1. Spirit Fanfics >
  2. Amigas de Infância >
  3. O que há de errado?

História Amigas de Infância - O que há de errado?


Escrita por: Crisvogt

Capítulo 62 - O que há de errado?


POV MARINA

Pâmela realmente havia sumido, o que me levava a crer que tinha se arrependido das juras que me fez e resolveu ficar com a esposa. Peguei o voo ontem e vim em direção à Los Angeles, decidida a me distrair, sair, esquecer de tudo e de todos por um bom tempo, a cidade é grande e apesar de Pâmela residir aqui, sei que as chances de nos encontrarmos serão mínimas.

Cheguei tarde da noite e por isso Manu me trouxe para sua casa e pediu para que descansasse e hoje conversaríamos e sairíamos nos divertir. Se Pâmela não estava nem ai pra mim, não sou eu quem iria ficar novamente sofrendo por ela.

- Bomm dia moça bonita!

- Boom diaa Manu!

- Dormiu bem?

- Dormi sim, como um anjo. Acho que estava cansada demais ontem, acabei dormindo rápido, me desculpa.

-Não tem porque se desculpar, eu percebi como estava cansada. Vamos tomar um belo café da manhã e conversar um pouquinho?

- Um belo café da manhã é tudo que preciso!

Fomos para a cozinha e a Manuela já tinha preparado tudo. Em cima da mesa havia variedades de comidas e uma rosa vermelha.

- Uauuu preparou tudo isso sozinha? E para mim?

- Sim preparei tudo sozinha, acho que você merece muito mais, só fiz o mínimo que podia para agradecer sua visita em minha casa.

- Manu, não precisava se incomodar, você sabe disso. Eu quem deveria agradecer pelo fato de ter me deixado ficar aqui alguns dias. E essa rosa?

- É para ti, não se compara a sua beleza, mas é delicada como você.

- Você realmente é um amor.

Fui abraça-la e por um momento senti nossos rostos muito próximos, quase que colados, nossa respiração se mistura com a da outra. Manuela fez carinho em meu rosto, fechei os olhos para sentir melhor a delicadeza de sua mão, fui me aproximando mais, quando estava quase sentindo seus lábios, ela se afastou.

- Bom, então vamos tomar o café antes que esfrie.

- Claro, vamos sim!

Sentamo-nos junto à mesa e por algum tempo houve um pequeno silencio.

- Marina quer me contar o que houve contigo nesses dias que te deixou tão pra baixo assim? Você sumiu e de repente reapareceu, me procurou e está aqui com essa carinha tão pra baixo.

- Foram tantas coisas, por um momento achei que estava vivendo no paraíso e da noite para o dia fui ao inferno. No tempo que Pâmela passou em Miami, depois de alguns desentendimentos, conseguimos nos entender e voltamos a ficar juntas digamos assim, ela prometeu o mundo para mim, disse que voltaria para Los Angeles, resolveria algumas pendencias, pediria o divórcio e então poderíamos viver como sempre sonhamos. Só que ela voltou para cá e tudo mudou. Pâmela começou não me atender mais e quando mando mensagens, ela só visualiza e não me responde. Com toda certeza ela se arrependeu das juras que me fez e percebeu que é realmente a esposa dela que ela ama.

Lágrimas escorriam desfreadas por meu rosto. Porque se lembrar dela doía tanto? Porque nunca soube superá-la?

- Não chora, talvez as coisas não são como você está pensando que sejam!

- Não são? Então me explica o que poderia ter acontecido de tão grave para ela sumir assim sem ao menos me dar uma explicação?

- Calma! Respira. . – segurou a minha mão

- Eu não entendo a Pâmela, ela se entregou inteira pra mim e depois veio com essas atitudes. Eu não vou mais atrás dela. Não mesmo. Eu já me humilhei demais e ela nunca moveu uma palha pra resolver toda essa situação, sabe? Não vou ficar me rastejando eternamente.

- Se as coisas são como você diz, está certa. Está na hora de se dar valor e olhar ao seu redor, reparar mais nas pessoas, talvez quem realmente te mereça, sempre esteve por perto e você nunca notou!

- O que você quer dizer com isso?

- Nada demais, só acho que deveria parar de pensar tanto nessa Pâmela e começar a dar mais valor às pessoas que fariam de tudo por ti.

Continuamos tomando nosso café. Às vezes ela segurava a minha mão como se dissesse “calma, eu estou aqui!”.

