História Amarrada pelas suas correntes. - Com você

 
 Lucy e Natsu acordaram bem cedo, a loira estava ansiosa de tantas formas que mal conseguia explicar. Ela se arrumou tão rápido que surpreendeu o rosado, que não entendia o motivo de tanta animação, mas era contagiado pela alegria da garota, Lucy usava um short de cós alto com uma camisa branca e seu ali star de cano alto, já Natsu, decidiu colocar uma bermuda e uma camisa azul sem muitos detalhes. Antes de saírem eles tomaram café da manhã e arrumaram uma pequena bolsa com frutas, guloseimas e duas garrafas pequenas de água. Lucy usava sua animação para disfarçar a preocupação que sentia quanto aquele dia, se ela estivesse certa, Michelle poderia agir naquele dia, então ela decidiu fazer de tudo para manter Natsu longe de locais com muitos prédios e com poucas pessoas,  mas quando o rosado contou que tinha um lugar para leva - lá e era surpresa sua curiosidade ressoou pelo seu corpo. 
 -- Natsu.... Você não vai me contar aonde vamos?  -- Ela perguntou fazendo um biquinho de manha. 
 -- Não,  é surpresa -- o rosado respondeu rindo -- tenho quase certeza de que você vai gostar bastante. 
 -- Então me diga, aí vou gostar mais ainda -- a loira puxava a manga da camisa dele para que Natsu prestasse atenção nela.
 Os dois continuaram com a conversa por um tempo, mas logo Lucy foi calada pelo capacete da moto, e então eles partiram. O caminho foi longo para a loira, mas agradável, ao seu redor não havia nenhum prédio ou ruído da cidade, lá estavam apenas os campos, árvores e alguns animais. Quando chegaram em seu destino, Natsu a ajudou a tirar seu capacete e pode ver a reação feliz da garota ao admirar uma quantidade inúmera de girassois, ele havia a levado a um parque de girassois afastado da cidade, algumas pessoas iam até o local para tirar fotos, outras para apenas olhar, algumas até passavam a tarde no local.
 -- O que achou?  -- Ele perguntou observando a loira. 
 -- Eu amei, é tão lindo -- Lucy dizia sorrindo -- mas o que vamos fazer aqui? 
 -- Um piquenique -- Natsu parecia tão alegre e Lucy gostaria que aquilo durasse para sempre. 
 Eles acharam uma parte do campo onde havia várias pessoas fazendo piqueniques, onde crianças corriam pelas flores e vários casais comiam e se divertiam por ali, Natsu esticou um lençol na grama e colocou a bolsa em cima do mesmo, ele pegou Lucy pela mão e a guiou até o local, os dois se sentaram e ficaram conversando e observando as outras pessoas ali. A loira havia ficado interessada em duas meninas que brincavam ali perto, sendo absorvida por algumas lembranças.
 -- Lucy..... -- Natsu chamava a garota, quando percebeu que a mesma parecia estar desligada do mundo ao seu redor. -- LUCY. 
 -- Ah... Oi?  -- Ela respondeu um pouco atordoada 
 -- Você parecia estar em outro mundo -- o rosado falou aproximando seu rosto do dela.
 -- Eu estava apenas lembrando de algumas coisas -- a loira respondeu rindo -- Quando eu era mais nova, minha mãe costumava levar Michelle e eu em um parque, para que pudéssemos brincar com outras crianças, mas eu nunca conseguia.
 -- Por que?  -- Natsu gostava quando Lucy começava a se abrir para ele, então fazia de tudo para incentiva - lá a continuar a falar.
  -- Ela não deixava, dizia que eu era só dela, a irmãzinha dela, de vez em quando ela batia em alguns garotos que tentavam brincar comigo, meus pais acharam que aquilo era algo normal de irmãs, mas logo se tornou uma obsessão maluca. E quando eu falei que iria embora, ela surtou de vez. -- Ela falava sem notar o quão confortável estava em contar aquilo a Natsu -- Ela falou que iria provar que o que eu desejo não é nada comparado a vida que eu posso levar com ela.
 -- Que garota psicopata -- Natsu se deitou nas coxas da loira.
 -- Desculpe -- ela falou rindo -- isso deve ser uma chatice pra você. 
 -- Não é uma chatice, ainda mais quando a minha garota está falando. -- O rosado olhava para ela de uma forma intensa que deixava Lucy sem ar.
 Ela se abaixou e distribuiu vários beijos nele, deixando o rosto de Natsu avermelhado. 
 -- Vamos comer?  -- Ela perguntou enquanto acariciava os cabelos dele.

