História Amiga Linda - Karin e Juugo (2)

A ruiva se dirigiu para o hotel onde estavam hospedados, ela e sua equipe, Hebi. Tomou um banho rapidamente, colocou um vestido preto bem simples e uma maquiagem bem leve. Prendeu os fios vermelhos em um coque. "Para mim está linda assim...". Sorriu.

_Esse Juugo... - abriu a porta sorrindo e o encontrou a esperando na entrada do hotel com um arranjo de flores que a entregou. Novamente se colocou rubra - Boa-noite! Obrigada! 

_Boa-noite! Por nada...- disse, estendendo o braço direito para que ela o acompanhasse. Andaram alguns minutos até a casa de lámen. Escolheram uma mesa pouco afastada e se sentaram nas almofadas estendidas pelo chão - Fiquei feliz por ter aceitado meu convite de última hora - sorriu com timidez.

_E por que eu não aceitaria? - bebeu um gole do sakê, retirando seus óculos.

_Não sei... Talvez me veja só como um amigo.

_Mas você É meu amigo, Juugo - desconversou, apesar de estar interessada nesse lado de Juugo. Insinuante. Atraente. Como não vira isso antes? Ah, sim, claro. Sasuke. 

_Acho que não entendeu a minha frase, mas tudo bem... Ainda terei um bom tempo para lhe explicar... - sorriu de forma sensual, mesmo que sem tal intenção - Pensou um pouco sobre o que lhe disse mais cedo? 

_Ah, Juugo... Eu não sei... Talvez você tenha razão, sabe. Sasuke é muito duro, muito frio... Acredito que seja até cruel... Talvez ele não seja para mim, mesmo - sorriu cabisbaixa. Apesar da tristeza, estava feliz por ter um ombro amigo com quem contar. Desabafar. Estava mais leve. Esse amor platônico estava sendo um fardo pesado demais a se carregar.

_Que bom que começou a entender isso... Sasuke-san está preocupado consigo mesmo, com seu umbigo e sua vingança... O problema não é você, ou como ele disse, "o tipo de mulher" que você é... O problema todo é ele mesmo, que já perdeu a capacidade de enxergar coisas boas nas pessoas... Lamento dizer, mas ele não mudará... - Juugo estava se sentindo numa dualidade. Ao mesmo tempo feliz, por finalmente ter tomado a coragem para tentar entrar no coração de sua amada ruiva, e grande parte se devia a Sasuke, que com sua própria ignorância perdera uma mulher incrível como Karin. Ao mesmo tempo em que se sentia culpado e invasivo. Mas não parecia estar fazendo mal algum. Muito pelo contrário.

O jantar correu tranquilo. Desabafos. Confissões. Risadas. Coisas que Sasuke nunca havia lhe proporcionado. Caminharam até a praia, a areia gélida da noite tocava seus pés descalços, a brisa leve balançava seus cabelos. Apenas as luzes da cidade podiam ser vistas à distância. Se sentaram ao lado um do outro. Encaravam com brilho nos olhos a cor escura do mar refletindo a lua.

_Está pensando em quê? - Karin se virou para o amigo, deitando a cabeça no ombro largo de Juugo, que levou a mão em um carinho em seus cabelos, desfazendo o coque e fazendo com que alguns fios vermelhos esvoaçassem em sua face.

_Opa, deixa eu - retirou algus dos fios do rosto de Karin, descobrindo-o. Acariciou a maçã do rosto alvo com as costas das mãos, arrancando um sorriso sutil da moça - Estava pensando em lhe explicar o que aquela frase dizia... - sorriu e se aproximou.

_De que forma? - deu um fio de sorriso e o viu quase colar os lábios nos seus.

_Assim - alcançou a nuca da ruiva e a trouxe para si. Beijou-a com suavidade, e logo o beijo se aprofundou, quando um pedia passagem pela boca do outro. Suas línguas se encontravam em ritmo perfeito. As mãos de Juugo escorregaram para as costas macias da outra, enquanto as dela, fizeram o mesmo caminho. O beijo cessou quando o ar faltou. Olhavam-se nos olhos, no momento em que buscavam uma resposta, várias outras surgiram em suas mentes.

_Vai esperar por mim, Juugo? - a frase dita tinha vários sentidos. Em todos, assistia razão à ela. Ele com toda a certeza a esperaria de todas as formas. Que ela esquecesse Sasuke de vez. Que ela se apaixonasse por si. Que ela fosse inteiramente sua.

_Pelo tempo que for preciso... - sorriu e voltou a selar seus lábios com ternura. Colou a cabeça de sua menina em seu peito e se pôs a admirar o luar em sua companhia. Esperou tanto tempo. Por que não esperar mais um pouco, já que o primeiro passo foi dado?