e reconhecê-lo é o primeiro passo para aprender a controlá-lo... Às vezes, simplesmente deixar que escapem faz parte do processo de cura ou autorregulação.
Quanto à realidade retratada... ai... essa é cruel, machuca física e emocionalmente e dá vontade de dar um abracinho na Yellow, dizer que vai ficar tudo bem e que, contra todos os pensamentos de "arrasta", existe aquele espirituoso que contempla o milagre que foi nascer e poder experimentar tudo isso.. e que ele possa prevalecer sempre.
Tua história conseguiu me tocar ❤️❤️❤️