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História Amnesia - Sensible


Escrita por: H4rm0niz3r

Notas do Autor


Heeeeey esse cap ta chatinho mas tem um pouco de drama e humor então equilibra as coisas...

Capítulo 4 - Sensible


Pov Camila

Arregalei os olhos quando ouvi o grito de Lauren. Olhei para a frente e não tive tempo de pensar em mais nada, Lolo já estava desviando do enorme caminhão e indo direto para a mureta, capotando logo em seguida. 

Meu corpo ia de um lado para o outro mesmo estando com o cinto de segurança e eu não conseguia nem ao menos gritar. O carro continuou virando até que eu senti uma forte dor na cabeça, me fazendo perder a consciência imediatamente. 

***

Ouvi os barulhos da ambulância de longe e senti meu corpo pesar. 

-Camz...-Ouvi um voz desconhecida.-Camz... Por favor, aguente firme. Eles já chegaram...

A garota que falava ficou em silêncio e eu pude distinguir passos na terra úmida. 

-Se acalme, seu nome por favor?-Um homem perguntou e uma mão tocou meu pescoço.

-Lauren... Lauren Jauregui. 

Lauren Jauregui... Esse nome... Esse nome me parece familiar mas eu não consigo saber à quem pertence. O que aconteceu?

-Nós vamos levá-las daqui. Ela parece bem... Sem perda de sangue, aparentemente sem nenhuma fratura...-O cara falou calmo.

Alguém me tirou do chão úmido e eu ouvi vários sussurros. Não conseguia abrir os olhos e muito menos lembrar das coisas que aconteceram. Tudo se passava como um sonho confuso e as vozes pareciam estar como num eco. 

Tudo ficou distante novamente e eu entrei em algo como um sono profundo, alheia ao que estava acontecendo. 

***

-Façam um raio X e uma tomografia na paciente.-Uma voz grossa pode ser ouvida. 

-Ela não parece ter tido fraturas, doutor.-Alguém respondeu.

-É, mas nós precisamos fazer os exames necessários para começar com a medicação e o tratamento. 

-Tudo bem. Há uma garota aí fora que está responsável pela paciente, Camila Cabello. Pede informações a cada dois minutos.

Camila Cabello. Eu sei que sou eu... Mas e o resto? Por que não consigo me lembrar de mais nada que não seja o meu nome?

-Diga o necessário. Você é apenas um enfermeiro e nós ainda não temos todas as informações sobre o estado da paciente.-O médico da voz grossa falou.

-A garota, a tal de Lauren, pode ficar no quarto depois dos exames?

-Sim. Não há nenhum risco. Aplique um anti inflamatório na paciente, por favor, e depois à leve para a sala da tomografia.

-Tudo bem. 

Ouvi a porta ser aberta e fechada e logo em seguida uma agulha perfurar meu braço. 

A mesma sensação de estar distante tomou conta do meu corpo e eu me deixei levar, ficando alheia à tudo novamente. 

***

-Não Ally, ela não acordou ainda...-Ouvi uma voz chorosa ao meu lado.-Eu não sei. Os exames já foram feitos mas o resultado ainda não está pronto. Os médicos disseram que ela talvez fique consciente em alguns poucos momentos mas que só consiga ouvir vozes sem distinguir de quem são... Bom, só saberemos com o resultado dos exames. Preciso desligar agora, vou manter vocês informados. 

A garota que falava ao telefone ficou em silêncio e eu pude escutar os seus soluços. Eu estava bem, não estava? Eu só não conseguia me lembrar de nada e... Meu Deus, eu não conseguia me lembrar! Percebi o quão desesperador aquilo era. Eu não sabia quem era essa tal de Lauren Jauregui que ficou ao meu lado esse tempo todo e não sabia quem era Ally. Eu não sabia de nada a não ser o meu nome!

A porta se abriu e uma voz feminina preencheu o espaço:

-Os exames já estão prontos e os pais da paciente acabaram de chegar, senhorita... Jauregui.

-Ah, obrigada. Sobre o estado dela... Os médicos já podem dizer ao certo o que Camila tem?

-Creio que sim. Mas se acalme. Você também se machucou e está cansada... Se precisar de algo me chame.

A enfermeira acabou de flertar com a "senhorita Jauregui"? Se sim, ela provavelmente vai ficar na vontade de algo mais porque essa Lauren não me parece querer algo a não ser notícias sobre o meu estado.

Acho que os medicamentos me fazem delirar. Ouvi o suspiro de Lauren e fui perdendo a consciência aos poucos novamente. Voltei ao meu estado de sono profundo e já não pude escutar mais nada.

