História Amizade colorida - Capítulo XCIX

Bloqueou seu celular e o colocou sobre a escrivaninha. Que merda, pensou o pegando. Abriu seus contatos e ligou para ele. Sentou-se no sofá e abraçou suas pernas. O que vai dizer? Se perguntou ouvindo sua voz

- Oi... - Disse de forma constrangida - Então, tá tudo dando errado desde que cheguei aqui. Começando pelo trote que foi horrível. As novatas foram obrigadas a vestir uma blusa branca molhada e tinha que se apresentar rebolando mas um cara, que eu achava ser legal, me impediu de passar por isso - Suspirou - Mas um dia quando saí pra beber com ele, tentou ficar comigo a força e Peter, que estava passando, me livrou disso e pra piorar, ainda fui acusada de plagiar o meu trabalho porque contei pra uma colega de classe o que ia fazer e ela fez igual e entregou primeiro

- Espera aí - Ray pediu - Peter tio do Norman? - Ray perguntou surpreso

- Ele mesmo - Emma suspirou

- Aí Emma - Ray gemeu visivelmente preocupado - Não me diga que ele é o cara mais velho que você tá saindo

- É sim - Suspirou - É extremamente controverso mas ele não é tão ranzinza... É gentil e... Não me sinto sozinha... Confio nele... Além disso, está me ajudando a superar isso e...

- Entendi... - Ray suspirou

- Não conta pra ninguém - Emma pediu - Por favor, nem pro tio Leslie e nem pra tia Isabela porque eles vão contar pra Krone - Soltou o ar pela boca - Isso é particular meu e eu tenho que contar pra ela

- Não vou contar nada, não se preocupe - Ray disse - Não gosto dele pelo que fez com a minha mãe mas fico feliz que você não esteja aí sozinha...

Não fique por favor, Emma pensou. Se irrite comigo, diga o quão idiota é essa ideia, vaze a informação mas não fique feliz

- Que bom - Respondeu com a voz trêmula - Eu... Estou feliz que você também esteja seguindo em frente

Ray engoliu em seco. Pôs os dedos nos olhos sentindo-se tenso. Não Emma, pensou levantando-se do sofá levemente irritado. Houve um silêncio constrangedor entre eles. O som do interfone soou chamando sua atenção

- Preciso desligar... - Ray disse - Uns amigos chegaram...

- Ah claro - Emma disse quase gaguejando - A gente se fala

O telefone ficou mudo. Ray arrastou o corpo e atendeu o interfone permitindo a entrada deles. Encostou o corpo na parede respirando fundo tentando se recompor. Ao ouvir o som da campainha, foi atende-los e deu um sorriso abrindo passagem

- Pizza! - Cat disse animada entrando

- 51 - Matheus disse mostrando a garrafa

- Maravilha - Ray comentou fechando a porta mas ao ver Alana saindo do seu apartamento a abriu novamente - Já volto - Anunciou

Alana vestia um sobretudo bege fechado expondo suas pernas esbeltas. Um batom vermelho apenas realça a beleza dos seus lábios. Ray ficou a olhando por um tempo e veio à sua mente a noite anterior

- Oi vizinha... - Disse

- Oi vizinho - Alana respondeu com um sorriso enquanto aperta o botão do elevador - Tá emocionado?

Ray ficou sem reação - Talvez - Seu olhar caiu

Alana rir - Você é fofo - Disse entrando no elevador

- Espera - Ray disse impedindo as portas de se fechar - Vamos...

- Podemos conversar depois? - Alana perguntou pegando o celular - Não quero me atrasar - Deu um sorriso simpático

- Claro - Ray se afastou

Ficou a olhando enquanto a porta se fecha. Voltou pro seu apartamento e vê seus amigos conversando comendo a pizza

- Quem era? - Cat perguntou

- Minha vizinha - Ray respondeu visivelmente abatido trancando a porta

- Levou um fora? - Matheus perguntou comendo mais uma fatia de pizza

- Bem pior - Ray se aproximou - Acho que estou gostando de uma garota de programa

- Você tá na merda - Cat comentou

 

Após a aula, Emma caminhou pelo campus da faculdade. Cat havia publicado em seus storys mas não teve muito tempo para ver todos. É claro que eles foram na casa dele, pensou vendo algumas fotos que Cat postou com Ray e Matheus. Ontem foi noite de filme. Em um vídeo, Ray faz um som com a boca chamando Minerva que o olhou e deitou no chão para se lamber. O rapaz jogou o corpo no sofá suspirando. Olhou pra Cat visivelmente desanimado

- Sou tão merda que nem meu gato quer ficar comigo - Comentou pondo a mão no rosto

- Não fica assim - Cat disse mudando pra câmera frontal - Ray tá carente, mandem nudes pra ele

Os dois começaram a rir. Emma revirou os olhos bloqueando o celular por ter ouvido alguém falar seu nome e ignorou esse último diálogo. Virou o rosto na direção e vê os amigos de Gabriel olhando na sua direção

