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História Amnesia - Confession


Escrita por: H4rm0niz3r

Notas do Autor


Hey, querem que eu escreva outra fic ou n? Esse cap era Pov Camila mas eu fiz Pov Lauren pq esse é especial. Então vou fazer dois Pov Camila e depois volto ao normal.

Capítulo 36 - Confession


 

Pov Lauren

Já faziam dois dias desde que visitamos os pais de Camila e ela não parecia feliz com suas condições. E eu não parecia feliz com as minhas. 

Camz permanecia sentada no sofá com Alf ao seu lado e o notebook em seu colo. Tomava uma caneca de chocolate quente porque justamente naquele dia estava chovendo forte. E lia e escrevia algo que só ela sabia. É uma boa terapia, se pararmos para pensar.

Camila me olhou e ficou em silêncio enquanto eu ouvia You & I nos fones de ouvido. Ela não havia esquecido sobre eu estar devendo muitas explicações para ela. Ally não mente e era isso que a fazia querer muito saber o que eu estava escondendo.

Ela suspirou e voltou a olhar para a tela do notebook. Eu sentia que era a hora certa mas... Acordamos um pouco distantes hoje. Ela me disse pela manhã que sentia falta de muitas coisas e que também queria saber mais sobre meus pensamentos. E eu sei o que ela queria... Mas não sabia como começar. 

-Lolo...-Ouvi sua voz, quase como um sussurro, me chamar.-Eu estou me sentindo... Nublada.

Franzi o cenho. Eu precisa falar... Nós já éramos adultas e eu estava com uma sensação de que havia perdido muito tempo. Isso era... Perturbador. Talvez eu não a tivesse mas eu pelo menos... Tentei. Por mais que houvessem várias coisas em jogo eu não poderia segurar isso por mais tempo e ver Camila se afastar aos poucos. Estava amedrontada e... Já havia decidido. Essa confusão iria passar, nem que eu tivesse que admitir que perdi. 

-Camz... Você quer saber sobre o que eu estava escondendo, não é? Eu não sei por onde começar ou como dizer isso à você mas... Apenas escute.

Ela me olhou com atenção e eu tive vontade de apenas... Olhá-la.

-Já faz um bom tempo. Desde os doze anos. Eu poderia me apaixonar por várias pessoas mas... Não. Acontece que somos melhores amigas e nunca deixamos de ser mas desde aquele dia você ficou diferente. Não mudou nada mas... É totalmente diferente e perfeita para mim. Eu talvez tenha reparado e olhado para você de uma outra forma mas o que eu quero dizer é que nenhuma outra pessoa nesse mundo fez tudo que eu fiz por você. Não por amor... Camila, eu não sei explicar. Eu não sei expor em palavras que eu te amo. Que eu me apaixonei por você naquele dia em que eu tinha doze anos. Pode parecer mais confuso para você e também é para mim. Mas... A gente se apaixona tão fácil e de uma maneira tão incógnita que é difícil explicar. É mais fácil sentir.

Me segurei para não chorar. Um peso enorme foi retirado das minhas costas mas eu não deixei de sentir medo. Todos os meus sentimentos foram despejados ali, naquela sala e eu não sabia o que fazer ou o que esperar. Era tão... Estranho. Eu me abri e disse o que sentia e agora... Eu não sei. Era bem irônico. 

Camila ficou em silêncio por um bom tempo e eu não sabia o que era pior. E se ela falasse alguma coisa? E se continuasse em silêncio? E se fosse embora? Ou talvez algo pior acontecesse?

Mordi o lábio inferior e olhei para baixo. É... A confusão não passou e não passaria tão cedo. Acho que ela até aumentou.

Ficamos por um bom tempo apenas na mesma posição, atordoadas por pensamentos, enquanto eu tentava decifrar o que se passava pela cabeça de Camila. 

Ela se levantou tão rapidamente que a olhei assustada. Ela tinha uma péssima expressão e eu queria saber por que. Balançou a cabeça em negação e murmurou:

-Preciso de um tempo. 

Andou a passos firmes para o quarto e fechou a porta. Suspirei e tentei manter a consciência. 

Caminhei meio largada pelo corredor e me sentei na porta do quarto dela. Se as coisas já estavam difíceis, acho que pioraram.

Eu estava na porta de seu quarto, implorando por uma chance, talvez? Eu não precisava. Não precisava viver de restos de um amor que só existe pela metade. Ou nem existe. A verdade é essa e eu gostaria de saber se um dia poderia amar e ser correspondida. Espero.

