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História Amélie Dixon - Luz no fim do túnel


Escrita por: lalimoonx

Capítulo 7 - Luz no fim do túnel




[ Amélie Dixon ]


Minhas mãos estão segurando o lençol como se fosse minha própria vida, enquanto ainda em transe, retorno lentamente ao mundo real e sinto uma mão pousar na minha cabeça.

-Não precisa ter medo de cair, Amélie.

Me sento na cama. Pego a mão de Daryl da minha cabeça e a seguro.

-Deveria parar de me vigiar. Estamos a salvo, não é o que você sempre diz? -Sorrio sem vontade.
-As vezes... - Ele balança a cabeça e troca de assunto. -Eu quero que me explique o porquê de estar andando com a Tara por aí. -Seus lábios formam uma linha dura. Ele parece apreensivo.
-Não acha que está cedo pra essas perguntas? -Abaixo a cabeça e encaro minhas mãos.
- É, talvez, mas já é hora do café da tarde. Desembuxa.

Droga.

- Não vou me afastar da Tara, - Encaro-o. -nem de ninguém só porque todos fazem.

-Todos fazem porque ela merece isso. Que merda, Amélie! - Ele se levanta, caminha de um lado para o outro enquanto se segura para não soltar palavrões ofensivos na minha frente. 

-É a minha palavra. -Digo e coloco minhas botas.

-Aquela garota quase matou a Judith! Ela é uma irresponsável! Tava na cara que foi de propósito! E se fosse com você?

Volto meu olhar para minhas mãos, torcendo para que ele não insista nesse assunto, torcendo para que todos se esqueçam da minha estupidez. Essa que, Tara decidiu carregar por mim e por muito pouco, não morreu nas mãos de Rick, um Rick irado e não é de "uau! DEMAIS!" é de "Puto. Puto da vida".

Eu não deveria ter dado ouvidos à Shane bêbado. Nunca.

Shane...


Fecho os olhos com força.

-Espero que esse silêncio signifique que você compreendeu o quanto ela é uma péssima companhia. -Abro os olhos e vejo-o virar-se para a porta do meu quarto e se abaixar rapidamente para pegar sua besta.
-Não significa. -Consigo dizer antes que ele saia, bufando.

Espero a porta da casa se fechar para poder abraçar minhas pernas. Minha visão fica turva e um peso enorme parece estar preso nos meus ombros. Suspiro. Fecho os olhos e começo a contar e repetir que deveria engolir o choro, do mesmo jeito que faço à anos.

E obtive sucesso.


Só me bastava saber até quando.




Chovia no entardecer.

As ruas estavam muito vazias, de forma que, eu pude sair e ir para o último prédio sem ser vista.
O prédio fica localizado, praticamente, no fim de Woolsey. Era o único prédio de quatro andares que ninguém havia se instalado, pelo simples fato de ser o mais velho de todos os outros, o que era bom, porque era o único local em que podia-se brincar sem a interferência dos idiotas -no caso, Kennedy. E também o local que Judith, Dylan e eu éramos os únicos a nos aventurar, enquanto as outras crianças preferiam ficar em casa.

Subo as escadas da lateral do prédio até o terceiro andar, onde entro no apartamento pela janela do quarto.

Olho ao redor e estranho algumas coisas.

No criado mudo havia uma garrafa de vinho vazia, em cima da cama uma blusa verde suja e perto da televisão quebrada, uma pulseira azul. Sem contar que, a voz de alguém podia ser ouvida vinda da cozinha.

-Pode dizer Carl. Fala que tu é um fracasso, pode falar!

Caminho até Carl. Ele parecia concentrado em olhar para a prateleira vazia. Sorrio fraco.

-É, realmente, eu sou um idiota. -Responde para si mesmo. -Onde já se viu, ter que correr atrás da Sun? Até parece.

Sun, claro. Sempre a Sun.

Meu sorriso se desfaz.

Analiso-o de perfil. Está sem camisa, o até torna perceptível seus músculos e as tatuagem com o nome de Lori.

-Mel? -Pisco algumas vezes e coloco as mãos no rosto.

-O-oi... -Gaguejo.

-O que você... Ouviu? -Me atrevo a olhar em seus olhos. 

-Eu... Ahn... Eu...

Vermelhos. Os olhos de Carl estavam vermelhos! Ele... Chorou pela Sun!

-Estou triste. -Disse como se fosse simples e, então, lágrimas escorreram por sua face e meu coração se aperta. Engulo em seco.

