História American Mess - Café

AMERICAN MESS

LE_WY

Jaehyun, Johnny e Donghyuck chegaram no apartamento alguns minutos depois de caminharem pelo bairro. A caminhada foi calma e cheia de risadas, Johnny era alguém muito simpático e fazia os dois Jung’s rirem com muita facilidade. Donghyuck parecia cada vez mais encantado pelo maior.

Ao chegar em frente ao prédio de Jaehyun, o Seo ficou surpreso e contou aos dois mais novos que eles eram vizinhos. Johnny morava no prédio em frente ao de Jaehyun e Donghyuck, o que surpreendeu os dois pois era literalmente um edifício de classe alta.

Se passava das seis da tarde quando os três entraram no apartamento bege com detalhes em vermelho. Retiraram os sapatos e logo foi visto um Donghyuck correndo na direção de seu quarto. Johnny sorriu pequeno e observou o pequeno apartamento, o lugar tinha apenas três cômodos, o que devia ser dois quartos e uma sala que era em divisão com uma cozinha.

— Hyuckie, querido, vá se banhar para jantar! — Jaehyun diz deixando a cesta em cima da mesinha de centro antes de se virar para um Johnny que deixava seu skate perto de seus tênis pretos. — Desculpe pela bagunça… — Jaehyun diz pegando alguns brinquedos de Donghyuck.

— Ah, não se preocupe — Johnny diz com um sorriso — Não me importo com isso…

— Oh certo! — Jaehyun sorri aliviado e o chama com a cabeça para que ele o acompanhe até a cozinha que era literalmente separada por uma bancada de granito minúscula. — é que meu apartamento é muito pequeno e…

— Você não precisa se justificar. — Johnny sorri para ele.

Jaehyun sorri fraco e constrangido. — Gosta de café forte?

— Sim, por favor… — o Seo se inclina sobre a bancada apoiando os cotovelos enquanto observava o Jung se mexer pela cozinha pequena. — Eu amo café caseiro, mas quase nunca faço em casa pois moro sozinho, geralmente acabo tomando em alguma cafeteria.

— Eu também amo, mas o Donghyuck prefere iogurte então acabo não fazendo muito, até porque eu saía muito cedo para o trabalho e voltava na hora do jantar — Jaehyun diz colocando a água para ferver — Acho que faz mais de mês que não tomo, senti falta. Eu não tenho muito tempo para fazer café e tomar durante o dia, geralmente quem toma café forte e vinho comigo é o Taeyong. Mas ele está viajando por esses dias…

— Ah…ele... é o pai do Donghyuck? — Johnny questiona e Jaehyun ri baixinho negando.

— Não, ele é meu melhor amigo e padrinho do Donghyuck. 

— Ah sim… — Johnny sorri e coça a nuca — E onde está o pai dele? No trabalho?

Jaehyun paralisou e terminou de fazer o café, serviu em duas xícaras e voltou para perto do Seo. Sorriu pequeno e colocou a xícara em frente ao mais velho.

— Ele não tem outro pai, eu me envolvi com alguém na faculdade e houve um problema acabei não contando sobre o Hyuck…  — sorri para o Seo. — Eu crio o Donghyuck sozinho…

— Oh… desculpe — Johnny diz baixinho — Não quis ser indelicado.

— Sem problema, é um assunto muito complicado. — sorri —  Eu mesmo não conseguiria te explicar...

— Não precisa… mesmo, desculpe — Jaehyun nega com a cabeça e o Seo sorri.

— Mas, então… Johnny Seo — Jaehyun diz e o mais alto sorri.

— Sim, esse é o meu nome. — diz arrancando uma gargalhada do Jung — Mas o que eu quero saber mesmo é o seu nome, porque até agora só conheço o Donghyuck.

—  Oh, meu deus, eu não falei? —  Jaehyun arregala os olhos e ri baixinho — Prazer, Jung Jaehyun. — levanta a xícara em cumprimento

— Jaehyun… — Johnny sorri e eleva sua xícara — é um prazer conhecê-lo oficialmente.

