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História Amigas de Infância - Uma conversa civilizada!


Escrita por: Crisvogt

Capítulo 57 - Uma conversa civilizada!


POV PÂMELA

Nosso final de semana foi simplesmente perfeito. Ter Marina ao meu lado me fez sentir-me a pessoa mais feliz depois desses anos todos. Confesso que apesar de meu casamento ser como sempre quis, não era com a mulher que eu amava. Adriana era uma pessoa extraordinária em todos os sentidos, mas nunca consegui sentir por ela o que sentia por Marina.

Chegou o fim da tarde do domingo, decidimos voltar, já que na segunda-feira todas trabalhavam e tinham seus compromissos de rotina. Débora e Lucy resolveram voltar com Eduarda e as demais, visto que o carro dela cabia 6 pessoas e me emprestou o seu, para que eu e Marina voltássemos com mais privacidade.

Ficamos em silencio um bom tempo no carro, até que ela resolveu falar:

- Pamy, eu estou confusa! - Marina

- Porque Nina? - Pâmela

- Como será daqui para frente? Tipo eu sei que vai ficar só mais alguns dias em Miami e depois voltará para sua cidade, sua casa, seu trabalho e sua esposa, mas quanto à nós? Poderemos ao menos ser amigas ainda? - Marina

- Marina, eu vou sincera contigo! Eu não posso largar a Adriana de uma hora para a outra, ela sofreria com isso e não seria justo, afinal eu nunca sofri por causa dela. - Pâmela

- Isso eu já esperava! - Marina

- Quanto a nossa amizade, seria um tanto quanto complicado. Ambas sabem que o que sentimos não é apenas sentimentos de amigas. Rolaria ciúmes, brigas, discussões. Resumindo, voltaríamos a mesma situação que estávamos vivendo antes desse final de semana. - Pâmela

Marina abaixou a cabeça e vi que lágrimas rolavam frequentemente. Estacionei o carro na beirada da estrada e ela continuava na mesma posição. Tirei o cinto, virei-me para ela e com a mão no seu queixo, ergui seu rosto. - Marina

- Ei Nina, olha para mim! - Pâmela

- Pâmela, sabia que tudo isso que vivemos nesses dois dias acabaria no instante que passássemos pela aquela porteira, mas quis arriscar. Eu tinha a oportunidade de ter você comigo naqueles instantes e não queria deixar passar, mas sinceramente isso está doendo muito, só eu sei o quanto te amo. Esse amor ficou adormecido dentro de mim por muitos e muitos anos. Se eu pudesse mandar em meu coração, confesso a você que tiraria esse sentimento de dentro de mim. Você foi a primeira pessoa que eu amei em minha vida, aliás, a única. Eu gostaria de entender por que nunca consegui te esquecer, e depois de tantos anos você reaparece em minha vida e eu me pergunto por que seguimos rumos diferentes? Está impossível te amar em segredo, tentei evitar, tentei dizer não, mas meu coração insiste em continuar te amando. É impossível deixar de te amar, essa distância ao invés de apagar o que sinto por você, ela só está fazendo aumentar a cada dia, e isso me preocupa. - Marina

- Eu me preocupo com as duas, não quero ferir nenhuma, prefiro me machucar, a machucar alguém, mas o que acontece é que meus olhos procuram por você a todo tempo, mesmo sem eu querer. Sinto a necessidade de vê-la, meu corpo necessita do seu, mas não tem nada a ver com excitação, sexo, é diferente, meu coração implora por ti. Quando não te encontro, fico impaciente e tudo isso me deixa péssima, pois sou casada, não queria mais sentir isso. Já chorei, implorei pedindo a Deus pra que tire isso de dentro de mim, mas eu sinto dentro de mim que é um sentimento bom que me faz muito bem e me deixa feliz. Tento me controlar, mas parece que é involuntário, como se tudo me levasse até você. - Pâmela

- Quando te vi novamente Pâmela, senti uma mistura de sensações, não consegui fazer nada, era como se meu corpo tivesse emanado alguma coisa que me deixou trêmula, nervosa, ansiosa. Não consegui fazer mais nada. Nossa eu nunca, mas nunca mesmo havia sentido algo do tipo até te encontrar e te reencontrar. Na verdade eu estou parecendo uma adolescente novamente vivendo o seu primeiro amor, aquele que te deixa com as pernas bambas, que faz seus olhos brilharem, que faz seu coração bater forte, que sente falta quando os olhos procuram e não acham, eu na verdade só pensei que isso fizesse parte das histórias, de novelas. - Marina