- Nem olha porque ninguém tem chance - Ouviu alguém comentar

A ruiva seguiu caminhando sentiu-se um pouco constrangida porque isso não é verdade e mesmo se fosse, não deu liberdade para eles falarem sobre. Passou pela sua cabeça que Gabriel pode ter sido o responsável. Júlia não seria louca de explanar pois não teria como chantageá-la. Logo, só pode ter sido ele mas o que ganharia com isso? Ficou se perguntando até chegar na academia. Subiu pro segundo andar e entrou no estúdio. Tirou suas roupas e se alongou. Desde que se mudou, isso foi a melhor decisão que tomou. Vera estava certa quando sugeriu uma atividade física pois isso a faz esquecer toda a merda que está acontecendo. Começou a coreografar Dangerouns Woman e ficou tão concentrada que não deu muita importância ao ter visto dois vultos na porta

 

Após tomar um banho, Emma vestiu uma blusa de manga comprida preta e saia vermelha. Ajeitou seus cabelos como sempre e se maquiou. Colocou meias grandes acima do joelho e calçou botas pequenas. Pegou seu celular desbloqueando-o

Emma: Estou pronta

Peter: O carro já está a caminho

Emma engoliu em seco sentindo-se ansiosa. Pegou sua bolsa e desceu até o térreo de elevador. Ficou um tempo esperando ali até um homem entrar segurando o celular

- Emma? - Chamou

- Isso - A ruiva respondeu

- Peter mandou te buscar - Disse - É isso mesmo?

- Sim - Emma respondeu atônita

Ela o acompanhou até o carro branco dele. Ficou em silêncio durante todo o percurso se perguntando o porquê Peter não veio pessoalmente. Será que foi uma boa ideia? Ele a deixou num condomínio não muito distante. A ruiva agradeceu e saiu do carro. Caminhou até a recepção e anunciou sua chegada ao recepcionista. Após liberar o acesso, pediu que informasse o andar e o número

- Sétimo andar - Respondeu - 704

Entrou no elevador e uma mulher já estava ali dentro com um cachorro pastor australiano. Não resistiu e fez um carinho na cabeça dele enquanto abanava o rabo. A porta se abriu no terceiro andar e ela saiu não havendo troca de olhar e nenhum tipo de interação. Foi mesmo uma boa ideia vir até aqui? Se perguntou vendo vendo as portas se abrir no sétimo andar. Olhou nas duas direções e procurou pelo apartamento 704. Ao avista-lo no fim do corredor, caminhou até lá e tocou a campainha. Olhou ao redor inquieta. O edifício é extremamente silencioso e poderia facilmente ser local de um documentário de assassinato ou algo do tipo. O estalo da porta chamou sua atenção. Peter abriu passagem a cumprimentando

- Oi... - Emma disse entrando de cabeça baixa - Posso deixar minha bolsa aqui?

- Claro - Peter respondeu

Emma a colocou no canto do sofá. O apartamento dele é extremamente minimalista. Não tem muita decoração além do design e dos móveis planejados. Uma mesa de quatro cadeiras divide o cômodo único. Há um reque claro mas não tem televisão.  As paredes são brancas e os móveis seguem esses tons. Ao sentir o aroma da comida, logo abriu o apetite

- Foi você que preparou? - Perguntou indo até a cozinha

- Minha comida é horrível - Peter disse puxando a cadeira pra ruiva - Não queroque você tenha uma intoxicação ou algo pior

Emma rir sentando-se - Que exagero

- Eu falo sério - Peter sorriu indo até o balcão

Emma o seguiu com os olhos. Ele está usando roupas sociais de forma despojadas. Seus cabelos estão presos num coque levemente bagunçado

- Hoje é a minha vez de te servir - Peter disse trazendo consigo dois pratos - Já experimentou ratatouille de legumes? - Perguntou servindo-a

- Não - Respondeu olhando a comida muito apetitosa

- E vinho rosé? - Perguntou trazendo consigo uma garrafa de vinho e duas taças

- Não - Emma respondeu engolindo em seco

- Então vou te ensinar a forma certa de degustar um bom vinho - Disse servindo-a - Eu adoro vinho rosé - Sentou-se de frente pra ela - Acho que é o meu favorito - A olhou enquanto pegou sua taça - Antes de beber, o essencial é a análise visual

Peter ficou olhando a sua taça com os olhos levemente apertados. Emma fez o mesmo seguindo as instruções dele. Inclinou a taça contra a superfície clara da mesa e começou a ver melhor nuances, o brilho da bebida. Em seguida ele começou a girar a o líquido delicadamente dentro da taça. Emma fez o mesmo e logo começou a sentir o aroma que lembra rosas e morangos frescos

- Agora experimente com um gole generoso e deixe a bebida passear pela boca - Peter mandou

Emma obedeceu. Bebeu e sentiu-se extasiada. Arregalou os olhos olhando para Peter enquanto sente a acidez e uma leve refrescância

- É muito bom! - Emma disse

- Sabia que ia gostar - Peter sorriu - Bon appétit - Disse num francês fluente

Ele fala francês? Emma se perguntou impressionada ao começar a comer. Como ainda pode estar solteiro? Se perguntou dando uma rápida olhada nele. É bonito, alto, gostoso e fala francês. Talvez as pessoas se afastam pelo fato dele evidenciar todos seus defeitos, concluiu

