-Hoje é o grande dia! -Jughead cantarolou pelo apartamento perto das oito da manhã de sábado, batendo com uma colher de pau em uma panela- Acorda acorda, Elizabeth! Já passou da hora de se arrumar para o seu jogo.
-Eu já estou me trocando! -Betty saiu do quarto correndo, já com seu short, sua camiseta esportiva, o rabo de cavalo. Abriu a porta desajeitada, pulando em uma perna só enquanto calçava seu meião- Não acho a minha chuteira!
-Está na janela. Eu preparei café da manhã. Engole essa merda logo porque senão vamos chegar atrasados para o seu jogo!
-Certo, certo! -ela engoliu o sanduíche que Jughead havia preparado e correu para escovar os dentes.
-Falta só eu colocar a chuteira e...
-Não dá tempo! -Jughead agarrou as chuteiras com uma mão e pendurou a loira no seu ombro.
-Jughead?!
-Acredite, você vai me agradecer! -ele correu para o elevador com ela ainda nos ombros.
Betty não conseguia parar de pensar no peso que devia ser, e o quanto deveria doer para carregá-la.
E ele? Só conseguia pensar no perfume dela... que lhe lembrava a chiclete de banana.
Chegaram na garagem e ele a colocou dentro do carro, a jogando no banco:
-Ai, troglodita! -ela praguejou.
-Blá-blá-blá! -ele sentou no banco e jogou nela as chuteiras. Deu partida no carro, e foram seguindo para o jogo enquanto Betty calçava as chuteiras.
A primeira metade do jogo foi rápida mas o time oponente venceu. Betty estava se sentindo desconfortável, achando não estar em forma boa o suficiente para jogar.
Eu me sentia medianamente bem enquanto corremos pelo campo para o segundo tempo. Todos os meus medos sobre não estar em forma o suficiente pareciam sem fundamento. Mas enquanto a correria do jogo continuou por 20 minutos comecei a arfar. Comecei a ficar cada vez mais cansada, e estavaestava tendo que me forçar ao máximo para seguir o ritmo da partida.
Quando derrepente um grito atrás de mim me surpreendeu.
-Betty! Marca ela! -Cheryl gritou. Com o coração apertado percebi que minha oponente estava driblando rapidamente em direção à área. Eu corri atrás dela mas não consegui alcançá-la. Ela chutou a bola com força dentro do gol, comemorando.
Toni viu minha expressão de decepção e me reconfortou:
-Não se preocupe, -sorriu docemente- essas coisas acontecem.
Não teria acontecido se eu estivesse em forma. Eu pensei. Não é justo com resto do time.
O jogo já estava quase no final, e eu quase não sentir minhas pernas, quando vi uma chance. Peguei a bola de Sally, uma garota que jogava comigo, E como se um milagre, um espaço se abriu entre as jogadoras para que eu passasse. Correi o máximo que podia, quase sem sentir minhas pernas, em direção à área do outro time.
-Betty! -pude escutar Veronica gritar agudo enquanto corria ao meu lado- Me passa!
Olhe para cima e chutei a bola para minha amiga. Ela tomou controle e seguiu com a bola, rolando em direção ao gol. Com um forte chute.
Um rugido alto e estrondoso me indicava que ela tinha ganhado. Corri até ela. Ela deu uma estrela e pulamos uma na outra, caindo no chão enquanto ríamos.
O resto do time se juntou à nós, pulando e comemorando juntas.
Nós ganhamos mesmo. Porém só aquele ponto.
O jogo ficou empatado. E todas concordaram que pênaltis eram a melhor ideia.
Porém, de tão fraca que estava, já duvidada se aquilo tinha realmente sido uma boa ideia.
-Certo. -o técnico começou a falar- A ordem será Cheryl, Toni, Veronica, Sally e... -ele se virou para mim sorrindo- e Betty.
Ótimo. Só teria que jogar se o jogo seguisse empatado.
Olhei para as arquibancadas; Jughead estava com um enorme cartaz escrito "Só vim aqui por causa da loira linda lá em baixo". Eu sorri, e ele me soprou um beijo.
O outro time começou jogando; acertaram. Foi a vez de Cheryl, que também fez ponto. Então o outro time voltou; mais um ponto. Toni foi a próxima, honrando o time. Então o outro grupo -acertaram. Veronica; o mesmo que as outras, a oponente acertou também, e Sally a seguiu, fazendo mais um gol.
Era a última garota do time oponente. Se ela acertasse, teria que jogar. Fechei os olhos e rezei para que ela errasse.
Mas como não tenho sorte, a maldita acertou em cheio.
-Vamos Betty! -Sally levantou os punhos- Você consegue!
Eu suspirei, encarando a bola. Parecia que as arquibancadas do gramado de repente tinham lotado.
Vai dar tudo certo, vai dar tudo certo....
Dei dois passos e um forte chute que voou.... direto para a trave, viajando até a arquibancada.
-Merda! -gritei.
O jogo não tinha sido o ideal de Betty. Depois de chutar a trava, assistiu o outro time comemorar, as cumprimentou, e seguiu para a saída do gramado.
Na entrada do estacionamento, Jughead a esperava com uma rosa branca e uma chuteira de plástico pintada de dourado:
-Eu achei que você ia ganhar... -ele deu de ombros.
-Eu também achava... -ela sussurrou.
-Ei, mas relaxa! Cara você jogou muito! -ela sorriu e ele lhe entregou a chuteira e a rosa- Foi muito bom. Merece.
-Valeu. -ela sorriu. Então suspirou, exausta- Podemos ir logo para casa?
-Claro que sim. -ele abriu a porta para ela e deu a volta.
Ela soltou o rabo de cavalo suado e massageou a cabeça. Ps dois seguiram cantando baixinho as músicas que tocavam no rádio.
Ele ligou a TB e ela seguiu para o banheiro, se desmontando; tirou as chuteiras, as caneleiras, os meiões...
Mais tarde, depois de longos trinta minutos debaixo d'água, no seu banho para limpar a vergonha; Elizabeth saiu do banheiro para encontrar um Jughead ao computador:
-Ela está aqui. -se virou para Betty- As mães.
Betty correu para junto dele:
-Oie! Como vocês estão?
-Estamos com saudade de vocês!!! -Alice sorriu.
-Mas vamos passar mais três meses em outro cruzeiro. -Gladys completou.
-O que?! -os dois disseram ao mesmo tempo.
-As coisas parecem estar tão bem aí sem a gente, e estamos tão bem aqui descansando... não queremos estragar isso. Quando percebermos que essa amizade de vocês é definitiva e estável; aí sim voltamos.
-Não acredito nisso. -Betty riu.
-Isso é muito a cara delas! -Jughead também riu.
-Viu como vocês estão bem sem a gente? Vão sobreviver.
-Certo temos que ir por que a salsa começa em dez minutos! E eu quero rebolar com o Roberto, o instrutor boy magia! -Gladys disse, já seguindo para a porta- Amo vocês! Vem logo Alice!
-Amamos você! -eles disseram.
-Amo vocês dois! -ela sorriu. Gladys a chamou novamente- Já vou, inferno! -Então sorriu para os dois- Tenho que ir amores. Beijo!
-Beijo! Amamos você. -os dois disseram e Alice desligou.
Os dois simplesmente se encararam e caíram na gargalhada.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.