Eu simplesmente não sinto mais vontade de fazer mais nada. Parece que o mundo estava conspirando contra mim, o mundo queria me ver sofrer e olha, ele está conseguindo. Primeiro, foi esse acidente com a S/n, que me fez ficar horrível e agora isso. Eu queria tanto entrar para aquela empresa, eu havia feito tantos planos.
— Você precisa relaxar um pouco homem! — Hoseok deu a volta na mesa, pegando-me pelos ombros e me chacoalhando levemente, na intenção de me animar. — tenho certeza que uma boa cerveja pode te deixar melhor.
— Não sei se é uma boa idéia, Hoseok. Tenho muita coisa para fazer aqui na empresa. — falei num fio de voz, enquanto passava as costas das mãos em meu rosto. — Nosso chefe não iria gostar nada de ver a gente bebendo ao invés de trabalhar. — avisei, olhando Hoseok.
— Ah, que isso! Tenho certeza que nosso chefe não iria se importar nem um pouco com uma pequena saída. É para um bem maior. — puxou meu pulso para fora da sala. Tentei me puxar de volta, mas Hoseok era realmente muito insistente e chato quando que. — Você vai se sentir muito melhor, eu tenho certeza.
— Ah Hoseok.
Acabamos por ir para um pequeno bar que tinha logo em frente a nossa empresa. Hoseok nos puxou até o balcão e pediu duas garrafas de cerveja e dois copos. Eu não estava muito animado para conversar, mas não queria fazer desfeita com Hoseok. Ele está se esforçando bastante para e ver feliz e eu admiro muito isso nele.
— Sério? — Hoseok esbugalhou os olhos quando eu disse sobre o que o Jimin estava fazendo. — Esse cara não tem jeito. Você tem que ficar esperto Jeon, ele pode tirar a S/n de você se continuar assim.
— Eu sei. Parece que ela gosta bastante dele. — suspirei, balançando o copo com o restante da cerveja no fundo. — Eu não posso proibir ela de falar com o Jimin, isso não seria legal e tenho certeza que ela ficaria irritada comigo.
— E o que vai fazer então? Jimin tem uma cara de que não vai desistir até conseguir o que quer. — balançou a mão onde estava segurando o copo, ainda cheio de cerveja. — Conversa com ela, diz que não se sente bem com ele por perto.
— Posso tentar.
[...]
Já era de tarde, eu estava voltando para meu apartamento cansado de um longo dia de trabalho. Mandei minhas HQ's para outras empresas e estúdios. Hoseok me incentivou bastante em relação a isso e eu fiquei feliz. Ele nunca me deixa perder as esperanças.
Ao adentrar o apartamento, retiro meus sapatos e deixo minhas coisas no sofá do canto. Estranho o silêncio do local e começo a andar com passos leves.
— S/n? — chamei minha esposa, não obtendo resposta da mesma. Coço a nuca e procuro a mesma por todos os cômodos, mas ela não estava. — Será que ela saiu?
Falei para mim mesmo, baixinho. Sai do apartamento e caminhei até o apartamento de nossa vizinha da frente. Ela era muito amiga da S/n antes do acidente acontecer, tenho quase certeza que ela arrastou S/n até seu apartamento para lhe encher de comida.
Levanto a mão para bater na porta da casa dela, mas a risada de S/n em outro canto me chama a atenção. Começo a andar devagar até o apartamento do dito cujo, vulgo Park Jimin. A porta estava um pouco aberta, então tomei liberdade de empurrar um pouco a mesma.
— Aqui, falta essa parte! — vejo Jimin pegar S/n no colo e apontar para um lugar na parede.
S/n deu uma pequena risada enquanto se inclinava para pintar a parte que ele havia apontado. Vejo baldes de tintas no chão e os dois sujos.
— Jimin, me solta! Não sou tão baixa assim! — resmungou ela.
— Não, só tem meio metro de altura!
Forço uma tosse e vejo os dois se virarem para me olhar. Jimin colocou S/n no chão e deu um sorrisinho falso para mim.