- O que está achando? - Peter perguntou

- Ah... Tá uma delícia - Emma sorriu tentando não gaguejar - Mas ficaria melhor se você tivesse cozinhado - Comentou

- Não teria - Peter retrucou de forma séria - De jeito nenhum - Coçou os olhos visivelmente tenso

- Tudo bem? - Emma perguntou um pouco preocupada

- Sim, só... É só o trabalho - Respondeu - Nada de mais - A olhou - Eu não sabia que você dançava

Emma quase engasgou - É... - Disse nervosa - Minha psicóloga sugeriu que eu fizesse alguma atividade física pra relaxar

- Endorfina - Peter comentou bebendo um gole de vinho - Como Krone reagiu? Apesar de ser algo artístico, ainda é muito sexualizado

- Ela disse um monte de coisa mas não tem como me impedir - Emma respondeu movendo os ombros - E o seu trabalho Sherlock Holmes?

Peter rir - Levemente tenso - Disse ficando sério - Após vencer um processo de difamação, estou investigando um assassinato - Pôs os dedos nos olhos - E o pior, tenho certeza que a mãe matou os próprios filhos - A olhou um pouco abatido - Olha onde cheguei: de difamação à assassinato

Emma gelou - Como chegou a essa conclusão?

- Pela linguagem corporal dela - Peter respondeu - Não está abatida quando fala dos filhos mas está preocupada por ser a principal suspeita e além disso, - Bebeu um gole de vinho - Eu conheço um narcisista egocêntrico só de ver mas não vou falar sobre pra não te assustar

- E como você lida com isso? - Perguntou preocupada - São coisas pesadas

- Eu estou acostumado e meio que gosto - Respondeu tranquilamente - Isso não me abala

- Entendi - Emma se encolheu na cadeira

Peter recolheu a louça pois haviam terminado de jantar. Emma o seguiu com os olhos vendo-o ir até a lava louça. A ruiva pegou a taça e bebeu o restante do vinho num único gole apenas para digerir que está perto de um homem que gosta de se envolver em casos de assassinato

- Vai querer mais vinho? - Peter perguntou a fazendo quase se engasgar - Não se esqueça que eu sei ler pessoas - Serviu mais vinho para ambos

- Não quis ofende-lo - Emma disse - Mas é muito louco pensar que você... Sabe... Gosta disso. Isso não te faz psicopata ou algo do tipo?

Claro que não - Peter respondeu - Um psicopata tem desvio de caráter, ausência de sentimentos, não sente remorsos e apesar de eu ser narcisista e egocêntrico, também sou empático e sinto culpa
É verdade... - Emma disse pensativa - Não quis te ofender
Tudo bem - Peter deu um sorriso a olhando - Todo mundo tem segredos Emma - Pegou sua taça - Pode esconder um crime mais leve como fumar maconha numa festa ou pior, consumir pornografia infantil

- Nossa - Emma disse em choque

- Enfim, - Pegou a sobremesa - Espero que goste de crème brûlée

- Isso é meio que engraçado - Emma comentou pegando a colher

- O que tem de engraçado? - Peter perguntou a olhando

- Parece que você está tentando amenizar esse assunto com sobremesa - Respondeu

Peter sorrir - Parece cômico mas é verdade que tudo é amenizado com sobremesa - Seu celular, sobre a mesa lateral ao lado do sofá tocou - Só um instante - Disse indo até lá com sua taça de vinho

Emma o seguiu com o olhar enquanto come sua sobremesa. Ele sentou-se no sofá com uma postura visivelmente tensa. Está falando sobre algo relacionado à uma audiência. A ruiva terminou de comer e se levantou. Também pegou sua taça e a garrafa de vinho e foi até ele

Amanhã resolvemos isso com mais calma - Peter levantou o olhar e vê a ruiva - Eu estou um pouco ocupado agora - Bebeu o restante do conteúdo em sua taça e estendeu para que ela o servisse mais - Vou fingir que você não me perguntou isso para lhe poupar da minha arrogância e se não se importa, vou desligar
 Tudo bem? - Emma perguntou servindo mais vinho para si
 Sim - A Respondeu a olhando - Só não estou no meu horário de trabalho

A ruiva engoliu em seco com a forma que ele a olha - O que foi? - Perguntou pondo a garrafa na mesa lateral ao lado dele

Peter sorriu - É incrível o quão semelhante você pode ser igual à Berth e ao mesmo tempo, tão diferente - Comentou - Ela nunca usaria roupas assim, mas sabe quem usava quando tinha sua idade?