- Nina, não duvide nunca do meu amor, porque depois desse final de semana, tenho ainda mais certeza do que eu sinto, se eu amasse a Adriana ou estivesse apaixonada por ela, não teria caído em tentação e a traído. Não se sinta culpada em nenhum momento pelo que aconteceu. Foi lindo, nos amamos como se fosse nossa primeira vez. Não consigo entender o que está se passando comigo, como pode uma mulher estar casada com alguém e amando outra? Jamais senti com ela metade do que sinto por ti. Em todo esse tempo nem sabia ao certo por onde andava sem você. Parecia que te via em cada rosto, em cada olhar, pensava estar andando sempre em sua direção mudava os passos, mas nunca saia do lugar. Por favor, me ajuda a entender o que se passa, se há uma explicação cabível, porque já procurei várias e não encontro. Não acho certo ficar com você estando casada com ela, mas não acho certo continuar casada com ela e amando você! É inexplicável, quero uma explicação para isso pra poder seguir em paz. Se houver uma saída, me dê por favor. Eu preciso resolver minha vida, sinto-me péssima em sentir isso, sinto-me a pessoa mais horrível. Marina me perdoa, mas estou desesperada! - Pâmela

- Pâmela, mesmo que esteja confusa triste e decepcionada, sei que ainda não está pronta para deixa-la. Você tem que tomar uma decisão quando estiver pronta, quando fizer uma pergunta a si própria e seu coração responder sem culpa, ressentimentos ou pressão, antes disso não apresse as coisas.  Penso ao contrário daquele ditado “não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje”, prefiro deixar para depois o que posso fazer agora, a tomar decisões que posso arrepender-me. Não tome decisões precipitadas, não seja ansiosa. A espera pode ser dolorosa, mas espere com paciência. O que é nosso nos encontra! - Marina

- As decisões precipitadas nos levam por caminhos que jamais pensaríamos passar. Não porque este caminho seja bom, de um futuro promissor, mas porque ele é justamente o oposto de algo já vivido, da busca de um sonho que não passou de uma tentativa deixada no passado. Eu já tomei essa decisão precipitada e foi quando me casei com a Adriana em busca de um futuro e na tentativa de lhe esquecer! - Pâmela

- As pessoas aborrecidas sempre tomam decisões precipitadas, gerando ainda mais aborrecimentos e menos paciência para resolverem suas pendências. Conclusões precipitadas, decisões equivocadas! Foi o que aconteceu comigo quando fui embora e lhe deixei. Errei várias vezes, agora é esperar e torcer para que um dia possa ter outra chance para consertar esses erros. - Marina

- Se cada um soubesse o que outro pensa, nunca tomaria as decisões precipitadas e evitaríamos o sofrimento. - Às vezes erramos em escolhas em que queríamos ter acertado, mas a verdade é que fatos destroem opiniões, e nos fazem perceber que nossas decisões podem ser completamente erradas. – Pâmela

- Tanto você quanto eu sabemos que não pode ficar juntas. Não agora pelo menos. É um negócio meio estranho porque sabemos que há vontade, mas sabemos também que existem outros fatores que influenciam nessa escolha, como o fato de existir uma terceira pessoa. Se fosse só pela vontade de estarmos juntas, já tinha tudo se resolvido. Eu acho que precisamos falar sobre, ou então, deixar isso de lado e ver se, quem sabe, o tempo ajuda a resolver.  - Marina

- Há coisas que precisam ser acertadas tanto na minha vida quanto na sua. Nós sabemos, só não sabemos se serão mesmo acertadas. É uma sensação estranha para mim querer ficar com alguém mas ser impedida por motivos que extrapolam nosso mútuo querer. E talvez seja isso que me frustre tanto: a existência de barreiras quase que intransponíveis na nossa história. – Pâmela

- Não da nem para saber se um dia realmente ficaremos juntas. Esta que é a verdade. Mas a nossa distância não diminuirá meu sentimento. Não podemos, mas queremos, vai que o tempo passa e transforma o nosso querer em viver. - Marina

- Será que isso um dia vai melhorar? Será que vamos conseguir passar por isso e lembrar dando risada? Ou será que só nos transformaremos em mais uma história passada? Dói ter que pensar, piora não conseguir agir. Odeio ter que colocar respostas na responsabilidade do tempo. – Pâmela.

