1. Spirit Fanfics >
  2. Amigas de Infância >
  3. Rotina

História Amigas de Infância - Rotina


Escrita por: Crisvogt

Capítulo 25 - Rotina


POV PÂMELA

Haviam se passado três semanas desde a briga com Marina. O clima naquela mansão era pesado, a gente só se cumprimentava diante de seus pais e minha mão para que não desconfiassem de nada, mas longe deles, não nos olhávamos nem na cara. Marina até tentou por uns dias vir atrás e conversar comigo, mas eu sempre era grossa com ela e a deixava falando sozinha, até que se cansou e não me procurou mais.

Para não ficar tanto tempo na mesma casa que ela, eu saia da faculdade e me trancava na construtora, focava no meu trabalho e saia de lá tarde, porque sabia que por mais que a casa fosse enorme, sempre acabaríamos nos encontrando em algum canto e assim eu conseguia evitar o máximo de contato com ela. Minha rotina era sair super cedo de casa e voltar super tarde da noite.

Seu Augusto notando que eu ficava muito até muito tarde na empresa, quis saber o motivo e lhe expliquei que queria aprender mais rápido sobre minha futura profissão e assim me adiantar na faculdade. Aparentemente ele parecia ter acreditado, tanto que me deu a cópia da chave da porta principal do prédio e autorizou minha entrada para o guarda a hora que eu quisesse entrar.

------------------------------------

Era uma quinta-feira cheguei em casa passado da meia noite, entrei devagar e quando passei pela sala, percebi que a televisão estava ligada, Marina dormia no sofá como um anjo e aquela cena me cortou o coração, minha vontade era de abraçá-la e dizer o quando ainda a amava, mas tinha orgulho e Marina havia me traído na mesma noite que tivemos a nossa primeira briga. Ao invés de me esperar para conversarmos, preferiu me trair.

Voltei a realidade e sai dali, fui para meu quarto, entrei no banheiro e tomei um banho demorado e quando voltei ao quarto dei de cara com uma pessoa sentada em minha cama me olhando sério.

- Pâmela, minha filha o que está acontecendo com você?

- Que susto mãe, o que está fazendo aqui essas horas?

- Estou preocupada com minha filha, eu não te reconheço mais.

- Do que está falando mãe?

- Você não é mais aquela menina alegre, que estava sempre de bom humor, brincando e rindo. Você sai cedo, volta tarde, mal fala com ninguém e vive em um mundo paralelo.

- Mãe entenda que eu agora estou na faculdade e trabalhando, mal tenho tempo para nada, estou focada em meu futuro.

- É isso mesmo ou está fugindo de Marina?

- Eu? Porque estaria fugindo dela?

- Talvez porque goste dela muito além de uma simples amizade.

- Tirou isso da onde mamãe?

- Sou mãe Pâmela e você entenderá quando também for, que não se pode esconder nada de nós, temos um sexto sentido bem aguçado, sempre sabemos o que acontece com nossos filhos, ainda mais quando não se tem nada na vida além deles. - Nesse momento eu chorava feito criança, deitei com a cabeça no colo da minha mãe e soluçava muito. - Calma filha! Chore tudo que tiver para chorar e ai então se você se sentir a vontade, desabafe comigo. Eu sou mais que sua mãe, sou sua melhor amiga!

- Mãe me perdoa!

- Pelo que exatamente meu docinho?

- Eu escondi de você tudo isso, aliás o que mais sei fazer ultimamente é esconder coisas relevantes de pessoas importantes.

- Pâmela, eu não tenho o que te perdoar, sempre soube, via os olhares que vocês trocavam e via que não eram apenas de amigas. Eu conseguia sentir o que vocês sentiam uma pela outra, afinal era a mesma coisa que eu sentia pelo seu pai e o começo de nosso relacionamento foi exatamente assim. Agora me conta o que está acontecendo?

Contei tudo para minha mãe, desde o inicio, exatamente tudo até mesmo a primeira vez de Marina comigo, o quase beijo com Ingrid, a briga, a traição de Marina, o beijo dela com Enzo no estúdio e a minha escolha de estudar e trabalhar o dia inteiro para evitar de vê-la. Minha mãe ouvia tudo sem pronunciar nenhuma palavra.

- Filha, as duas erraram e eu não vou dizer que o erro de uma foi pior que o da outra, porque cada pessoa tem sua forma de pensar e agir, o que parece pequeno para uma, pra outra é uma decepção enorme, mas o que Marina fez realmente foi algo bem inesperado, não tem cara de quem faz coisas assim, ela me decepcionou. Eu vi que vocês tinham brigado por algo, só não imaginava que fosse algo desse porte. Mesmo assim, vocês deveriam conversar como adultas que são e não ficarem de birra pela casa. Se não dá mais certo como namoradas, pelo menos tentem resgatar a amizade que tinham quando eram crianças.

- Não mãe, no momento não consigo ser apenas amiga dela e vê-la para cima e para baixo com o cara que ela me traiu. Isso ainda me machuca muito. Nunca senti tanta dor como sinto agora.