- Quem? - Emma perguntou sentando-se do seu lado

- Krone - Respondeu sorrindo - Ela adorava essas saias e meias

- Jura? - Emma disse um pouco animada

- Sim - Respondeu - Uma vez ela fez Isabela se vestir desse jeito pra um evento que fomos - Suspirou com o olhar caído

- O que foi? - Emma perguntou virando o corpo na direção dele

- É que... Ver a Isabela na formatura do Norman... Tão diferente - A olhou - Um diferente bom, ela estava tão linda e confiante que não parecia a garota que namorei. Isso só reforça o fato que eu fui uma péssima pessoa pra ela, diferente do Leslie - Disse com certo desprezo

- Como vocês começaram a namorar? - Emma perguntou bebendo vinho e ignorando o fato que está levemente alterada e ter se dado conta disso após fazer uma pergunta tão pessoal

- Foi no colégio - Peter respondeu se lembrando - Eu nunca tinha reparado nela até que a vi matando aula com Krone pra ir no cinema. Como ela era muito certinha, decidi fazer uma chantagem - Fez aspas -Mas Isabela é ligeira e me ameaçou de volta pois, pra eu ter isto ela é sinônimo que também matei aula - Rir

- E depois? - Emma perguntou interessada bebendo mais vinho

- Aí eu gostei dela - Respondeu - Tínhamos gostos muito semelhantes. Roubei um beijo enquanto estudávamos e logo a namorar, rápido e objetivo

- Fofo - Comentou

- E você Emma? - Peter perguntou

- É complicado - Rir - Desde do meu último relacionamento, não quis ter outro

Tem certeza? - Peter perguntou - Nem mesmo com o Norman?

Emma gelou - Como assim? - Engoliu em seco - Nós somos amigos

- Não sei porque sou eu que estou perguntando - Peter respondeu ficando de frente pra ela - Mas desde que você foi visita-lo quando estava doente, ele começou a agir de forma estranha. O que tem a dizer sobre isso?

- Pode ter sido a gripe - Emma respondeu bebendo vinho de forma tensa

- Ninguém fica com a cabeça longe e vermelho, como ele fica quando esconde algo, por causa de uma gripe - Peter respondeu a olhando fixamente - Confessa! - Mandou - O que vocês fizeram quando estava sozinha com ele?

- Nós ficamos - Emma quase sussurrou

- Interessante - Levou a taça aos lábios - E quando foram me procurar pra falar sobre a Berth mas eu não estava em casa? O que vocês fizeram?

- Isso é tortura - Emma o olhou levemente assustada - É assim que você faz?

Peter rir - Confessa Emma! - Mandou - Eu não vou te julgar

- Não vou falar nada sem a presença do meu advogado - Emma entrou no jogo dele bebendo o restante do vinho

- Bem, eu posso ser seu advogado - Peter respondeu de forma convencida - Aí você também pode me contar o que fizeram no dia que foram tomar banho de piscina

Emma quase engasgou - Não vou falar nada

- Confessa Emma - Segurou levemente seu queixo - Segundo o código penal, aquele que confessar tem sua pena reduzida

Emma segurou a mão dele tirando de seu rosto - Não quero brincar de seja lá o que for isso - Disse rindo e o olhou - Na academia, eu percebi que você tem uma tatuagem mas sei lá... É difícil crer que você possa ter feito uma tatuagem porque você é advogado e precisa ser serio no trabalho e meio que não entra na minha cabeça isso. Eu não conheço muitos advogados, na verdade você é o único mas nunca pensei que esse único advogado tivesse, sei lá, uma tatuagem

Emma - Peter a interrompeu - Você tá falando nada com nada

A ruiva rir - Desculpa. A culpa é do vinho por eu ter tocado nesse assunto. Nunca falaria isso

Mas já que tocou no assunto - Peter disse - Eu sou advogado sério e tenho duas tatuagens mas as fiz em lugares estratégicos para que fossem escondidas com minhas roupas

- Que rebelde - Emma comentou o fazendo rir - Posso vê-las? Se não for incomodar

- É claro - Peter respondeu começando a desabotoar a camisa - Mas te confirmo que foi mesmo um ato de rebeldia a primeira que fiz

Ao abrir a camisa expondo seu corpo, Emma pode ver com detalhe a tatuagem que tem no peito. É uma espada sombreada que lembra uma libra sendo equilibrada. A ruiva engoliu em seco sentindo a garganta seca. Poderia muito bem e levantar e pegar mais vinho, que está do lado dele, mas prefere ficar quietinha

- Bem bonita - Comentou sorrindo sentindo-se ansiosa pra ver a outra

Emma sentiu a respiração falhar ao vê-lo tirar sua camisa. Se de longe ele já era gostoso, de perto consegue ser ainda mais, pensou. Peter virou-se e Emma ergueu as sobrancelhas surpresa. Suas costas estão totalmente coberta pela Justiça Sega. A mulher tem seus olhos cobertos por um lenço. Na sua mão direita, ela segura uma espada e na outra uma libra equilibrada. Todo o desenho é em preto e branco com o traço fino. Muito bonito, pensou institivamente tocando a pele dele

- Eu adorei - Comentou enquanto ele virou-se de frente pra si

- Que bom - Peter disse a olhando - Como você disse, essa eu fiz após a faculdade e foi um ato de rebeldia - Apontou para o peito

- Também tenho um ato de rebeldia - Emma comentou erguendo o corpo na intenção de beber mais - Mas Krone acabou descobrindo mesmo estando bem escondido

- E o que você fez? - Peter perguntou a olhando

- Dois piecings - Respondeu sorrindo pra ele ao se levantar

Peter ergueu as sobrancelhas - Onde?