- Não consigo aceitar, por mais que saiba que simplesmente não podemos ficar juntas. Porque motivo conhecemos uma pessoa se não podemos ficar com ela? Será que é coisa do destino? Armadilhas e peças que a vida nos prega? Não sei. É estranho. Mas quero dizer que amo você. Quero você. Desejo você. Torço por você. Tenho certeza que não foi ilusão tudo que aconteceu em nossas vidas. Nós não sonhamos, aconteceu. Eu aconteci em sua vida. E você aconteceu na minha. Estava escrito. Estava planejado. Estava marcado. Nossas vidas se cruzaram com uma certeza: a descoberta do amor. De alguma forma sempre te amei. E dessa mesma forma vou te amar até o fim dos meus dias. Nossos planos? Realizaremos um dia. Aqui ou em outra ocasião. Amor de verdade não acaba. Ele nos acompanha por duas mil vidas. E é por isso que te espero. – Marina

- Só peço que tenha paciência e me espere, eu voltarei para ti, eu voltarei para nós, eu voltarei por nosso amor! Preciso apenas de um tempo para pedir o divórcio e cuidar de todos tramites legais, afinal nesses anos construímos algumas coisas juntas, as quais necessitam ser partilhadas. - Pâmela

- Por você, por mim, por nós e por nosso amor, eu te esperarei, aliás eu segui minha vida te esperando! – Marina

- Você não sabe como eu te amo Marina! – Pâmela

- Você que não sabe como meu amor por ti é grande! – Marina

- Mesmo que não seja agora, nós vamos ficar juntas. Não lhe prometo um tempo exato, mas o destino vai nos juntar novamente, isso eu posso prometer! – Pâmela

- Sei de corações que se reencontram sem querer, encontros e desencontros, quantos casos são assim, mas amores só acabam quando o tempo escreve fim. - Marina

- Vou te ver outra vez, passe o tempo que passar, vou te amar quantas vezes eu for capaz de amar. – Pâmela.

-Enquanto é tempo, vamos viver este momento. Hoje estamos aqui, mas amanhã não sabemos, aproveitaremos cada minuto antes que o dia acabe! Nesse instante nunca é tarde, mal saímos do sítio e eu já estou com saudades de você, do seu toque, do seu beijo, do seu abraço. – Marina

- Me abraça, me beija, me aceita assim como eu sou e deixa ser o que for! – Pâmela

Marina me abraçou como se quisesse me segurar e não soltar mais, aquele abraço durou minutos. Nenhuma dizia nada, apenas ouvíamos nossas respirações e nosso choro abafado.

- Quando te abraço, sinto que posso segurar meu mundo em meus braços! – Marina

- Quando você me abraça, me sinto protegida, como se nada de mal pudesse acontecer comigo. – Pâmela.

- Não chora mais Pamy, eu amo o teu sorriso. – Marina

- Só você que sabe o jeito de me fazer sorri. Parece até que eu inventei você. - Pâmela

- Pâmela, já faz mais de uma hora que estamos aqui paradas no meio do nada, nossos celulares estão sem sinal, se não voltarmos agora, Débora vai ter um ataque, afinal estamos com o xodó dela. – Marina

- Antes, você pode me dar um beijo? – Pâmela

- Um? Um não posso, mas vários sim! – Marina

Nos beijávamos com paixão, carinho e devagarzinho, como se precisássemos sentir cada gostinho daquilo. Minha respiração estava no mesmo ritmo da dela e eu podia sentir sua pele nas pontas dos meus dedos. Quando nossas bocas se separaram rapidamente para continuar aquele beijo, sussurrei entre seus lábios:

- EU AMO VOCÊ!

- Pamy, me leva para casa e deixa, eu te amar, como ninguém mais, como ninguém faz!

Selei nossos lábios novamente como resposta do que havia me pedido. Se tinha algo que eu tanto adorava era estar em seus braços!

- Enfim tivemos a tão esperada conversa civilizada que você tanto queria! - Pâmela

- Enfim você deixou de ser orgulhosa e resolveu aceitar meu pedido! – Marina

- Não era orgulho, era medo, indecisão, incertezas, que acabaram. Agora só basta esperar o tempo certo para colocar tudo em seus devidos lugares! - Pâmela

- Atchiiiim, atchiiiim, atchiiiim! – Marina

- Eu acho que alguém pegou resfriado!



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