— Acho que as duas situações que nos encontramos eu devo ter esquecido, me desculpa, às vezes minha memória me trai… quase sempre.

— Tudo bem… 

— Você é estrangeiro? — sorri tomando o café.

— Americano — Johnny diz — Eu morei recentemente lá pelos últimos três anos, voltei há duas semanas.

— Oh é mesmo? — Jaehyun questiona — antes disso você estava por aqui?

— Sim, eu terminei a faculdade aqui, antes de me mudar para fazer um estágio de pós-graduação em Chicago.

— Que legal, eu passei os últimos três anos criando o Donghyuck — Jaehyun diz de maneira divertida.

— Deve ter sido difícil fazer isso sozinho… 

— De alguma maneira, sim? — Jaehyun diz — Mas, eu terminei a faculdade  antes dele nascer. Me formei e tudo mais, só foi difícil trabalhar quando ele era muito novinho, mas olha só, eu consegui. Taeyong e Doyoung me ajudam bastante com ele…

— Oh sim, isso é bom — sorri — Ele me parece ser um menino muito esperto.

— Nem me fale, pois além disso ele é travesso. A última vez que eu deixei ele assistindo tv sozinho a sala ficou toda cheia de penas de travesseiro pq ele explodiu um pulando em cima — Jaehyun diz e Johnny gargalha.

— Não julgo, minha mãe me disse que quando eu era criança, não tinha travesseiros de pena em casa por que eu chorava depois de explodir um e ver que haviam depenado um animal.

— Meu Deus… Donghyuck também já fez isso — Jaehyun riu baixinho e Johnny o acompanhou. Olhou na direção da sala rapidamente e mudou de assunto. —  Reparei que sempre que eu o vejo, você está com um skate, acho que isso chamou muita atenção do Haechan.

— Sim, é um hobby da adolescência. Mas só o faço quando estou estressado por causa do trabalho… — Johnny diz e Jaehyun sorri pequeno.

— Que legal… não sei andar nem de bicicleta, acredita?

Johnny e Jaehyun continuaram a conversar por mais alguns minutos até o barulho de pequenos pezinhos chegarem na cozinha despertando os dois adultos do diálogo incrível que estavam tendo.

— Tio Johnny! — a voz infantil de Donghyuck foi ouvida quando o mesmo entrou na cozinha e se aproximou do maior. — Quer brincar comigo?

— Donghyuck, o Tio Johnny vai já já embora, porque não vai assistir algum desenho na tv? — O neném olhou para o pai e fez um biquinho choroso.

— Mas, papai… o Haechannie tava tomando banhinho… — O bebê diz e Jaehyun observa o filho vestido em um pijama antigo azul. Seus cabelinhos negros estavam úmidos e o mesmo carregava um ursinho nos bracinhos.

— Hyuckie…

— Tudo bem, podemos brincar um pouquinho antes de eu ir embora... — Johnny diz, o americano pegou o bebê no colo, este que comemorava dando pulinhos pequenos. Jaehyun sorriu e afirmou com a cabeça. Os dois logo caminharam para a sala e o Jung foi lavar as louças. Após terminar o serviço, Jaehyun foi para o quarto a fim de tomar um banho rápido. Logo após terminar, o Jung saiu do quarto vestindo um conjunto de moletom, estava um pouco emburrado pois o chuveiro elétrico havia quebrado e a água estava muito fria, caminhou até a sala e se escorou na batente da porta sorrindo ao ver a cena de um Johnny lendo um livro infantil para Donghyuck, este que estava sentado no meio das pernas do Seo e indicava animadamente o que cada figura era.

— Isso aqui é um sorvete, eu gosto muito de sorvete. — Donghyuck dizia enquanto Johnny ria baixinho afirmando com a cabeça enquanto voltava a ler a história do sorvete mágico. Jaehyun riu baixinho sem atrapalhar o momento. Era bom saber que Donghyuck havia gostado de Johnny de alguma maneira, geralmente seu filho não gostava dos adultos em geral, tinha dificuldade em fazer amizades com crianças, como Jaehyun era na adolescência e infância. — Ele dormiu…

A voz grave de Johnny assustou Jaehyun de seus pensamentos. O Jung sorriu pequeno ao ver o menor ser carregado pelo maior, agora dormindo pesadamente.