Emma rir - Que vergonha de falar - Disse vermelha

- Não me faça tirar uma confissão sua - Peter disse

Rindo, a ruiva apoiou uma perna no lado dele, e ,devido as circunstâncias, eles dois entrelaçaram seus dedos - Confessa que o seu fetiche é fazer os outros confessarem - Se aproximou dele

Peter sorriu - Bom, eu tenho tesão pelo meu trabalho então deve ser um fetiche mesmo

A ruiva soltou as mãos dele e apoiou-se no sofá ficando mais próxima à ele. Peter tocou seu rosto e a puxou para perto roubando-lhe um beijo. Se o mesmo não o fizesse, teria feito, pensou acomodando-se sobre seu colo. Deslizou as mãos sobre seu corpo nu e sentiu-se feliz pois o que imaginou não se compara à realidade. Provavelmente se arrependerá mas vai ver isso depois, agora só quer curtir o homem que está na sua frente. Emma interrompeu o beijo para tomar folego. Trocaram olhares e um pouco de razão surgiu

- Você tem camisinha? - Perguntou pronta pra ir embora dependendo ada resposta dele

- Confia em mim, - Sussurrou arrepiando-a - Não farei o mesmo que fiz com Isabela. Aliás, eu sou um pouco dominador e espero que não se importe

Dominador? Emma pensou mas não teve como processar suas palavras pois ele havia invertido as posições ficando por cima. Sentiu sua pele arrepiar no momento em que sua mão quente adentrou sob sua blusa

- Vai me bater? - Emma perguntou engolindo em seco

- Só se me pedir, - Disse segurando o braço da ruiva contra o sofá

Emma arfou sentindo a mão dele alcançar um de seus seios. Peter, por um rápido momento, ficou surpreso. Trocaram olhares e um pequeno sorriso formou-se em seus lábios

- Um em cada - Emma mordeu o lábio

Peter disse nada. A soltou e a pegou em seu colo. Emma se segurou abraçando com suas pernas e braços. Seu corpo é tão quente e levemente rígido que se torna aconchegante. A levou até o quarto escuro. Sua única fonte de iluminação vem das janelas abertas. Peter a jogou na cama. Emma o olhou atônita e se afastou indo em direção à cabeceira vendo-o parado

- Tire suas roupas - Mandou abrindo o cinto da calça

É excitante mas ao mesmo tempo, assustador. Tirou sua blusa sob o olhar dele deixando-a no chão e, em seguida, sua saia. É grande, pensou o vendo subir na cama totalmente nú

- Não me faça mandar de novo - Disse se aproximando

- Desculpa - Emma disse quase gaguejando

Peter não disse nada e isso a deixou levemente insegura. A puxou para perto e encaixou seus corpos. Tocou o rosto dela e a beijou. Ela correspondeu deslizando suas mãos sobre o corpo dele. De forma ágil, Peter tirou o sutiã da ruiva jogando em um canto. Puxou seus cabelos para trás e mordeu seu mamilo fazendo-a gemer. A soltou olhando-a. Suas mãos foram até a barra de sua calcinha mas Emma o impediu de tira-la

- E a camisinha? - Perguntou

Peter bufou e se levantou. Foi até o guarda roupa e abriu. Mexeu em algo ali dentro e jogou uma embalagem aberta próximo à ela

- Você não está confiando em mim - Peter disse subindo na cama

- Desculpa - Emma disse

Peter a segurou pelos cabelos novamente - Se pedir desculpa mais a vez, - Roubou-lhe um beijo - Vou bater em você

Emma ficou um pouco assustada com a ameaça mas a adrenalina deixou muito atiçada. A beijou de forma intensa que não conseguiu acompanha-lo. Desceu seus beijos até o pescoço lhe dando mordidas. A deitou e segurou seus braços acima de sua cabeça e, com sua mão direita, deslizou até sua intimidade no ponto mais sensível. Emma se contorceu de prazer conforme a movimentação se intensifica. Mordeu o lábio sentindo que chegará ao orgasmo mais rápido que podia prever. Porém, ele simplesmente parou como se nada tivesse acontecendo. A ruiva o olhou com certa frustação

- Estou te punindo por não ter me contado o que fez com Norman - Disse sussurrando

- Des... - Emma interrompeu a si mesma - Isso é tesão pelo trabalho? - O provocou

- Bem mais que isso - A soltou - Estou interessado em outra coisa

Peter sentou-se e tirou a calcinha dela jogando junto com as outras peças. Abriu as pernas dela e começou a lhe dá prazer com sua boca. Emma segurou os cabelos dele guiando para onde achava melhor. A ruiva tentou conter seus gemidos mas parecia impossível. Ele tem uma experiência no quesito prazer e não se deve exclusivamente ao fato de ser mais velho. Estava tão intenso que não soube em qual momento soltou o cabelo dele mas imagina que foi quando alcançou o orgasmo. Se debateu mas Peter conseguiu conte-la para continuar o que está fazendo. Ele não se sentia tão satisfeito quanto gostaria mas decidiu dá uma trégua à ruiva. Emma ficou um tempo respirando fundo olhando para cima. Poderia muito bem virar pro lado e dormir por muitas horas seguidas sem dificuldade. No entanto, a visão na sua frente a fez despertar. Peter sentou-se na cama e pegou a embalagem da camisinha. Abriu ela com a boca a olhando. Sentiu-se patética pois está babando ao vê-lo num ato tão banal. Mas o que pode fazer? Seus cabelos estão bagunçados e cai sobre o rosto e ombros. Seu corpo é malhado e definido. A sua tatuagem complementa o visual apesar de ser um pequeno detalhe