- Minha pequena, você tem que superar e seguir sua vida, mas não se mate de canseira. Você tem que viver e não se matar dentro de um escritório.

- Por enquanto me deixa assim mãe, é a forma de me manter longe dela e não ver coisas desagradáveis que irão me machucar ainda mais.

- Estou aqui sempre filha, nunca esqueça disso, eu vou te ajudar a superar. Se não for com Marina, você será muito feliz com alguém que realmente te ame e te aceite como é.

 Minha mãe me deu um beijo demorado na testa, me abraçou e saiu do quarto. Fui até o parapeito da janela e fiquei observando a vista. Pensamentos iam e voltavam a cada instante e eu me peguei novamente lembrando todos os beijos com Marina, os momentos que passamos juntas e aquilo me dava um aperto no coração e um frio na barriga.

O ar gelado batia no meu rosto e eu me lembrei dos cabelos dela sempre que o vento batia contra eles. Os olhos me olhando e o rosto dela tocando o meu.

É melhor eu ir deitar antes que eu fique doente por causa desse vento gelado e ainda estou com os cabelos meio molhados, preciso me esquentar!

Deitei na cama do jeito que estava e me enfiei embaixo do edredom. Passei a noite toda acordada, pensando e chorando. Quando estava estudando ou trabalhando, a Marina desaparecia para mim, mas quando estava sozinha, era uma tortura.

-------------------------------------

O resto da semana e o final de semana passaram comigo focada em estudo e trabalho, durante a semana na faculdade e no escritório e nos finais de semana trancada em meu quarto, saindo apenas para comer e evitando contanto com todos até mesmo minha mãe.

Minhas amigas me ligaram sábado e domingo o dia inteiro, mas eu recusava as ligações. Quanto a Débora e Lucy, não tive mais notícias desde aquela noite, tentei entrar contato com elas, mas elas recusavam as ligações e não respondiam as mensagens, eu sabia que precisava urgentemente achar um jeito de falar com elas. Já Marina, eu evitava saber algo, sabia que ela sempre estava naquele estúdio com aquele idiota treinando, mas realmente duvidava que eles passavam a tarde toda apenas ensaiando, só que não era mais problema meu o que ela fazia ou deixava de fazer.

A semana começou e na segunda-feira, na faculdade, a Eduarda veio conversar comigo:

-Ei, Pâmela! Você e a Marina só me dão trabalho, hein?

- Por quê?

-Precisam sumir desse jeito só porque terminaram? -- me olhou com uma cara indignada.

- É que ando meio ocupada com o trabalho.

Nisso chegou Thais e Camila.

- Não minta Pâmela, você está se escondendo do mundo, já faz quase um mês que quase não vemos mais você, somente na faculdade e sempre está com pressa e Marina realmente nos abandonou, nesse tempo não a vimos mais. – Camila.

- Deve estar se divertindo com seu mais novo brinquedinho sexual. - - Sim as meninas sabiam de tudo que havia acontecido, inclusive os fatos envolvendo Enzo.

- Não temos nada a ver com isso, tua briga foi com tua ex namorada e não com nós, suas amigas que sempre estiveram do seu lado. – Thais

- Tatá, sermão essas horas ninguém merece!

- Está lembrada que esse sábado é o segundo do mês neh? E está lembrada que é uma tradição, todo segundo sábado nos reunirmos todas para fazermos algo neh?

- Eu sei Eduarda, mas não to afim dessa vez.

-Vai estar afim sim e dessa vez vai rolar passeio na fazenda dos avós da Camila, numa cidadezinha do interior. O lugar é cinematográfico, simplesmente lindo! Tem cachoeira, cavalos, trilhas e um super café da manhã todos os dias preparado pela vozinha da Camila. Iremos fazer uma noite à fantasia. Os vizinhos, amigos e familiares dela estarão em peso lá e será bem divertido.

- E aí? O que acha? – Camila

- Você sabe que eu gosto desses programas, mas quem você vai chamar?

- Todas nós e também convidei a Débora, a Lucy e a Marina.

- Jura que convidou a Marina também, é sério isso Camila? Porque ela tem que ir junto?

- Ela também é nossa amiga Pâmela e ...cortei antes de ela terminar de falar.

-Vai sim, claro que ela vai, eu que não vou mais.

- Você vai e não se fala mais nisso

- Aquele idiota também vai?

- Ela pediu se ele podia ir e eu disse que sim já que quartos é o que não faltam na fazenda.

- Bela amiga você Camila, ela é minha ex e além de você convidá-la, ainda deixa que ela leve o atual ficante ou sei la o que dela? -- fiquei puta da vida, não sei o porquê se nem tínhamos mais nada mesmo e na verdade eu nem sabia se eles estavam tendo algo.

- Eu vou, mas vou levar uma pessoa comigo! – nem deixei alguma delas responder, virei de costa e sai andando.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...