-O... que aconteceu? -Ele alcança minha mão e me leva até o sofá gasto na sala. -Sério, Carl, tá me preocupando. -Ele se senta ao meu lado e começa a me contar de como ele conheceu Enid e de como ele se apaixonou por ela. Segundo suas palavras, ele gostava de como ela o ignorava e era grossa.
Em anos, Carl nunca me pareceu tão feliz em falar sobre alguém.
- E então, a Sun entrou na minha vida. Ela é... O avesso da Enid! Toda cheia de mimimi e diz-que-diz. -Revira os olhos. -Eu já sou um homem, não tenho tempo pra caprichos frescos e desnecessários! Sabe o que é estar de saco cheio e querer ir pra longe sem ninguém pra te atazanar ou te causar dor?

Sim...

-Eu queria sumir. -Termina. Respiro fundo.

-Sumir e deixar essa Dixon pra trás? Tá maluco? -Brinco e ele sorri de leve. 

-É por isso que eu não sumo -Seu sorriso se larga.

Respira Amélie.

-Bom... Então... O que ocorre nessa sua cabeça pra querer que a garota dos HQs esteja presente na...

Garota ridícula!

- Sun? -Arqueio as sobrancelhas.

-Nada -Responde. -É apenas... Saudade. -Assinto e tendo trabalhar minha mente para algo plausível. -Mas não é isso que me deixa mais triste.

-Então fala logo, criatura! - Empurro seu ombro.

-Sun está me traindo.

Congelo.

-O que disse?

Meio inacreditável. Sun? A garota que faz propaganda do namorado 24horas por dia, como é que aquela idiota faz isso com o Carl? O CARL!?

-Não fique tão chocada, por favor. -Pede.

-Mas...

- É, Amélie. Eu sou chifrudo e ela acha que eu tenho o direito de ser só porque eu... -Ele para de falar.

-Você... ?

-Bom eu... Não canto bem. -Começo a rir. -Algumas pessoas não sabem cantar e...

-Desde quando Carl Grimes mente pra Amélie Dixon? -Cruzos os braços. -Eu sei que a gente não se fala muito, mas você não é de mentir. Não pra mim. 

- É porque você... É muito nova pra saber dessas coisas, Mel...

-Sobre o quê? Sexo? Você não fez direito ou não consegue? -Seguro a vontade de rir com a cara abismada de Carl.

-Q-quando... Q-quem... COMO SABE DESSAS COISAS?

Me levanto e caminho até o criado mudo na sala, afasto-o e atrás dele, pego alguns livros sobre sexo.

-Foi assim que descobri que as aves não trazem bebês ou que os bebês nascem de repolhos. -Reviro os olhos e o entrego os livros. -também descobri doenças sexualmente transmissíveis... Nossa, isso foi bem louco e nojento... -Penso alto.

- Descobriu também as posições? - Brinca olhando um dos livros.

Uma simples pergunta me fez lembrar do dia em que vi Dylan lendo esses livros e também quando o vi transar com Charlotte, uma garota que (felizmente) morreu depois de algumas semanas no acampamento.

-Mel? -Saio dos meus devaneios e encaro Carl. -Como assim "Dylan estava lindo mesmo que com outra"? 

-O quê?

Eu pensei alto?!

-Pera aí, pera aí. -Ele deixa os livros de lado. -Esse tempo todo você está afim do Dylan?

-Não é bem por...

-Então ele é sua paixão adolescente?

Estava pronta para discordar, mas ele estava realmente com raiva. Ou talvez... Ciúmes?

- Sim. Gato do jeito que é, não tinha como não notar. -Finji me abanar e acabei olhando para a janela, com um pressentimento estranho.

-hm. Por que não vai lá com ele declarar seu amor? -Volto a olhá-lo e agora é a fez de Carl cruzar os braços.

- Porque... Meu amigo Carl precisa de ajuda, não o Dylan. -Toco na ponta de seu nariz. -Agora me diz, e a Sun e Enid?

-Fodam-se as duas.

Uma luz surgiu no fim do túnel e eu sabia exatamente o que fazer de agora em diante, tudo o que me bastava era, simplesmente, encontrar uma maneira de fazer aquele sorriso de idiota que apareceu nos meus lábios, desaparecer.



Notas Finais


Comentários e críticas construtivas são sempre bem vindas!


Até o próximo capitulo!♡


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