- Na próxima vez - Disse com a voz rouca - Vou gozar na sua boca

Emma ficou sem reação. Ela se assustou quando ele a puxou pra perto pelas pernas. A deitou de costas se ajoelhando sobre a cama. Segurou os braços dela firmemente a deixando sem apoio. Penetrou a ruiva com certa força causando-lhe uma certa dor. Saiu lentamente e entrou com rapidez mas dessa vez sentiu prazer deveras estranho. Estaria gostando de ser dominada por ele? Se perguntou gemendo enquanto ele mantem o mesmo ritmo. O som de seus corpos se chocando um contra o outro fica mais alto a cada investida. Pela primeira vez nesta noite está finalmente ouvindo ele gemer. A respiração dele está cada vez mais pesada o que a faz deduzir que logo chegará ao limite. Soltou seus braços e segurou sua bunda com ambas as mãos. Emma finalmente conseguiu se apoiar de forma mais confortável. Apertou sua pele com bastante força ao gozar. Peter parou e respirou fundo. Saiu de dentro dela lhe dando um certo alívio. Emma virou-se e o olhou. Ele deitou-se do seu lado. Que merda eu fiz, pensou Levemente tensa. Coçou seus olhos, nunca mais vou beber. O tesão que a bebida dá é extremamente perigoso e aí está a prova. Peter aproximou seus corpos e a beijou novamente

 

Ray tocou a campainha e respirou fundo. Já se passa da meia noite e a sua sorte é que não terá aula de manhã. Talvez nem conseguiria acordar a tempo e ir virado seria uma alternativa. Faltar também é mas prefere fazer isso num momento mais necessário. A porta estalou e foi aberta por Alana

- Oi vizinho - Disse abrindo passagem

- Oi vizinha - Ray respondeu entrando

A casa dela também é pequena está bagunçada de forma organizada. A sua única certeza é que ela aparenta ser acumuladora

- Quer vitamina? - Alana ofereceu indo pra cozinha

- Não obrigado - Ray respondeu a seguindo

Alana está de pijama e não importa o que esteja vestindo, tudo parece muito sexy nela. O corpo é o principal aliado mas a forma de andar e a atitude dela evidência ainda mais essa sensualidade

- Achei que fosse trabalhar - Ray comentou

- Já voltei - Sorriu cortando morangos - Ninguém mais marcou então vim pra casa fazer vitamina. Tem certeza que não quer? - Perguntou o olhando - É de morango - Comeu a fruta

- Não precisa se incomodar - Ray respondeu sem jeito

- Eu me incomodo com quem nega a minha comida - Alana disse despejando leite no liquidificador - Então você vai beber por bem ou por mal

- Então aceito - Ray respondeu a olhando

- O que queria falar comigo? - Perguntou o olhando

- Ah... - Ray gemeu pensando - Eu não sei dizer direito. Deveria ter pensado nisso antes de te procurar. Tenho medo de usar as palavras equivocadas e você me entender errado

Alana respirou fundo - Eu acho fofo o jeito que você está tentando dizer que gostou de transar comigo sem pagar nada e que quer fazer mais vezes

- Na verdade não - Ray disse

- Essa eu quero ver- Disse com ironia desligando o liquidificador - Então diga

- Gosto de você, da sua companhia - Ray disse a deixando surpresa - O sexo foi legal mas acho que você tem mais pra oferecer além disso

- Também gosto de você mas sou garota de programa - Alana disse dando um dos copos pra ele - E duvido que você iria querer de ficar com alguém como eu

- Eu gosto de exclusividade - Diz rindo de nervoso - Por isso que minha ex terminou comigo - Comentou com o olhar caído

- Nunca namorei - Alana comentou o guiando até o sofá - Como é namorar? - Sentaram-se

- É legal - Ray respondeu pensativo até desviar o olhar pra ela - Gosto de cafoníces como criar playlist, fazer carinho

- Que fofo - Alana disse - Desde que saí da casa dos meus pais não tive um namorado, apenas trabalho.