***

-Laur... Nós não estamos tão longe da sua casa. Vá descansar... Você vai acabar doente assim.-Ouvi uma voz feminina. 

-Não, obrigada dona Sinuhe. Eu prefiro ficar aqui... 

-Lauren, escute o que estamos dizendo vai ser melhor assim.-Um homem falou compreensivo.

-Eu quero saber sobre o estado de Camz...-Lauren resmungou. Acho que ela é realmente muito importante na minha vida. Esteve comigo esse tempo todo e se preocupou tanto...

Alguém suspirou.

-Tudo bem...-O homem falou.

Uma porta abriu e fechou e a voz grossa do médico pode ser ouvida.

-Bom, eu estive checando os resultados dos exames e... Temos boas e más notícias. Ela não teve fratura alguma porém levou uma forte batida em uma área da cabeça muito importante. Foi na parte da memória e há grandes chances dela poder ter amnésia traumática porém só saberemos quando Camila acordar. 

Houve um silêncio incômodo na sala e eu senti meu corpo doer e uma náusea tomar conta de mim. Não... Eu não posso ter perdido a memória. 

-Bom, eu preciso ser profissional na hora de dar uma notícia dessas mas somente poderemos avaliar melhor o caso quando ela acordar.-O médico terminou. 

-Obrigado doutor. Nós estaremos fazendo o possível.-O homem falou e logo em seguida eu ouvi a porta abrir e fechar.

-Oh... E-Eu não sei o que fazer ou o que pensar... Eu...

-Se acalme Lauren.-O homem falou.-Vai dar tudo certo...

Ouvi sons de choro e tudo o que eu queria era apenas voltar a dormir. Acho que o meu desejo foi atendido. 

***

-Quanto tempo até ela acordar, doutor?-Ouvi a voz de... Lauren?

-Se acalme mocinha. Vai demorar um pouco. O cérebro dela está se recuperando ainda. Ela às vezes recobra a consciência mas... Nós não podemos especular muitas coisas. 

-Então isso significa que ela pode me ouvir às vezes?

-Pode. Isso serve de estímulo para... Para ela responder ao tratamento mas não há certeza nenhuma quanto à isso.

-Aquela enfermeira loira às vezes me diz como a Camz está mas eu não entendo algumas coisas. 

-Bom, vocês precisam ter paciência. As coisas vão ser assim até ela acordar. 

-E quando ela acordar?-Lauren Jauregui é realmente muito insistente.

-Você saberá se ela perdeu ou não a memória mas precisa ser delicada quanto à isso. Se ela perder a memória nós poderemos fazer alguns outros exames e dizer se Camila poderá ou não voltar a se lembrar das coisas. É uma questão de tempo e paciência. 

-Quais são as possibilidades dela se lembrar?

-Nós não sabemos. Mas tirando a batida na cabeça ela está ótima. 

-Isso é bom?

-De certa forma sim. 

Ouvi um suspiro e adormeci logo em seguida, apenas pensando em como Lauren poderia ser aparentemente. 

***

Passos. Assobio. Injeção. Barulho da porta. Eu não aguento mais essa situação. 

Uma música começou a tocar e logo parou. A voz da garota, Lauren, preencheu o quarto, quase num sussurro.

-Oi Vero. Ela está... Está indo. Nós saberemos definitivamente quando ela acordar mas... O médico disse que vai demorar... Não, eu prefiro ficar aqui. Bom, Camila parece estar sem nenhum arranhão. Está tudo bem comigo. Ok, ligo depois. 

Ela suspirou e cantarolou baixo. E Deus, sua voz poderia acalmar até um esquizofrênico. Minha mente estava uma bagunça e eu não via a hora de poder acordar para poder entender um pouco das coisas e saber quem realmente é Lauren Jauregui.

Ouvi a porta ser aberta e uma voz feminina soar pelo quarto, simpática e convidativa.

-Senhorita Jauregui? Eu trouxe um café.-Deveria ser aquela enfermeira.

-Ah, obrigada. 

Ouvi passos e uma risada amigável. Torci para dormir porque eu definitivamente não queria ficar de "vela". Ainda bem que sempre durmo quando quero.

***

-Filha eu...-Ouvi a voz de um homem. Eu já ouvi essa voz antes.-Eu não sei como te dizer isso mas... Olha, eu estou aqui com você e vai dar tudo certo... Se você estiver consciente...-Ele diminuiu a voz.-Escute, Laur não está aqui mas ela queria ficar... Acho que está preocupada demais com você, quase não consegue dormir e... Não come. Você precisa acordar...