Fechei os olhos e me encolhi. A chuva não parava de cair, e eu de certa forma me sentia culpada por nós estarmos daquele jeito. É, eu era a grade culpada. Parabéns, Lauren Jauregui.

Me levantei e caminhei até o meu quarto, me jogando na cama e tentando dormir. Era a melhor coisa a fazer. Eu realmente não queria que as dúvidas tomassem conta de mim e me fizessem surtar.

Cochilei pensando nela, e sinceramente aquilo me deu receio. Receio de acordar e não ter mais aquela Camz de antes.

***

Quando abri os olhos já era noite e a casa estava completamente silenciosa. Me levantei e andei pelo corredor, ainda sonolenta. 

A porta do quarto de Camila estava aberta e não havia nenhum sinal dela. Talvez ela estivesse na cozinha ou na sala. Andei mais um pouco e me sentei em frente à parede de vidro. Ela era meu furacão. 

Abracei meus joelhos e coloquei meu queixo entre eles. Quando era adolescente adorava fazer isso. Transportava segurança. Olhei para a cidade e suspirei desesperada sem saber o que fazer. Camila era do tipo que ficaria zangada com isso e pensar sobre nossos sentimentos me dava uma agonia. Eu não sabia se ficaria tudo bem. 

Ouvi passos indo para o corredor e fechei os olhos. Camila não queria conversar e eu respeitava isso. Mas de qualquer forma aquilo estava me matando. 

Levantei-me do chão e caminhei de volta para o quarto. Entrei no closet e vesti uma jaqueta, decidida à sair e esfriar a cabeça. 

Peguei as chaves do carro e abri a porta, descendo distraída pelas escadas. Daqui à pouco já era hora de buscar Jen no trabalho e sempre era bom conversar com ela.

Entrei no carro e dirigi lentamente pelas ruas, apenas gastando gasolina e observando os movimentos. 

Mudei o rumo para o escritório de Jennifer e esperei até que ela saísse pela porta de entrada. Sorri ao vê-la, por mais que estivesse bem abalada com tudo que havia acontecido. Esperei que entrasse e comecei a dirigir para sua casa.

-Tudo bem, Laur?-Ela perguntou colocando sua bolsa no colo.

Suspirei e fiz que não com a cabeça. Ela pareceu entender e mordeu o lábio inferior. 

-Contou para ela, não é?-Perguntou e eu suspirei.

-Contei. Não poderia adiar mais... Ela precisava saber e eu precisava tirar isso das minhas costas. Camila... Está me ignorando. Ela não falou praticamente nada e só pediu um tempo... É meio perturbador.

-Sendo sincera, eu também pediria um tempo se fosse comigo. Imagine... Sua melhor amiga desde quando eram pequenas te diz que é perdidamente apaixonada por você e... Ambas sabemos que isso pode mudar muita coisa. 

-O que eu faço? Eu já estou dando o tempo que ela quer mas parece que a minha simples presença está deixando ela irritada. Não sei... Isso dói muito. 

Jennifer me olhou e comprimiu os lábios.

-Eu sei que você está se sentindo mal. Quer dizer... Mais do que isso mas ela não vai ter uma boa reação de início. Nem se você tivesse certeza de que ela a ama muito. Acontece...-Jen falou tentando me aconselhar.

-Quando se trata de Camila, você pode se surpreender.-Murmurei.

-Porque não dorme na minha casa hoje? Está chovendo um pouquinho e eu acho melhor depois do que aconteceu.

-Eu não sei... Não acho que isso...

-É boa ideia, Laur. Por favor.-Jennifer me cortou e eu tive que concordar. Acho que o tempo de Camila também englobasse um pouco de distância. E eu estava fazendo o que ela pediu. 

Jen sorriu e eu retribuí. 

Parei em frente à casa dela e nós descemos. Entrei e logo senti o cheiro de pudim. 

-Sabe cozinhar?-Perguntei divertida.

-Bom... Eu moro sozinha... Acho que deveria.

-É... Senti o cheiro de pudim.-Sussurrei.

-Oh, é claro. Vem comer...

Jen me puxou pelo braço e eu ri. Pudim era muito bom. Isso eu não iria dispensar.

Ela cortou um pedaço para mim e me deu em um prato de sobremesa. Comi saboreando cada pedaço enquanto ela me observava. 

-E aí?-Perguntou.

-Está muito bom... Você é uma ótima chef de cozinha. Pode acreditar...

Ela riu e balançou a cabeça. 

-Quer mais?-Perguntou.