- É meio deprimente fazer vitamina e beber sozinha quase toda noite - Suspirou bebendo
Você pararia de se prostituir se namorasse alguém que gosta muito? - Ray perguntou

- Eu não sei - O olhou - Mas acho que vale a pena tentar - Sorriu

Ray teve um ideia um pouco absurda. Pegou o controle da televisão dela e ligou

- O que está fazendo? - Alana perguntou confusa

- Vamos ver um filme agarradinhos igual namorados pra você saber como é - Ray disse procurando um filme

- Eu conheço esse truque - Se levantou - Mas gostei de ideia

Alana foi até o seu quarto e ficou lá por um tempo. Qual será o romance mais clichê que tem no catalogo? Se perguntou procurando algo que imagina que ela vá gostar. Ela voltou trazendo consigo cobertas e travesseiros os colocou sobre o sofá. Sentou-se cobrindo seu corpo e do rapaz

- O que vamos assistir? - Perguntou levemente animada

- Simplesmente acontece - Ray respondeu - É um romance clichê

O filme começou e eles assistiram de forma interessada. Discretamente Ray deitou a cabeça no colo dela

- O que está fazendo? - Alana o olhou

- Estou implorando por um cafuné - Ray respondeu

Alana sorrir e começou a acariciar sua cabeça delicadamente. Durante o decorrer do filme, Ray começou a sentir-se levemente triste. Tá tudo dando errado na vida da protagonista e isso o fez criar empatia por ela. Sua vontade era de entrar na tela e falar claramente: Você está sendo idiota! O cara gosta de tu sua lesada! Mas, infelizmente, tudo o que pode fazer é acompanhar passivamente e vê no que vai dá. Se assustou quando sentiu algo molhar seu. Olhou para cima sem reação

- Está chorando? - Perguntou

- Sim - Alana respondeu enxugando suas lágrimas - Ta tudo dando errado

- Ray rir achando fofo. Se levantou e abraçou ela afagando sua cabaça delicadamente

 

Emma cobriu o rosto com as cobertas. Deve ter esquecido a janela aberta, concluiu abrindo os olhos. Ao se acostumar com a claridade, gelou. Ai merda, pensou sentando-se na cama não acreditando que transou com Peter na noite anterior. Olhou ao redor e vê que esta sozinha no cômodo. Cadê minhas roupas? Se perguntou saindo da cama totalmente nua. Dane-se, pensou pegando a blusa social que ele usou no jantar. A vestiu e, ao avistar sua calcinha, a pegou também. Saiu do quarto tentando não fazer muito barulho. Que merda se meteu, pensou indo até a cozinha porque ouviu a voz dele vindo da lá. Nunca fez isso antes e não sabe bem como lidar com essa situação. Peter a olhou de cima a baixo segurando uma caneca de café falando conversando com alguém pelo celular. Ele está com roupa social e pronto para sair. Emma cruzou os braços sem jeito e se aproximou devagar

- Chego aí em quinze minutos - Disse desligando - Ainda bem que acordou. Eu estou de saída, tenho uma audiência mas você pode ficar aqui o tempo que quiser. Tem comida na geladeira e eu fiz café. O chuveiro tem agua quente caso queira tomar banho - Pegou sua pasta - Mais tarde a Jeise virá para fazer a limpeza então não se preocupe com a bagunça

- Entendi - Emma disse mexendo seus dedos de forma inquieta - Bom trabalho

- Obrigado - Peter disse se aproximando

Ele segurou seu rosto e beijou sua bochecha. Se despediu e saiu deixando-a sozinha. Emma olhou ao redor sentindo-se perdida. Como vai explicar isso pra Krone? Pegou seu celular e gelou ao ver a hora. Está completamente atrasada pra aula. Passou a mão pelos cabelos e ignorou esse fato. Vai matar aula hoje, não todas mas as primeiras com certeza. Foi até o quarto e procurou pelas suas roupas. Encontrou seu sutiã dentro da gaveta que ele havia pego a camisinha. Poderia simplesmente fecha-la mas depois da noite anterior, decidiu bisbilhotar. Sabe que está errada mas a curiosidade é maior que tudo. A abriu e se decepcionou um pouco. Não tem nada de mais. Há alguns pacotes de camisinhas, lubrificantes, nada de mais. Mexeu um pouco mais e arregalou os olhos surpresa ao encontrar algemas, cordas e arreios num canto. Segurou o riso por descobrir o fetiche que ele tem. Uma caixa branca no fundo da gaveta chamou sua atenção. A pegou sentando-se sobre a cama. Abriu e achou esquisito ter um monte de papel. Não ia mexer mas ao olhar com mais atenção percebeu que são algumas cartas e fotos. Engoliu em seco e pegou a que está em cima deduzindo que seja a mais recente. É pra Isabela, pôs a mão na boca

Isabela, se você estiver lendo isso foi porque não tive coragem de ir até sua casa. Vai soar um  pouco estranho mas descobrir onde você mora. Além de advogado, sou detetive e sou bom em achar coisas. Espero conseguir explicar isso pessoalmente porque você deve me achar louco e ter pensado em chamar a policia. Eu te conheço bem Bela, não se esqueça disso. O motivo desta carta é que amadureci muito durante esses anos e imagino que você também mas tem uma coisa que nunca mudou foi a minha intuição. Estava certo em relação à Leslie. Sempre soube que ele te queria. Eu me sinto um idiota por ter te deixado. Deveria ter sido homem e não ter e abandonado quando mais precisou de mim afinal, você não fez o filho sozinha. Enfim, isso é idiotice. Você não vai ler essa carta porque vou até aí. Vou falar contigo pessoalmente pois não estou conseguindo me expressar aqui. Só tenho algo a dizer mas nunca ouvirá de minha boca. Percebi que ainda te amo e que tenho inveja do Leslie por ele ter feito uma família contigo. Eu sei, sou patético mas não me importo de saber disso