- Logo voltarei para Miami e eu nem sei o que fazer da minha vida, meus planos futuros estavam novamente incluindo ela. – Nesse momento Manuela me abraçou gostoso.

- Não vai embora, não! – disse manhosa e se escondendo no meu pescoço. – a apertei mais forte ainda. Dessa vez uma lágrima escorreu pelo meu rosto. - Ei! Psiu, linda. Não chora, tá? – quando ela disse isso, aí sim comecei a me debulhar em lágrimas.

Nos levantamos e fomos para a sala assim que a empregada da Manuela chegou. Sentamos no sofá e eu não conseguia parar de chorar. A abracei de novo e ficamos um bom tempo ali.

Passamos a tarde assistindo filmes e séries, perdemos a noção do horário, dormimos um pouco abraçadas e acabamos nem saindo para canto algum. Era ótimo me sentir protegida e ela estava fazendo isso muito bem.

Depois de um tempo que acordamos e ficamos em silencio, ela deitou de lado e ficamos de frente uma para a outra. Já era noite e eu percebi que realmente o tempo havia passado muito depressa, a única luz que mantinha a casa um pouco clara era a da própria Avenida. Continuávamos ali, se olhando, às vezes conversando sobre alguma besteira e às vezes só fazendo carinho uma na outra.

- Linda, vamos pedir algo para jantar, já que nem almoçamos e depois vamos para minha cama? Dormir juntinhas, claro sem nenhuma segunda intenção, apenas quero lhe fazer carinho, lhe proteger, percebo como está frágil.

- Claro, acho uma ótima ideia.

Pedimos pizza, sim parecíamos duas pré-adolescente, comendo pizza e outras besteiras, terminamos de comer, Manuela deixou tudo ajeitado para sua empregada limpar no outro dia e fomos para seu quarto. Ainda nem estava na hora de dormir, era cedo, mas não estava com vontade de fazer nada mesmo, com certeza a melhor pessoa pra mim agora era ela.

- Deitaaa logooo! – me abraçou por trás, me jogando na cama e caindo comigo.

- Que susto. – eu ria

- Vem mais pra cá, eu não vou fazer nada.

- Eu vou! Estou precisando de você. – dei um cheiro no seu pescoço.

-Aiii

- Que foi? – dei um pulo assustada.

- A ponta do seu nariz tá gelada! – sorriu.

Fui de novo pro seu pescoço, mas dessa vez dei uma mordida.

- Não começa se não vai terminar! – não demonstrando dor e sim safadeza.

- Ahh, chata! – eu ria.

Ficamos deitadas na cama, debaixo do edredom. Passava meu nariz e a boca no pescoço de Manuela, enquanto ela enroscava os dedos nos meus cabelos, massageando a minha nuca. Aquilo foi me deixando em transe. O carinho e o dengo que me dava era bom demais! Fui ficando cada vez mais mole, mole, mole... fechando os olhos... sentindo o calor do seu corpo grande colado no meu... seu cheiro gostoso... até que não aguentei... DORMI!

Acordei cedo no dia seguinte, resultado de também dormir cedo na noite anterior. Era domingo. Manuela ainda dormia e fazia conchinha em mim. Fiquei um bom tempo ainda deitada, pensando por onde começar a resolver toda a minha vida. Estava começando sentir algo estranho por Manu, não a via mais somente como uma amiga, estava me despertando alguns sentimentos, sentia muita vontade de ficar com ela, me entregar. Senti os braços dela me apertarem e me puxarem ainda mais perto, como se fosse seu travesseiro vivo. “Ai, Marina. Que confusão, viu? Por que teve que voltar da Europa pela segunda vez? Por que esse coração burro teve que se entregar por Pâmela de novo? Por que agora toda essa dúvida com relação à Manuela? São tantas perguntas e nenhuma resposta!”

Olhei no relógio que ficava sob o criado-mudo e o mesmo marcava 8h10min. Tentei me espreguiçar, mas os braços fortes dela não deixavam. Então mudei de tática, fui me virando devagarzinho, até ficarmos de frente. Nossos rostos estavam bem próximos e nossos narizes praticamente se tocavam. O seu braço estava realmente pesado! “Que mulher forte! O braço realmente parecia cada vez mais pesado. A segurei pela cintura e parei quando olhei seu rosto. Sua pele tão lisinha, seus cílios grandes, a bochecha rosada e os cabelos lindamente desarrumados. Sorri com o canto da boca e dei um beijinho de leve na ponta do seu nariz. Com os dedos comecei a fazer carinho do seu rosto e às vezes ela apertava os olhinhos, como se estivesse fazendo cócegas. De repente ela sorriu.