-Não obrigada... Embora esteja muito bom eu não estou com muita fome.-Fiz uma careta.

-Comeu hoje?

-Comi. E deixei comida para Camz... E para Alf.

Ela guardou o pudim e deixou as louças na pia.

-Alf não dá trabalho?-Perguntou. 

-Oh... Não. Ele é um bom cão. 

-Eu sempre quis ter um mas não tenho tempo... Me dá dó deixá-lo o dia inteiro sozinho.

-Muitas pessoas deixam.-Franzi o cenho.-Acho que eu não vou conseguir dormir...

-Não tem problema. Amanhã é o meu dia de folga. Podemos assistir filmes já que você sempre cai no sono... É uma boa ideia.-Ela me olhou e riu.

-É... Com certeza.-Retribuí o sorriso e a segui pela casa até a sala de estar.

-Eu tenho filmes de suspense, terror, ação, romance...-Ela murmurou mexendo na gaveta.-E aí?

-Terror...-Falei.-Nesses eu sempre durmo antes.

Ela riu e colocou um filme qualquer, mexendo na TV. Se sentou ao meu lado e esperou começar. 

Assisti ao filme inteiro pela primeira vez na vida. Épico. Eu nem sequer estava com sono. Quando acabou, Jennifer olhou para mim e sorriu de canto.

-Você realmente não está com sono.-Ela mordeu o lábio inferior e eu concordei com a cabeça. 

-Acho que... Que não vou dormir.

-Aí eu não sei mas... Venha, preciso te mostrar uma coisa. 

Ela me fez subir as escadas e me levou até se quarto. Me puxou pela mão e me levou até a sacada. Sorri ao ver o telescópio. 

-Eu fico por horas apenas observando o céu quando não tenho nada para fazer e... É divertido.-Jennifer falou enquanto eu analisava o equipamento. 

-Posso ver?-Perguntei. 

-Mas é claro... 

Coloquei meu olho esquerdo e direcionei para o céu. Eu podia ver muita coisa. E isso era... incrível.

-Consegue ver Vênus?-Ela perguntou. 

-Se for essa estrela mais brilhante, acho que consigo sim...

-É...-Ela riu.-Isso aí...

-Eu vejo muitas estrelas... Vejo estrelas demais...

-É isso que há no céu...

Tirei o olho do telescópio e olhei-a.

-Sério?-Perguntei.-Eu realmente pensei...

-Claro que é...-Ela me deu um tapinha no ombro.-Não seja irônica. É engraçado. 

-Essa é a intenção. 

-Ok... Eu estou ficando com sono. Você não está?-Ela perguntou, bocejando. 

-É. Talvez... Acho que eu devo dormir.

-Certo, Laur... Eu vou te levar até o quarto de hóspedes.

Fiz que sim com a cabeça e ela me levou até um cômodo confortável e cheiroso. Dei boa noite à ela e me deitei na cama.

Suspirei, olhando para o teto e pensando sobre tudo que aconteceu. Eu estava em uma péssima situação. Na verdade, eu nem sabia. E isso estava me matando. 

Camila me deixar no completo silêncio era pior do que surtar, gritar e chorar a noite inteira. Bem pior. 

Fechei os olhos e mordi o lábio inferior. Só não posso enlouquecer. Adormeci pensando no quanto as coisas só ficaram difíceis. 

***

"Ela correu para a entrada da escola, sua risada ecoando pelo espaço. 

-Venha, Lolo. Nós vamos nos atrasar.

-Nós não vamos, não.-Ri.

Ela se virou para mim e eu abri a boca, surpresa. Seus cabelos esvoaçavam e ela mantinha um lindo sorriso no rosto. Meu Deus... Como ela era linda.

Sorri e caminhei logo atrás dela, com a mochila nas costas."

***

Acordei num sobressalto. Eu havia sonhado com uma memória. A memória de quando eu me apaixonei por ela... Eu estava um pouco atordoada. Me sentei na cama e fechei os olhos. Tudo que vi foram seus olhos castanhos sorridentes como se estivessem me chamando para não atrasar.

Voltei a me deitar e balancei a cabeça. Camila não saía da minha mente. E eu imaginava sobre o que ela estaria pensando, ou fazendo. E me sentia completamente curiosa e amedrontada. O que me restava era esperar e enfrentar o que quer que venha. Talvez eu estivesse fazendo tudo errado de novo mas... Eu estava tentando. Espero que dê tudo certo, por mais que eu esteja considerando todas as alternativas.

 


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