Emma ficou em choque ao deixar a carta sobre a cama. Tirou de dentro fotos da Isabela quando era mais nova com roupas do colégio. Engoliu em seco ao encontrar misturado uma foto dele com sua mãe. Eles pareciam felizes, pensou sentindo um nó na garganta. Mais uma carta? Se perguntou abrindo o papel deixando-a assustada

Berth, eu sei que você não está mais viva mas preciso te contar algumas coisas que aconteceram recentemente. Vou fingir que você vai ler, seja lá onde estiver. Por onde começar? Você tem uma filha incrível. Toda vez que a vejo, parece que estou olhando para ti. Ela está morando sozinha em Grace Field para estudar onde você estudou. Acredita? Essa foi um dos motivos que me trouxeram aqui. Imagino que você ficou boquiaberta e disse que sou estranho mas o que posso fazer? Esse é um dos meus muitos defeitos. Você e Emma tem algo em comum que me irrita. Ficam procurando qualidades em mim, algo que não existe. Mas enfim, acabei fazendo um gancho de algo que quero e contar. Reencontrei minha ex namorada, aquela que engravidei. Ela está linda, acredita? E odeio admitir mas você estava certa, ainda a amo. Ainda bem que não estamos conversando pessoalmente porque não ia aguentar ouvir você dizendo: Eu avisei. Agora te contarei algo que está me deixando inquieto e por favor, não me odeie. Estou me encantando pela Emma mas é algo diferente, não sei explicar. Eu sou estranho, você sabe disso. Tenho fetiches esquisitos, tanto que essa carta está guardada dentro daquela gaveta que comentei antes. Desde que fui sugar dad da Alana, jovem encantadora, te falei sobre ela, deve se lembrar, estou querendo o mesmo com sua filha. Não ligo se você reprova isso mas como nunca tivemos  nada, tenho a chance de sanar esse meu desejo com ela. Eu sei que isso não é normal mas não estou me importando muito. Por que estão desenterrando o meu passado? Estava indo tudo bem até ela me procurar pra falar sobre você e ainda tive o bônus e reencontrar Isabela casada com Leslie. Acredita nisso? Eu sabia! Sempre soube! Ele esperou o momento certo para roubar a minha Isabela. Eu fui tão idiota mesmo. Não deveria ter deixado ela. Eu me odeio tanto por isso. E me perdoa por querer que a Emma seja minha sugar baby, eu sou uma péssima pessoa. Queria ser como você me enxergava mas não sou assim, desculpa a decepção

Emma não teve reação. Engoliu em seco e olhou o que mais tem dentro da caixa. Há mais cartas mas não tem estomago para continuar lendo. Guardou tudo no lugar. Vestiu suas roupas com isso na cabeça. Tudo isso foi por causa da minha mãe? Se perguntou indo até a cozinha. Suspirou e pediu pra si mesma que tenha autocontrole. Respirou fundo tentando digerir tudo isso. Olhou ao redor mas não pretende comer nada, mesmo algumas coisas estando apetitosas. Sentou-se no sofá e calçou suas botas. Olhou pro reque na sua frente e foi até ele pois algumas pastas chamou sua atenção. Isso não estava aqui ontem, pensou as olhando. Abriu a de cima e vê: Caso Farofa. Que merda é essa? Pensou achando estranho. Seria tipo um código morsa ou algo assim. Na pagina seguinte compreendeu. É sobre uma cadela do abrigo que ele ajuda. Aparentemente, ela sofria maus tratos com os antigos donos e Peter está movendo um processo contra eles. Virou a pagina e sorriu ao ver uma foto da Farofa com uma mulher loira sorrindo. Atrás do retrato tem uma mensagem escrita à mão:

Quero que conheça a Farofa, a cadelinha que você salvou de maus tratos quando prendeu os antigos donos. A batizamos com esse nome em sua homenagem. Lembra quando você veio aqui e ela ficou tão feliz em vê-lo que derrubou o pote de farofa do nosso almoço? Deveria visitar a gente mais vezes. Farofa sente sua falta

Emma achou fofo. Colocou no lugar e abaixo há outra pasta. Abriu e ficou sem graça pois ele mantem arquivado todos os assédios que sofreu e o plágio. Possui apenas uma nota feita a mão: Falta apenas autorização da Emma. Suspirou. Pegou suas coisas e saiu do apartamento dele

 

Emma havia ido pra faculdade naquele mesmo dia. Conseguiu assistir as últimas aulas. Peter mandou algumas mensagens querendo saber se chegou bem. A ruiva respondeu caminhando pelo campus. Não sabe o que está sentindo. Tá tudo tão confuso. Até gosta dele mas o que leu mexeu muito consigo. Começou a navegar pelo grupo do facebook da faculdade. Rolou o feed vendo as postagens, apenas os alunos tem acesso. Gelou ao ver a última atualização. Alguém postou suas fotos dançando no estúdio. Ah não, pensou, tem vídeo. Abriu e quis chorar ao se ver rebolando de quatro