Eu quero acordar. Eu quero muito acordar...

Ele pegou na minha mão e apertou de leve. Eu não conseguia me mexer... Eu não conseguia corresponder à toque nenhum. 

Ouvi a porta ser aberta e alguém entrar.

-Eu não consigo parar de pensar no acidente...-Lauren... A voz da garota que esteve aqui esse tempo todo.

-Não foi sua culpa Laur... Você sabe disso.-O homem falou compreensivo.

-Foi sim... Eu vou me culpar para sempre...

-Laur... Foi um acidente. Acidentes acontecem. Você tentou salvar a minha filha mas as sequelas ficam...

-Eu poderia ter feito melhor...-Ouvi soluços e passos.

-Foi um acidente Laur... Um acidente.-O homem falou.

Senti minha cabeça doer e tudo parecer longe. Adormeci à contragosto, querendo mais do que nunca saber mais sobre Lauren Jauregui. 

 

***

-Meus pés estão doendo, Mila.-Ouvi a voz de Lauren.-Não consigo mais andar pelo hospital, para enganar seus pais. É horrivel ficar aqui sem poder ouvir sua voz... Eu não sei, gostaria que você contasse uma piada... Talvez uma história. Mas eu posso conversar com você. Sem saber se está consciente ou não. É, não é muito bom. 

Ouvi sua risada agradável. Realmente era horrível ouvir fragmentos e não se lembrar de nada.

Não sei por que mas acho que Lauren me conhece mais do que qualquer pessoa. 

-O que nós podemos fazer? Hum... Eu falo e você escuta?-Ela sussurrou.-Isso não tem graça... Não consigo levar as coisas no bom humor porque eu estou desesperada. Preciso que você acorde. Já fazem quatro dias e todos os nossos amigos estão preocupados. Só bebo café Camz. Ontem eu voltei para casa e vi uma foto nossa em cima da mesa... Foi doloroso... Foi realmente doloroso.

Ela fez uma pausa e soluçou. 

-Eu sou a culpada por isso... E-Eu sei...-Sua voz estava embargada.-Me perdoe por isso Camz... Apenas me perdoe... Eu só queria evitar um acidente. E agora tudo o que eu faço é ficar aqui... 

Eu preciso acordar. Eu estava odiando ouvir Lauren Jauregui sofrer e não podia fazer nada. Porque eu recobrava a consciência nos piores momentos?

Desejei dormir novamente e consegui, para o meu alívio. 

***

-Talvez ela acorde amanhã... Ou depois... Ela está respondendo bem mas ninguém pode garantir nada ainda.-A voz grossa do médico soou.

Alguém pegou a minha mão e a acariciou de leve. 

-Ela está respondendo à estímulos?-O doutor perguntou.

Apertei de leve a mão que estava acariciando a minha. 

Uma risada preencheu o quarto.

-Bom, ela acabou de responder...-Lauren falou exalando alegria.

-Isso é um ótimo sinal, garota. Continue assim. O enfermeiro daqui à pouco virá para trocar o soro. Fique atenta para quando ela acordar. Camila às vezes recobra a consciência mas deve ser tudo muito confuso e fragmentado... 

-O que eu posso fazer quando ela acordar?

-Converse com ela. Acho que você dá conta.

Ouvi a porta abrir e fechar e Lauren suspirar. 

-Você acha que dou conta, Mila? É... Eu ando falando muito ultimamente, mas o seu silêncio me incomoda profundamente. Vamos brincar de apertar mãos novamente? Vai ser divertido.

Sua mão tocou a minha e eu a apertei com o mínimo de força que eu tinha. Ela riu e continuou, apertando também, levemente. 

Cantarolou baixinho e logo em seguida falou:

-Você reage bem à um aperto de mão.-Eu nem preciso me lembrar dela para saber que a garota provavelmente é idiota.-Hum... Você deve estar pensando que eu sou idiota, não é?-Além de idiota agora lê meus pensamentos. Isso parece interessante para uma garota desesperada e outra que parece estar semi consciente e drogada por conta dos remédios.-Então temos um problema. Sabe por que?-Ela perguntou.-Porque você é muito mais idiota.-Ela riu e apertou minha mão. Apertei de volta, mas saiu quase como uma carícia.-Camila Cabello gosta de apertar mãos...-Ela sussurrou. Eu queria abrir meus olhos agora para poder vê-la... Mas mesmo assim... Prazer em conhecê-la, Lauren Jauregui. 



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