- Bom dia, linda! – ainda de olhos fechados.

- Você estava fingindo. – fiz cara de espanto.

- Não, só estava aproveitando seus carinhos que, aliás, me levam às alturas. – me livrando dos seus braços pesados.

-Ah é? – aproximei mais uma vez minha boca do seu nariz.

- É! – agora já me olhava com safadeza.

- Então tá! – dessa vez não dei um beijo, mas sim uma mordida.

- Aiii! – de repente se levantou e começou a me fazer cócegas. Agarrei no seu pescoço e disse no seu ouvido:

- Bom dia bebê. – ria.

Manuela me abraçou forte e me deu um beijo apertado no rosto.

- Acordamos cedo, né?

- Pois é! Acho que dormimos muito cedo também.

-Mas tudo bem. Estou com você, então tá tudo bem. – sorriu.

- Quer um café bem quentinho?

- Quero!

- E tem pão de forma e frios que comprei ontem no mercado.

Nos levantamos e fomos para a cozinha. O dia estava totalmente nublado e o frio cada vez mais intenso. Manuela preparou o café, enquanto eu arrumava a mesa. Nos sentamos e começamos a comer.

– Adoro ter você aqui comigo, viu?

- Eu estou adorando ficar aqui com você também.

Tomamos nosso café calmamente. Ela me distraía com outros assuntos. Depois que terminamos, demos uma arrumada na cozinha e Manu foi tomar um banho. Fiz o mesmo no outro banheiro e troquei de roupa. Eu estava pronta. Peguei minha bolsa e os documentos e fui pra sala.

- Marina, preciso dar uma saída, resolver algumas pendências.

- Quer que eu vá com você?

- Não, pode ficar tranquila. Vai ser algo rápido. Eu espero!

- Tudo bem. Qualquer coisa me liga, vou ficar aqui. Fazer um almoço pra gente, posso?

- Lógico que pode, não precisa pedir. – ela sorriu.

- Vou preparar algo bem gostoso para nós.

- Tchau, menina mais linda desse mundo. – ria alto.  

- Tchau lindona!

Passei o dia todo sozinha naquela casa novamente, estava vendo um filme quando o celular de Manuela tocou, olhei no visor e o número estava identificado como privado. Não quis atender pois não tinha nenhum tipo de intimidade com ela para sair atendendo suas ligações.

Novamente o celular tocou até cair a ligação. Tocou mais uma vez. Resolvi atender, poderia ser alguma coisa importante. Poderia ser seus pais que moravam longe ou algum de seus sócios.

LIGAÇÃO ON

- Alo?

- Quem fala? – era a voz de mulher

- É a Marina, mas o telefone é da Manuela, ela não se encontra no momento.

- Vejo que Manuela está se comportando, como era o combinado!

- Como assim? Quem está falando?

- Logo saberá meu bem!

LIGAÇÃO OFF

Ok, aquela ligação me deixou um tanto quanto confusa. Quem era aquela mulher e que papo foi aquele? Eu deveria perguntar para Manu, porém ela saberia que eu mexi em suas coisas. Melhor deixar tudo assim. Estava indo para a cozinha comer algo, quando meu telefone tocou:

LIGAÇÃO ON

- Marina?

- Enzo? Resolveu aparecer? Porque sumiu assim?

- Marina precisamos conversar sério, não aguento mais esconder isso de ti.

- Isso o que?

- Posso ir até sua casa?

- Não estou em casa, na verdade nem estou na cidade, estou na casa de Manuela em Los Angeles. Você voltou para Miami?

- Sim, voltei porque preciso de você, preciso conversar. Será que Manuela se importaria se eu fosse pra Los Angeles, ficar pelo menos um dia contigo? – percebi pela voz dele, que ele chorava enquanto falava.

- Claro que não, pode vir, se ela levar ficar chateada, vamos para um hotel.

- Muito obrigada Marina. Você realmente necessita saber tudo que está acontecendo e porque estou agindo dessa maneira ultimamente.

- Me avisa quando vem e irei te encontrar no aeroporto.

- Tentarei conseguir o voo para amanha mesmo.

- Combinado então. Avisa a hora do voo para que eu possa estar esperando quando chegar.

- Aviso sim, beijos minha linda!

- Beijos Enzo, se cuida!

LIGAÇÃO OFF

Isso está confuso. Primeiro aquela mulher com uma ligação suspeita para Manuela, agora Enzo. Que papos estranhos são esses?



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...