 A tarde passou calma para os dois, eles comeram, brincaram e conversaram muito, Lucy descobriu que Natsu tinha dois irmãos em outra cidade e que ele visitava os dois de vez em quando, assim prometendo levar ela um dia. A loira ainda estava com medo de voltar para a cidade, então pediu que ele a levasse no cinema, ele ficou confuso por ela não querer passar no apartamento antes, mas não questionou. Ao voltarem para cidade, a garota ficou tensa, para ela, era horrível não saber como proteger o rosado, eles decidiram assistir a uma comédia que havia acabado de entrar em cartaz, aquilo daria a Lucy cerca de duas horas para pensar em algo. 
 O filme que passava,  não conseguia prender a atenção da garota, ela estava com medo de mais para pensar em algo ou prestar atenção em algo. 
 Quando eles saiam do cinema, Lucy tentou dar mais uma idéia para eles não irem para casa, mas Natsu dessa vez não aceitou.
 -- Lucy, sei que você também deve estar cansada, o dia foi divertido, mas precisamos ir tomar banho e comer direito -- ela sabia que ele estava com a razão naquele momento, mas ainda assim,  seu medo falava mais alto.
 -- Tudo bem -- Lucy falou em desistência. 
  Eles subiram na moto e partiram em direção ao prédio em que moravam. Não demorou muito para que chegassem, e Natsu pode perceber a inquietação da garota aumentar cada vez mais, ela decidiu que iria entrar em casa primeiro e conferir se não havia nada lá ou nos prédios ao redor. 
 A loira respirou fundo várias vezes antes de abrir a porta do apartamento, e foi direto aos outros cômodos para chegar se estava tudo ok, fechando as janelas de cada um, torcendo para que Matou ainda estivesse ocupado com o "problema" na sua moto no estacionamento , uma mentira que ela havia inventado para conseguir mais tempo, mas quando chegou novamente na sala para fechar a janela, pode escutar ele abrir a porta, e por alguns segundos pode ver um leve ponto vermelho em sua camisa, o desespero se apossou da garota, que correu de uma forma desajeitada em sua direção, que acabou caindo e puxando o mesmo junto, mas ela também pode ouvir o som do vidro da janela se estilhaçando e um gemido de dor vindo do garoto. 
 Quando ela conseguiu se levantar pode ver o ombro de Natsu ensanguentado, e pode ouvir sua respiração descompassada, Lucy queria chorar e gritar, mas sabia que precisava estancar o sangue, para que o pior não acontecesse, ela correu em direção a cozinha e pegou todos os panos que encontrou, ao voltar a loira apertou os mesmo contra o local onde a bala o acertou. 
 -- Natsu, cadê seu celular? -- ela procurava desesperada, mas percebeu que ele mal conseguia respirar, como poderia falar? 
 Depois de um tempo procurando, encontrou o mesmo no bolso traseiro do rosado, ela tratou de ligar para emergência o mais rápido que conseguiu.
 -- Preciso de uma ambulância com urgência,  meu namorado foi baleado -- Lucy não sabia de onde tirava energia para falar e raciocinar, mas aos poucos ela conseguiu fazer o pedido de resgate.
 Não demorou muito para que a ambulância chegasse, e Lucy continuava a pressionar os panos contra o ombro de Natsu. Os enfermeiros colocaram o rosado em uma maca e o levaram o mais rápido possível para o hospital, a loira que estava desesperada só pode ir junto, e mandar uma mensagem para a única pessoa que vinha em sua mente. Ao chegarem no hospital, Natsu foi movido para o raio X, e depois teria que ir para a utrassonografia, assim deixando Lucy impaciente na sala de espera.  Já havia se passado mais de meia hora quando Lucy pode escutar as vozes se aproximarem de si.
 -- Lucy -- Erza a chamou de longe -- o que aconteceu? 
 -- Pessoal -- Lucy viu que ali estavam todos os seus amigos, ela se levantou para ir de encontro com eles, mas suas pernas fraquejaram e por sorte ela foi pega por Gray Gajeel.
 -- Lucy, está tudo bem?  O que aconteceu? Por que me mandou aquela mensagem?   -- Gray que a guiou novamente para a cadeira perguntava confuso. 
 -- Natsu, levou um tiro no ombro -- sua voz foi quase inaudível ao dizer aquelas palavras. 
 O silêncio se instalou entre eles por alguns momentos, até que eles puderam ver as lágrimas surgirem nos olhos da garota.
 -- Vo..você tá falando sério?  -- Gajeel perguntou surpreso, e apenas recebeu um aceno afirmativo da garota.
 -- Mas como aconteceu Lucy?  -- Levy também estava confusa e surpresa com tudo aquilo.
 -- Eu...eu devia ter contado pra ele... É minha culpa -- as lágrimas que Lucy não haviam deixado cair até momentos atrás,  ressurgiram e dessa vez ela não conseguiu conte - las. 
 -- Juvia está aqui para você, se acalme -- A azulada abraçava a garota com força para apoiar a mesma -- não precisa nos explicar nada agora.
 Gray saiu do local apressado em direção a recepção para ter noticias do amigo e aproveitou para pegar um relaxante muscular para Lucy,  que era visível estar a alguns passos de entrar em colapso. Quando ele voltou, a loira estava mais calma e começou a explicar o que havia acontecido, contando sobre sua irmã e todos os acontecimentos relacionados a ela, ela estava preocupada com a forma que eles julgariam aquilo,  mas acabou se surpreendendo ao receber vários abraços e palavras positivas de apoio. Gray informou que Natsu estava em um quarto sedado e esperando os resultados dos exames e assim que eles saíssem,  o médico iria vir informa - los da situação. Eles insistiram para que Lucy fosse para casa descansar, mas a garota não quis, então as garotas foram até o apartamento para buscar algumas roupas e algo para ela comer, deixando a loira a sós com Gray e Gajeel, quando ela começou a cochichar por conta do cansaço e do remédio que havia tomado, pode ver o médico se aproximar 
  
 -- Senhorita Lucy?