— Oi Jeon! Eu chamei a S/n para me ajudar a pintar o apartamento. Espero que não se incomode. — balançou o pincel em sua mão.
Olhei para S/n que estava me olhando, visivelmente constrangida com alguma coisa. Permaneci com a expressão séria, dando um pequeno suspiro.
— Tá. — foi a única coisa que consegui falar, antes de sair do local e caminhar novamente até meu apartamento.
Eu me sinto horrível em não conseguir falar nada. Não conseguir gritar tudo que eu queria para aquele homem que estava querendo roubar o que eu tinha de mais precioso em minha vida. Não sai o que aconteceu comigo durante esses dias. Todos esses acontecimentos me deixaram tão reprimido.
— Jeon! — escuto a voz de S/n e olho para a porta, vendo a mesma ali. — Ah, como foi no trabalho?
— Bom.
Dou as costas para ela, começando a andar até a cozinha, para pegar um copo d’água.
— Ah. — ela me seguiu e ficou me encarando. — Você está bem? Você me parece estranho.
Encho o copo de água e tomo todo o líquido do copo em segundos. Meus olhos se elevam e eu fico a encarando.
— É sério isso S/n? Você ainda pergunta se eu estou bem? — aperto o cenho. — Você não sabe o quanto me dói ver você toda feliz perto do homem que quer te arrancar de mim. Parece que você não se importa com o que eu sinto!
— Jeon, ele só está sendo gentil.
— Ah claro. — ri. — Eu te falei que ele gostava de você e você ainda foi lá e continuou sendo amiguinha dele! Poxa, nem comigo que sou seu próprio marido você fica assim. Eu sei que não se lembra de mim, mas... Você sequer tenta se lembrar de nós. — dou uma pequena pausa para respirar, fechando meus olhos. — Eu estou fazendo de tudo para que você volte a ser como era antes. Ser a minha S/n, extrovertida que me amava e me chamava de Kookie, não de Sr. Jeon.
— Mas o que você quer que eu faça Jeon? Eu não me lembro, eu não sei o que fazer para me lembrar de você! — respirou fundo, me olhando seria. — Jimin nunca veio com más intenções para cima de mim, ele está sendo um ótimo amigo e um bom apoio para mim. Eu sei que sou sua esposa, mesmo não me lembrando de você, eu nunca faria algo para te magoar. Eu te escuto chorar de noite e eu me sinto horrível por não conseguir fazer nada para te ajudar!
— E você acha que ficado tão próxima assim do Jimin me faz bem? Eu me sinto inseguro demais quando você está com ele! — elevo um pouco minha voz, lhe observando recuar. — Eu sinto que vou te perder a qualquer momento e isso dói demais.
Eu me viro de costas para a mesma, sentindo meu peito se apertar e a vontade de chorar voltar. Eu não queria chorar em sua frente, não queria que ela veja o quão fraco sou.
Sinto braços me envolverem em um abraço e eu viro a cabeça para trás, vendo a mesma me abraçando fortemente.
— Por favor, não chora Jeon. — ciciou num fio de voz — Me desculpa, por tudo.
Me viro e abraço a mesma de volta, afundando meu rosto na curvatura de seu pescoço. Sinto seu cheiro novamente e isso me deixa tão melhor. Seu abraço me acalmava de um jeito que não consigo descrever. Eu queria tanto minha antiga de S/n de volta.
— Desculpa pelo meu ciúmes, eu... Apenas estou com muito medo. — falei um pouco abafado.
— Tudo bem, eu te entendo.
Ficamos abraçados por um momento, curtindo o carinho um do outro. Levanto meu rosto e olho para ela, que me deu um sorrisinho fofo. Ah, como eu queria beija-la.
Levantei uma das minhas mãos e coloquei em sua nuca, enquanto eu aproximava meu rosto do dela, enquanto meus olhos estavam presos em seus lábios convidativos.
— A-ah, Jeon...
S/n se desvencilha do abraço e passa por mim, me deixando um pouco sem graça.
— Eu vou tomar um banho, tá? — falou apontando para trás, com as bochechas ruborizadas.
— Ah, tá. Vai lá.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.