— Ele estava cansado, brincou a tarde toda… — Jaehyun diz indo pegar o bebê no colo, mas Johnny apenas negou ajeitando o pequeno.

— Onde é o quarto dele? — Johnny questiona e sorri grande para o mais novo — Vou colocá-lo na cama…

— Ah… segunda porta do corredor… — Jaehyun diz e pisca rapidamente quando sente sua mente sair de um transe. Era a segunda vez que se perdia no sorriso do mais velho e de relance conseguia ver o rosto dele menos desfocado. Johnny pediu licença e levou o bebê até o quartinho pequeno do menor. Era na verdade pequeno por ter várias caixas que deveriam estar em um depósito, se Jaehyun tivesse um.

Jaehyun estava na sala esperando enquanto guardava alguns brinquedos de Donghyuck, quando Johnny apareceu sorrindo.

— Eu preciso ir, acabei demorando um pouco… tenho que trabalhar ainda hoje.

— Ah sim, tudo bem… — Jaehyun diz e acompanha o Seo até a porta. — Obrigado novamente por hoje, por ter salvo o Donghyuck.

— Sem problemas. Não precisa agradecer, Jae… — Johnny diz mas logo coça a nuca, Jaehyun reparou que sempre que o maior ficava nervoso ou constrangido sorria e coçava timidamente a nuca. — Posso chamar você assim?

— Pode, claro — Jaehyun sorriu — Acho que não somos mais estranhos depois de hoje…

Johnny sorriu caminhando com o Jung até o elevador, chamando a caixa metálica.

— Então, somos amigos? — Johnny pergunta divertido e Jaehyun riu. 

— Oh, sim, claro. — sorri — amigos…

— Que bom… — Johnny diz e o elevador chega, o Seo entra e acena em despedida. — Nos vemos outro dia, Jae. 

— Certo, até Johnny. — diz e acena de volta. — Boa noite.

Johnny sorri e antes que o elevador fechasse o americano segura a porta com o skate. Coloca apenas o tronco para fora ficando próximo de Jaehyun que parou de respirar lentamente. A visão embaçada do Jung apenas o permitia ver o sorriso bonito do Seo. 

— Espero que a próxima visita seja na minha casa… — Johnny diz bem próximo do rosto do Jung como se contasse um segredo — Boa noite, Jaehyun — o americano se afasta e deixa a porta do elevador se fechar.

Jaehyun voltou para seu apartamento ansioso para o dia em que conseguiria ver o sorriso de Johnny de perto novamente. Afinal, não era todo dia que sua doença o deixava apreciar a beleza das pessoas à sua volta.

[...] 

No dia seguinte, o dia amanheceu muito frio. Donghyuck levantou cedo e consequentemente, acordou seu pai para o desjejum do dia.

Enquanto Donghyuck assistia um desenho infantil na tv, Jaehyun fazia o café da manhã do menor. Ainda precisava arrumar o menor para a creche, pois hoje o Jung iria procurar por um emprego novamente. Não podia contar com a indenização da lanchonete, precisava de um sustento pois além de Donghyuck, tinha o aluguel e as contas para pagar, e claro, muita coisa para se ajeitar no apartamento como o chuveiro e as infiltrações dos canos nas paredes da cozinha e banheiro.

Jaehyun estava com a cabeça cheia, parecia que naquela manhã todos os seus problemas apareceram para lhe deixar agoniado. E era apenas o primeiro dia da semana. O Jung serviu a lancheira do filho e colocou o café da manhã do neném na mesa e o chamou para comer. Enquanto colocava Donghyuck na cadeirinha, seu celular tocou.

— Alô? Quem é? — atende o telefone e ouve uma risada.

— Você já me esqueceu? Foi só algumas semanas de viagem, gato.

— Nem olhei quem era na chamada, Taeyong — Jaehyun diz, Donghyuck sorri grande para o pai prestando atenção no mais velho que encara o visor do celular e franze o cenho — Trocou de número de novo?

— Sim, eu mandei uma mensagem avisando, mas como você odeia o seu melhor amigo acontece isso, você esqueceu que eu sou o amor da sua vida. — O Lee diz e Jaehyun revira os olhos.

— Se o Doyoung te ouve falando isso você fica sem namorado.

— Yah yah, ele me ama. — Taeyong fala — Cadê meu afilhado?

— Está comendo, vou levá-lo para a creche. — diz e retira o bebê da cadeirinha quando ele termina — Vá escovar os dentes, Hyuckie. — sussurra — Vou procurar emprego hoje…

— Ah… certo. Quero ir ver vocês hoje a noite, tenho muito o que contar. E presente pro Donghyuck. — diz e Jaehyun suspira.

— Taeyong, eu já falei sobre gastar dinheiro com presentes pro Hyuck…

— Yah, cala a boca. O afilhado é meu, dou quantos presentes eu quiser.

—Taeyong, eu só… — O Jung parou de falar assim que ouviu batidas na porta de sua casa e seu nome ser chamado — Estão me chamando na porta, vou atender. Vejo você mais tarde então?

— Sim, vou levar vinho.

Jaehyun afirmou e desligou a chamada indo até a porta a abrindo dando de cara com um entregador segurando uma cesta. 

— Pois não?

— Senhor Jung Jaehyun? — o homem perguntou e Jaehyun afirmou — Assine aqui — o entregador disse e Jaehyun assinou logo depois recebendo a cesta. — Tenha um bom dia.

— Você também… — Jaehyun diz e entra com a cesta. O objeto era marrom enfeitado com algumas fitas vermelhas. O Jung colocou a cesta em cima da mesinha e a abriu vendo o conteúdo. Dentro havia uma pequena variedade de pães, docinhos, iogurte,  além de um copo de café — Uma cesta de café da manhã? 

Jaehyun franziu o cenho e olhou  dentro da cesta e encontrou uma rosa vermelha e um bilhete preso à ele. O Jung pegou o pequeno papel e o abriu lendo o bilhete.

“Um passarinho me contou ontem à noite em meio aos contos de sorvete que alguém ama café mas nunca pode aproveitar por causa das ocupações. Como agradecimento pelo momento curto e inesquecível de conversas banais, estou enviando um copo de café americano feito pela minha pessoa, além de claro, pães e iogurte para um bebê muito especial.  Ontem foi um dia muito difícil,  apenas com um convite e algumas horas  com você, eu sorri como não sorria há muito tempo.  Obrigado, foi um prazer esbarrar com você coincidentemente, duas vezes. Espero de todo o coração que você aceite o presente e tenha um dia tão incrível quanto você.”

ps: não esqueça de mim e nem do meu convite

pps: será que você aceitaria me oferecer um café mais uma vez?

ppps: sim, isso foi um auto convite.

— Johnny Seo.

Jaehyun apenas conseguiu sorrir bobamente para o presente. Relaxou no sofá, pegou o copo de café e começou a tomar ele calmamente enquanto observava a flor e o bilhete.

— O que é tudo isso? — A voz de Donghyuck chegou aos ouvidos de Jaehyun que logo encarou o bebê com a mochilinha nas costas — Papai, tá tomando café? — tomba a cabeça de lado e Jaehyun ri baixinho, parecia que todas as suas preocupações haviam sumido. O Jung se esticou e ofereceu o iogurte para Donghyuck — Yah, ‘gute de picolé.

— Sim, na próxima vez que ver o Tio Johnny agradeça a ele…

— Foi o Tio moço grandão que deu? — Donghyuck pergunta sentando no chão — Café da manhã?

— Sim. — Jaehyun sorri — Um belo café...